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quarta-feira, 5 de março de 2014

Como ainda é carnaval até domingo...

foto Figueira na Hora
Lido na edição papel do jornal AS BEIRAS, do dia de carnaval de 2014, terça feira, 4 de março: 
"A Câmara Municipal da Figueira da Foz procedeu “a uma atenta análise do relatório da auditoria do Tribunal de Contas sobre a Regulação das Parcerias Público-Privadas no sector das águas”
Em nota de imprensa, o gabinete da presidência refere que a “auditoria incluiu a avaliação da concessão existente na Figueira da Foz entre o município e a Águas da Figueira da Foz”
Recorde-se que o TC considera “que o contrato de financiamento da empresa concessionária dos sistemas de abastecimento de água e saneamento da Figueira da Foz é prejudicial ao município e onera o tarifário aplicado aos utentes”. Na nota de imprensa, o gabinete da presidência manifesta que a câmara “não ignora o conjunto de recomendações que estão vertidas no relatório” e “está ciente da necessidade de uma acção empenhada da comissão de acompanhamento da concessão”. Não obstante, acrescenta, “pretende manifestar a sua satisfação pela avaliação geral produzida pelo Tribunal de Contas quanto ao aditamento realizado no anterior mandato autárquico”. É que, destaca a autarquia, o relatório enfatiza esse facto quando afirma que “o balanço da concessão é positivo, encontrando-se mais equilibrada, tendo contribuído para o efeito a celebração do terceiro aditamento ao contrato”
A câmara conclui afirmando que “a orientação para a escrupulosa defesa do interesse público que norteou a posição do município na negociação do 3.º aditamento, manter-se- á doravante nos mesmos termos, a bem da Figueira da Foz e dos figueirenses”

Em tempo
A troika ainda está cá e continua a querer reformas estruturais? 
Que tal impor às Câmaras uma lei retroactiva — sim, leram bem, retroactiva que declare a nulidade e renegociação de todos os contratos celebrados pelas Câmara com privados em que seja manifesto e reconhecido pelo Tribunal de Contas que só nós os utentes assumiram riscos, encaixaram prejuízos e fizeram figura de anjinhos!.. 
Que tal impor outra reforma, não sei se estrutural ou conjuntural, mas, pelo menos, moral? 
Obrigar as Câmaras a privatizar o carnaval, festejo sobretudo necessário aos políticos, típico modelo dos dias de hoje,  da velha e funcional política romana de antigamente, chamada de Pão e Circo.
(Ontem, "às 15h00, pela Avenida do Brasil poucas pessoas se passeavam, fazendo temer o pior. No entanto, o público foi chegando e quando o desfile arrancou, eram já milhares as pessoas a assistir e nem a chuva miudinha, desarmou a vontade de divertir.
«A vida já está tão difícil, que temos de aproveitar estes bocadinhos, para esquecer as tristezas»...")
Tenho muitas mais ideias, algumas tão ingénuas como estas, mas nenhumas tão prejudiciais como aquelas com que nos têm governado...

terça-feira, 18 de fevereiro de 2020

Da série, Museu do Mar... (2)

 Começar pelo telhado

"Ou porque é preciso fazer uma “prova de vida”, ou para criar um “facto político”, ou porque se julga mais fácil e eventualmente menos impopular tentar justificar o erro com uma distração do que reconhecê-lo, ou ainda porque a opinião pública fica efetivamente convencida de determinada realização, não quando ela o é de facto mas apenas porque foi (sucessivamente) anunciada, nesta Figueira política já deixou de ser surpreendente a pirueta, a inércia e a leviandade, até porque o povo (o que ainda vai votar) parece gostar e estar satisfeito.  Entendo que uma forma séria de abordar a questão da instalação de um Museu do Mar não pode começar pelo local, mas pela resposta assertiva às seguintes perguntas prévias: Há um claro e estratégico consenso no concelho da Figueira sobre o que deve ser, hoje, um Museu? Há um espólio, material e imaterial, que justifique um Museu do Mar “da Figueira”? Há uma vontade política, social, económica e cultural abrangente, que envolva todos os players, relativamente à necessidade de construção de um Museu do Mar? Já foi feito algum estudo sobre o esforço necessário para a concretização deste desiderato e respetivo impacte (económico, fi nanceiro, cultural, social)? A CIM-Região de Coimbra é/fará parte do projeto? O Turismo Centro Portugal já foi contactado? E o Ministério da Cultura, sabe? Algum dos pré-auto-envolvidos na “discussão” (os presidentes das Juntas de Buarcos e São Julião e de São Pedro e o presidente da Câmara), além de terem divulgado “que já têm um local”, realizou alguma reunião (de trabalho, estratégica ou sequer para auscultação) sobre o assunto?
Não tenho dúvida em afirmar que a resposta é um “não” a (quase) todas as perguntas atrás formuladas, pelo que mal vai um concelho no qual a falta de desígnio proporciona a continuação desta tendência para começar a casa pelo telhado, com as consequências que todos estamos a ver."


Via Diário as Beiras 

Nota via OUTRA MARGEM. 
Na altura, comprar o Palácio de Maiorca, o Convento de Seiça e fazer o Caríbe foram  as prioridades...
Estávamos em 1998 na Figueira da Foz.
Santana Lopes tinha tomado posse de presidente da Câmara Municipal há poucos meses.
Com o apoio do Centro de Estudos do Mar - CEMAR, uma comissão de cidadãos (constituída por Manuel Luís Pata - que, então, estava a publicar os seus livros sobre a Figueira da Foz e a Pesca do Bacalhau, e já era associado do CEMAR - e pelos últimos Capitães figueirenses desse navio: o Capitão Marques Guerra e o Capitão Abreu da Silva) desenvolveu esforços para tentar salvar da destruição e da sucata o último de todos os navios bacalhoeiros da Figueira da Foz (o "José Cação", antigo "Sotto Mayor").
Com o declínio das pescas portuguesas, fruto em grande parte da adesão à União Europeia, após o falhanço da tentativa levada a cabo nos anos de 1998 e 1999 de transformar este navio em museu - a Câmara da Figueira presidida então por Santana Lopes não apoiou a iniciativa da sociedade civil - o “José Cação” acabou na sucata por volta de 2002-2003.
Recordo, um pequeno excerto de uma  interessante crónica de Manuel Luís Pata, publicada no jornal O Figueirense, em 2.11.207.
"A pesca do bacalhau foi a indústria que mais contribuiu para o desenvolvimento da Figueira da Foz. Nas campanhas de 1913/14 foi este o porto que mais navios enviou à Terra Nova (15 navios), ou seja, quase metade de toda a frota nacional. Hoje o que resta? Nada de nada!”
Foi assim que as coisas se passaram, mas tudo poderia ter sido diferente. Recordo as palavras do vereador então responsável, Miguel Almeida de seu nome: “esta proposta (a oferta do navio que o dr. António Cação fez em devido tempo à Câmara Municipal da Figueira da Foz, presidida na altura por Santana Lopes) foi o pior que nos podia ter acontecido”.
Como disse na altura Manuel Luís Pata, “nem toda a gente entende que na construção do futuro é necessário guardar a memória”
E, assim,  o “José Cação” foi para a sucata. Como sublinhou Álvaro Abreu da Silva, o seu último Capitão, "foi e levou com ele, nos ferros retorcidos em que se tornou, a memória das águas que sulcou e dos homens que na sua amurada se debruçaram para vislumbrar os oceanos”.

quarta-feira, 11 de junho de 2014

Engenheiro Baldaque da Silva, João Pereira Mano e Manuel Luís Pata

“Em 1913 o engenheiro Baldaque da Silva apresentou o seu projecto de construção de um porto oceânico e comercial ao sul do Cabo Mondego. Fê-lo sob a curiosa designação de “Representação dirigida ao Congresso Nacional da República Portuguesa sobre o engrandecimento da Beira e a construção do porto oceânico comercial do Cabo Mondego”, apoiado no tratamento estatístico da actividade económica de toda a região.
Não é o do conhecimento do autor destas linhas as razões da sua não materialização e se a mesma teria viabilidade técnica e económica, sendo embora um apetecível exercício de imaginação reflectir sobre essa possibilidade. O facto é que o projecto foi apresentado, devidamente fundamentado, com um cunho eminentemente regionalista apoiado na evidente preocupação de juntar sinergias.

Aproveitando a boleia da crónica desta semana do eng. Daniel Santos no jornal As Beiras, recordo um texto do CapitãoJoão Pereira Mano,  (autor de "Terras do Mar Salgado: São Julião da Figueira da Foz…" [1997], Associado  Honorário do CEMAR-Centro de Estudos do Mar [2008], e Medalha de Ouro de Mérito, a título póstumo [2012], da cidade da Figueira da Foz), acerca do Com. Antonio Arthur Baldaque da Silva e acerca do seu projecto de porto oceânico de águas profundas a construir no Cabo Mondego (Buarcos):
(…) Autor de diversos projectos de portos portugueses, e mesmo estrangeiros, o engenheiro Baldaque da Silva — filho do engenheiro Silva que em 1859 conseguiu restabelecer a barra da Figueira ao Norte, depois de ter construído o dique ou paredão do Cabedelo —  foi o autor do projecto do “Porto oceânico-comercial do Cabo Mondego” que, além do molhe de abrigo  —  agora muito bem lembrado na imprensa pelo figueirense Bruno de Sousa  —  delineava uma doca comercial de 52 hectares de área, só aberta nos 150 metros da sua entrada, limitada a Oeste pela parte do molhe que termina nos Formigais, e concluía por uma portentosa rede de canais a ligar o novo porto a Aveiro, Leiria e Coimbra — já não  falando em estruturas diversas, como sejam diques, doca de pesca e o respectivo cais. Na altura, e ainda anos depois, os jornais da Figueira bateram-se pela execução deste, ou de parte deste projecto, tendo mesmo “A Voz da Justiça” começado a publicar o trabalho deste denodado engenheiro hidrógrafo, a partir do  nº 1136, de 21 de Out. de 1913. Mas, como é óbvio, nada conseguiram. Porém, se a Figueira quiser ter um PORTO só ali o terá. Como a Cidade Invicta  teve o seu em Leixões. E, no Cabo Mondego, há ou havia, para tal, condições muito mais propícias do que aquelas que a foz do rio Leça ofereceu
(in MANO, João Pereira, Terras do Mar Salgado: São Julião da Figueira da Foz, São Pedro da Cova-Gala, Buarcos, Costa de Lavos e Leirosa, Figueira da Foz: Centro de Estudos do Mar, 1997, pp. 321-322.)

E, já agora, aproveito para recordar ainda o que me tem dito ao longo dos anos o velho e experiente Manuel Luís Pata, nas inúmeras e enriquecedoras conversas que ao longo da minha vida com ele tenho tido:  “a Figueira nasceu numa paisagem ímpar. Porém, ao longo dos tempos, não soubemos tirar partido das belezas da Natureza, mas sim destruí-las com obras aberrantes. Na sua opinião, a única obra do homem  de que deveríamos ter orgulho e preservá-la, foi a reflorestação da Serra da Boa Viagem por Manuel Rei. Fez o que parecia impossível, essa obra foi reconhecida por grandes técnicos de renome mundial. E, hoje, o que dela resta? – Cinzas!..

domingo, 18 de fevereiro de 2024

Quem é o fiel da balança na gestão do actual executivo da câmara Municipal da Figueira da Foz?

Foto da reunião realizada na passada sexta-feira
Conforme expliquei aqui,  a água, em todo o lado e também na Figueira, é essencial à vida e à saúde das pessoas. Sem ela não é possível uma vida digna. No nosso concelho, a realidade dos dias de hoje, também no domínio do abastecimento de água e do saneamento, apresenta um quadro preocupante. Estamos entregues ao “mercado”.

Todavia, para não irmos muito ao passado, pois isso pode bulir e fazer cócegas em mentes mais sensíveis ao bom uso da memória, recuemos apenas menos de 2 anos atrás. No dia 8 de Novembro de 2022, Ricardo Silva tinha a seguinte posição «o vereador do PSD no município da Figueira da Foz defendeu que a Câmara deve assumir a gestão do abastecimento público de água e não aumentar o tarifário para 2023, e explicou aceitar, no limite, uma atualização de 02%. 

Na altura, em comunicado, na véspera deste eventual aumento ir a votação no município, Ricardo Silva considerou que “o aumento da tarifa da água de 11,3%, proposto pela concessionária, revela uma insensibilidade e aproveitamento abusivo de uma situação excecional que todos vivem, no país e no estrangeiro”. “Um abuso total, porque é a tentativa de transposição de uma taxa de inflação global, que não é suportável para ninguém no país, em situação nenhuma, muito menos nos vencimentos e no rendimento das pessoas, sendo perfeitamente inadmissível”, referiu o único vereador do PSD no executivo figueirense, na altura na oposição, isto antes do acordo que foi feito em Abril passado com a direcção nacional do PSD, ele próprio Ricardo Silva e o presidente Santana, cujos contornos mínimos ninguém conhece. Ricardo Silva salientou mais: que a empresa Águas da Figueira, a quem está concessionado o serviço de abastecimento, obteve lucros de cerca de 20 milhões de euros nos últimos 10 anos, sem que se conheçam “grandes investimentos em infraestruturas nos últimos anos!”. “Tudo isto à custa de uma das tarifas mais altas que se pratica em Portugal”, sublinhou o social-democrata, considerando que a concessionária “não está a cumprir os objetivos estipulados no objeto da concessão”. Insistiu também na necessidade de serem efetuadas auditorias técnicas e financeiras independentes. Para o autarca, “torna-se necessário realizar um balanço e proceder a uma avaliação dos diversos aspetos inerentes ao contrato de concessão e ao desempenho da concessionária, no que respeita à prestação do serviço público concessionado”. O vereador "defendia o regresso da gestão do serviço de abastecimento público ao domínio municipal, à semelhança dos municípios de “Mafra, Setúbal, Santo Tirso, Paredes e Paços de Ferreira”.

Em reunião de câmara realizada na passada sexta-feira, agora com Ricardo Silva como vereador da situação, a autarquia da Figueira da Foz deliberou prolongar até 2042 o contrato de concessão da exploração do sistema de distribuição de água e saneamento.

Como sabemos, neste mandato autárquico A FAP tem 4 mandatos; o PS 4; e o fiel da balança quem é? O Psd Figueira Da Foz - na prática o vereador Ricardo Silva - com 1. 

O que é que mudou desde 8 de Novembro de 2022 e 17 de Fevereiro de 2024? Ricardo Silva, passou da oposição à situação: é vereador excutivo. Isso, neste momento, determina o que se passa na gestão do actual executivo autárquico presidido pelo Dr. Santana Lopes. Para bem ou para o mal, o seu voto é decisivo.

terça-feira, 13 de julho de 2021

A CDU apresentou o seu candidato a presidente de câmara da Figueira da Foz

"Esta candidatura à Câmara Municipal da Figueira da Foz tem como principal objectivo a eleição de pelo menos um Vereador de forma a podermos alterar o bloco de interesses constituído pelo PSD e o PS que governaram e governam o nosso Município há pelos menos 24 anos. 

Estes são os anos que que tenho como residente. Aqui resido desde 1987 e na freguesia de Tavarede. Queremos ser uma alternativa credível e com futuro para o desenvolvimento harmonioso e sustentável do nosso Concelho e para a melhoria das condições de vida das pessoas que aqui nasceram, habitam, trabalham ou vivem. 

A sensação que me é transmitida pela grande maioria das pessoas que contacto, quer a nível pessoal quer profissional, é a de uma cidade e de um concelho amorfos, com perda de influência e importância, quer no panorama nacional quer regional. Hoje cidades e concelhos próximos, como Aveiro, Pombal, Leiria e até Cantanhede cresceram e crescem a “olhos vistos”. Esta percepção, aliás, é confirmada pela perda de mais de quatro mil residentes entre os anos de 2010 e 2019, com cada vez menos jovens aqui permanecendo e uma população cada vez mais envelhecida, devido à falta de investimento, na criação de emprego sustentável e de qualidade, que ajude a fixar os nossos jovens e traga outros que aqui possam e queiram fixar- se e viver. 

Esta candidatura não é só esta minha visão e vontade, mas também a visão e a forte vontade de todo um colectivo que pretende transformar e melhorar a vida de todos os Figueirenses, dos que aqui vivem ou trabalham, ou simplesmente nos queiram visitar. Assim necessitamos de uma visão estratégica de desenvolvimento e de captação de investimento, não estarmos sempre amarrados a decisões/opções casuísticas que nos consomem os recursos públicos e que nada trazem ou contribuem para a melhoria da nossa qualidade de vida. 

Defendemos uma visão integrada para o desenvolvimento e melhoria de vida dos nossos concidadãos, abrangendo áreas como o desenvolvimento económico do Concelho, novas políticas de distribuição de água, transportes e vias de comunicação, saúde, educação, cultura e desporto, e diferentes concepções de habitação e urbanismo, PDM e ambiente e turismo. 

Assim, seremos sempre intransigentes na defesa das unidades produtivas já sediadas no nosso território, bem assim das “nossas” actividades económicas tradicionais ligadas à salicultura e actividades associadas, da agricultura e das pescas, nomeadamente a pesca artesanal e costeira, onde se incluiu a emblemática “arte xávega”. Na defesa do Porto Comercial da Figueira da Foz enquanto instrumento e vector indispensável ao desenvolvimento regional e do Concelho. Pela reactivação da indústria de construção naval. Quanto ao comércio tradicional, que no discurso oficial é sempre tão valorizado, temos a dizer que o mesmo tem sido sistematicamente destruído pela continuada complacência municipal para a instalação de novas superfícies comerciais. Brevemente seremos “brindados” com mais uma. 

Por força destas situações a Figueira da Foz merece, sem sombra de dúvida, o “título” que já “ganhou” de “A Cidade Supermercado”. Assim continuaremos a opôr-nos de forma firme e resoluta, como aliás sempre o fizemos, contra a instalação de mais médias/grandes superfícies comerciais defendendo, assim, os nossos pequenos comerciantes e trabalhadores do sector e o nosso mercado municipal. Defendemos a criação de apoios a micro e pequenos comerciantes e/ou industriais que na área do nosso Município sejam geradores de emprego permanente e de qualidade, através de políticas municipais concertadas. 

Como há quatro anos, defendemos a instalação e desenvolvimento dos Parques Industriais de Ferreira-a-Nova e do Pincho, uma vez que até à data nada foi feito. Defendemos a necessidade absoluta de apostar nos transportes urbanos, nomeadamente colectivos, que efectivamente sirvam as populações e as suas necessidades de mobilidade, alargando o seu âmbito nomeadamente à circulação entre as freguesias e a sede do Concelho, uma vez que os actualmente existentes são desajustados às necessidades das populações. Apostaremos na criação de vias de comunicação modernas e não degradadas e em parques de estacionamento que realmente sirvam a cidade e os munícipes e longe da “praga dos parquímetros” que actualmente enxameiam a nossa Cidade. Defendemos, como aliás sempre fizemos, a requalificação da linha da ferrovia suburbana entre Figueira da Foz/Coimbra, a reposição das ligações ferroviárias entre Figueira da Foz/Lisboa (Intercidades) pela linha do Oeste e a reposição e reactivação da linha ferroviária da Beira Alta, entre a Figueira da Foz e a Pampilhosa. Defendemos a criação e rápida implementação de uma travessia fluvial entre as duas margens do rio, tendo em conta a harmonização da vivência entre margens, uma vez que o rio é hoje um factor de separação e não de união entre a parte Norte (nomeadamente com a Cidade) e a parte Sul do Concelho. Defendemos um Hospital Distrital da Figueira da Foz dotado com valência de urgência médico/cirúrgica e de condições materiais e humanas de modo a que possa cumprir a sua missão com garantia de rapidez e qualidade. Tal como há quatro anos, continuamos a defender a criação de uma Unidade de Cuidados Intensivos Polivalentes, com valência de Cuidados Paliativos, a qual pode vir a ser instalada nas antigas instalações da “Casa da Mãe”. Defendemos a criação nas Unidades de Saúde de Buarcos/São Julião, Alhadas e Lavos da valência de cuidados de saúde dentária. Defendemos a reinstalação das extensões de saúde entretanto encerradas aquando da reorganização administrativa do território e que determinou a extinção de várias freguesias do nosso Município, facto que repudiámos desde a primeira hora. Defendemos a celebração de protocolos com Universidades de modo a que possam ser instalados Polos de Ensino Superior, de modo a valorizar os nossos jovens e a evitar que se tenham de deslocar do seu meio natural para conseguirem realizar a sua valorização educativa, e o nosso Concelho e Cidade. Defendemos uma política cultural diferente, dada a actual falta de capacidade para exploração das actividades culturais e um sub aproveitamento dos equipamentos culturais existentes. Há uma evidência de que não existe nada pensado nem estruturado com vista a atingir a modernidade deste objectivo. A Figueira da Foz neste plano, vive de espectáculos avulsos, destinados a uma reduzida faixa da população. 

A incompetência do Município nesta matéria é tal que fica espelhada na grotesca falta de qualidade com que foram assinaladas as “Festas da Cidade” e no entanto existem no Concelho competências com provas dadas nesta área. A CDU propõe-se colocar estas ao serviço da Comunidade e no relançamento de uma nova imagem de marca do nosso Concelho. Promovendo, desde logo, a obra artística e cultural de Figueirenses, nascidos ou de coração que vêem com tristeza o marasmo existente. Queremos e defendemos uma política cultural diversificada, privilegiando os contributos do movimento associativo local, com a promoção de adequado financiamento das suas actividades, bem assim como o apoio aos jovens criadores culturais, com a organização de iniciativas regulares de mostra das suas produções. Defendemos a requalificação, ajardinamento e respectiva manutenção em tempo útil, de todas as Urbanizações e áreas urbanas construídas no nosso Concelho, o plantio de árvores que favoreçam a criação de zonas de sombra, rectificação, requalificação e arranjo das zonas pedonais, implementação de sinalização horizontal de trânsito e instalação de equipamentos de descanso e lazer. Para nós, CDU, a reconstituição da Empresa Municipal de Águas da Figueira é uma opção estratégica, difícil, mas não impossível desde que haja vontade para o fazer. Não é admissível que este “bem público” se tenha transformado num lucrativo negócio privado onde o principal lesado é o consumidor. Defendemos a protecção da Serra da Boa Viagem, com o seu património histórico, arqueológico, geológico e natural, assim como do restante património florestal do concelho. O aproveitamento parta fins comunitários e ao serviço das populações das zonas circundantes e envolventes às Lagoas da Vela e de Braças, que tanto têm sofrido e se encontram voltadas ao ostracismo pela falta de iniciativa municipal para o seu desenvolvimento. Estaremos atentos e teremos sempre uma palavra a dizer relativamente à poluição industrial, que tem sido sistematicamente ignorada e silenciada, à erosão costeira e em defesa das populações que pela mesma se encontram ameaçadas, à zona da Morraceira e ao vasto areal urbano. Quanto à Cidade defendemos e temos uma visão estratégica que visa a devolução na sua plenitude de toda a zona ribeirinha, desde a Fontela à Foz do rio, fazendo assim uma simbiose entre esta e o seu rio, proporcionando à população a sua fruição para o lazer e a prática de actividades lúdicas e ligadas ao rio. Enquanto força colectiva temos ainda muitas e variadas ideias sobre as matérias que explanamos bem assim como noutras que, ao longo deste tempo que nos separa do dia de hoje até ao encerramento da campanha eleitoral que se avizinha, iremos desenvolver, defender e transmitir aos Figueirenses, sempre no superior interesse dos mesmos. 

Aproveitaremos este tempo que vamos ter pela frente para com o nosso espírito colectivo de dedicação à causa pública expormos e nos debatermos pelas nossas ideias e propostas, nunca virando a cara à luta. Apresentaremos aos Figueirenses e aos que escolheram e adoptaram esta cidade e concelho como seus, o nosso compromisso firme de com trabalho, honestidade e competência levarmos a “bom porto” o caminho que falta percorrer para promovermos o bem estar, aumentar a qualidade de vida dos nossos munícipes e trabalhadores deste nosso bem querido Concelho, satisfazendo assim as suas necessidades básicas. Sabem que podem e devem contar sempre connosco e com o nosso espírito de resistência e resiliência, pois nunca desistimos. No dia do acto eleitoral apelamos ao vosso voto. Apelamos ao voto na CDU para assim podermos atingir os objectivos a que nos propusemos e termos uma palavra a dizer nos destinos no nosso Município quanto ao progresso e bem estar das nossas populações." 

13/7/2021 Declaração Bernardo Reis, candidato CDU à Câmara Municipal da Figueira da Foz

sexta-feira, 15 de março de 2019

A Figueira ficou mais pobre: morreu o Capitão Guerra, um dos figueirenses que tentou salvar da sucata o último de todos os navios bacalhoeiros da Figueira da Foz (o "José Cação", antigo "Sotto Mayor")

Imagem Diário as Beiras

Na altura, comprar o Palácio de Maiorca, o Convento de Seiça e fazer o Caríbe foram  as prioridades...


"O dr. António Cação ofereceu o navio à Câmara Municipal e não foi aceite tão preciosa oferta. Que belo seria podermos ver hoje o navio José Cação instalado numa abertura feita na Morraceira, junto à Ponte dos Arcos. Ílhavo tem um belo museu, o navio Santo André e tem o casco do Santa Maria Manuela, o qual pensam aparelhar para pôr a navegar. E o que tem a Figueira que honre os seus filhos?" - palavras de Manuel Luís Pata.

Estávamos em 1998 na Figueira da Foz.
Santana Lopes tinha tomado posse de presidente da Câmara Municipal há poucos meses.
Com o apoio do Centro de Estudos do Mar - CEMAR, uma comissão de cidadãos (constituída por Manuel Luís Pata - que, então, estava a publicar os seus livros sobre a Figueira da Foz e a Pesca do Bacalhau, e já era associado do CEMAR - e pelos últimos Capitães figueirenses desse navio: o Capitão Marques Guerra e o Capitão Abreu da Silva) desenvolveu esforços para tentar salvar da destruição e da sucata o último de todos os navios bacalhoeiros da Figueira da Foz (o "José Cação", antigo "Sotto Mayor").
Com o declínio das pescas portuguesas, fruto em grande parte da adesão à União Europeia, após o falhanço da tentativa levada a cabo nos anos de 1998 e 1999 de transformar este navio em museu - a Câmara da Figueira presidida então por Santana Lopes não apoiou a iniciativa da sociedade civil - o “José Cação” acabou na sucata por volta de 2002-2003.
Recordo, um pequeno excerto de uma  interessante crónica de Manuel Luís Pata, publicada no jornal O Figueirense, em 2.11.207.
"A pesca do bacalhau foi a indústria que mais contribuiu para o desenvolvimento da Figueira da Foz. Nas campanhas de 1913/14 foi este o porto que mais navios enviou à Terra Nova (15 navios), ou seja, quase metade de toda a frota nacional. Hoje o que resta? Nada de nada!”
Foi assim que as coisas se passaram, mas tudo poderia ter sido diferente. Recordo as palavras do vereador então responsável, Miguel Almeida de seu nome: “esta proposta (a oferta do navio que o dr. António Cação fez em devido tempo à Câmara Municipal da Figueira da Foz, presidida na altura por Santana Lopes) foi o pior que nos podia ter acontecido”.
Como disse na altura Manuel Luís Pata, “nem toda a gente entende que na construção do futuro é necessário guardar a memória”
E, assim,  o “José Cação” foi para a sucata. Como sublinhou Álvaro Abreu da Silva, o seu último Capitão, "foi e levou com ele, nos ferros retorcidos em que se tornou, a memória das águas que sulcou e dos homens que na sua amurada se debruçaram para vislumbrar os oceanos”.

domingo, 28 de junho de 2015

A Figueira e o mar...

Navio "JOSÉ CAÇÃO"o último bacalhoeiro da  Figueira da Foz, numa foto tirada a 14 de Maio de 2002
"O dr. António Cação ofereceu o navio à Câmara Municipal e não foi aceite tão preciosa oferta. Que belo seria podermos ver hoje o navio José Cação instalado numa abertura feita na Morraceira, junto à Ponte dos Arcos. Ílhavo tem um belo museu, o navio Santo André e tem o casco do Santa Maria Manuela, o qual pensam aparelhar para pôr a navegar. E o que tem a Figueira que honre os seus filhos?" - palavras de Manuel Luís Pata.

Estávamos em 1998 na Figueira da Foz.
Santana Lopes tinha tomado posse de presidente da Câmara Municipal há poucos meses.
Com o apoio do Centro de Estudos do Mar - CEMAR, uma comissão de cidadãos (constituída por Manuel Luís Pata - que, então, estava a publicar os seus livros sobre a Figueira da Foz e a Pesca do Bacalhau, e já era associado do CEMAR - e pelos últimos Capitães figueirenses desse navio: o Capitão Marques Guerra e o Capitão Abreu da Silva) desenvolveu esforços para tentar salvar da destruição e da sucata o último de todos os navios bacalhoeiros da Figueira da Foz (o "José Cação", antigo "Sotto Mayor").

Com o declínio das pescas portuguesas, fruto em grande parte da adesão à União Europeia, após o falhanço da tentativa levada a cabo nos anos de 1998 e 1999 de transformar este navio em museu - a Câmara da Figueira presidida então por Santana Lopes não apoiou a iniciativa da sociedade civil - o “José Cação” acabou na sucata por volta de 2002-2003.
Recordo, um pequeno excerto de uma  interessante crónica de Manuel Luís Pata, publicada no jornal O Figueirense, em 2.11.207, que pode ser lida na íntegra aqui.
"A pesca do bacalhau foi a indústria que mais contribuiu para o desenvolvimento da Figueira da Foz. Nas campanhas de 1913/14 foi este o porto que mais navios enviou à Terra Nova (15 navios), ou seja, quase metade de toda a frota nacional. Hoje o que resta? Nada de nada!” 

Foi assim que as coisas se passaram, mas tudo poderia ter sido diferente. Recordo as palavras do vereador então responsável, Miguel Almeida de seu nome: “esta proposta (a oferta do navio que o dr. António Cação fez em devido tempo à Câmara Municipal da Figueira da Foz, presidida na altura por Santana Lopes) foi o pior que nos podia ter acontecido”.
Como disse na altura Manuel Luís Pata, “nem toda a gente entende que na construção do futuro é necessário guardar a memória”.  
E, assim,  o “José Cação” foi para a sucata. Como sublinhou Álvaro Abreu da Silva, o seu último Capitão, "foi e levou com ele, nos ferros retorcidos em que se tornou, a memória das águas que sulcou e dos homens que na sua amurada se debruçaram para vislumbrar os oceanos”.

quarta-feira, 3 de outubro de 2018

A não perder: “10 e 10” ...

Um programa semanal de entrevistas informais, com música e público ao vivo, em formato de ‘talk show’ norte-americano e produzido por Jot’Alves, jornalista do diário ‘As Beiras’, estreia hoje numa colectividade da Figueira da Foz.

“A ideia já é antiga e surgiu porque acredito que a Figueira da Foz tem massa crítica para, por um lado, suportar um programa com esse formato e, por outro lado, acho que precisa desse tipo de formato de entrevista descontraída”, disse à agência Lusa o entrevistador e autor do programa.

Jot’Alves – nome profissional do jornalista – explicou que o novo formato “é para ser semelhante a um ‘talk show’ norte-americano, mas em versão local”, já que os promotores não dispõem dos meios, “nem de produção nem orçamentais”, para equiparar o programa aos seus congéneres televisivos do outro lado do Atlântico.

Para além das entrevistas semanais com duração de aproximadamente 50 minutos a um convidado, figura pública da Figueira da Foz, realizadas no palco da Sociedade Filarmónica Dez de Agosto, umas das mais antigas colectividades do concelho, perante uma plateia com 150 lugares sentados, o programa inclui música ao vivo a abrir e a fechar, e a exposição, no cenário, de trabalhos de um artista plástico.

O programa intitula-se “10 e 10” – numa alusão ao local da entrevista, a Dez de Agosto e a hora agendada para começar, às 22:00 – e o público presente não fará perguntas ao entrevistado, “porque não é o espírito do programa e pode correr-se o risco, até, de o desvirtuar”, esclareceu Jot’Alves.

Já os entrevistados “têm de ter um perfil adequado” ao formato do programa: “Tem de ser uma pessoa bem-disposta, descontraída, comunicativa e que aceite ser submetida a algumas surpresas e provocações que não serão de nenhum modo confrangedoras, serão coisas muito suaves”, disse o jornalista, sem, no entanto, revelar mais pormenores.

O primeiro convidado é João Damasceno, administrador da empresa Águas da Figueira, concessionária de águas e saneamento da Figueira da Foz, mas também ator de teatro e de cinema. A conversa versará sobre a área profissional do entrevistado, embora esse não seja o foco primordial da entrevista, avisa o jornalista.

No dia 10, o entrevistado é Miguel Babo, “uma personalidade multifacetada”, já que para além de vereador da oposição PSD no executivo municipal, é encenador teatral, actor e organizador de um festival internacional de xadrez, “outra pessoa que se enquadra no perfil deste tipo de programa, que não é uma entrevista jornalística pura e dura”, reafirmou Jot’Alves.

“É um espaço diferente, não é um espectáculo, não é um espaço de entretenimento, mas é uma entrevista informal e, acima de tudo, é um programa despretensioso”, acrescentou.

A primeira série do “10 e 10” começa hoje e decorre até ao natal, sempre nas instalações da Dez de Agosto, com transmissão em direto para a rede social Facebook na página do Diário As Beiras, jornal que depois publicará uma síntese dos momentos mais importantes.

O programa será ainda gravado e transmitido, em diferido, na rádio local Foz do Mondego.

“Depois de tantos anos a fazer entrevistas semanais [na rádio e numa televisão local] sérias e objectivas, também senti a necessidade de ter uma relação profissional diferente com os interlocutores habituais, num registo muito mais descontraído e informal”, concluiu Jot’Alves.

Via AS BEIRAS

sábado, 27 de março de 2021

Novidades do lar: "correu tudo mal e estou sem água desde ontem à noite"...

Paguei a conta, mas tenho o abastecimento de água cortado...

Imagem António Agostinho
«Aviso à população | Interrupção no abastecimento de água...

O Município da Figueira da Foz informa que, devido a uma rutura na conduta de abastecimento de água na zona sul, o fornecimento de água está interrompido.


Previsão de restabelecimento entre as 21h00 e as 22h00.

Mais se informa que se encontram dois veículos tanque a fornecer água junto ao Largo da Igreja de São Pedro e ao Estacionamento da Praia da Cova."

«A margem sul da Figueira da Foz ficou, na sexta-feira, às 21H00, sem fornecimento de água devido a uma dupla rotura na rede. Entretanto, foram utilizados os reservatários, o que permitiu repor o serviço às populações situadas a sul de Armazéns de Lavos, mas a Zona Industrial e a Freguesia de São Pedro terão de esperar pela reparação da avaria, que deverá acontecer até ao final deste sábado.

A concessionária de água e saneamento, Águas da Figueira, está, desde as primeiras horas do dia, a trabalhar na reparação da rotura. Ao início da tarde, o diretor-geral da empresa, João Damasceno, adiantou ao DIÁRIO AS BEIRAS que se trata de uma avaria que demora a reparar, sustentando, no entanto, que o problema ficará resolvido hoje.

Para assegurar o fornecimento de água ao hospital, lares e outros equipamentos sociais sensíveis, foram mobilizados autotanques dos Bombeiros Voluntários da Figueira da Foz. Por outro lado, foi acionada a Estação de Tratamento de Água de Lavos, fornecida por furos da concessionária e com o apoio de água fornecida pelas unidades industriais  do setor do papel Celbi e The Navigator Company.

“Correu tudo mal, porque houve uma dupla rotura, na conduta principal e na conduta de reserva. Não é normal, mas aconteceu”, esclareceu o presidente da Câmara da Figueira da Foz, Carlos Monteiro, ao DIÁRIO AS BEIRAS.

A rotura de uma adutora instalada na zona portuária, na margem norte da cidade, conjeturou, o autarca, “poderá ter sido provocada pelo comboio a passar [na linha do porto comercial]”.»

terça-feira, 26 de novembro de 2019

Requalificação do núcleo antigo da Figueira da Foz: um ano de atraso já está garantido...



Imagens via Diário as Beiras
Texto via Notícias de Coimbra
"A requalificação do núcleo antigo da Figueira da Foz, cujos trabalhos estiveram parados por dificuldades do anterior empreiteiro, foi retomada e deverá estar concluída no início de 2021, um ano após o prazo previsto, foi anunciado,
durante a reunião do executivo municipal realizada ontem de manhã.
O presidente, Carlos Monteiro, apresentou à vereação as alterações que serão efectuadas à obra – e que se prendem, maioritariamente, com a circulação viária entre a avenida ribeirinha e a zona mais interior da baixa daquela cidade litoral do distrito de Coimbra.
Segundo o autarca, o novo acordo com a empresa que ficou com a posição contratual da anterior está em vigor desde o início do mês e a intervenção tem a duração de 15 meses, o prazo inicial da obra.
Inicialmente orçada em 2,5 milhões de euros e já com alguns trabalhos executados – entre outros, um parque de estacionamento na encosta entre a igreja matriz e a rua dos Bombeiros Voluntários – o valor final deverá ascender a perto de três milhões.
“Faltam dois milhões de obra”, explicou a vice-presidente da autarquia, Ana Carvalho.
A prioridade camarária passa por concluir o que já foi iniciado – nomeadamente o troço da rua dos Combatentes da Grande Guerra, que está interdito à circulação e intransitável devido aos trabalhos que se iniciaram e pararam no início do verão, situação tem motivados várias criticas de moradores e comerciantes – e não abrir mais do que duas frentes novas de obra de cada vez.
A requalificação do núcleo antigo da Figueira da Foz foi adjudicada pela Câmara Municipal há dois anos, em novembro de 2017, e o contrato da empreitada assinado em 2018, ainda na vigência do mandato de João Ataíde como presidente da autarquia.
Aquando da apresentação da obra, o ex-autarca – hoje deputado do PS e que renunciou ao cargo camarário em abril – anunciava a intenção de “valorizar” o centro histórico da Figueira da Foz, lembrando que a intervenção foi apresentada no âmbito do Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano Sustentável [PEDUS], que visava projectos que concorram para a diminuição das emissões de dióxido de carbono (CO2), melhoramento significativo de percursos pedonais ou retirada de automóveis dos núcleos urbanos.
No caso do núcleo antigo da Figueira da Foz, a obra visa uma zona da cidade entre as chamadas praças Nova (8 de Maio) e Velha (General Freire de Andrade), com ligação destas à avenida ribeirinha, e inclui ainda as ruas dos Combatentes da Grande Guerra, Santos Rocha, José da Silva Fonseca e Bombeiros Voluntários, com criação de novas zonas pedonais e adaptação dos sistemas de águas pluviais daquelas vias.
Na rua dos Combatentes da Grande Guerra, antes de a obra parar, a intervenção foi condicionada pela alegada descoberta de uma nova galeria subterrânea, identificada por arqueólogos, numa zona da cidade em que proliferam antigos ramais e cisternas de águas, referenciados em estudos desde os finais do século XIX.
Após a renúncia ao cargo de João Ataíde, o novo presidente da Câmara operou mudanças nos serviços de obras municipais – incluindo a saída do anterior director – e, perante os problemas com o anterior empreiteiro, o actual executivo redefiniu a intervenção, propondo cinco alterações, ontem apresentadas à vereação.
Uma delas, que não implica intervenção estrutural, passa pela alteração do sentido de trânsito na via a nascente do largo da Igreja Matriz, para facilitar o acesso ao novo parque de estacionamento, a partir da praça Velha."

Entretanto, a apresentação da remodelação da obra e respectiva calendarização foi ontem apresentada, publicamente, numa sessão com comerciantes e moradores da zona, que teve lugar nos Paços do Município pelas 18 horas.

sexta-feira, 23 de agosto de 2019

Empreitada da “Requalificação do Núcleo Antigo da Figueira da Foz”: PSD quer saber "o ponto da situação"

O presidente da Comissão Política de Secção do Partido Social Democrata da Figueira da Foz, e vereador na oposição, Ricardo Silva,  quer apurar o ponto da situação sobre as obras de requalificação do núcleo antigo da cidade.
Desta forma, o PSD local, via Requerimento solicita à autarquia o seguinte:
Foto sacada daqui


"1 - Cópia do “Livro de obra com o registo dos acontecimentos”, (registo de actas), da empreitada.

2 - Parecer da Entidade Gestora de Águas e Saneamento do Concelho da Figueira da Foz, “Águas da Figueira”:

          – Do projecto da empreitada a concurso.

          – Dos trabalhos executados, com as alterações ao projecto inicial.

3 - Alterações técnicas propostas pelo empreiteiro e respectivo suporte técnico.

4 - Relatórios do acompanhamento técnico de arqueologia.

5 -Toda a correspondência e os pareceres da Direcção Geral do Património Cultural desde a elaboração do projecto."

domingo, 18 de junho de 2023

Serviço público: por ser verdade e para que conste, "ao abrigo do acordo assinado entre a administração portuária e o município da Figueira da Foz, o edifício que serviu de sede administrativa do antigo parque de campismo, onde também funcionou um restaurante, uma esplanada e um café, ficou de fora da mudança de titulares dos imóveis"

Não sei porquê, mas quase sempre que vou ao Cabedelo, sou abordado sobre o estado de degradação do mamarracho com mau aspecto, que é agora o  edifício que serviu de sede administrativa ao antigo parque de campismo que existiu no Cabedelo.
Lá tenho que recorrrer ao que foi publicado pelo Diário as Beiras, na edição de 19 de Maio de 2023.
"Os concessionários que aguardavam luz verde para instalarem os seus equipamentos na zona requalificada do Cabedelo já podem levantar as licenças de construção, uma vez que a passagem dos terrenos e de três edifícios, da administração portuária para o Município da Figueira da Foz, já foi formalizada. 
São quatro os espaços concessionados: um destinado a restauração e os outros a escolas de surf. 
Àqueles quatro, em breve poderão juntar-se outros três. 
«Possivelmente, vamos avançar com a concessão dos balneários do antigo parque de campismo, que também deverão ser utilizados para apoios de praia [restauração], negócios relacionados com a actividade do surf ou outros» - disse na altura o vereador Manuel Domingues. 
Ao abrigo do acordo assinado entre a administração portuária e o município da Figueira da Foz, o edifício que serviu de sede administrativa do antigo parque de campismo, onde também funcionou um restaurante e café, ficou de fora da mudança de titulares dos imóveis. 
Para ver melhor, clicar na imagem
Este imóvel instalado na nova praça do Cabedelo é o mais cobiçado.  
O edifício-sede do antigo parque de campismo integra o estudo de viabilidade económica para a concessão da futura marina do Cabedelo, daí ter sido excluído do pacote de transferência de património da administração portuária para o município."

Recorde-se, que o edifício que serviu de sede administrativa do antigo parque de campismo, que eu conheço como as palmas das minhas mãos, que condicionou todo o projecto de requalificação do Cabedelo, que deu, por responsabilidade da gestão socialista então à frente da Câmara Municipal da Figueira da Foz, naquilo que já todos sabem, que se encontra em estado de degradação em marcha acelerada, tem tudo para tonar-se numa BELA e TURÍSTICA ruína, a acompanhar, num futuro não muito longínquo, a ruína geral que vai ser o resultado do plano de requlificação  do Cabedelo levado a cabo pelo município da Figueira da Foz entre 2017 e 2022.
Naqule edifício, em tempos não muito recuados, existiu, na minha opinião, a mais bela e aprazível esplanada debruçada sobre o mar do concelho da Figueira da Foz.
Isso, porém, são águas passadas. Neste momento, face ao estado do edifício, não seria mais precavido, sensato e lógico, tentar avançar já para a sua concessão e recuperação, em vez de se estar à espera de uma putativa concessão inserida no processo da futura marina do Cabedelo, que ninguém, neste momento, sabe quando vai acontecer, ou se vai mesmo acontecer?

quinta-feira, 18 de maio de 2006

Segundo o Diário as Beiras: lá para o fim do ano abastecimento de água vai melhorar em São Pedro



”O sul do concelho vai, dentro de um ano, passar a ser abastecido através da margem norte. A obra prevê o atravessamento do leito do rio por duas condutas.A adjudicação da obra de reformulação do abastecimento de água ao sul do concelho da Figueira da Foz, através da travessia do Rio Mondego, foi aprovada pela câmara municipal – com quatro votos contra, do PS. Os vereadores da oposição opuseram-se à empresa proposta pela Águas da Figueira por considerarem que “o ajuste directo não está fundamentado” e porque “a empresa escolhida para fazer a obra participou na elaboração do projecto”.De acordo com uma técnica camarária, a opção pelo ajuste directo fica a dever-se à particularidade desta intervenção e ao equipamento muito específico que será necessário utilizar para a sua concretização.Por seu lado, o presidente da câmara defendeu que a abertura de um concurso internacional, como o PS propôs, iria “atrasar esta obra entre 3 a 5 meses”.
Condutas a 12 metros de profundidade
Em declarações ao DIÁRIO AS BEIRAS, Rodrigues da Silva, da Águas da Figueira, adiantou que esta é uma obra orçada em cerca de 800 mil euros, estando prevista a colocação, não de uma, mas de “duas condutas, por questões de segurança”. Ainda de acordo com a administração da empresa concessionária, “as condutas, com 400 milímetros cada uma, atravessarão o leito do Rio Mondego e ficarão colocadas a cerca de 12 metros de profundidade”.As condutas serão colocadas no rio, junto à Estação dos Caminhos de Ferro, e irão sair na margem Sul, perto do barracão que o executivo de Santana Lopes adquiriu para instalar uma discoteca.Rodrigues da Silva adiantou que o objectivo é que esta obra esteja concluída “em Outubro ou Novembro deste ano”, de modo a que o sul do concelho seja abastecido de água no início do próximo ano. Para aquele responsável, “esta é a obra mais importante” realizada pela empresa concessionária dado o seu “grau de dificuldade”.Refira-se que, para dar seguimento a esta adjudicação, será ainda necessário aguardar pela autorização do Instituto Portuário de Transportes Marítimos (IPTM).”

quarta-feira, 11 de março de 2009

O mistério da nafta no portinho da gala

Foto de Pedro Cruz
Segundo os jornais, no final da tarde de sexta-feira passada, foi detectada nafta na zona da estação elevatória de S. Pedro.
Entretanto, na manhã de domingo, aconteceu algo igualmente imprevisto e, ainda, sem explicação técnica: escorreu combustível para o Portinho da Gala através da rede de águas pluviais.
De harmonia com o Diário as Beiras de ontem, a empresa Águas da Figueira “continuava sem ter elementos para poder avançar com uma explicação técnica.”
Por sua a vez, a Capitania do Porto da Figueira da Foz, ao mesmo tempo que ordenou a abertura de um inquérito para apurar responsabilidades, aguarda pelo resultado das análises à nafta recolhida a montante e a jusante do derramamento.
Importante, neste momento, era saber, com exactidão, como foi possível aparecer tanta nafta na rede das águas pluviais da freguesia de São Pedro.
Segundo as Beiras de ontem, “foram recolhidos cerca de 100 litros de combustível da zona portuária.”
A Capitania do Porto da Figueira da Foz, como era sua obrigação e responsabilidade, abriu um inquérito. Mas, será que alguma vez veremos esclarecido o mistério da nafta no portinho da gala?

quarta-feira, 22 de agosto de 2018

Sejamos francos, espontâneos, tolerantes e compreensivos: continuam a ser o que sempre foram - calculistas, objectivos e coerentes... O que seria a vida deles sem o Santana?..

"Confirmando-se o que se previa, alguns dos notáveis santanistas da Figueira da Foz estão a trocar o PSD pelo novo partido Aliança. Pereira da Costa, antigo secretário de Estado no Governo de Santana Lopes, deputado à Assembleia da República, deputado municipal e vereador na Figueira da Foz, foi o primeiro a desfiliar-se. 
Pereira da Costa adiantou ao DIÁRIO AS BEIRAS que trocou o PSD pelo Aliança de Santana Lopes por estar “um bocado desiludido com o PSD”, partido a que teve “orgulho de pertencer durante 20 anos”. Por outro lado, acrescentou: “Saí porque me revejo em absoluto nas linhas programáticas do dr. Pedro Santana Lopes”. Além da “profunda amizade” que os une. “Neste momento, estamos a tratar de recolher assinaturas para que o partido [Aliança] possa vir a existir. Na Figueira da Foz, irá ser uma tarefa fácil, seguramente”, concluiu. 
Rosário Águas, que foi secretária de Estado de Santana Lopes, deputada e vereadora, também já saiu do PSD. 
Por sua vez, Miguel Almeida – foi deputado, vereador, chefe de gabinete do antigo primeiro-ministro Santana Lopes e presidente da Concelhia do PSD - deverá formalizar em breve a saída. “Tenho uma decisão tomada, mas preciso de conversar com um grupo de pessoas com quem fiz uma caminhada de mais de 30 anos no PSD”, adiantou Miguel Almeida.
Ricardo Silva desvaloriza saídas 
“Quando me filiei no PSD, em 2001, fi-lo com convicção e consciência fortes nos seus princípios e valores, com base na realidade e experiência vividas com o dr. Pedro Santa Lopes, no exercício de um cargo público. Com a atual gestão política do PSD, sinto-me afastada dos princípios, valores e postura do partido. Por isso, a melhor opção é juntar-me ao dr. Pedro Santana Lopes, pelo que conheço da sua capacidade de realizar projetos políticos com valor fundado em valores”, declarou, por seu lado, Rosário Águas. 
“Todos aqueles que têm uma visão instrumental do PSD, admito que possam sair. Até ao momento, a única pessoa que me informou foi Pereira da Costa, que veio do CDS para o PSD a reboque de Santa Lopes, e, agora, vai novamente a reboque dele. [A sua saída] foi o melhor que podia ter acontecido ao PSD. Apesar de ter ocupado vários cargos políticos, não conheço nada que tenha feito, ou defendido, pela Figueira da Foz”, reagiu Ricardo Silva, presidente da Concelhia do PSD. 
Pereira da Costa optou por não comentar as afirmações do dirigente social-democrata. Por sua vez, Ricardo Silva não respondeu à pergunta sobre os danos que o Aliança poderá provocar ao PSD. Mas poderão ser consideráveis, se o êxodo de notáveis e históricos for, apenas, a ponta do iceberg e se se confirmar a expetável transferência de votos.
Lídio Lopes abandona atividade partidária 
Lídio Lopes, antigo presidente da Concelhia do PSD e vereador, ao contrário de outros militantes social-democratas figueirenses próximos de Santana Lopes, não vai aderir ao Aliança. No entanto, ressalvou que vai “apoiar a iniciativa”. “Focado nos bombeiros [preside à direção dos Voluntários da Figueira da Foz e integra os corpos sociais da Liga], estou afastado, definitivamente, da vida político-partidária”, garantiu o histórico do PSD. 
Ilídio Figueiredo (antigo presidente da Concelhia do PSD) e Lídio Lopes desempenham cargos de relevância na Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, ambos contratados pelo ex-provedor Pedro Santana Lopes. Ilídio Figueiredo afirmou a este jornal que ainda não decidiu se vai migrar para o Aliança. “Estou em reflexão”, garantiu. 
Santana Lopes deverá deslocar-se à Figueira da Foz em setembro, para se reunir com putativos aderentes ao partido que está a fundar." 
Texto Jot’Alves, via AS BEIRAS

terça-feira, 24 de agosto de 2021

E se passássemos ao que interessa: qual é a previsão para a conclusão das obras em curso na baixa?

Vamos andar uns anos para trás. Recuemos a sábado, 26 de maio de 2018.
A Câmara Municipal da Figueira da Foz ia iniciar a obra relativa à 1.ª Fase do que chamou “Requalificação do Núcleo Antigo da Figueira da Foz”, com o objectivo principal, de acordo com o que publicitou, de “proteger o ambiente e promover a eficiência dos recursos”.
Esta fase do projeto, orçada em €3.721.966,58, teve um apoio financeiro da União Europeia (PEDU) de € 2.615.000,00, sendo a contrapartida municipal de €1.106.966,58, durando no mínimo, até maio de 2019 (dois anos de obras).
No dia anterior, uma sexta-feira de  manhã, a Concelhia da Figueira da Foz do PSD, realizou uma conferência de imprensa na praça general Freire de Andrade.
Imagem via Diário as Beiras
O evento serviu para criticar o projecto de requalificação daquela zona do casco velho da baixa da cidade. Na opinião dos socialdemocratas, a intervenção urbanística que o executivo camarário socialista se preparava para iniciar naquele local, iria prejudicar o comércio tradicional e criar constrangimentos no trânsito. 
Passaram os dias, as semanas, os meses, os anos. A requalificação da Baixa figueirense tem sido um calvário, principalmente para os comerciantes com estabelecimentos na zona. 
Alguns, há muito, que estão desesperados. Já faliu o empreiteiro, já houve mudança de empreiteiro e estamos em pandemia (o covid tem costas larguíssimas). Tudo aconteceu. Até o inaudito:  intervenção foi condicionada pela alegada descoberta de uma nova galeria subterrânea, identificada por arqueólogos, numa zona da cidade em que proliferam antigos ramais e cisternas de águas, referenciados em estudos desde os finais do século XIX.
Quem não teve culpa, seguramente, foi a Câmara Municipal da Figueira da Foz. Os culpados foram os políticos que lá estão desde 2009. E que podem continuar, se os figueirenses assim o quiserem a partir de 26 de setambro de 2021. E, quem sabe, num dos cenários possíveis, com a ajuda deste PSD de Carlos Machado/Ricardo Silva. O mundo dá tantas voltas. E a política, na Figueira, também...
(Recordo, só por mera curiosidade, os primeiros cinco nomes da lista PSD à Câmara Municipal nas eleições de 26 de setembro próximo: Pedro Machado, Ricardo Silva, Cristina Quadros, Augusto Marques, António Albuquerque). 

Entretanto, recuemos de novo a sábado, 26 de maio de 2018. 
Na opinião da concelhia do PSD da Figueira da Foz,  esta obra era exemplificativa da forma como estava a ser dirigido o concelho: "sem estratégia, sem auscultação das populações, sem a preocupação de melhorar o nível de vida das populações, sem criar atrativos para os empresários instalados ou que se queiram instalar com vista à criação de emprego, o qual tanta falta faz aos nossos jovens, não promovendo também a consequente fixação de mais população no nosso concelho."

sábado, 18 de junho de 2022

Turismo figueirense

A crónica de António Agostinho publicada na Revista Óbvia em Maio de 2022.

Se nada for feito, dentro de poucos anos o turismo na Figueira poderá não passar de uma bela recordação. Neste momento, o produto turístico que a Figueira tem para  vender não é único no mercado do sector: o sol nasce em todo o lado. 

Por conseguinte, aquilo que a Figueira for capaz de oferecer, para além do sol, é que poderá atrair o turista. A praia, a não ser que um golpe de asa genial de Santana Lopes reverta a situação, há muito que deixou de ser aquela que Ramalho Ortigão viu em finais do século XIX: "a mais linda praia de Portugal!”  

A praia da Figueira, já não é a primeira praia de banhos portuguesa. Uma praia bela, que caprichosamente se estendia entre o Forte de Santa Catarina e a baía de Buarcos, banhada pelas águas límpidas e despoluídas do frio Atlântico, visão que se espraiava para poente, até ao longe, lá no horizonte longínquo, até tocar e se confundir com o azul do céu.


A partir da década de 60, quando os turistas ingleses abastados descobriram o Algarve, estâncias balneares como a Figueira, começaram a perder importância.

Na altura, a Figueira tinha uma actividade pujante nas pescas, nos têxteis, na indústria conserveira, exploração das salinas, estaleiros, no vidro. Foi por essa época, que foi implantada na Leirosa a primeira fábrica de pasta de papel. No interior do concelho, a agricultura e a pecuária ajudavam a compor o orçamento familiar.

Quando os decisores políticos e o sector ligado à actividade turística, começaram a descobrir e a perceber que, na Figueira, o turismo era uma actividade com retorno económico, com base nesta percepção, tentaram adaptar-se.

O primeiro erro histórico veio a seguir: deixaram  que fosse o turismo a ditar o desenvolvimento e não o desenvolvimento da região a potenciar a actividade turística. 

Aos poucos foram copiando alguns dos piores exemplos em matéria de urbanismo e ordenamento do território, aumentando a  capacidade hoteleira e de restauração, mas começando a diminuir os padrões de qualidade que caracterizaram o concelho nos anos 40 e 50 do século passado. Foi aí que teve início a transformação na urbe sem qualidade e esteticamente pouco harmoniosa  em que nos tornámos. Que o último executivo PS agravou, por exemplo, com as obras em Buarcos e a trapalhada que implantaram no Cabedelo. 

Registe-se, porém, que foi  na década de 80 que se cometeram os maiores atentados à sustentabilidade do meio ambiente. A Torre Jota Pimenta e o edifício Atlântico, são disso exemplo. Depois, para compor o ramalhete, veio o Galante. 


O termo sazonalidade faz parte do dia a dia de quem vive de e para o turismo na Figueira da Foz. Se, por um lado,  recebemos  milhares de turistas em determinados períodos, por outro lado,  não criámos  as infra estruturas de base consentâneas com uma actividade motor de toda uma região. 

Ao  turismo na Figueira, resta-lhe  funcionar paralelamente com as outras actividades económicas.  A Figueira é,  hoje, uma urbe desorganizada e carenciada ambientalmente, sem sustentabilidade e com fracas noções de estratégia de desenvolvimento.

O Turismo figueirense sofre uma concorrência feroz de mercados mais atraentes.

Pensar o futuro do turismo na Figueira, é definir  se queremos continuar a apostar no turismo da forma que temos feito até aqui, ou se queremos introduzir algo inovador que passe pelo planeamento e sustentabilidade. 

A meu ver, continua por definir o que precisa a Figueira da Foz em termos turísticos.

Continuamos "a viver um claro momento  de impasse". O "concelho continua doente. As aspirinas não resolvem nada". Continuamos "a precisar de antibióticos"...

 

O desígnio turístico figueirense está claro: "tornou-se um concelho organizador de eventos".

Organizar ou patrocinar alguns eventos, foi a grande ambição do turismo figueirense nos últimos anos. 

Até ao momento, o desígnio da actividade avulsa promovida neste sector nos úíltimos tempos continua. A verdade, porém, é que não existe qualquer lógica económica. A máquina de agitação e propaganda da autarquia atira para cima das pessoas uns números medidos a "olho".

No turismo, como em qualquer negócio, custa muito criar uma marca. E a Figueira da Foz, que já foi uma marca no turismo nacional – e muito importante –, hoje é um destino banal. Sem essa imagem de marca de qualidade, não é capaz de atrair alguns segmentos de clientes mais exigentes e com maiores recursos financeiros. É nos consumos dos que nos visitam, que vemos o poder de compra dos turistas que escolhem a Figueira da Foz. 

sábado, 23 de julho de 2016

Pessoal, vai ser um dia de alegria em que a saudade vai assaltar...

1911, Figueira da Foz. Nesse já longínquo ano, é fundada na Figueira da Foz pelos irmãos António e João Neto Braz, José Ribeiro Gomes e outros, nomeadamente Manuel Gaspar de Lemos, a Sociedade de Pesca Oceano, Lda.
O primeiro navio da empresa foi o lugre Oceano, comprado em Hamburgo em 1912.
Anos mais tarde, os irmãos Alberto e José Sotto Maior adquiriram a SPOL.
Foram eles que trouxeram para a Figueira um dos mais belos navios de que tenho memória: o José Alberto.
Os irmãos António e José Cação, passados alguns anos, assumiram a gerência da empresa, tendo depois ficado seus proprietários.  
E é assim que chegamos a 1973 e a minha vida se cruza, durante 10 anos, com o mundo SPOL, comandado pelo eng. Carlos António Andrade Cação.
O eng. Andrade Cação, nasceu na Figueira a 24 de julho de 1938. Licenciou-se em engenharia mecânica na Faculdade de Engenharia do Porto. Depois de ter passado pela Administração Geral do Porto de Lisboa, em 1967 tornou-se sócio da Sociedade de Pesca Oceano. Anos mais tarde, quando já era seu único dono, alargou a actividade da empresa ao arrasto costeiro, com os barcos Irene Doraty (a junção dos primeiros nomes da sua mãe e da sua tia) e o Natália Eugénia. A frota de arrasto costeiro da SPOL alargou, e na década de 80, chegou a ser composta por 6 unidades.
Porém, do meu ponto de vista, aquilo onde o eng. Andrade Cação deixou  a sua marca pessoal, aconteceu no final da década de 60 ao transformar o navio de pesca à linha Soto Maior (na altura o nome foi mudado para José Cação, o nome do seu tio) para o sistema de redes de emalhar, o que constituiu na altura uma atitude pioneira em Portugal.
Em 1971, comprou o Vaz, irmão gémeo do José Cação, que depois de também transformado para poder pescar com redes de emalhar, foi baptizado com o nome do seu pai - António Cação
Navio "JOSÉ CAÇÃO"o último bacalhoeiro da  Figueira da Foz,
 
numa foto tirada a 14 de Maio de 2002
Estes barcos pescaram até 1990 e foram os últimos navios da "Faina Maior" a operar no porto da Figueira da Foz.
Lamentavelmente, na Figueira, dessa memória nada resta.  
O “José Cação”, apesar dos esforços de homens como Álvaro Abreu da Silva, Manuel Luís Pata e Marques Guerra,  foi para a sucata. Como sublinhou Álvaro Abreu da Silva, o seu último Capitão, "foi e levou com ele, nos ferros retorcidos em que se tornou, a memória das águas que sulcou e dos homens que na sua amurada se debruçaram para vislumbrar os oceanos”.
E é esta realidade, que todos estes anos decorridos, logo mais, alguns dos sobreviventes, das largas centenas que passaram pela Morraceira e pelos barcos da SPOL, vão recordar num convívio que vai reunir algumas dezenas.