domingo, 8 de dezembro de 2024

O melhor texto que li sobre Mário Soares

A caricatura, por Rui Pereira

«A canonização de Mário Soares por ocasião dos cem anos sobre o seu nascimento tem pouco de surpreendente para quem conhecer de Serge Moscovici a definição de sociedade como “machine à faire des dieux”. Sacros ou profanos, os deuses que criamos destinam-se acima de tudo a abençoar os seus crentes e criadores e, já agora, se necessário, a amaldiçoar os seus incréus. Soares, como qualquer outra figura humana, assim o fez, honra lhe seja, não enquanto presumível deus, mas enquanto controvertido homem.

Transformar Mário Soares no homem a quem devemos a liberdade e a democracia, naquele que raramente teve dúvidas e nunca se enganou, como se deduz do encómio segundo o qual ele esteve sempre “do lado certo”, é um erro de destinatário, por um lado, e um golpe de facção, por outro lado.
Devemos abril aos seus militares. Devemos a revolução aos seus revolucionários. Devemos a contrarrevolução aos seus contrarrevolucionários, um dos quais foi, sem dúvida, Mário Soares. O mesmo Mário Soares que, com a coragem moral e física que devemos reconhecer-lhe, se reunia diariamente com Frank Carlucci no sótão da embaixada norte-americana em Portugal, enquanto gritava, mentindo publicamente, contra a sujeição dos comunistas a Moscovo (imagine-se que era Álvaro Cunhal quem se reunia diariamente com o embaixador soviético em Portugal!!!).
O mesmo Mário Soares que, com a coragem que se lhe deve reconhecer, encheu a Presidência da República de spinolistas que no PREC tinham organizado a conspiração consumada em novembro de 1975, num arco extenso que se estendia do ELP/MDLP, ex-agentes e responsáveis da PIDE/DGS até ao Partido Socialista, passando por embaixadas e serviços secretos como os alemães, a CIA ou o MI6 -de onde veio a bomba que matou o padre Max e a estudante Maria de Lurdes, por exemplo. Rui Mateus conta bem isso. E Edmundo Pedro, preso quando ia devolver as armas que lhe tinham sido entregues para o 25 de novembro, pode corroborar e bem o fez, como foi abandonado por Eanes e por… Mário Soares.
Uma coisa é jantar descontraidamente, ou viajar sibariticamente com Soares através do mundo, receber das suas mãos prémios (como foi o meu caso, enquanto jornalista, aliás) e prebendas, outra é partir daí para acreditar no slogan “Soares é fixe”. Soares era fixe para com quem era fixe para com ele. Quem não o fosse ou deixasse de o ser, percebia como o slogan era isso mesmo, uma invenção de propaganda.
Respeito a figura de Mário Soares, na medida em que se pode respeitar um adversário de valor. Não para lhe maquilhar de inteligência a esperteza, não para nele confundir a atração que o seu poder exercia sobre a intelectualidade aprazível com algum dote de cultura excecional. Soares era um político hábil, muitas vezes no pior sentido deste adjetivo aplicado àquele substantivo, mas não era um intelectual. Foi uma figura histórica, mas não um vulto da cultura. Teve um programa ideológico-político para o país e um projeto pessoal para si mesmo. Cumpriu-os a ambos. E como a história é feita pelos vencedores, são esses que fazem de Soares, como sempre fizeram desde que ele se tornou um potentado neste país, mais do que ele foi. O que é por bajulatória uma forma de o tornarem menos do que ele foi.»

Tenham cuidado com a cor da pintura do edifício do parque de estacionamento: fará toda a diferença em ser "parda" ou branco às riscas azuis...

Via Diário as Beiras: «Santana Lopes recupera a decisão de construir um parque de estacionamento no parque das Gaivotas. Mas, em vez de ser subterrâneo, será construído em altura, com capacidade para 160 lugares. O presidente da Câmara da Figueira da Foz, que fez o anúncio na reunião de câmara, adiantou ao DIÁRIO AS BEIRAS que o parque terá três pisos, o último destinado a restaurante ou bar. Os custos da construção, ressalvou Santana Lopes, serão suportados pela Dornier, a concessionária do estacionamento à superfície na cidade da Figueira da Foz. Aliás, o edifício será construído numa zona concessionada a esta empresa.»
Imagem via Miguel Almeida
Já se esqueceram da polémica causada pelo barracão provisório, que tanto foi vilipendiado, por "causa do impacte ambiental muito carregado, tendo em conta a cor que foi escolhida"?

O almirante agradece

«Há muitos responsáveis por a mais nobre atividade que há numa comunidade ter caído em desgraça. Sim, não há nada mais importante numa comunidade do que as pessoas que são responsáveis pelo bem comum. Os primeiros a contribuir para o desprestígio da classe foram os próprios políticos. 
Chegaria lembrar que o político que mais eleições venceu no Portugal democrático continua a renegar essa qualidade. 
A afirmação constante de Cavaco Silva deste contrassenso é uma excelente contribuição para todos os populismos. 
Mas há mais. A forma como os próprios desmereceram a carreira, promovendo salários baixos para cargos fundamentais de interesse público, levou ao afastamento de muita gente de qualidade, mas é sobretudo atentatória à responsabilidade da tarefa. Depois, através duma insana quantidade de incompatibilidades, fez-se com que praticamente só seja possível à gente das Jotas e a professores aceder à carreira política, nomeadamente ser deputado. Pior, ir para ministro de um setor que se conhece representa sobretudo não se poder regressar durante muito tempo à carreira que se tinha. Tudo isto foi feito pelos próprios políticos, mas sob o aplauso dos cidadãos. 
Sim, nós também temos feito a nossa parte, e de que maneira. Ajudamos a que seja impossível para uma pessoa que queira preservar o seu bom nome e a sua honra fazer um percurso político, ajudando os pasquins que têm como modelo de negócio difamar e insultar; fazemos generalizações sobre “os políticos”, confundindo o trigo com o joio; olhamos com nojo os partidos e associações cívicas, deixando-as entregues a quem se quer aproveitar delas e não as usar para o bem comum. 
Queremos alguém por não ser político diz muito do nosso amor pela democracia. Mas diz sobretudo muito sobre aquilo que fizemos para desprestigiar quem é essencial para o seu funcionamento. Gouveia e Melo agradece.»

sábado, 7 de dezembro de 2024

Construção de unidade de saúde na outra margem

Via Diário as Beiras

Soares era diferente...

Miguel Sousa Tavares no Expresso desta semana.

«Ao pé de Soares e dos da sua geração, nenhum dos políticos de hoje vale absolutamente nada. Aqueles tinham causas; estes têm oportunidades. Aqueles, mesmo quando aos tombos, queriam o bem; estes, na melhor das hipóteses, não sabem o que querem.»

Santana Lopes, no dia 7 de Dezembro de 2023, na cerimónia de inauguração das comemorações do centenário do nascimento de Mário Soares, na Figueira. 

«No tempo em que vivemos precisamos de inalar exemplos destes para podermos ter força para lidar com este mundo complicado em que vivemos». 

No Portugal de 2024, em que os cidadãos têm medo do futuro, decorrido um ano, talvez tivesse sido esse o ponto mais relevante desta iniciativa de Pedro Santana Lopes: relembrar o enorme contributo de Mário Soares para o Portugal em que vivemos em 2024.
Em Dezembro de 2016, estava Mário Soares internado no Hospital da Cruz Vermelha, em Lisboa, a jornalista Maria Elisa que entrevistou muitas vezes o antigo Presidente da República, deu um testemunho emocionado sobre o papel de Soares na história da Democracia portuguesa. 
Disse aos jornalistas: “tenho medo que as gerações mais novas não percebam o quão importante foi Mário Soares”.

Era eu muito novo, alguém me disse que "velhice é posto".
Agora que cheguei, confirmo: é um posto, mas muito ingrato.
Sem me vangloriar disso, sou do tempo: 
- do Salazar. - do Marcelo Caetano. - do Palma Carlos. - do Vasco Gonçalves. - do Pinheiro de Azevedo. - do Sá Carneiro. - do Pinto Balsemão. - do Freitas do Amaral. - do Ramalho Eanes. - do Sócrates. - do Passos Coelho. - do António Costa. - do Montenegro. - do Toni de Matos. - do António Calvário. - do Artur Garcia. - da Madalena Iglésias. - da Simone de Oliveira. - da Shirley Bassey. - de Os Beatles. - do Eusébio. - do Carlos Lopes. - do Armando Aldegalega.
- do escudo. - dos surtos de cólera. - dos chiqueiros e esgotos a céu aberto. - dos filmes e livros proibidos. - da guerra colonial. - das barracas nas dunas da Cova . - da miséria. - da fome. - do pé descalço.
- em que se morria por falta de cuidados médicos. - do trabalho escravo, no mar e em terra. - da obrigatoriedade da disciplina de Religião e Moral no ensino secundário...
- do 25 de Abril de 1974.
E, também, sou do tempo de Mário Soares. 

O 25 de Abril de 1974 permite que ande por aqui.
A  nossa Pátria, em oito séculos de história, portou-se quase sempre mal com as suas gentes.
Reconheçamo-lo...
Quem somos nós para o contestar?..
Nos dias que passam, a injustiça, o silêncio, o medo e a fome  aumentam neste velho País.
Sente-se e, por vezes, ouve-se,  aqui e ali, um soluço que risca o frio muro da tristeza – o que, mesmo para gente com muita lata, mas pouca vergonha, não deixa de causar incómodo.
Mas, o pano de fundo é desolador: Portugal, quase moribundo e arfante, parece estar a morrer devagar.

"Soares é fixe". Continue, pois, a comemorar-se Mário Soares.

sexta-feira, 6 de dezembro de 2024

Ary dos Santos, 87 anos de idade...

«... ser poeta é escolher as palavras que o povo merece.»

 

By passing... (continuação)

Pedro Santana Lopes:

"O Conselho de Ministros aprovou ontem uma importante decisão para a Figueira da Foz, com expressa autorização para o investimento de 27 milhões de euros num Big shot de 3 milhões de metros cúbicos, a que se juntam obras na Barra do Porto, também de 20 milhões de euros.
“Por coincidência”, é agora que tudo se confirma e/ou se concretiza. Cumprir ou ver cumprir o dever é tão bom e tão importante.
PS- um abraço ao Arquiteto Miguel Figueira, ao Eurico Gonçalves e ao SOS Cabedelo."

Gostava de estar optimista, mas não estou...


PS-
Tal como o Dr. Pedro Santana Lopes, também endereço um abraço ao Arquiteto Miguel Figueira, ao Eurico Gonçalves e ao SOS Cabedelo.
Eles sabem porquê.
Foto sacada daqui

A normalização do Chega e o contributo da Figueira

O balão do populismo em Portugal continua a encher a olhos vistos, insuflado pela Comunicação Social.
Mas não só. Em 15 de de Maio de 2020 Ventura teve em CarlosMonteiro "um amigalhaço" na Câmara da Figueira...

Agora, o antigo primeiro-ministro e ex-presidente do PSD Pedro Santana Lopes, actual presidente da câmara da Figueira da Foz, participa na terça-feira num debate inserido nas jornadas parlamentares do Chega, em Coimbra.

As jornadas abrem na segunda-feira à tarde, dia em que se realiza um painel moderado pela deputada Cristina Rodrigues, com a intervenção de Ricardo Martins, da Ordem dos Advogados, do bastonário da Ordem dos Solicitadores e Agentes de Execução, Paulo Teixeira, de Nuno Barroso, da Associação Sindical dos Profissionais da Inspeção Tributária, e do deputado Gabriel Mithá Ribeiro.

No mesmo dia realiza-se ainda um segundo painel, com intervenções de Leonel Frazão, do Sindicato dos Trabalhadores dos Impostos, Paulo Marçal, do Sindicato dos Funcionários Judiciais, da assessora jurídica Mariana Moura e do deputado Henrique de Freitas.

Via Diário as Beiras, mais um capítulo da série em exibição na Figueira, PS nos dias de hoje aquela "esquerda" equívoca...

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Vai ser construído edifício para estacionamento no parque das Gaivotas

Diário as Beiras: "Mais de 150 lugares cobertos no Eurostars para usufruto público já na passagem de ano".

«Santana Lopes recupera a decisão de construir um parque de estacionamento no parque das Gaivotas. Mas, em vez de ser subterrâneo, será construído em altura, com capacidade para 160 lugares. O presidente da Câmara da Figueira da Foz, que fez o anúncio na reunião de câmara, adiantou ao DIÁRIO AS BEIRAS que o parque terá três pisos, o último destinado a restaurante ou bar. Os custos da construção, ressalvou Santana Lopes, serão suportados pela Dornier, a concessionária do estacionamento à superfície na cidade da Figueira da Foz. Aliás, o edifício será construído numa zona concessionada a esta empresa. Assim sendo, o executivo camarário assume que desistiu do parque de estacionamento subterrâneo de apoio ao Mercado Municipal Engenheiro Silva, previsto para junto da marina de recreio ou para o parque das Gaivotas. Santana Lopes frisou, a este jornal, que o parque de estacionamento subterrâneo deparou com vários obstáculos. A morfologia do terreno, devido à proximidade ao rio e ao mar, é um deles. O principal óbice, contudo, é o preço da construção. “A concessionária [Dornier] não aceitou ser ela a construir o parque subterrâneo”, ressalvou o autarca. A recusa da empresa obrigava o Município da Figueira da Foz a financiar a obra, que ascendia a vários milhões de euros. Foi ainda feita uma tentativa de aquisição, pelo município, de um edifício contíguo ao referido mercado municipal, mas o preço pedido pelo proprietário inviabilizou a aquisição.

Ainda acerca de estacionamento, Santana Lopes avançou que os lugares do parque coberto do hotel Eurostars destinados ao município da Figueira da Foz, que o atual executivo camarário reclamou, após ter descoberto, este ano, o protocolo anteriormente assinado com o promotor do imóvel, estarão disponíveis para uso público na passagem de ano. No início do próximo ano, a autarquia figueirense procederá a trabalhos no espaço – limpeza, sinalização e outras pequenas intervenções – , após os quais o estacionamento destinado ao público naquela unidade hoteleira passará, definitivamente, a parque público pago. Estão em causa mais de centena e meia de lugares de estacionamento coberto, que podiam estar a ser utilizados desde 2014, no âmbito da licença de utilização da unidade hoteleira, mas o protocolo não foi acionado, o que gerou indignação junto do atual executivo camarário. “Se o PS esclarecer se podemos ter ou não os lugares que estão escritos para uso público no hotel Eurostars, não são precisos mais [lugares de estacionamento na cidade]. Estamos à espera”, afirmou Santana Lopes, em declarações a este jornal, no início deste ano.»

Já estava a demorar: Direção executiva do SNS exonera administração da ULS...

A ULS do Baixo Mondego, com sede no Hospital Distrital da Figueira da Foz, gere os Cuidados de Saúde Primários e os Cuidados Hospitalares dos concelhos da Figueira da Foz, Montemor-o-Velho e Soure.
Segundo o Correio da Manhã, "o Conselho de Administração da Unidade Local de Saúde do Baixo Mondego, liderado por Ana Raquel Andrade, foi demitido pela Direção Executiva do Serviço Nacional de Saúde (SNS)."
DIÁRIO AS BEIRAS, na sua edição em papel, adianta que "Ana Oliveira, deputada e presidente da concelhia poderá vir a integrar a equipa da futura administração". O DIÁRIO AS BEIRAS tentou chegar à fala com Ana Oliveira, mas, até à hora do fecho desta edição, não conseguiu.
Em declarações recentes ao DIÁRIO AS BEIRAS, Ana Raquel Santos, tinha dito que “não estava à espera de ser exonerada, mas é sempre uma possibilidade. Essa é uma avaliação que os governos fazem dos trabalhos das administrações."
A notícia foi avançada pelo Correio da Manhã, contudo, o Gabinete de Comunicação da ULS Baixo Mondego afirmou ao Notícias de Coimbra que “o Conselho de Administração não confirma a demissão ou exoneração da Administração da Unidade de Saúde Local do Baixo Mondego”.
O Conselho de Administração tinha sido nomeado em agosto de 2022.

quinta-feira, 5 de dezembro de 2024

PS/Figueira, nos dias de hoje aquela "esquerda" equívoca...

Nun Partido a sério, uma votação como a que aconteceu na última reunião camarária - com os vereadores do Partido Socialista a dividirem-se: três votaram contra o Orçamento para 2025 e um a favor - isto seria objectivamente uma manifestação a ser confirmada na próxima Assembleia Municipal a realizar no próximo dia 20. Objectivamente, seria o chumbo do Orçamento camarário para 2025 e todas as consequências políticas que daí adviriam. Segundo fontes bem informadas no PS Figueira, soaram as campainhas de alarme ao ponto de um peso pesado como Carlos Beja ter vindo a terreiro para tentar colocar tento neste refugo do refugo socialista que tomou conta dos lugares de responsabilidade autárquica, ao mais alto nível, do Partido na Figueira.
Leiam o texto.

Este texto seria uma nódoa para qualquer escriba

Este fulano é cá um cromo. Publicou hoje um texto miserável, frívolo e mentiroso, próprio de alguém que vomita banalidades e disparates. Não conhece a realidade de quem trabalhou uma vida para receber pensões miseráveis. Não passa de um senhorito, espertalhão e finório, que merece o desprezo de quem trabalha e trabalhou uma vida. Sugiro que viva um mês com uma reforma pouco acima dos €500,00, como acontece com a maioria dos reformados. Despreza os reformados e quem trabalha. Lança anátemas inaceitáveis contra os reformados com menor grau de escolaridade, esquecendo que muitos reformados têm índices de escolaridade superior e outros trabalharam com qualidade e profissionalismo em funções essenciais para a nossa economia. Isto é lixo tóxico, próprio de um comentador rasca - a profissão mais atraente de Portugal. Leiam o que ele escreveu na edição de hoje do Público: "Pensionista — a profissão mais atraente de Portugal". Alerto os portadores de estômagos mais sensíveis pois isto pode levar ao vómito. Para ler melhor clicar na imagem.

Nota de rodapé, via Jornal de Notícias.

"O último inquérito do INE sobre a pobreza traça o retrato de um país miserável. Há um dado positivo, é certo: de um ano para o outro, são menos 20 mil portugueses na pobreza. O problema é que continuam a ser mais de 1,7 milhões no total. Descontada essa irrelevância estatística, tudo o resto é deprimente. Começando pelos mais velhos, não havia tantos pobres desde 2007: mais de meio milhão de pessoas, com uma incidência brutal entre os que vivem sozinhos. Este dado demonstra que as subidas das pensões dos últimos anos não foram capazes de compensar o agravamento do custo de vida. Serviram apenas para afagar o ego de políticos pouco competentes. Quando se olha para os dados relativos à privação social e material severa, ou seja, para os mais pobres dos pobres, e apesar de uma ligeira melhoria, o cenário é igualmente catastrófico: aproximam-se do meio milhão de pessoas (crianças incluídas). Estar nesta categoria de mera sobrevivência significa que não se consegue aceder a pelos menos sete de uma lista de 13 bens e serviços básicos. Aliás, quando se observa o detalhe dessa lista, a miséria é avassaladora: 250 mil pessoas não conseguem fazer refeições de carne ou peixe; 600 mil têm a renda, o empréstimo ao banco ou as contas da casa atrasados; 650 mil não conseguem comprar roupa nova, por muito que precisem dela; mais de milhão e meio não têm dinheiro para aquecer a casa. Não consta que nada disto vá ser alvo de uma sessão especial no Parlamento. E muito menos discutida numa comissão de inquérito. A pobreza não é sexy. Não dá soundbites. As testemunhas não seriam apresentáveis. O oposto dos ilustres dos bancos, das TAP e de outras vigarices disfarçadas com perfumes caros e almoços em restaurantes de luxo. É pouco provável que os deputados gastem o seu tempo com minudências e é pena. Porque podia ser que algum, fosse ele populista ou moderado, de direita, centro ou esquerda, aproveitasse tal debate para a proposta que aqui deixo: indexar os salários dos políticos (de todos eles, da autarquia ao palácio) à pobreza. Quanto menor a taxa (incluindo idosos, crianças e quem vive em privação severa), melhor o salário. Quanto mais pobres no país, pior o salário."

Visão

"Os gerentes da Trust in News (TIN), dona das revistas Visão e Exame, não vão ficar à frente do processo de insolvência do grupo de media, mas esta nem é uma má notícia para os trabalhadores do grupo de media pertencente ao ex-jornalista Luís Delgado. Pelo contrário, o seu afastamento, hoje decretado pelo Tribunal de Sintra, abre portas à possibilidade de venda de 16 títulos da imprensa portuguesa a outros investidores, com a ‘vantagem’ de poderem ser comprados sem quaisquer dívidas, embora com o poder de reajustamento das redacções. Este é mais um episódio de uma crise financeira num grupo de media, que começou a ser denunciada pelo PÁGINA UM em Julho do ano passado após detectar dívidas de milhões ao Fisco e à Segurança Social permitidas pelo Governo socialista. A Trust in News nunca esteve na lista de devedores do Estado mesmo se os ‘calotes’ se iniciaram logo após a compra em 2018 dos títulos à Impresa, do grupo de Francisco Pinto Balsemão, que se livrou de autênticos ‘activos tóxicos’. Luís Delgado arrisca agora, além de condenações por abuso de confiança fiscal, a ser processado por falência fraudulenta. E o Estado vai perder mais de 15 milhões de euros."

Via Página UM

Tinha adernado na passada segunda-feira

 Via Diário as Beiras

PS/Figueira, a "esquerda" equívoca

Diário as Beiras.

"O PS, em maioria na Assembleia Municipal (AM), deverá viabilizar o Orçamento do Município da Figueira da Foz, quando, no dia 20 deste mês, for votado naquele órgão autárquico.

Ao que o DIÁRIO AS BEIRAS apurou, junto de fontes socialistas, existem dois cenários: abstenção ou os deputados municipais diretamente eleitos votarem contra e os presidentes de junta eleitos pelas listas do partido votarem a favor.

Esta possibilidade garante a aprovação do orçamento apresentado pelo executivo camarário FAP/PSD.

Votar contra em bloco, afiançaram as mesmas fontes, estará fora de causas, já que partido da rosa não quer assumir o ónus político de “chumbar” um orçamento que investe 45 milhões de euros em projetos financiados pelo Plano de Recuperação e Resiliência - a maior parte em habitação, escolas e unidades de saúde – , podendo comprometer a execução das empreitadas. O Orçamento do Município da Figueira da Foz, de 139 milhões de euros, foi aprovado na terça-feira, na sessão de câmara, com os votos a favor dos cinco elementos do executivo municipal, liderado por Santana Lopes, e da vereadora socialista Glória Pinto. Os restantes vereadores do PS votaram contra".