Devido ao crescimento em "ritmo verdadeiramente impressionante" da população escolar, os ministérios de Arantes e Oliveira e Leite Pinto (Obras Públicas e Educação Nacional, respetivamente) aprovaram um plano de construção a médio prazo de novos liceus, entre os quais o da Figueira da Foz.
terça-feira, 26 de novembro de 2024
Algo está errado. Escola Secundária Dr. Joaquim de Carvalho não tem 92 anos. É só fazer as contas: 2024 - 1987 dá 37 anos...
Devido ao crescimento em "ritmo verdadeiramente impressionante" da população escolar, os ministérios de Arantes e Oliveira e Leite Pinto (Obras Públicas e Educação Nacional, respetivamente) aprovaram um plano de construção a médio prazo de novos liceus, entre os quais o da Figueira da Foz.
A vida, a ética e os políticos (II)
25 de Novembro: uma AR a queimar pneus
"Ao celebrarmos os 50 anos de Abril seria do mais claríssimo bom senso evocar as datas mais importantes desse processo, do 28 de Setembro à aprovação da Constituição em 1976, passando, como é evidente, pelos 50 anos do 25 de Novembro. Já tentar fazer no 49.º aniversário da data algo semelhante à cerimónia da data fundadora do regime seria só ridículo, se não tivesse a gravidade de mais uma concessão da direita democrática ao radicalismo do partido de André Ventura. Que o CDS, que sempre perseguiu essa revisão, o fizesse ainda se consegue compreender historicamente. Já se estranha que uma força tão nova como a Iniciativa Liberal consiga equiparar a celebração do 25 de Novembro ao derrube da ditadura, como fez de forma lamentável o seu líder, mas a IL adora guerras culturais. Agora que o PSD, com toda a sua responsabilidade política, tenha proporcionado este palco a André Ventura é algo que se compreende muito mal e que o irá perseguir durante anos. Porque se ouvimos discursos sensatos das duas maiores figuras do Estado, o que ficará a ecoar nas paredes do hemiciclo é André Ventura a fazer peões discursivos com os seus temas divisivos, provocando muito fumo, sem sair do sítio e sem mostrar futuro. Mais uma exibição do zaragateiro da República, um momento baixo da história do Parlamento, do qual, infelizmente, o PSD foi cúmplice."
Nota de rodapé
Passaram mais de 15 anos desde que escrevi isto no OUTRA MARGEM.
A política, ouve-se dizer amiúde, deveria conter um elevado sentido ético, de missão e de serviço.
A ética, o sentido de missão e de serviço, na vida como na política, só podem ser um ponto de partida, nunca um ponto de chegada.
Os partidos, esses “chamados pilares da democracia”, não são propriamente uma escola de virtudes, de bons costumes e de lisura de processos.
Para mim, é claro há muitos e bons anos, que quem pretender militar com lisura num partido, seja ele qual for, da esquerda à direita, corre o risco de, mais tarde ou mais cedo, entrar em conflito e, no mínimo, se não se quiser aborrecer muito, acaba por ir "dar uma volta ao bilhar grande”, para arejar as ideias.
Portanto, para mim, discutir a vida interna dos partidos está fora de questão.
Verdadeiramente motivante, isso sim, é a discussão das consequências que as decisões políticas têm na vida de todos nós. Questionar ou comentar propostas dos poderes, assim como escrutinar a gestão da “coisa pública” e a aplicação dos dinheiros do estado, é um acto de cidadania a que, nem os cidadãos nem os políticos, estão habituados. Aliás, os políticos, sejam do poder central ou do poder local, sentem-se especialmente desconfortáveis se forem atentamente observados pelo cidadão normal.
Para mim, é para o lado que me viro melhor. A meu ver, político que não queira ser escrutinado, só tem uma coisa a fazer: mudar de vida.
Portanto, nunca irei compreender o engulho que as questões ou opiniões dos cidadãos geram em alguns políticos.
Se há alguém que deve esclarecimentos, são eles próprios, os políticos. Justificar, clarificar e demonstrar o interesse público das suas propostas de realizações é o mínimo a que estão obrigados.
A arrogância, a prepotência, a soberba e a falta de humildade democrática nunca ajudaram a alterar significativamente, para melhor, a vida dos cidadãos."
Decorridos mais de 15 anos estas palavras estão mais actuais do que nunca...
O 25 de Novembro que interessa e a quem interessa (reescrever) o 25 de Novembro
"Enquanto, no Parlamento, as direitas brincavam ao revivalismo histórico, celebrando o 25 de Novembro, assinalava-se o Dia da Eliminação da Violência Contra as Mulheres. Os nossos deputados passaram horas entretidos a fazer a vontade à extrema-direita, celebrando o dia em que, há quarenta e nove anos, esta também foi vencida. Tudo por causa de uma guerra cultural que pretende reescrever a história, repisando a falsa narrativa que faz equivaler o 25 de Abril e a queda de quarenta e oito anos de regime fascista (!!!), a um 25 de Novembro que acabou com uns meses de PREC, matando as ambições revolucionárias do Partido Comunista e da extrema-esquerda.
Ora, estes falsos órfãos de Novembro, esquecendo-se que as pretensões contrarrevolucionárias da extrema-direita também foram vencidas na mesma data, ignoraram as vozes dos verdadeiros obreiros e (esses, sim) vencedores do 25 de Novembro, que não pretendem que a data valha mais do que sempre valeu, e organizaram um anacrónico “primeiro” aniversário de quarenta e nove anos, com o patrocínio de um PSD cada vez mais mobilizado por agenda alheia.
Desengane-se quem pensa que isto é uma espécie de fetiche pelo passado, porque esta gente não dá ponto sem nó e mira sempre adiante. A verdadeira intenção desta tentativa de sequestro do 25 de Novembro pela Direita é, em primeiro lugar, tentar esvaziar a importância de Abril e desassociá-lo da ideia (verdadeira) de que significou o parto da democracia (a sanha nunca passou!) e, em segundo, reforçar a narrativa (falsa) de que as forças de Esquerda (essas sim) são antidemocráticas e que foi a sua derrota, há quarenta e nove anos, o verdadeiro parto da democracia.
É preciso muito revisionismo histórico para, numa só efeméride, diminuir Abril, demonizar as forças que mais lutaram contra o regime fascista e pela liberdade (o Partido Comunista e os outros grupos de Esquerda), que estão aliás presentes na vida democrática portuguesa há cinquenta anos e, ao mesmo tempo, ainda transformar os derrotados (cujos contragolpes e atividades terroristas para reativar o regime não tinham a mínima sustentação popular e foram esmagados) em grandes protagonistas das celebrações! Reconfortante é comparar a comovente manifestação dos cinquenta anos de Abril que este ano tivemos, com a indiferença popular diante do saudosismo de Novembro.
Mas, voltando ao início, enquanto rolava a festinha, o 25 de Novembro que importa ficava para segundo plano. O que não surpreende, já que temos tido demasiadas demonstrações de que esta Direita, não só não têm nenhum interesse em lutar pela eliminação da violência contra as mulheres, como está mais interessada em eliminar os direitos (que nos custaram cinquenta anos a conquistar)."
Coca Cola e Democracia
Carlos Matos Gomes
Imagem de Nemésis, de Albercht Durer |
"As forças americanas que permaneceram na Europa após a Segunda Guerra trouxeram os seus produtos como os europeus haviam feito com os indígenas durante a sua expansão pelos continentes. Além das notas de dólar europeu, não convertível, os americanos trouxeram as suas roupas, jeans e meias de vidro, de nylon, canções e discos, hamburgueres, tabaco com filtro, creme Ponds para a pele das senhoras e Brylcreem para abrilhantar a cabeleira dos homens, preservativos e a sua democracia de mercado e toda a liberdade, desde que os movimentos sociais não interviessem nos lucros dos negócios.
A Coca Cola foi considerada a bebida da Democracia e da Liberdade. Onde havia Coca Cola havia democracia! No Portugal de Salazar não havia Coca Cola, logo não existia democracia, exceto em Moçambique por causa dos sul-africanos. Os suseranos locais. Em Angola vendia-se a Fanta, uma zurrapa ainda pior.
A retórica de impor a democracia para impedir que uma ditadura comunista se implantasse foi o prato forte da propaganda dos Estados Unidos desde o final da Segunda Guerra e da adoção da doutrina Truman, de détente, em que os Estados Unidos tanto invocavam o perigo do comunismo enquanto ideologia, como o perigo da expansão da União Soviética enquanto competidor estratégico. O argumento era utilizado segundo as conveniências. Tratava-se de domínio territorial.
O pragmatismo da política americana, isto é, a ausência de valores de referência, de escrúpulos, substituídos pelos interesses, e o desprezo pelos direitos humanos que caracterizaram a “doutrina Kissinger”, fizeram que esta sombria personagem emergisse simultaneamente como o mestre do golpe do Chile e dos massacres no Camboja e também como o padrinho da “democracia portuguesa” tendo o embaixador Carlucci como lugar-tenente e o major Melo Antunes como o agente local.
O golpe do 25 de Novembro foi financiado pelos Estados Unidos, com transferências feitas através da Internacional Socialista, que suportaram os novos órgãos de propaganda. Assim, de cor: Jornal Novo, Luta, Tempo, Europeu entre outros foram criados com fundos americanos, assim como a UGT foi financiada pelos sindicatos americanos e europeus. Também armas foram fornecidas e ainda hoje não se lhe conhece o paradeiro. Todas estas afirmações estão provadas e constam de documentos e publicações disponíveis pelo público. Não há desculpa para invocar ignorância.
Não será, com certeza, esta a narrativa oficial de cosi fan tutte — isto é, os outros europeus também abdicaram da sua autonomia e os mais disponíveis foram premiados — que vai ser cantada sucessivamente e a várias vozes na Assembleia da República. As lenga-lenga carregarão as cores negras do perigo comunista (que tinha sido arredado em Agosto à margem do Acordo de Helsínquia) e do levantamento nacional dos bons portugueses contra o totalitarismo (ação do ELP/MDLP e do clero ultramontano, devidamente olvidado — Pacheco de Amorim representará o ELP, mas virá alguém da arquidioceses de Braga? Ou Nuno Melo tomará esse encargo?), uma narrativa que esconde o fabuloso negócio da desnacionalização da banca, das Parecerias Publico-Privadas, do saque aos fundos europeus destinados a formação profissional, do desordenamento do território, em particular no litoral, para construção e corrupção.
Não existem narrativas oficiais que não representem relações de força num dado momento. Mas, neste caso, a narrativa oficial é tão mal cozida, ou cosida, assim se refira um mau cozinhado ou uma peça de roupa com os fundilhos esgaçados que o povo teve de ser excluído, não fosse alguém gritar que o rei ia nu. A imposição de uma narrativa oficial que exclua o povo será sempre uma ação totalitária que assenta na cobardia de quem a promove como um ato de fé.
A narrativa oficial do 25 de Novembro que vai ser apresentada na liturgia na Assembleia da República é um ato de cobardia e de vergonhosa humilhação. De cobardia pela não assunção do papel de gente por conta que desempenharam os celebrados e homenageados, e de vergonhosa humilhação por se apresentarem como homens livres quando foram meros caddies, os carregadores do saco com os tacos do golfista.
A celebração do dia foi encenada para ser um espetáculo de Televisão sem surpresas. Um reality show no qual os convidados se prestarão ao papel de figurantes graciosos e com as deixas preparadas. Os generais farão vénias aos ministros que os ofenderam, sem continências nem apertos de mão, os deputados que advogam os interesses dos banqueiros falarão sobre democracia e justiça social, os médicos que operam nas clinicas privadas falarão da democracia e do serviço nacional de saúde. Um almirante gritará da ponte de comando: Sus, a eles, aos infiéis russos! Do púlpito no centro do palco sairá, repetido a várias vozes, um sermão conhecido, a que os crentes dirão âmen com a cerviz baixa.
Alguns figurantes nacionais — menores, porque os maiores estão todos mortos, caso de Kissinger, Carlucci e Melo Antunes — emoldurarão as galerias como fantasmas e o facto mais significativo, segundo a comunicação social, é que a banda da GNR tocará o hino nacional duas vezes. Talvez fosse de propor que uma das intervenções fosse substituída pel’ Os Vampiros, do Zeca Afonso.
Também parece que o autor e principal animador da cerimónia dos mansos a que Vasco Pulido Valente designou pelos Devoristas, terá sido Nuno Melo, um menino de oiro (homenagem a Agustina Bessa-Luís) que é uma garantia de patriotismo e coragem. No livro Os Americanos e Portugal, de Bernardino Gomes, do Partido Socialista, já falecido, e de Tiago Moreira de Sá, que já foi do PSD e agora é eurodeputado do Chega, a tramoia do 25 de Novembro está muito bem explicada.
Por mim, propunha que a cerimónia terminasse com um magusto oferecido pela associação de bancos e pela embaixada dos Estados Unidos, uns porque que tiveram este ano lucros nunca vistos, e os outros porque andam de vitória em vitória desde o Iraque à Ucrânia, prova de que o 25 de Novembro valeu a pena.
Uma nota final e pessoal, custa-me ver uma personagem por quem tenho respeito e estima envolvidas nesta farsa. É que não se pode estar ao serviço do mesmo Kissinger que chefiou o golpe do Chile, que autorizou a invasão de Timor Leste pela Indonésia e dar da cara pela independência de Timor e abençoar o 25 de Novembro e os seus visíveis resultados de aumento de desigualdades e de injustiças. Acredito em razões de lealdade para com alguém que ele muito admirava e em que confiava. Melo Antunes. Sem nunca ter sido íntimo, nem seguidor político de Melo Antunes, julgo que este não se prestaria a caucionar esta cerimónia manhosa com a sua presença esfíngica."
Inesquecível...
"... 25 de Novembro de 2024, o dia em que o Presidente Ramalho Eanes com a sua provecta idade deu consigo ao balcão de uma taberna...
segunda-feira, 25 de novembro de 2024
Para que serve esta comemoração do 25 de novembro? Vasco Lourenço, capitão de Abril, responde a Daniel Oliveira
(Carlos Matos Gomes)
O 25 de Novembro resulta da decisão dos EUA atacarem o ponto fraco, que tinha a vantagem de estar a descolonizar Angola e estava dependente do auxílio americano para retirar os seus nacionais. Como é evidente nunca surge como razão para o 25 de Novembro a defesa da democracia, nem da liberdade, nem dos direitos do homem que amanhã serão invocados na Assembleia da República por coristas encoirados, sob o lema: Tudo pela Nação, nada contra a Nação! Serão proclamados, com voz embargada, valores e heróis. Ameaças e diabos. Milagres e mocadas em Rio Maior.
Em 1975, depois da Pérsia e da Jordânia corrigirem uma disputa fronteiriça, Kissinger encerrou o apoio aos EUA aos curdos numa ação que o Congresso classificou como de venda, justificando a decisão a um congressista: “Ação secreta não deve ser confundida com trabalho missionário.” Quanto ao golpe do Chile, em 1973, de acordo com uma transcrição desclassificada de uma reunião apenas duas semanas depois de Pinochet ter assumido o poder, Kissinger afirmou os diplomatas americanos que não deveriam colocar a questão das violações dos direitos humanos pelos golpistas, acrescentando: “Acho que devemos entender a nossa política: por mais desagradável que eles sejam, o governo [Pinochet] é melhor para nós do que Allende foi”.
Kissinger foi o mestre que conduziu o processo político em Portugal que conduziu ao 25 de Novembro e que, na narrativa oficial, restaurou a democracia em Portugal contra a ditadura comunista. O 25 de Novembro tem esta personagem de democrata exemplar como patrono! Como o seu São Jorge. É um facto."
domingo, 24 de novembro de 2024
25 de Novembro
Celebrar o 25 de Novembro, como finalmente fará, com toda a pompa e circustância, no Parlamento, perdendo a vergonha, a direita extremada, as extremas-direitas fascistas e envernizadas, apoiadas por gente falsa, do PS, que se auto-intitula socialista, fazendo finca-pé que aquela data contra-revolucionária é a “reposição do espírito do 25 de Abril”, mostra que até pelo espírito da coisa, é uma verdadeira reacção de querer reescrever a História.
Ramalho Eanes disse que esquecer o 25 de Novembro “não ajuda a democracia”!...
Qual? Aquela que existe em 2024 em Portugal, que se traduz pelos ricos enriquecerem mais e os pobres serem cada vez mais e mais pobres!
Foi para isto que se fez o 25 de Novembro de 1975?
Só não vê quem não quer: o regime implantado em Portugal em 2024 tem o carimbo do 25 de novembro de 1975.
António José Seguro assumiu que pode ser candidato a presidente da República: mas, "qual é a pressa?"...
sábado, 23 de novembro de 2024
O que se está a comemorar não é o 25 de Novembro...
José Pacheco Pereira: "A mistificação histórica e política do 25 de Novembro apouca-o"
"... É mais aquilo que traduz esta capa do Diabo, a ideia de que a liberdade e a democracia nasceram impolutas apenas no 25 de Novembro de 1975. O 25 de Abril não dera aos portugueses a “verdadeira liberdade”. Era isto que, em 1974 e 1975, diziam, afirmavam e em função disto actuavam os partidários da ditadura que, de 1926 a 1974, oprimia os portugueses. Estas frases têm implícitas várias afirmações. Uma é de que não falo de “saudosistas” da ditadura, porque a palavra é mole. Eram muito mais que “saudosistas”. E digo oprimir porque, durante 48 anos, os portugueses não mandavam no seu país, naquela que foi a mais longa ditadura da Europa no século XX, com excepção da URSS. Não é pouco, é muito, e a capa do Diabo glorifica esse muito, mistificando o que aconteceu no 25 de Novembro de 1975 para atacar o 25 de Abril.A 26, os derrotados são outros, todos aqueles que queriam ilegalizar o PCP. A mistificação histórica e política do 25 de Novembro apouca-o, porque o seu significado real justificava uma comemoração digna nos seus 50 anos, em 2025. O problema é que as pessoas a serem homenageadas seriam, com excepção de Jaime Neves — o herói solitário das comemorações “fake” de 2024 —, o Presidente general Costa Gomes, os militares do Grupo dos Nove, que são os mesmos que hoje se recusam a ir a estas comemorações, os seus vivos como Vasco Lourenço ou Sousa e Castro — demasiado “esquerdistas” para os propugnadores das comemorações “diabólicas” —, Ramalho Eanes e, no plano civil, Mário Soares, os seus companheiros da luta da Fonte Luminosa e os homens do PPD, Sá Carneiro e Emídio Guerreiro. Ou seja, tudo gente que merecia a “verdadeira” homenagem, e não a que tem na sua propositura na Assembleia um destacado membro da resistência armada ao 25 de Abril e os membros da direita radical no CDS e no PSD. Vão todos participar numa mistificação histórica, que é ao mesmo tempo uma menorização do valor do 25 de Novembro. Mas os tempos estão para estas coisas, que a prazo se pagam caro."
Turismo Centro de Portugal lança inquérito a residentes sobre impacto do turismo na região
O inquérito, com o nome “O Turismo na Perspetiva dos Residentes - Centro de Portugal 2024”, avalia a perceção dos residentes de qualquer um dos 100 municípios da região sobre os impactos, positivos ou negativos, do turismo em diversos domínios.
Através deste estudo, que demora cerca de cinco minutos a responder, o Observatório procura “recolher opiniões sobre os efeitos do turismo em áreas como a criação de emprego, a dinamização da economia local, a melhoria de infraestruturas básicas, o aumento de opções culturais e de lazer, a requalificação urbana e a conservação do património natural”, assume comunicação da Turismo Centro de Portugal.
Simultaneamente, “analisa possíveis impactos negativos, como o aumento do custo de vida, a superlotação urbana, o vandalismo, a poluição visual e sonora e a gestão de resíduos”.
Na ótica do coordenador do OTSCP, Francisco Dias, a participação dos residentes é crucial: “O juiz supremo a quem incumbe confirmar o veredito sobre o nível de sustentabilidade do turismo no Centro de Portugal são os cidadãos que residem na região. Em última análise, o turismo só traz benefícios à região se os residentes forem dos principais beneficiários desta atividade”. “Presume-se que uma avaliação globalmente positiva destes itens será o testemunho de que as comunidades locais estão diretamente envolvidas no planeamento do turismo, a nível local e regional, e que os residentes consideram o turismo benéfico para si e para as suas comunidades”, acrescentou ainda o coordenador.
O Observatório do Turismo Sustentável do Centro de Portugal foi criado pela Turismo Centro de Portugal, em parceria com o Instituto Politécnico de Leiria, através do CiTUR – Centro de Investigação, Desenvolvimento e Inovação em Turismo do Politécnico de Leiria.
Sobre eleições...
sexta-feira, 22 de novembro de 2024
No dia do centenário de Manuel Luís Pata
O Senhor Manuel Luís Pata, fotografado por Pedro Agostinho Cruz, em finais de outubro de 2013, no decorrer de um agradável café, acompanhado, como é habitual quando nos encontrávamos, de uma empolgante conversa sobre o porto e a barra da Figueira, à mesa do Bar Borda do Rio, na Gala.
Se fosse vivo completaria hoje 100 de vida. A nostalgia não é boa companheira, se não for acompanhada de lucidez. Sem lucidez a nostalgia é perigosa. A lucidez é que permite que a memória esteja no sítio que deve ocupar. A memória nostálgica é perigosa. Significa imobilismo, significa amargura, significa sempre dor. A lucidez permite-nos assumir a memória voltando a dar-lhe vida como período do nosso passado que é útil e bom recordar.
Manuel Luís Pata nunca desanimou.
O maior exemplo que Manuel Luís Pata nos deu - e que as pessoas pensavam que era teimosia - que é força de vontade dos pobres - para mim, é outra coisa: é sim, do meu ponto de vista, um dos raros exemplos de verdadeira perseverança que conheci...
Foto Bela Coutinho, obtida via Cemar |
Os figueirenses sempre tiveram medo de assumir as suas posições.
Antes do 25 de Abril, por razões óbvias. E, agora, no tempo que nos dizem ser da democracia, continuo a conhecer muito pouca gente que arrisque tornar-se cidadã de corpo inteiro.
E todos sabemos porquê.
Continuam a existir represálias, mais ou menos encapotadas.
Por isso é que, numa sociedade como a figueirense, são tão importantes e decisivos cidadãos como Manuel Luís Pata.
Todos nascemos completos. Contudo, só poucos conseguem viver assim.
A coluna vertebral permite que caminhemos de forma erecta.
Utilizar a coluna para andarmos levantados, fazendo frente a quem não quer que a usemos para esse fim, é um dever de cidadania.
Manuel Luís Pata é um desses raros cidadãos: na minha memória, continua erecto e consequente...
Atrasou-se tudo...
Recorde-se que em Dezembro de 2021, "o Governo reconheceu como acção de relevante interesse público o projeto de construção de uma ponte sobre o rio Mondego, na Figueira da Foz, distrito de Coimbra, que prevê ocupar solos em Reserva Ecológica Nacional (REN)."
Chegou a estar prometida para 2020: 2 de janeiro de 2020, Carlos Monteiro então presidente de Câmara: "A ciclovia europeia Eurovelo será uma realidade em 2020, incluindo uma ponte sobre o Mondego, na zona do Alqueidão/Lares."
Será desta?..
Imagem via Diário as Beiras