sábado, 23 de novembro de 2024
Sobre eleições...
sexta-feira, 22 de novembro de 2024
No dia do centenário de Manuel Luís Pata
O Senhor Manuel Luís Pata, fotografado por Pedro Agostinho Cruz, em finais de outubro de 2013, no decorrer de um agradável café, acompanhado, como é habitual quando nos encontrávamos, de uma empolgante conversa sobre o porto e a barra da Figueira, à mesa do Bar Borda do Rio, na Gala.
Se fosse vivo completaria hoje 100 de vida. A nostalgia não é boa companheira, se não for acompanhada de lucidez. Sem lucidez a nostalgia é perigosa. A lucidez é que permite que a memória esteja no sítio que deve ocupar. A memória nostálgica é perigosa. Significa imobilismo, significa amargura, significa sempre dor. A lucidez permite-nos assumir a memória voltando a dar-lhe vida como período do nosso passado que é útil e bom recordar.
Manuel Luís Pata nunca desanimou.
O maior exemplo que Manuel Luís Pata nos deu - e que as pessoas pensavam que era teimosia - que é força de vontade dos pobres - para mim, é outra coisa: é sim, do meu ponto de vista, um dos raros exemplos de verdadeira perseverança que conheci...
Foto Bela Coutinho, obtida via Cemar |
Os figueirenses sempre tiveram medo de assumir as suas posições.
Antes do 25 de Abril, por razões óbvias. E, agora, no tempo que nos dizem ser da democracia, continuo a conhecer muito pouca gente que arrisque tornar-se cidadã de corpo inteiro.
E todos sabemos porquê.
Continuam a existir represálias, mais ou menos encapotadas.
Por isso é que, numa sociedade como a figueirense, são tão importantes e decisivos cidadãos como Manuel Luís Pata.
Todos nascemos completos. Contudo, só poucos conseguem viver assim.
A coluna vertebral permite que caminhemos de forma erecta.
Utilizar a coluna para andarmos levantados, fazendo frente a quem não quer que a usemos para esse fim, é um dever de cidadania.
Manuel Luís Pata é um desses raros cidadãos: na minha memória, continua erecto e consequente...
Atrasou-se tudo...
Recorde-se que em Dezembro de 2021, "o Governo reconheceu como acção de relevante interesse público o projeto de construção de uma ponte sobre o rio Mondego, na Figueira da Foz, distrito de Coimbra, que prevê ocupar solos em Reserva Ecológica Nacional (REN)."
Chegou a estar prometida para 2020: 2 de janeiro de 2020, Carlos Monteiro então presidente de Câmara: "A ciclovia europeia Eurovelo será uma realidade em 2020, incluindo uma ponte sobre o Mondego, na zona do Alqueidão/Lares."
Será desta?..
Imagem via Diário as Beiras
O "ridículo" de comemorar o 25 de Novembro
Passaram 49 anos que se deu o golpe militar da contra-revolução do 25 de Novembro de 1975, que pôs fim à influência da esquerda radical iniciada em Portugal com o golpe de estado da revolução do 25 de Abril de 1974, que tinha ditado o fim da ditadura.
É um facto histórico e não uma opinião!
A contra-revolução do 25 de Novembro de 1975 teve 2 principais actores.
Um político e um militar.
Mário Soares e Ramalho Eanes. Mas Ramalho Eanes ficou com os principais louros da vitória pela liderança e pela elaboração do plano de operações do golpe militar, pois os louros da vitória militar transformaram-se rapidamente numa vitória política, levando-o mais tarde à Presidência da República. No passsado mês de Abril, numa entrevista ao Diário de Notícias o coronel na reforma Carlos de Matos Gomes, em resposta a uma pergunta do jornalista («no seu livro diz também que o 25 de Novembro de 1975 não é exatamente a história simples que hoje se conta. Mas há duas figuras, dois triunfadores do 25 de Novembro, por quem confessa grande admiração, que são o general Ramalho Eanes e Mário Soares. São dois fundadores da democracia essenciais?») disse o seguinte:
«Não, nenhum deles é fundador de democracia nenhuma. A democracia é um processo que, aqui em Portugal, vai percorrendo várias etapas até chegar àquilo que é o modelo da democracia liberal, que existe na Europa apenas a partir da Segunda Guerra Mundial. Nós estamos hoje a falar de democracia, mas nunca vivemos numa democracia tão alargada quanto a que existiu desde o 25 de Abril até ao 25 de Novembro. Aquilo que vai limitar e enquadrar e meter em redil partidário a democracia é o 25 de Novembro.»
E em resposta a outra pergunta («a democracia foi mais efetiva no período revolucionário?»), afirmou:
«Absolutamente. O que é que acontece? A democracia mete medo aos democratas formais, isto é, àqueles que modelam os sistemas de representatividade, que é o que existe. Nós vivemos numa democracia de representação indireta, e indireta a níveis altíssimos. Por exemplo, o procurador-geral da República tem uma legitimidade em quarto ou quinto grau. Desde que eu elejo um deputado até chegar à representatividade do procurador-geral da República vão cinco ou seis passos.»
Ouçam Miguel Sousa Tavares
No seu espaço semanal de comentário no Jornal Nacional, 5.ª Coluna, Miguel Sousa Tavares diz que "comemorar o 25 de Novembro pela primeira vez aos 49 anos não faz sentido, é ridículo".
O comentador da TVI diz concordar com Ramalho Eanes, que considera que "a data não é para ser celebrada, é para ser recordada", porque, sublinha, "ao contrário do 25 de Abril esta é uma data que dividiu e ainda divide os portugueses".
Para ouvir, clicar aqui.
quinta-feira, 21 de novembro de 2024
PORTINHO DA GALA, uma estrutura que custou mais de 2 milhões de euros...
Pescadores da Figueira da Foz alertam para perigo de morte em cais da margem sul
Foto: António Agostinho |
Desde 2018, que o gabinete jurídico da Câmara da Figueira da Foz está a fazer um novo regulamento para o Portinho da Gala, contando com o contributo da Junta de Freguesia de São Pedro e da Capitania da Figueira da Foz.
25 de Novembro: uma comemoração despropositada
Via Público
«Comemorar os 49 anos do 25 de Novembro na Assembleia da República com o mesmo modelo dos 50 anos do 25 de Abril é uma aberração. Comemorar os 50 anos do 25 de Novembro com o mesmo modelo dos 50 anos do 25 de Abril, convenhamos, também seria um disparate.
Mas é isso que vai acontecer dentro de dias no Parlamento, fruto de uma convergência e de uma pressa deliberada dos partidos de direita. Foi aprovado com os votos do PSD, CDS, Iniciativa Liberal e Chega, no final de uma discussão em que o partido proponente declarou tratar-se de uma “vitória do CDS e uma vitória de todos os democratas”.
Na sessão que celebrará para a semana o 25 de Novembro, o PSD aparecerá colado à extrema-direita, que concretizou, através do CDS, um dos seus sonhos: centrar a discussão numa polarização entre si e partidos como o PCP e o BE. Há cinco anos, em plena “geringonça”, fazer essa discussão era um embaraço para o PS, que tinha naqueles partidos um importante suporte. Hoje, ter o figurino a que vamos assistir no Parlamento é um presente que o PSD dá de bandeja ao Chega.»
«O PCP não vai estar presente na sessão solene de celebração do 25 de Novembro de 1975 na Assembleia da República, anunciou ontem o secretário-geral do partido, rejeitando a “operação em curso” de “apagamento do 25 de Abril”.»
quarta-feira, 20 de novembro de 2024
By pass e a definição dos políticos...
Assim se vai fazedo o caminho...
A comunicação social, em vez de cumprir o seu papel, tem prazer em explorar a iliteracia financeira dos seus consumidores. «É todo um programa político onde só há um perdedor, o suspeito do costume, conhecido como "cidadão", ou "contribuinte", se bem que a melhor de todas, ainda que nunca invocada, seja "eleitor".»
«Não é a primeira nem será a última vez que ouviremos que a Saúde deu “prejuízo”. Comprovadamente, os empreendedores da Saúde contam com uma comunicação social feita à medida dos seus interesses para difundirem a mitologia que melhor serve a sua fúria privatizadora. Energia, combustíveis, auto-estradas, banca, é longa a série de sectores de actividade onde o risco e a concorrência estão ausentes, que Garantem rendas e não lucros. Rendas exorbitantes, inigualáveis por qualquer actividade desenvolvida em sectores com risco e concorrência, onde o poder político que distribui as rendas não se mete. A Saúde é um dos sectores que ainda lhes falta conquistar. Não há-de faltar muito. "Era uma vez uma Saúde que ainda era pública e já havia muito boa gente a dizer que dava "lucros"/"prejuízos" [riscar o que não interessa]".»
O grau zero da governação
«A crise do INEM diz-nos mais acerca da governação do Estado. No caos agora posto a descoberto está também contida a insustentável falácia com que nos entretiveram os últimos governos de Costa e que o executivo de Montenegro se esforça por manter viva: a ideia de que governar não é sempre gerir recursos escassos e fazer opções dolorosas. Talvez seja mesmo apócrifa a frase atribuída a Lincoln e alegadamente pronunciada em Clinton, Illinois, em 1858: “Podeis enganar toda a gente durante um certo tempo; podeis mesmo enganar algumas pessoas todo o tempo; mas não vos será possível enganar sempre toda a gente.” Mas a frase é no mínimo ben trovata. Não há cativações, não há horas extraordinárias, não há expedientes ou artimanhas, por mais engenhosos que sejam, que possam dar a todos, durante todo o tempo, a ilusão de que se concluiu finalmente a quadratura do círculo na gestão da coisa pública: servir todas as clientelas e ainda cumprir o milagre das contas certas. E o problema, convém desmontar o equívoco, não é Bruxelas nem são as contas certas que outra coisa não são, aliás, do que a saudável garantia de que não obrigamos os nossos netos a pagar os nossos desmandos. O problema, por mais cruel e desagradável que seja dizê-lo, é que não é possível ter a TAP, ter a Efacec, ter autoestradas sem portagens, ter 35 horas de trabalho semanal e mais um sem número de ideias generosas e pias financiadas por recursos públicos e ainda assegurar que o Estado não falha naquilo que são os seus deveres essenciais.
terça-feira, 19 de novembro de 2024
Francisco José Viegas é o convidado de novembro das 5.ªs de leitura
O professor, jornalista, escritor e editor Francisco José Viegas é o convidado de novembro do projeto de promoção e incentivo à leitura «5as de Leitura», cuja sessão terá lugar dia 21 pelas 21h30, na Sala de Leitura da Biblioteca Municipal da Figueira da Foz, tendo como moderadora a professora e crítica literária Teresa Carvalho.