sexta-feira, 22 de novembro de 2024

No dia do centenário de Manuel Luís Pata

O Senhor Manuel Luís Pata, fotografado por Pedro Agostinho Cruz, em finais de outubro de 2013, no decorrer de um agradável café, acompanhado, como é habitual quando nos encontrávamos, de uma empolgante  conversa sobre o porto e a barra da Figueira, à mesa do Bar Borda do Rio, na Gala.

Se fosse vivo completaria hoje 100 de vidaA nostalgia não é boa companheira,  se não for acompanhada de lucidez. Sem lucidez a nostalgia é perigosa. A lucidez é que permite que a memória esteja no sítio que deve ocupar. A memória nostálgica é perigosa. Significa imobilismo, significa amargura, significa sempre dor. A lucidez permite-nos assumir a memória voltando a dar-lhe vida como período do nosso passado que é útil e bom recordar.


Manuel Luís Pata nunca desanimou.
O maior exemplo que Manuel Luís Pata nos deu - e que as pessoas pensavam que era teimosia - que é força de vontade dos pobres - para mim, é outra coisa: é sim, do meu ponto de vista, um dos raros exemplos de verdadeira perseverança que conheci... 

Foto Bela Coutinho, obtida via Cemar


Os figueirenses sempre tiveram medo de assumir as suas posições. 
Antes do 25 de Abril, por razões óbvias.  E, agora, no tempo que nos dizem ser da democracia, continuo a conhecer muito pouca gente que arrisque tornar-se cidadã de corpo inteiro. 
E todos sabemos porquê.
Continuam a existir represálias, mais ou menos encapotadas.
Por isso é que, numa sociedade como a figueirense, são tão importantes e decisivos cidadãos como Manuel Luís Pata.
Todos nascemos completos. Contudo, só poucos conseguem viver assim.

A coluna vertebral permite que caminhemos de forma erecta. 
Utilizar a coluna para andarmos levantados, fazendo frente a quem não quer que a usemos para esse fim, é um dever de cidadania. 
Manuel Luís Pata é um desses raros cidadãos: na minha memória, continua erecto e consequente...

Atrasou-se tudo...

... «uma ponte, apresentada como ciclável/pedonal (a permitir a passagem de uma ambulância em caso de necessidade) a ligar Alqueidão e Vila Verde, transformou-se em ciclável/automóvel, de apenas uma via alternada, a ligar Alqueidão e Lares, mas com semáforos “inteligentes” – ou seja, de um investimento de cerca 750 mil euros, passou-se para cerca de 7 milhões…»

Recorde-se que em Dezembro de 2021, "o Governo reconheceu como acção de relevante interesse público o projeto de construção de uma ponte sobre o rio Mondego, na Figueira da Foz, distrito de Coimbra, que prevê ocupar solos em Reserva Ecológica Nacional (REN)."

Chegou a estar prometida para 20202 de janeiro de 2020, Carlos Monteiro então presidente de Câmara: "A ciclovia europeia Eurovelo será uma realidade em 2020, incluindo uma ponte sobre o Mondego, na zona do Alqueidão/Lares."

Será desta?..

Imagem via Diário as Beiras


Maior de sempre

Via Diário as Beiras (para ler melhor clicar na imagem)

Organização da Junta Freguesia de Buarcos e São Julião

 Via Diário as Beiras

Primeira mulher a presidir à terceira maior associação do país


«Vitória Abreu tomou ontem posse, prometendo um mandato de muito pragmatismo na resolução dos problemas dos associados.»

Evento a favor dos Bombeiros

 

O "ridículo" de comemorar o 25 de Novembro

Daqui a poucos dias temos as comemorações do 25 de Novembrode 1975.
Passaram 49 anos que se deu o golpe militar da contra-revolução do 25 de Novembro de 1975, que pôs fim à influência da esquerda radical iniciada em Portugal com o golpe de estado da revolução do 25 de Abril de 1974, que tinha ditado o fim da ditadura. 
É um facto histórico e não uma opinião!
A contra-revolução do 25 de Novembro de 1975 teve 2 principais actores. 
Um político e um militar. 
Mário Soares e Ramalho Eanes. Mas Ramalho Eanes ficou com os principais louros da vitória pela liderança e pela elaboração do plano de operações do golpe militar, pois os louros da vitória militar transformaram-se rapidamente numa vitória política, levando-o mais tarde à Presidência da República. 
No passsado mês de Abril, numa entrevista ao Diário de Notícias o coronel na reforma Carlos de Matos Gomes, em resposta a uma pergunta do jornalista («no seu livro diz também que o 25 de Novembro de 1975 não é exatamente a história simples que hoje se conta. Mas há duas figuras, dois triunfadores do 25 de Novembro, por quem confessa grande admiração, que são o general Ramalho Eanes e Mário Soares. São dois fundadores da democracia essenciais?») disse o seguinte:
«Não, nenhum deles é fundador de democracia nenhuma. A democracia é um processo que, aqui em Portugal, vai percorrendo várias etapas até chegar àquilo que é o modelo da democracia liberal, que existe na Europa apenas a partir da Segunda Guerra Mundial. Nós estamos hoje a falar de democracia, mas nunca vivemos numa democracia tão alargada quanto a que existiu desde o 25 de Abril até ao 25 de Novembro. Aquilo que vai limitar e enquadrar e meter em redil partidário a democracia é o 25 de Novembro.» 
E em resposta a outra pergunta («a democracia foi mais efetiva no período revolucionário?»), afirmou:
«Absolutamente. O que é que acontece? A democracia mete medo aos democratas formais, isto é, àqueles que modelam os sistemas de representatividade, que é o que existe. Nós vivemos numa democracia de representação indireta, e indireta a níveis altíssimos. Por exemplo, o procurador-geral da República tem uma legitimidade em quarto ou quinto grau. Desde que eu elejo um deputado até chegar à representatividade do procurador-geral da República vão cinco ou seis passos.»
Ouçam Miguel Sousa Tavares
No seu espaço semanal de comentário no Jornal Nacional, 5.ª Coluna, Miguel Sousa Tavares diz que "comemorar o 25 de Novembro pela primeira vez aos 49 anos não faz sentido, é ridículo".
O comentador da TVI diz concordar com Ramalho Eanes, que considera que "a data não é para ser celebrada, é para ser recordada", porque, sublinha, "ao contrário do 25 de Abril esta é uma data que dividiu e ainda divide os portugueses".
Para ouvir, clicar aqui.
Onde é que estavam Nuno Melo, Rui Rocha, Luís Montenegro, André Venturas, no dia 25 de Novembro de 1975?...

quinta-feira, 21 de novembro de 2024

"Este ano já foram removidas 21 viaturas da via pública, o dobro do ano passado"...

 Via Diário as Beiras

PORTINHO DA GALA, uma estrutura que custou mais de 2 milhões de euros...

Pescadores da Figueira da Foz alertam para perigo de morte em cais da margem sul 

"Em causa, segundo vários pescadores ouvidos pela agência Lusa, está o assoreamento daquele porto de abrigo (formalmente chamado Cais do Núcleo Piscatório da Cova-Gala) que acolhe embarcações de pesca artesanal e de recreio, e que é invadido por lamas nas marés vazantes, junto ao pequeno embarcadouro constituído por vários passadiços flutuantes e uma rampa de acesso ao rio. A situação é, aparentemente, recorrente – os pescadores argumentam que o molhe exterior que prolonga a margem esquerda do braço sul do rio Mondego, junto à rampa de acesso, é curto em comprimento e não impede a passagem das lamas – e querem ver a situação resolvida definitivamente."
Foto: António Agostinho

O Portinho da Gala foi inaugurado em 2004. Cerca de 10 anos depois, a autarquia inaugurou um centro cultural e de convívio, que custou cerca de 120 mil euros,  para a comunidade piscatória. Pelo meio, foram construídos os 80 armazéns. 
Desde 2018, que o gabinete jurídico da Câmara da Figueira da Foz está a fazer um novo regulamento para o Portinho da Gala, contando com o contributo da Junta de Freguesia de São Pedro e da Capitania da Figueira da Foz.

25 de Novembro: uma comemoração despropositada

Via Público

«Comemorar os 49 anos do 25 de Novembro na Assembleia da República com o mesmo modelo dos 50 anos do 25 de Abril é uma aberração. Comemorar os 50 anos do 25 de Novembro com o mesmo modelo dos 50 anos do 25 de Abril, convenhamos, também seria um disparate.

Mas é isso que vai acontecer dentro de dias no Parlamento, fruto de uma convergência e de uma pressa deliberada dos partidos de direita. Foi aprovado com os votos do PSD, CDS, Iniciativa Liberal e Chega, no final de uma discussão em que o partido proponente declarou tratar-se de uma “vitória do CDS e uma vitória de todos os democratas”.

Na sessão que celebrará para a semana o 25 de Novembro, o PSD aparecerá colado à extrema-direita, que concretizou, através do CDS, um dos seus sonhos: centrar a discussão numa polarização entre si e partidos como o PCP e o BE. Há cinco anos, em plena “geringonça”, fazer essa discussão era um embaraço para o PS, que tinha naqueles partidos um importante suporte. Hoje, ter o figurino a que vamos assistir no Parlamento é um presente que o PSD dá de bandeja ao Chega.»

«O PCP não vai estar presente na sessão solene de celebração do 25 de Novembro de 1975 na Assembleia da República, anunciou ontem o secretário-geral do partido, rejeitando a “operação em curso” de “apagamento do 25 de Abril”

quarta-feira, 20 de novembro de 2024

By pass e a definição dos políticos...

No decorrer da última campanha eleitoral, o PSD/Figueira colocou cartazes como o da imagem abaixo em S. Pedro, Costa de Lavos e Leirosa.
O ano passado, a maioria absoluta do PS, inviabilizou esta pretensão da comunidade figueirense que vive o problema da erosão a sul da barra do Mondego.

As obras na linha costeira da Figueira da Foz criaram um desequilíbrio brutal na costa do nosso concelho, que se tem vindo a agravar anos após ano. 
O concurso público para a concepção e construção do BYPASS volta a ser votado na Assembleia da República, nas alterações ao Orçamento de Estado 2025. Nos próximos dias saberemos se vamos ter os 18,1 milhões de euros para a execução do BYPASS ou não.
E vamos saber mais... Vamos saber quem está verdadeira e genuinamente preocupado com a erosão costeira e quem tem andado a fazer politiquice com um tema decisivo para a segurança dos moradores a sul do rio Mondego.
O ano passado sabemos o que aconteceu. Este ano, em breve veremos...




Prospecção e exploração de caulino em Vila Verde, Figueira da Foz

 Deputado: Alfredo Maia (PCP)

Obras na Ponte da Figueira terminam no 1.º trimestre de 2025

 Via Diários as Beiras


Novos órgãos sociais da Associação Comercial e Industrial da Figueira da Foz

 Via Diário as Beiras

Assim se vai fazedo o caminho...

A Direita anda a lançar a confusão, via Comunicação Social, para ir minando o já cada vez mais delapidado e depauperado SNS. O objectivo é óbvio: levarem por diante o seu objetivo neo-libral de privatização do negócio da doença.
A comunicação social, em vez de cumprir o seu papel, tem prazer em explorar a iliteracia financeira dos seus consumidores. «É todo um programa político onde só há um perdedor, o suspeito do costume, conhecido como "cidadão", ou "contribuinte", se bem que a melhor de todas, ainda que nunca invocada, seja "eleitor"
[Imagem "Britain's Prime Minister Margaret Thatcher and President Ronald Reagan share a laugh during a break from a session at the Ottawa Summit on July 21, 1981, at Government House in Ottawa, Canada"]

Citando Filipe Tourais.
«Não é a primeira nem será a última vez que ouviremos que a Saúde deu “prejuízo”. Comprovadamente, os empreendedores da Saúde contam com uma comunicação social feita à medida dos seus interesses para difundirem a mitologia que melhor serve a sua fúria privatizadora.  Energia, combustíveis, auto-estradas, banca, é longa a série de sectores de actividade onde o risco e a concorrência estão ausentes, que Garantem rendas e não lucros. Rendas exorbitantes, inigualáveis por qualquer actividade  desenvolvida em sectores com risco e concorrência, onde  o poder político que distribui as rendas não se mete.  A Saúde é um dos sectores que ainda lhes falta conquistar. Não há-de faltar muito. "Era uma vez uma Saúde que ainda era pública e já  havia muito boa gente a dizer que dava "lucros"/"prejuízos" [riscar o que não interessa]".»

O grau zero da governação

«A crise do INEM diz-nos mais acerca da governação do Estado. No caos agora posto a descoberto está também contida a insustentável falácia com que nos entretiveram os últimos governos de Costa e que o executivo de Montenegro se esforça por manter viva: a ideia de que governar não é sempre gerir recursos escassos e fazer opções dolorosas. Talvez seja mesmo apócrifa a frase atribuída a Lincoln e alegadamente pronunciada em Clinton, Illinois, em 1858: “Podeis enganar toda a gente durante um certo tempo; podeis mesmo enganar algumas pessoas todo o tempo; mas não vos será possível enganar sempre toda a gente.” Mas a frase é no mínimo ben trovata. Não há cativações, não há horas extraordinárias, não há expedientes ou artimanhas, por mais engenhosos que sejam, que possam dar a todos, durante todo o tempo, a ilusão de que se concluiu finalmente a quadratura do círculo na gestão da coisa pública: servir todas as clientelas e ainda cumprir o milagre das contas certas. E o problema, convém desmontar o equívoco, não é Bruxelas nem são as contas certas que outra coisa não são, aliás, do que a saudável garantia de que não obrigamos os nossos netos a pagar os nossos desmandos. O problema, por mais cruel e desagradável que seja dizê-lo, é que não é possível ter a TAP, ter a Efacec, ter autoestradas sem portagens, ter 35 horas de trabalho semanal e mais um sem número de ideias generosas e pias financiadas por recursos públicos e ainda assegurar que o Estado não falha naquilo que são os seus deveres essenciais.


Podemos e devemos divergir acerca das prioridades para a alocação dos recursos (sendo certo que da extrema-esquerda à extrema-direita todos concordamos que garantir uma rede eficaz de prestação de serviços de emergência médica é uma delas). É nessa divergência que se deve consubstanciar, aliás, o essencial do combate político. Aquilo que é profundamente perverso é continuar a gerir o Estado com base em pensamentos mágicos. A manta é curta e não é por apagarmos a luz para não a ver que deixaremos de sentir frio nos pés.»

terça-feira, 19 de novembro de 2024

Francisco José Viegas é o convidado de novembro das 5.ªs de leitura

O professor, jornalista, escritor e editor Francisco José Viegas é o convidado de novembro do projeto de promoção e incentivo à leitura «5as de Leitura», cuja sessão terá lugar dia 21 pelas 21h30, na Sala de Leitura da Biblioteca Municipal da Figueira da Foz, tendo como moderadora a professora e crítica literária Teresa Carvalho.

A entrada é gratuita, contudo, sujeita à lotação do espaço.