segunda-feira, 30 de setembro de 2024
João Portugal reeleito presidente da Federação Distrital de Coimbra do PS
domingo, 29 de setembro de 2024
O saber que não se presta
O sempre subtil, fino, penetrante, delicado e agudo Miguel Esteves Cardoso
«Os coros das claques do futebol são particularmente interessantes porque juntam a musicalidade à irreverência, ao prazer de ser do contra e à necessidade absoluta de exprimir uma opinião. Comparadas com as claques de outros países, tendem a dirigir-se mais ao treinador do que à equipa.
O treinador é tido como responsável mas não é só isso: o treinador é mais vaidoso e tem a mania que a culpa é dos jogadores, pelo que é muito mais engraçado deitá-lo abaixo.
É uma espécie de bullying antiautoritário, uma tomada da Bastilha à inglesa, em que o único alvo é o reizinho irritante que chegou cheio de promessas e, por ser nhurro, foi incapaz de fazer milagres.
Um dos melhores cânticos é o do Arsenal e reza assim: “You’re shit and you know you are.” Ou seja: “És uma merda e sabes que és uma merda.”
Para apreciar a acusação, é preciso imaginar o treinador (ou qualquer profissional) que não presta para nada, mas está convencido de que é uma maravilha. Acontece muito, não acontece? Trata-se de um indivíduo iludido, tragicamente vaidosão, que tem dificuldade em perceber o que se passa à volta dele.
Mas pronto, coitado, não é capaz de ver que não presta — e isso constitui, apesar de tudo, uma espécie de desculpa. Agora o sacana que não presta e, ainda por cima, sabe que não presta é imperdoável. É mesmo um ladrão. Está ali a enganar toda a gente. Quanto mais gesticula, mais fácil é odiá-lo.
Claro que o esforço musical da claque que canta “You’re shit and you know you are” esconde uma réstia de afecto.»
Fechar portas à imigração? Patrões avisam: seria “devastador” para a economia...
Faz amanhã 50 anos que Spínola se demitiu do cargo de presidente da República
Quem não tem memória curta, porém, sabe que sempre foi asssim.
A violência das palavras e dos actos
«Lamentavelmente, a extrema sensibilidade e susceptibilidade demonstradas pelo presidente da Câmara de Lisboa quanto às palavras parecem já não existir quanto aos actos, ao defender o alargamento dos poderes da Polícia Municipal quanto à possibilidade de detenção de cidadãos. Ora, independentemente de os polícias municipais de Lisboa e do Porto serem, hoje em dia, agentes da PSP, parece evidente que não há necessidade de termos mais um corpo repressivo do Estado, com poderes de investigação criminal, sediado agora nas autarquias, correndo-se o risco de se estar a avançar, como disse o presidente da Câmara do Porto, para “o modelo americano dos xerifes”. Isto está pretty wild, mas, ainda, não chegámos ao wild, wild West…»
Os altos valores do Estado
«Uma das mudanças mais visíveis desde o 25 de Abril até hoje tem sido a altura dos portugueses e das portuguesas. E a beleza também — mas isso fica para outra altura. A verdade é que os portugueses estão menos baixos e menos feios do que eram. Será dos cuidados de saúde? Ou da educação? Ou da selecção reprodutiva? Ou será do iogurte? É que foi mais ou menos quando os portugueses começaram a comer mais iogurte que começaram a ficar mais altos, e mais sadios — e menos feios.»
sábado, 28 de setembro de 2024
show off
Como expliquei ontem aqui, a realidade é a realidade. O resto, que é quase tudo, é show off.
A comunicação social precisa disto para alimentar o espírito voyeurista do povo e sobreviver. É o dois em um: ao mesmo tempo que dá voz à propaganda governamental, também se alimenta do barulho e do show off.
A realidade, como sabe quem anda minimamente atento, é outra.
sexta-feira, 27 de setembro de 2024
Luísa Costa Gomes, escritora e voz essencial da literatura portuguesa
“O mundo em que nasci, cresci e fui adulta está a morrer. Não me causa nostalgia: o que aí vem tem coisas muito interessantes”.
«... e como se sente aos 70 anos?
- Tenho ainda sentimentos ambivalentes em relação à coisa. Os 50, os 60, nunca liguei, mas os 70 fizeram diferença porque fiquei muito doente. Foi uma espécie de átrio da velhice, aquela coisa que o meu pai costumava dizer: “Isto nunca me aconteceu”. Há uma certa fragilidade, com a qual temos de aprender a lidar. É só isso e é muito. Há uma gestão da energia que tem de se aprender. Mas com a experiência de vida aprendemos que nós e o tempo não andamos sempre numa mesma direcção; que muitas vezes estamos com 70 anos e no dia seguinte temos 15 e depois temos 100, e há momentos na vida que são erupções de juventude e de uma certa juventude contranatura, da recuperação de uma energia vital.»
É todo um programa esta passagem da entrevista com Luísa Costa Gomes publicada esta sexta-feira no Ípsilon.
Sem SNS não há democracia
Voltando atrás, ainda estive para explicar à senhora funcionária que me atendeu (que eu não sei de todo quem é) que os ataques ao SNS são golpes na democracia e na qualidade de vida dos portugueses. Poderia dizer-lhe mais: que este governo, que é um governo de direita, não consegue esconder o desejo de liquidar o Serviço Nacional de Saúde, uma das maiores - se não mesmo a maior - conquistas do 25 de Abril.
A eficácia dos privados: de uma maneira ou outra quem acaba por pagar é sempre o mesmo...
O problema já vem de longe. A Figueira mostra uma imagem de terra sem higiene e limpeza, muito difícil de compreender e aceitar num concelho que dizem ser turístico.
Segundo um comunicado da Câmara Municipal da Figueira da Foz, datado de Janeiro de 2019, o contrato de Recolha e Transporte de Resíduos Sólidos Urbanos, Lavagem e Manutenção de Contentores representa um investimento de 7,8 milhões de euros accrescidos de IVA e foi adjudicado à empresa Suma, na sequência de um concurso público internacional.O novo contrato previa ainda a utilização de tecnologia ligada à gestão da frota de resíduos "que, em tempo real, comunica com uma plataforma electrónica toda a informação de análise de execução do serviço e fiscalização das actividades desenvolvidas pelo contratante".»
Deputados Municipais do PS vão acompanhar o sentido de voto dos vereadores do mesmo partido
A agenda inclui a votação dos pacotes fiscais. Segundo o Diário as Beiras, edição de hoje, os deputados municipais do PS estão em sintomia com os vereadores do partido na câmara, em relação aos pacotes fiscais aprovados na reunião de câmara de quarta-feira.
“Acompanhamos a posição dos vereadores do PS no sentido de voto e nas declarações políticas que foram feitas [na reunião de câmara]”, disse o líder da bancada socialista na AMFF.
Estabilidade fiscal em 2025
quinta-feira, 26 de setembro de 2024
Paulo Rangel sublinha preocupação de Portugal com Médio Oriente
"Israel tem direito à sua legítima defesa, mas claramente nos últimos meses tem havido um excesso".
As lições (ou ilusões) da História
Tanque de guerra israelita (Foto: IDF Israel) |
Figueira da Foz mantém pacote fiscal e equaciona reduzir IMI para arrendatários
"A Câmara da Figueira da Foz aprovou o pacote fiscal para 2025, com a ressalva de ainda analisar uma eventual taxa de redução do Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) para arrendatários de longa duração.
Numa reunião extraordinária realizada ontem, quarta-feira, o executivo liderado por Pedro Santana Lopes comprometeu-se a reagendar uma proposta do PS de redução do IMI para proprietários que apresentem contratos de arrendamento iguais ou superiores a um ano, para estimular o arrendamento de longa duração e não o sazonal.
O presidente da Câmara da Figueira da Foz, eleito pelo movimento Figueira a Primeira, assumiu o “compromisso de honra” de reagendar a proposta quando a Autoridade Tributária (AT) enviar os dados solicitados pelo Município para avaliar uma eventual redução para aqueles casos.
“Quando chegar a resposta da AT realizaremos nova reunião, faremos contas e vemos se é possível”, sublinhou Santana Lopes, que voltou a frisar que a oposição devia apresentar medidas de compensação quando propõe reduções de impostos municipais.
O autarca considerou que o aumento das despesas correntes e o défice gerado pelo tratamento de resíduos não deixam grande margem de manobra para reduzir receitas.
Os socialistas – que estão em minoria no executivo, mas lideram a Assembleia Municipal – apresentaram na semana passada propostas para reduções no IMI e na devolução do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares (IRS), que motivaram o adiamento da votação do pacote fiscal.
O PS tinha proposto a redução do IMI de 0,40% para 0,35% e uma dedução de 100 euros para os proprietários que apresentem contratos de arrendamento iguais ou superiores a um ano, para estimular o arrendamento de longa duração, que não poderá ser fixada em valor monetário, mas sim através da criação de uma taxa percentual para aquelas situações.
Os socialistas tinham proposto ainda um abaixamento de 0,25% na variante do IRS a receber pelo município.
Na reunião, a vereadora socialista Diana Rodrigues disse que, nas negociações com o executivo, não houve abertura para reduzir a taxa variável de IRS que cabe ao Município, “pelo valor que implica e razão ideológica”.
Segundo a vice-presidente da Câmara, Anabela Tabaçó, uma redução de 0,25% na variável do IRS representaria uma perda de receita na ordem dos 250 mil euros.
A proposta do executivo agora aprovada mantém o IMI em 0,40% para os prédios urbanos, com a dedução fixa de 30 euros para famílias com um dependente, 70 euros com dois dependentes e 140 euros com três ou mais dependentes, e uma majoração de 30% para os prédios urbanos degradados.
A taxa de imposto sobre a variável do IRS a receber pelo Município vai continuar nos 3,25%, mantendo-se a devolução de 1,75% aos munícipes, enquanto a derrama vai manter a taxa máxima de 1,5%, com isenção para as actividades cujo volume de negócios, no exercício contabilístico anterior, não ultrapassasse os 150 mil euros.
O Município fixou ainda em 0,25% a taxa municipal de Direitos de Passagem."