domingo, 7 de abril de 2024

Da série, grandes primeiras páginas


Via Diário de Notícias

"No seu livro diz também que o 25 de Novembro de 1975 não é exatamente a história simples que hoje se conta. Mas há duas figuras, dois triunfadores do 25 de Novembro, por quem confessa grande admiração, que são o general Ramalho Eanes e Mário Soares. São dois fundadores da democracia essenciais? 
Não, nenhum deles é fundador de democracia nenhuma. A democracia é um processo que, aqui em Portugal, vai percorrendo várias etapas até chegar àquilo que é o modelo da democracia liberal, que existe na Europa apenas a partir da Segunda Guerra Mundial. Nós estamos hoje a falar de democracia, mas nunca vivemos numa democracia tão alargada quanto a que existiu desde o 25 de Abril até ao 25 de Novembro. Aquilo que vai limitar e enquadrar e meter em redil partidário a democracia é o 25 de Novembro. 
A democracia foi mais efetiva no período revolucionário? 
Absolutamente. O que é que acontece? A democracia mete medo aos democratas formais, isto é, àqueles que modelam os sistemas de representatividade, que é o que existe. Nós vivemos numa democracia de representação indireta, e indireta a níveis altíssimos. Por exemplo, o procurador-geral da República tem uma legitimidade em quarto ou quinto grau. Desde que eu elejo um deputado até chegar à representatividade do procurador-geral da República vão cinco ou seis passos. 
Mas no caso do Presidente da República, até elegemos por voto direto. 
Sim, e por isso é um órgão de soberania. Como a outra figura institucional de democracia direta, que é a Assembleia da República, também é órgão de soberania. Mas quase tudo é indireto."

As guerras culturais são um alimento da direita radical (II)

Símbolos e imagem

"A direita pacóvia, provinciana, conservadora e revanchista, cuja primeira medida que tomou quando chegou ao poder foi a alteração do logotipo administrativo do Governo, afirmando demagogicamente (o Chega não diria melhor) que o anterior, sem «escudo, quinas e castelos», punha em causa os símbolos nacionais, faria bem em pôr os olhos na mudança de imagem da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, pela mão de uma insuspeita Maria José Nogueira Pinto. Foi há cerca de 20 anos, no início deste século."

sábado, 6 de abril de 2024

As guerras culturais são um alimento da direita radical

Pacheco Pereira no Público

"... a decisão (do Governo de substituir o novo logotipo) é mais importante do que possa parecer, para que seja conveniente minimizar. 

Ao escolher fazer isto em primeiro lugar, o Governo quis dar um sinal, um sinal de ruptura, um sinal ao Chega, um sinal sobre o local onde se quer colocar. E sinais e símbolos são muito mais eficazes e empáticos do que medidas governamentais, para dizer ao que se vem ou para onde se vai."

Mário Barreira sucede a Mota Cardoso na Asembleia Figueirense

 Via Diário as Beiras




Demissão de vereador eleito pela lista do PS, por "culpa" do Dr. Santana Lopes... E vão cinco...

António Durão, em Outubro de 2022 ao Diário as Beiras: “Se o doutor Santana Lopes me convidasse para integrar o [seu] executivo, colocaria essa possibilidade à consideração do PS”...
Tal, porém, não aconteceu, pois o Dr. Santana Lopes, apesar de tudo,  preferiu Ricardo Silva o melhor jogador político da história política figueirense.
Hoje, com toda a naturalidade para quem anda minimamente atento a estas coisas da poticazinha local, via Diário as Beiras ficámos a saber que...

Segurança nas praias e variante de Quiaios foram assuntos em destaque na reunião camarária de ontem

Câmara vai investir mais na segurança das prais do concelho

«A Câmara da Figueira da Foz vai investir este ano 600 mil euros na contratação de 82 nadadores-salvadores para vigilância e assistência a banhistas na época balnear.
Segundo o presidente da autarquia, Pedro Santana Lopes, o valor de 2024 representa um aumento na ordem dos 20% relativamente a 2023, ano em que vários concessionários de praia foram multados por não terem nadadores-salvadores atempadamente.
O autarca eleito pelo movimento “Figueira a Primeira” justificou o valor com a necessidade de existirem nadadores-salvadores em todas as praias da responsabilidade do Município e o aumento da remuneração daqueles profissionais.
Na sessão de Câmara de ontem, sexta-feira, que aprovou a abertura do concurso público para a contratação dos serviços de vigilância e assistência técnica a banhistas, o vereador Manuel Domingues salientou que a escola municipal de nadadores-salvadores tem um curso a decorrer com 18 formandos e vai organizar mais nove.
“Estamos a trabalhar para que este ano as coisas decorram com mais calma”, enfatizou o responsável pelo pelouro, salientando que, desde a Páscoa, a Figueira da Foz tem já seis nadadores-salvadores em actividade aos fins-de-semana.
Em 2023, o concurso público ficou deserto, obrigando a Câmara Municipal da Figueira da Foz a recorreu a ajustes directos para contratar e a adiar o hasteamento da bandeira azul em quatro praias."»

Variante de Quiaios pode arrancar neste mandato

A variante que ligará Quiaios à Praia de Quiaios terá cerca de quatro quilómetros e é uma antiga aspiração dos autarcas e da população quiaense. 
A Junta de Freguesia de Quiaios, doou uma área de 8,5 hectares de terreno à Câmara Municipal para viabilizar a construção da variante rodoviária que sirva a localidade.
A informação de que a escritura de doação foi realizada na manhã de ontem, sexta-feira, foi avançada pelo presidente da autarquia, Pedro Santana Lopes, em reunião ordinária.
O autarca explicou que o terreno doado vai servir para efectuar uma permuta com o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), procedimento fundamental para viabilizar a construção da variante a Quiaios.
A futura variante terá uma extensão de cerca de quatro quilómetros e deverá usar o traçado correspondente a um aceiro que já existe, dentro de uma área que é propriedade do ICNF.
“É uma estrada fundamental para garantir o ordenamento da circulação em Quiaios e para aliviar aquela localidade do congestionamento que tem actualmente”, sustentou Santana Lopes, em declarações aos jornalistas.
O presidente da Câmara da Figueira da Foz estimou que a futura variante possa representar um investimento na ordem dos dois milhões de euros e esteja lançada e em execução ainda neste mandato.
Apesar do projecto de obra ainda não estar definido, Santana Lopes adiantou que a via terá uma faixa de circulação para cada lado e ciclovia. “Será uma estrada tão eco quanto possível”, sublinhou. A futura via vai ligar a localidade de Quiaios à praia com o mesmo nome.»

sexta-feira, 5 de abril de 2024

FMI ao seu nível: "elogio da selvajaria"

Via Diário de Notícias: «o organismo financeiro apoia Milei desde que ele assumiu o cargo, em dezembro, com o objetivo de atingir um défice zero em 2024, mesmo que isso inclua um plano "motosserra" para cortar gastos.»

Hoje há reunião de Câmara

 Via Diário as Beiras

Requalificação da Bernardino Machado, Pedrosa Veríssimo e João de Barros com fundos do PRR

 Via Diário as Beiras

Entretanto, é "o momento de deixar correr o tempo"...

"Demasiado perto, queima." Quem disse isto foi Christian Petzo. Que é um génio...

Via Diário as Beiras

Pedro Machado, é o novo Secretário de Estado do Turismo

Via Expresso: "o Ministério da Economia e Pescas tem três secretários de Estado: um filosofo para o turismo, um engenheiro químico para a economia e uma antiga jornalista para o mar. 
Pedro Machado, licenciado em filosofia e mestre em ciências da comunicação, é o novo secretário de Estado do Turismo e é uma figura bem conhecida do sector. Foi presidente do Turismo do Centro de Portugal ao longo de 16 anos, tendo atingido o limite de mandatos em 2023, e continuando até à data a presidir à Agência Regional de Promoção Turística Centro de Portugal. Nasceu em Coimbra, foi vice-presidente da Câmara de Montemor-o-Velho durante 12 anos, foi candidato à Câmara da Figueira da Foz pelo PSD, em 2021, e, em 2023, recebeu o “Prémio Personalidade” da BTL – Bolsa de Turismo de Lisboa. De momento, Pedro Machado também é professor associado no Instituto Politécnico de Viseu, e exerce funções como consultor na CH Consulting." 

Pedro Machado, em 2021, foi o candidato PSD à câmara Municipal da Figueira da Foz e obteve a pior votação de sempre deste partido em eleições autárquicas. Pode-se acrescentar ainda que, na vida, como no jogo, se o sucesso surge ele deve-se ao mérito. Caso contrário foi o azar. Passados alguns meses, ficou explicada, via Jornal Sol, pelo próprio, a votação que o candidato Pedro Machado obteve. 
- Concorreu nas últimas eleições autárquicas à Figueira da Foz contra Santana Lopes. Estava à espera deste resultado?
- Não estava à espera deste resultado, caso contrário não me tinha candidatado. As condições de partida não eram essas. As condições eram de uma candidatura que protagonizei em nome do PSD e não haveria a candidatura de Santana Lopes. Haveria, expectavelmente, uma recandidatura do autarca do PS e também seria expectável a apresentação de outras candidaturas, como a do Bloco de Esquerda, a do Partido Comunista e a do Chega, como aliás se veio a verificar. Aceitei nessa premissa e seria uma candidatura representativa do PSD

Nas últimas autárquicas, o azar bateu à porta de Pedro Machado e da sua candidatura à Câmara Municipal da Figueira da Foz. E entrou. Pelos vistos, pelo flanco que inicialmente pensava como o mais protegido: o direito... Pedro Machado, teve azar. Muito azar: "quando avançou para a Figueira não sabia que Santana ia ser candidato". Mas, Santana foi candidato - e ganhou. Portanto: Pedro Machado, além de ter tido azar, sofreu a consequência... 

Mas o azar não está sempre atrás da porta. Apesar de tudo o que aconteceu em setembro de 2021 - e muito foi - , menos de três anos depois Pedro Machado é secretário de estado. Menos tempo demorou o seu número dois, Ricardo Silva, a ocupar, como vereador executivo, o seu lugar na Câmara Municipal da Figueira da Foz. 

"Vergonhosa", considerou na altura João Portugal "a coligação de Santana e Ricardo Silva".
Por falar em vergonhas, recordo algo que agora já não interessa nada.
Onde é que andava João Portugal, quando Ricardo Silva, depois de se desfiliar do PSD, apoiou publicamente João Ataíde, que era para ter sido o candidato do PSD nas eleições autárquicas de 2009, e acabou (depois de uma história recambolesca) por ser candidato PS Figueira nessas mesmas eleições de 2009, contra a recandidatura de Duarte Silva (PSD), contribuindo para uma das derrotas que o PSD sofreu localmente?
João Portugal conhece Ricardo Silva e Ricardo Silva conhece João Portugal.
São ambos produto das jotas partidárias da área do poder. 
Ricardo Silva, depois de se desfiliar do PSD, apoiou a primeira candidatura do presidente da Câmara da Figueira da Foz, o independente João Ataíde, como candidato do PS. O mesmo Ricardo Silva voltou a filar-se no PSD em Coimbra, tendo, entretanto, transferido a sua ficha de militante para a Figueira da Foz, concelho de onde é natural e reside. “Regressei ao partido a pedido de figuras regionais e nacionais do PSD. Quando saí, saíram vários militantes”, disse Ricardo Silva ao jornal AS BEIRAS, em Março de 2018.
E disse mais acerca do apoio dado ao candidato  João Ataíde, que acabou por concorrer pelo PS em 2009:  “de acordo com a estratégia do partido (PSD), traçada entre 2006 e 2007, João Ataíde deveria ter sido o candidato do PSD, em 2009. Se se tivesse candidatado pelo PSD, hoje, o concelho estaria melhor”
Vergonha, como se dizia em tempos na Aldeia, "é ser pobre e passar fome".

quinta-feira, 4 de abril de 2024

Funcionamento da extensão de saúde do Bom Sucesso preocupa presidente da junta

 Via Diário as Beiras

O "surrealista" parque desportivo que era para ter havido em Buarcos...

Em 30 de Junho de 2010 a Assembleia Municipal aprovou o grupo de trabalho que ia analisar e acompanhar, sem carácter vincalitivo, o processo do Parque Desportivo de Buarcos.

O presidente da Câmara, doutor João Ataíde, segundo As Beiras de 1 de Julho de 2010, concordava com a criação da comissão, pois “pretendia partilhar esta desgraça com todos”.
Recorde-se, que o primeiro executivo presidido pelo doutor João Ataíde herdou o projecto do Parque Desportivo de Buarcos, do segundo executivo municipal do PSD, presidido pelo eng. Duarte Silva.
Um ano e tal depois, no dia 14 de Outubro de 2011, o jornal AS BEIRAS, noticiava que João Ataíde, em reunião de câmara, ia propor a rescisão do contrato de concepção e construção do Parque Desportivo de Buarcos com a Somague.
A decisão unilateral incluia a desistência das expropriações, processo que gerou contestação por parte dos proprietários, que recorreram à justiça.
A desistência do projeto implicou o pagamento de uma indemnização ao construtor que ganhou o concurso
Recorde-se que a construção do Parque Desportivo de Buarcos, enquanto complexo multi-desportivo, que abrangeria um campo de golfe, campos de futebol e poli desportivos, espaços de lazer e diversão, foi adjudicado em 2005 pela Câmara Municipal da Figueira da Foz, presidida pelo eng. Duarte Silva, à empresa Somague.
Desde o início do mandato, foi público e notório, que o executivo camarário seguinte, presidido por João Ataíde ponderava resolver o contrato de construção do Parque Desportivo de Buarcos, desde logo, porque do seu ponto, “existiam questões inultrapassáveis ao nível do ordenamento do território”.
O processo tinha sido iniciado no início da década de 2000 e culminou, em Agosto de 2005, com a adjudicação, por 13 milhões de euros, da concepção e construção do equipamento à construtora Somague, sem que as expropriações de terrenos estivessem concluídas e com áreas de implementação em zona de Reserva Ecológica Nacional (REN).
Para além do golfe, o parque desportivo de Buarcos  incluía a construção de um Centro de Alto Rendimento, com campo de futebol, pista de atletismo e ‘courts’ de ténis, em 2010 um investimento “impensável” e “inviável”, para uma Câmara fortemente endividada como era, na altura, a autarquia figueirense.
Para se tentar entender “as razões” da adjudicação do parque desportivo de Buarcos, temos de recuar ao processo eleitoral de 2005 e à maneira como se faz politica local, no País em geral, e na Figueira, em particular.
A Figueira e o País não chegaram onde estão por obra e graça do espírito santo…
Quando se adjudica uma obra de 13 milhões de euros  “sem projeto” de construção, como aconteceu neste caso, o que é que se pode dizer mais?..
Imagem via Diário as Beiras. Edição de hoje.

Quem tem vergonha da sua história? (II)

O video tem 5 minutos e 16 segundos. Vale a pena vê-lo.

A primeira impressão da fotografia com o novo primeiro-ministro e os 17 ministros...


"Novo Governo. Mais organizado, mas com grande distância entre os ministros"

Para pensar...

"Emigrantes e imigrantes são uma e a mesma coisa. Apenas muda a perspectiva. Quem emigra, também imigra (ou vice-versa), no mesmo momento.

Para mim, será sempre um mistério como emigrantes/imigrantes votam em massa num partido hostil a imigrantes/emigrantes.

Talvez seja a confirmação de que, para muita gente, igualdade, direitos humanos, etc., são válidos apenas quando se trata de si próprio."

Cristina Torrão, via Delito de Opinião

Nota de rodapé.

quarta-feira, 3 de abril de 2024

Enigma

"
O Partido Socialista governou 22 dos últimos 28 anos", disse Montenegro no discurso de ontem no acto de posse como primeiro ministro.
Fica uma pergunta, também constatação: ... todavia, os portugueses em geral só se lembram das maldades feitas por Cavaco Silva e Passos Coelho...
Curioso, não é?!..
Alguém tem a chave do enigma?

Quem tem vergonha da sua história?

Pedro Tadeu

"Estive a ler um documento partidário que muito me impressionou, um programa político para a governação de Portugal que tem esta máxima: “Não há verdadeira democracia sem socialismo, nem socialismo autêntico sem democracia.”

Concordo.

O texto critica o capitalismo, embora assinale a sua capacidade de “expandir a produção a um ritmo extraordinário” e de ir “criando as condições de satisfação das necessidades humanas numa escala nunca atingida”. Porém, o mesmo texto não se esquece de que “o capitalismo multiplicou por toda a parte as desigualdades, a dependência económica e política, a alienação e a desagregação sociais. E ameaça o futuro da Humanidade através do rápido esgotamento dos recursos naturais, da destruição da natureza e da poluição do ambiente”.

Concordo.

Sobre a distribuição da riqueza do país, esse documento historia: “Mentiu-se ao povo, dizendo que a economia nacional não comportava salários mais altos. Mas, de facto, manteve-se uma distribuição funcional do rendimento que atribuía ao trabalho menos de metade do valor do produto e, em alguns ramos de atividade, menos de um terço. Este estado de coisas traduziu-se numa escandalosa desigualdade económica.”

Concordo.

Afirmando-se a favor da paz, este documento “admite a adesão à NATO apenas enquanto não estiver institucionalizado um novo sistema internacional e multilateral de segurança. Entretanto, a contribuição portuguesa financeira e humana deve diminuir progressivamente”.

Concordo.

Este partido defende que “os trabalhadores passem a participar concretamente, desde já, na gestão das empresas e no capital criado. Essa cogestão implica que os representantes dos trabalhadores tenham assento e voto deliberativo nos órgãos de gestão das empresas, por forma progressiva, com vista à aproximação do ideal da autogestão, próprio da realização integral do socialismo; e implica também que a propriedade de uma parte dos reinvestimentos da empresa advenha aos trabalhadores, sendo-lhes distribuídos os títulos representativos desses aumentos de capital”.

À falta de melhor, concordo.

Este partido defende que “o princípio da propriedade privada, sem limitações substanciais, gera situações criadoras de profundas injustiças e de dominação do homem pelo homem, e tende a usurpar poderes que devem pertencer ao Estado”. 

Concordo.

Está também contra “a passagem dos meios de produção para a propriedade exclusiva do Estado” porque “o poder monopolístico e o poder da burocracia centralizadora constituem entraves à liberdade e à iniciativa dos cidadãos”.

Como princípio geral, concordo.

Em várias áreas estratégias da economia, como na energia, este partido defende que o setor, “deverá ser fortemente integrado, vertical e horizontalmente, em grandes empresas nacionalizadas ou com forte predomínio do Estado”.

Concordo.

Eis, portanto, um partido que defende a construção do socialismo para Portugal, que é contra o capitalismo desregulado explorador da Humanidade e ameaçador para a vida no planeta, que exige uma distribuição justa da riqueza criada, que quer, a prazo, sair da NATO, que defende a participação dos trabalhadores na gestão das empresas, que combate monopólios privados e burocracias estatais e que exige que o Estado seja dono de vários setores estratégicos da economia.

Concordo com tudo - afinal, não há partes que são quase comunismo?... 

Acontece, porém, que este programa partidário está disponível no site do PSD, o partido dominante no novo Governo que tomou ontem posse, liderado por Luís Montenegro. 

O PSD de 2024 propõe-se combater qualquer ideia socialista para Portugal, pretende dar mais liberdade ao capitalismo, acredita na falácia de que a um maior crescimento da economia corresponderá uma maior distribuição de riqueza, quer reforçar o orçamento militar para a NATO e quer tirar o Estado da economia.

O partido de Luís Montenegro é o mesmo partido deste programa político que Sá Carneiro, Francisco Balsemão e Magalhães Mota subscreveram em 1974, no então recém-fundado PPD, o antecessor do PSD.

Como lidam os, nominalmente, sociais-democratas com tamanha contradição com o passado? Será que alguém deste Governo leu esse programa do PPD? Será que alguém, no passado, andou a enganar alguém? Será que alguém, no presente, anda a enganar alguém? Será a História ou é o presente que os envergonha?"