quinta-feira, 24 de novembro de 2022

"... a população está numa roleta russa, isto é uma roda da sorte, ou se quisermos de azar. E não pode ser: um dos direitos constitucionais é este direito ao ambiente, à qualidade de vida e à segurança."

Miguel Figueira ao Notícias de Coimbra

SOS Cabedelo (e outros) anda há muito a alertar para os problemas da erosão a sul do Mondego


Conforme provam as imagens - e muitos exemplos podem ser conferidos aqui -  as preocupações do SOS Cabedelo, assim como as de mais alguns, com a problemática da erosão a sul do estuário do Mondego, já vêm de muito longe e os alertas e avisos aconteceram antes das obras.
Portanto, essa conversa de "treinadores de bancada" pode servir para tudo, menos neste caso em concreto. A cidadania, arrostando até com ameaças, cumpriu o seu papel. Se, quem de direito, ignorou o contributo dos cidadãos, isso não é culpa de quem tentou evitar este atentado ambiental. 
Continuando a cumprir o seu papel, mais uma vez, "o movimento cívico SOS Cabedelo, da Figueira da Foz, alertou para o risco em que se encontram as praias da costa sul do concelho na madrugada face à previsão de forte agitação marítima para hoje, conjugada com a maré alta que foi às 02H36 da madrugada e volta a registar-se às14H57."
Citando a edição de hoje do Diário as Beiras.
"Estão previstas ondas de seis a 11 metros, disse ontem, na reunião da câmara, o presidente Pedro Santana Lopes, que foi ontem ao terreno de forma preventiva, tendo contactado, ontem, Pimenta Machado, vice-presidente da APA (Agência Portuguesa do Ambiente), juntas de freguesia daquela área e a proteção civil. 
Em declarações à agência Lusa, Miguel Figueira, do movimento cívico SOS Cabedelo, deu conta de que as previsões para o estado do mar indiciam uma situação preocupante, que vai afetar as praias do Cabedelo, Cova-Gala, Leirosa e Costa de Lavos. Miguel Figueira lamentou que as praias da costa sul da Figueira da Foz estejam “vulneráveis e desprotegidas” para resistir a fenómenos normais do mar.
Uma política que “vê o mar como inimigo” 
“Estamos fartos desta política costeira, que vê o mar como inimigo e se apronta a atirar-lhes com pedra. A única maneira que temos de fazer proteção costeira é perceber como o mar funciona e trabalhar com ele”, sublinhou. No caso do Cabedelo, cuja intervenção o movimento SOS contesta desde a sua execução, Miguel Figueira defendeu que os galgamentos vão continuar a existir enquanto não for colocada areia à frente da duna primária. 
Críticas também dirigidas à APA
 “A APA deu cobertura a uma intervenção nunca vista em lado nenhum, ao meter areia atrás da duna, que não faz nada, pois tem de ser colocada na praia à frente da duna”, explicou. O SOS Cabedelo tem defendido a construção de um bypass, que faça transferências contínuas de areia, “para que a praia esteja bem nutrida e a dissipação de energias (do mar) se faça muito antes do mar atacar a duna primária”
Outro dos pontos críticos apontados por Miguel Figueira é a praia da Cova- -Gala, que sofreu “intervenções erradas há muitos anos” e que devia receber alimentações de areia no fim do verão, que já não são efetuadas desde 2019. 
O problema da erosão costeira tem sido uma temática bastante discutida na Figueira da Foz, tendo-se realizado no dia 15 uma sessão de esclarecimento com a APA sobre as intervenções previstas para o concelho. Na reunião, o presidente da câmara exigiu celeridade nas intervenções de combate à erosão da costa e ameaçou com formas de luta se os processos não avançarem."

Tudo foi dito e escrito, tudo se cumpriu: depois da construção do acrescento dos malfadados 400 metros do molhe norte, a erosão costeira a sul  da foz do mondego tem avançado, a barra da Figueira, por causa do assoreamento e da mudança do trajecto para os barcos nas entradas e saídas, tornou-se na mais perigosa do nosso País para os pescadores, a Praia da Claridade transformou-se na Praia da Calamidade, a Figueira, mais rapidamente do que esperava, perdeu.
A pesca está a definhar... Resta-nos a promessa dos paquetes de passageiros e os números das toneladas dos cargueiros...
Espero que, ao menos, perante a realidade possam compreender o porquê das coisas...

quarta-feira, 23 de novembro de 2022

Santana Lopes interrompe sessão de Câmara da Figueira da Foz e fica sem quórum

 Via Diário as Beiras

"Os assuntos da agenda de hoje que não foram discutidos [a maioria] passam para reunião de 07 de dezembro."

Actualização via Diário as Beiras:

Santana Lopes promete luta conta tarifa da ERSUC

Caixa Geral de Depósitos diz que crescimento do país não ficará longe da média europeia

"O presidente da comissão executiva da Caixa Geral de Depósitos (CGD), Paulo Macedo, considerou ontem, durante o encontro Fora da Caixa “O efeito da nova economia pós guerra para as empresas”, que decorreu na Figueira da Foz, que no próximo ano, “Portugal não deverá ficar muito longe da média Europeia”, antevendo que fique abaixo de 1%. “Tudo vai depender deste último trimestre, pois, como sabem, a economia tem um efeito de ‘carry-over’ para o ano seguinte. Mas, basicamente, para o ano ou teremos um crescimento diminuto, abaixo de 1% ou algo à volta disso”.

terça-feira, 22 de novembro de 2022

Tradição: assim se amassava a broa

Texto: Diário de Coimbra

Foto: Sociedade Instrução e Recreio de Lares


«Broas de Lares “abrem apetite” para os sabores da história local.

Os novos Fornos a Lenha do futuro Centro de Interpretação de Tradições e Costumes de Lares (CI.TC. Lares) foram inaugurados domingo na Sociedade Instrução e Recreio de Lares (SIRL), com a participação de várias dezenas de conhecedores e curiosos da arte de fazer broa à moda antiga.»

"Outros tempos", ou outros interesses?

"Em 1980, o Governo português liderado por Francisco Sá Carneiro - em linha com a decisão assumida por Jimmy Carter, presidente dos EUA, e outros aliados ocidentais - anunciou que retiraria qualquer apoio à participação portuguesa nos Jogos Olímpicos de Moscovo. Em protesto contra a invasão do Afeganistão por tropas soviéticas a mando do ditador comunista Leonid Brejnev, ocorrida meses antes.

Sem ambiguidades de qualquer espécie. Eram outros tempos."

Pedro Correia, via Delito de Opinião


Nota de rodapé

Recorde-se, via Diário de Notícias.

"Portugal, apesar dos apelos ao boicote do próprio Sá Carneiro, apresentou-se em Moscovo para competir, embora com uma delegação pequeníssima.

Na comitiva portuguesa presente nos Jogos Olímpicos de Moscovo, apenas onze atletas. As grandes esperanças olímpicas ficaram em território nacional, ainda que por motivos muito diferentes. Fernando Mamede, embora em pleno de forma, anunciou que ia aderir ao boicote, pela causa afegã, pelo apelo de Sá Carneiro e por temer consequências se fosse. Já Carlos Lopes, mesmo que quisesse ir a Moscovo, não podia por estar lesionado. Na natação, em que morava também a esperança de medalhas, outra ausência de vulto: Alexandre Yokochi, que no mesmo ano tinha conquistado uma medalha de prata no campeonato da Europa, ficou em Portugal, de bruços no sofá.

Nas Olimpíadas de Moscovo acabariam por participar apenas 80 países."

segunda-feira, 21 de novembro de 2022

"Pela primeira vez na história do ciclismo nacional será realizada em Portugal uma clássica de nível mundial"

 Via Diário as Beiras

Esta nossa barra: mais um alerta

Via Diário as Beiras
"O armador figueirense António Lé afirmou ao DIÁRIO AS BEIRAS que “qualquer embarcação que, numa situação de intempérie, entre no porto sujeita-se a consequências gravosas, independentemente do calado da embarcação”
A draga já se encontra no porto, desde o início da semana passada, mas, tendo em consideração as fortes ondulações que se fazem sentir há duas semanas, que deverão continuar na próxima semana, não deverá poder laborar nos próximos dias. As dragagens preventivas, saliente-se, registam vários meses de atraso. 

Falta de dragagens preventivas 
Uma das suas embarcações captou, “ocasionalmente”, uma imagem do fundo do mar que “constata que a barra tem um cabeço e [apenas] 1,7 metros de água”
António Lé alertou que “é quase um ato criminoso, por parte de quem sabe que aquilo ali está, que se permita que as embarcações corram o risco de se fazerem ao porto naquelas condições”. Tudo, afiançou, devido à acumulação de areias. “O desassoreamento já devia ter sido feito e tem de ser feito o mais rápido possível”, defendeu. 
“Há já muitos anos que se anda a dizer, a Agência Portuguesa do Ambiente, o Ministério das Infraestruturas e a administração portuária, que tem se de fazer sempre uma dragagem de prevenção, no final de agosto. O que é certo é que, há seis ou sete anos, diz-se que não há condições. Há sempre uma desculpa, e a culpa morre sempre solteira”, afirmou António Lé. 
O armador afiançou ainda que, “por muito que a população venha alertar, continuam a acontecer as mesmas coisas”. Entretanto, receia que aconteça mais um acidente para serem tomadas medidas. Desde o prolongamento do molhe norte, há 11 anos, morreram cerca de uma dezena e meia de pessoas na zona da barra ou junto à costa, a maioria pescadores. Se algo de grave acontecer, advogou, os responsáveis institucionais “devem ser responsabilizados”

Barra condicionada pode voltar a fechar 
Devido à agitação marítima, a barra da Figueira da Foz continua condicionada, sendo apenas permitida a entrada e saída de embarcações com mais de 35 metros de comprimento. Na passada quarta-feira, esteve fechada, decisão que, avançou o comandante da capitania, Cervaens Costa, ao DIÁRIO AS BEIRAS, poderá ter de voltar a ser tomar na quarta-feira ou na quinta-feira próximas, já que as previsões apontam para um agravamento da ondulação."

Walter Chicharro assume avançar para liderar Turismo do Centro

"Presidente da Câmara da Nazaré destaca os resultados alcançados no seu concelho e admite que tem reunidas as condições para ser candidato, no próximo ano, à presidência da Turismo Centro de Portugal, entidade que está sediada na cidade de Aveiro."

«CORES DA TERRA E DO MAR», UMA EXPOSIÇÃO DE PINTURAS A ÓLEO

Manuel Cintrão inaugurou no passado, Sábado, dia 19 de Novembro, pelas 15 horas, no Gimnodesportivo da ACRDM – Associação Cultural Recreativa e Desportiva Marinhense, sito na rua Tenente Argel de Melo, mesmo ao lado do Centro de Saúde de Marinha das Ondas (Antigo Edifício Escolar).
Está patente ao público até 27 de Novembro (Domingo) de 2022, no seguinte horário.

Segunda-feira às Sextas-Feiras - 15 às 20 horas
Sábados - 15 às 20 horas
Domingo - 10 às 13 horas e das 14 às 20 horas
ENTRADA E PARQUEAMENTO GRATUITO

100 anos de Farol do Cabo Mondego

 Via Município da Figueira da Foz

"100 anos de vida de um Farol erguido no Parque Florestal da Serra da Boa Viagem, classificado, desde 2004, como imóvel de interesse municipal, e que de forma ininterrupta assume a sua missão de acompanhamento e pensamento naqueles que diariamente se aventuram a percorrer a escuridão marítima, quantas vezes, tormentosa.
Pelas 21h30, realizou-se um concerto pela Banda da Armada portuguesa, no Centro de Artes e Espectáculos."

domingo, 20 de novembro de 2022

Vernáculo profundo

Imagem sacada daqui

... pode ser do Bocage. Ou, quiçá, não.

Oh minhas ricas meninas, que esta varanda frequentais,
deixai meter aquilo com que mijo, naquilo com que mijais...

Nota de rodapé.
Agradeço que façam toda a devassa possível e impossível na internet, para tentar descobrir se o que está a negrito é plagiado, pois eu não consegui descobrir a origem.
Digam alguma coisa, para meter as devidas aspas e citar a fonte.
Desde já obrigadinho.

Vão jogar onde tanta gente morreu

Quando tudo foi escrito e bem escrito, não existe nada para acrescentar.
Citemos, pois, Pedro Correia.

"1. Hoje começa o 22.º Campeonato do Mundo de Futebol. Aquele que é, de longe, o mais caro de sempre - num mundo devastado por guerras várias, inflação galopante e uma crise energética e alimentar sem precedentes neste século.

Tendo como país anfitrião o Catar, monarquia do Golfo Pérsico onde são violados elementares direitos humanos.

 

2. Os sete estádios construídos de propósito para o certame nasceram em condições tão indignas que, segundo revelou o diário britânico The Guardian, terão causado cerca de 6500 mortos entre 2010 e 2020.

De acordo com a Organização Internacional do Trabalho, só em 2020 foram ali registados 50 mortos e 506 feridos graves, todos imigrantes de países pobres: Índia, Nepal, Sri Lanca, Bangladeche e Paquistão. Vítimas de condições laborais inaceitáveis em qualquer parcela do mundo civilizado, trabalhando entre 14 e 18 horas diárias sem folgas, com temperaturas superiores a 40 graus, sujeitos a alimentação e alojamento inadequados, vendo os seus documentos de identificação confiscados por empreiteiros subcontratados, impossibilitados de procurarem tarefas alternativas, num cenário equivalente à escravatura.

 

3. Também os valores ambientais estão em causa. Porque a pegada ecológica destes 28 dias de campeonato no Golfo Pérsico é alarmante. Com emissões de dióxido de carbono que poderão duplicar as do Mundial do Brasil, há oito anos. Na climatização dos recintos desportivos e nos 160 voos diários das mais diversas partes do globo para o pequeno emirado, com superfície inferior à do Alentejo e que não reúne condições hoteleiras para alojar tantos visitantes, tendo de recorrer para o efeito a países vizinhos.

Tristemente irónico, quando a Cimeira do Clima da ONU, no Egipto, faz apelos insistentes à «neutralidade carbónica».

 

4. Questiono-me como os futebolistas encararão este Mundial. Os políticos de todas as tendências, já sei: irão lá em excursão, para se exibirem num palco com transmissão global, indiferentes aos alertas de organizações como a Amnistia Internacional e o Observatório dos Direitos Humanos

Vou acompanhar? O menos possível, confesso. Não deixando de ver, em directo ou em diferido, os três jogos da selecção portuguesa - contra o Gana (24 de Novembro), o Uruguai (28 de Novembro) e a Coreia do Sul (2 de Dezembro). 

Mas sempre com a noção clara de que nada disto devia realizar-se ali."

Bicentenário da morte de Manuel Fernandes Thomaz foi evocado na Figueira da Foz, sua terra natal

Via Município da Figueira da Foz
"Após a deposição de flores pelas diferentes representações, junto ao monumento tumular, na Praça 8 de Maio, o Auditório Municipal deu início à celebração da vida, da obra e do legado de Manuel Fernandes Thomaz com um solene minuto de silêncio, seguido de um conjunto de diversas intervenções (Ana Cristina Araújo- Professora de História na Universidade de Coimbra; José Luís Cardoso- Presidente da Academia de Ciências de Lisboa; Nuno Fernandes Thomaz- Familiar do homenageado; António Vilhena, em sua representação- Grão Mestre do Grande Oriente Lusitano- Maçonaria Portuguesa; Rui Miguel Cruz- Presidente da Associação Cívica e Cultural 24 de Agosto; Fernando Lopes Cardoso- Presidente da Associação Manuel Fernandes Thomaz e Pedro Santana Lopes- Presidente da Câmara Municipal da Figueira da Foz) que, à sua distinta maneira, colocaram em destaque a genialidade de um homem que viveu à frente do seu tempo, lutando de forma aguerrida e justa por ideais, princípios e valores, durante o período crucial do vintismo, e que o tornaram e perpetuam na História do País, como figura cimeira no panorama do “desenrolar do movimento de regeneração política e que fizeram da revolução de 1820 momento decisivo da construção da monarquia constitucional portuguesa”. 
A sua notoriedade, educação, humildade são fonte intemporal de inspiração pelo que Pedro Santana Lopes referiu que, já a partir do próximo ano, "as crianças e os jovens das várias instituições de ensino do concelho vão ter um efetivo conhecimento do figueirense Manuel Fernandes Thomaz enquanto figura inestimável da História de Portugal, através de um programa que já está a ser preparado pelo Serviço Educativo da Câmara Municipal, colocando em destaque os valores pelos quais estoicamente lutou e que hoje, na confusão diária em que vivemos, são muitas vezes esquecidos: liberdade, honestidade e humildade'.
A cerimónia religiosa na Igreja da Ordem Terceira marcou o fim das solenidades em torno do bicentenário da morte de Manuel Fernandes Thomaz, numa evocação ao local onde há 200 anos tiveram lugar as exéquias fúnebres do benemérito cidadão figueirense."

sábado, 19 de novembro de 2022

"A mais antiga universidade portuguesa vai ter actividade lectiva na Figueira"

 Imagem via Diário as Beiras

Manuel Fernandes Thomaz morreu há 200 anos

 Na Figueira, os génios são todos póstumos.

É biografia recorrente aquela que acaba por concluir que, em vida, a excelsa pessoa nunca foi compreendida ou admirada.
Foi preciso morrer na miséria e na amargura para postumamente lhe reconhecerem o devido valor.
FOI O O QUE ACONTECEU A MANUEL FERNANDES THOMAZ, PATRIARCA DA LIBERDADE.
A Figueira é o berço do Patriarca da Liberdade e uma Terra, apesar deste executivo camarário de maioria absoluta PS, aberta e disponível para a democracia.
Hoje, é dia para recordar Manuel Fernandes Thomaz, "O Patriarca da Liberdade".

Imagem via Diário as Beiras

sexta-feira, 18 de novembro de 2022

Milagres

Crónica publicada na Revista Óbvia no mês de Outubro

O milagre de Joaquim Namorado

"Onde o santo punha o pé nasciam rosas.

 ... e o povo lamentava

que não fizesse o mesmo com as batatas."

O milagre da sobrevivência dos reformados em 2023

Para viver em Portugal e na Figueira sempre foi necessário um enorme sentido de humor.

Entretanto, vamos andando ensarilhados em dívidas, públicas e privadas, sem se  vislumbrar como vamos sair da situação de escravos endividados, soterrados vivos por politicas e políticos incompetentes ao longo de dezenas de anos.

Sabemos que isto não vai acabar tudo bem, mas dá jeito acreditar que está a correr mais ou menos...

"Com uma inflação galopante, que o governo estima em 7,4% este ano, embora o Conselho das Finanças Públicas aponte para 7,8%, os pensionistas com prestações de 650 euros brutos vão ter de viver com apenas mais 5,58 euros nos bolsos todos os meses, segundo os cálculos do Dinheiro Vivo com base nas simulações da Ernest & Young (E&Y) para 2023. Significa que cerca de 1,6 milhões de reformados, ou seja, mais de metade dos que irão beneficiar de uma atualização entre 4,43% e 3,53% em 2023, terão um acréscimo líquido mensal de 0,8%. Mais 5,58 euros, portanto."

Como diria a minha avó, "andam a comer-nos as papas na cabeça". Detesto ser tratado como um tolo. Foi como este governo com aquela rábula do adiantamento fez. 

Para já, além de estar tudo cada vez mais caro, o pessoal ter cada vez menos dinheiro disponível, os contextos europeus e mundiais estarem cada vez mais perigosos e  ameaçadores, a  ansiedade vai dar mais lucros às farmacêuticas e às clinicas da psique, e os  livros de tangas de auto ajuda vão subir as tiragens!

Preparem-se para o devir. Em 2023 vamos ter mais do mesmo. Ou pior... 

Para acabar com a politiquice, num assunto tão sério, será preciso acontecer um milagre?

Não sei como é com você, mas a  mim vai-me safando a essência.

E a minha essência esteve, está e estará sempre no mar... 

O mar tranquiliza-me. Como gente do mar que sou, caminhar em direcção a ele, é uma atitude intrínseca. Quase tudo se descortina ao olhá-lo. É um saber de experiências feito, que me foi transmitido pelos mais velhos.

Gosto da orla marítima, sobretudo fora da chamada “época alta”.

Para quem não “vive” o mar, as imagens parecem sempre iguais.

Contudo, garanto que não! Para quem o conhece bem, o mar é sempre diferente. E, também, sempre imprevisível!

Santana Lopes, acusou no final da reunião camarária realizada no passado dia 12 «a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) de estar a gozar com a Figueira, ao protelar no tempo intervenções de transposição de areias na zona costeira do concelho: depois do que foi dito [pela APA], tomar uma decisão dessas é gozar com a cara dos figueirenses». Segundo Santana Lopes, «a APA não tem intenção de executar antes de 2025 a transferência de 3,2 milhões de metros cúbicos de areia para sul da Cova Gala, que estava prevista para 2023.»

O efeito não se fez esperar. Horas depois, ainda nesse mesmo dia 12 de outubro de 2022, o vice-presidente da APA, Pimenta Machado, deslocou-se à Figueira da Foz para se reunir com o autarca.

Fonte da autarquia avançou ao DIÁRIO AS BEIRAS que, afinal, aquilo que a APA havia protelado para 2025 será realizado em 2024. 

Por mim, limito-me a lembrar o que ando dizer há vários anos sobre este assunto: dado que o que está em causa e em risco, é a segurança de pessoas e bens, apenas  quero alertar que o momento não está para politiquices. A erosão costeira a sul da barra do Mondego é um assunto muito sério. E o inverno está à porta.

Concedam ao rejeitado o milagre de descansar em paz

Em Abril de 2019, quando o falecido João Ataíde deixou a Figueira, para o seu lugar, avançou Carlos Monteiro. 

Politicamente, Carlos Monteiro antes de 2009, de 2001 a 2005, foi membro da Assembleia de Freguesia de S. Julião da Figueira da Foz.  E, de 2005 a 2009, tinha sido membro da Assembleia Municipal da Figueira da Foz. Depois foi vereador do executivo presidido por João Ataíde.

Com a ascensão de Carlos Monteiro a presidente, o provincianismo figueirinhas delirou com a ideia de ser um dos seus a limpar o que foi feito por quem realmente mandou na Figueira, entre outubro de 2009 e abril de 2019.

O resultado de pôr quem não serviu para a freguesia de S. Julião a presidir um concelho viu-se na Figueira nos dois anos que se seguiram.

Com a ida de Ataíde para Lisboa, Monteiro teve o seu momento de deslumbramento. Foi um daqueles momentos raros, um golpe de sorte (se bem me lembro, até houve foguetes...) que acontecem por vezes às pessoas e também aos políticos. Daqueles momentos que fazem tudo ganhar objectivo e sentido - toda a espera, toda a paciência, os sapos engolidos e todo o trabalho, finalmente,  a valerem a pena. 

Contudo, acabou por ser o seu maior momento de azar. Faltou uma coisa: quando foi a votos, mais uma vez, Monteiro não foi validado pelos votantes do concelho. 

O verdadeiro objectivo do medíocre percurso político de Monteiro - ser aceite por uma sociedade figueirense que sempre o rejeitou - não foi alcançado. 

A derradeira meta era vencer essa rejeição. Não o conseguiu.

Que continue o milagre de continuar a haver lugar para o sonho

Escrever é ficar. Se continuo a  escrever, é porque ainda não fui. Ainda aqui estou. 

Já me disseram, olhos nos olhos: "o meu trabalho de sonho era fazer o que você faz".

Os melhores projectos de todos são aqueles que nos põem a pensar e a mexer. Os únicos projectos que vale a pena prosseguir, são os que não nos deixam dormir. 

É o caso do único projecto que sempre tive e continuo a ter: a minha vida, apesar de já terem passado mais de 68 anos.

Basta tão pouco e é tão tanto.

Não sei se me assusto, se me espanto, se me regozijo, se sonho: alguns de vocês conseguem  saber de mim o que eu ainda estou a tentar descobrir. 

Obrigada por me lerem. 

Tal como Martin Luther King "não tenho um plano: tenho um sonho."

Que continua. 

"Sonho que se sonha só, é só um sonho que se sonha só. Mas, sonho que se sonha junto, é realidade."