quarta-feira, 5 de janeiro de 2022

“Que gostaria de ver concretizado no concelho da Figueira da Foz em 2022?” (2)

Via Dário as Beiras

"Gostaria que os dirigentes locais em 2022 compreendessem a importância do desafio ambiental, e social, que a humanidade enfrenta. Concretizar a transição para um concelho ecológico é urgente, necessário e contribui para a saúde física e mental de todos nós. Significa isto fomentar a biodiversidade, preservar os ecossistemas em meio rural e urbano, pugnando pela sua restauração e vivência por parte das pessoas.
Enfatizo que esta transformação se faz com e para as pessoas, informando-as sobre a importância ecológica dos ecossistemas dunares no areal da Figueira e Buarcos; levando os habitantes a defender árvores, fragas, charcos, lagoas e zonas ribeirinhas de grande beleza e importância natural. As crianças que vivem rodeadas de vegetação têm menos alergias. Os agricultores que usam mais pesticidas morrem mais de cancro.
Em ano de início de mandato autárquico, a gestão dos parques e jardins, baldios e caminhos rurais, tenha como princípios diretores os objetivos de sustentabilidade. Haverá que contratar quadros especializados, que neste momento não existem, preenchendo a lacuna que persiste na gestão do património natural do concelho. Falta um Plano para a Biodiversidade detalhado, orçamentado e com objetivos mensuráveis.
Será este um legado maior, o início de uma relação de harmonia, em que o sucesso de um concelho também se mede pelo número de polinizadores selvagens (abelhas, vespas)."

terça-feira, 4 de janeiro de 2022

O "mito" "dos 24 anos de que não quis falar", que fez estalar o verniz na política figueirinhas...

Passa-se os olhos pelo facebook e constata-se com um torpor estupefacto e entorpecido que, em pleno inverno, o verniz parece ter estalado no panorama político local.
Sobre o teor das postagens causadoras do terramoto político não me vou pronunciar. Por uma razão simples: não tenho acesso à postagem do Dr. Carlos Monteiro (em tempos fui bloqueado no facebook pelo anterior presidente de câmara por sucessão, não sei se por ser alguém que lidasse mal com a crítica, ou de quem dele divergisse politicamente, ou, apenas, por não gostar da minha cara...).
Não seria democrático, nem curial da minha parte, portanto, comentar com base apenas no que tive oportunidade de ler na postagem do Dr. Santana Lopes.
Todos sabemos que na classe política não há adoráveis criaturas, há é uma camada de verniz, mais ou menos espessa, que estala de vez em quando. Presumo que tenha sido o que aconteceu.
Fica a pergunta: o verniz nos próximos 4 anos vai estalar mais vezes?

Imagem sacada daqui
Neste momento, 3 meses depois da tomada de posse de Santana como autarca repetente na Figueira, já deve existir um frémito de inquietação das hostes Santanistas perante o eventual perigo da vaga de fundo Monteirista que, neste momento, já deve varrer a Figueira...
Santana Lopes sabe, desde a tomada de posse para este segundo mandato como presidente de câmara da Figueira da Foz, que o PS e a facção do PSD que foi a eleições o colocaram sob vigilância. É uma nova maneira de fazer oposição na Figueira, ou antes, um novo estilo, porém, tão legítimo como outros. 
Pode ser, mas não acredito, que Santana consiga cumprir os 4 anos de mandato.
Penso que mesmo Santana Lopes não está interessado em governar nestas condições. E vai esticar a corda. E vai motivar as oposições a levar a cabo uma qualquer acção contra si. Santana sabe que, nestas circunstâncias, tudo corre contra ele, desde a popularidade até às dificuldades e ao desgaste próprio da política. Por sua vez, a situação económica, financeira e social do município figueirense também não é tão brilhante como o PS apregoa. 
Não se trata apenas de dar uma alegria às bases da FAP. Nem só de se libertar da maioria relativa. Santana vai querer eleições, talvez no prazo máximo de 2 anos. E vai estar preparado. A sua oportunidade de ir a eleições intercalares, e ganhar, passa por ser olhado como vítima e objecto de ataques do PS Figueira.
Se for demitido à força, apresentar-se-à da maneira como sabe e gosta, com ar de vítima inocente, atraiçoado, ferido, impoluto, em lágrimas, mas a ranger os dentes e determinado. 
Perante isto, que fazer (além da postagem no facebook que eu não conheço) Dr. Carlos Monteiro?

A pesada herança do edifício "O Trabalho”: «...começaram as obras de reabilitação. A empreitada começou no interior....»

 Via Diário as Beiras

Em tempo.

segunda-feira, 17 de março de 2014
- o vereador Carlos Monteiro… advogou «todos temos de ser proactivos».
quarta-feira, 25 de novembro de 2015
- a vereadora Ana Carvalho, deu conta que a seguradora Açoreana não tenciona reabilitar o Edifício O Trabalho. 
quarta-feira, 21 de dezembro de 2016
- "o prazo da licença para obras no Edifício O Trabalho caducou. Aliás, já caducaram todos os prazos a que o proprietário do imóvel, a seguradora Açoreana, recorreu."
sexta-feira, 29 de dezembro de 2017
- Autarquia pretende demolir o Edifício O Trabalho para cortar o mal pela raiz
quinta-feira, 8 de novembro de 2018
- "Novos donos querem reabilitar Edifício "O Trabalho"...
sexta-feira, 19 de abril de 2019
- Edifício o Trabalho está à venda no OLX!..
sexta-feira, 15 de maio de 2020
- O Edifício "O Trabalho" paga IMI?
sexta-feira, 22 de maio de 2020
- Obras no Edifício O Trabalho incidirão no interior e exterior das áreas comercial e habitacional
- Novos proprietários do prédio manifestaram vontade em iniciar as obras brevemente 
- Donos anteriores também apresentaram projetos mas  não realizaram  as obras.

E ainda dizem que os portugueses não sabem o que querem!: "Big Brother" supera o Chega!..

"Enquanto 200 mil portugueses viam André Ventura e Catarina Martins a debater, quase 2 milhões viam o Big Brother Famosos. Em 1975 os números eram diferentes...
 
Joaquim Letria moderou inúmeros debates nos tempos mais fervilhantes da democracia portuguesa. Em conversa com i, o histórico jornalista discorda da ideia de hoje de estes terem de ser maiores – “para um bom debate, mais de meia hora é excessivo” -, embora note que deveriam ser mais “interessantes” e “ter muito mais churro”
“Depende muito de quem participa. Há debates e debates. Há gente que sabe debater e outros que mais-valia não debaterem porque não sabem”, acrescenta, com risos. A seu ver, os políticos de hoje “têm muito menos qualidade do que antigamente”, na “cultura, na educação, no conhecimento – em tudo”, remata. 
“Não quero estar a menosprezar os de agora, mas os políticos de antigamente eram de longe muito superiores aos de hoje. Basta fazer uma visita ao Parlamento e fica-se esclarecido. Comparar os debates daquele tempo e de agora é espantoso”, desabafa ao i."

A mudança no interior do PSD FIGUEIRA...

Crónica da edição do mês de Novembro na Revista ÓBVIA

"Na Figueira, em 2021 e anos seguintes, concorde-se ou não, a vida política vai passar por políticos como Santana Lopes - aqueles que sabem aproveitar as oportunidades pessoais.

Santana sempre foi mestre a aproveitar as falhas dos chamados "notáveis", que desprezam num partido enraizado no povo, os  militantes. Os "baronetes" das concelhias e das distritais, têm de si próprios e da sua importância uma ideia desproporcionada do peso real que lhes é dado pela máquina partidária dum partido com Povo, como é o PSD.

Sem esquecer que na "elite" local há quem se oponha,  não me admirará que o verdadeiro "proprietário" do PSD Figueira, nos próximos tempos, venha a ser, não alguém que defenda a aproximação a Santana, mas, ainda que por interposta pessoa, o próprio Santana Lopes.

E Santana Lopes, se assim o quiser,  nem vai precisar de tornar a ser militante do PSD...

Acham estranho? Lembram-se o que aconteceu ao PS depois de 2009? O PS Figueira passou a partido municipalista liderado por João Ataíde, que nunca foi militante socialista.

Para o PSD Figueira, o comboio de amanhã já passou há semanas. Ventos e marés podem contrariar-se, mas há muito pouco a fazer contra acontecimentos como o que aconteceu ao PSD Figueira nas autárquicas 2021.

Em 2021, que saída tem um PSD Figueira confrontado com uma escolha entre a morte por asfixia ou por estrangulamento?

Resta Santana Lopes, um político que, como ficou provado na anterior passagem pela Figueira,  continua em campanha eleitoral, mesmo depois de ter ganho as eleições?"

Imagem Diário as Beiras. Edição de 4 de  Janeiro de 2022

Que gostaria de ver concretizado no concelho em 2022?

Via Diário as Beiras

"Todos os anos repetimos o ritual dos 12 desejos. Precisamos de acreditar que o futuro nos vai compensar pelos investimentos pessoais que fizemos. Com a vida dos concelhos é igual. Desejamos que o futuro traga à luz do dia a concretização dos investimentos a que temos assistido. Na Figueira existem inúmeros projetos estruturantes em fase de começar a dar frutos e ainda tantas outras novas promessas recentemente feitas. Os figueirenses tem pois, muito para estar expectantes quanto a 2022. Combater a erosão costeira. Agora que sabemos que o bypass fixo é a solução mais eficaz, seria bom ver esse desígnio ganhar vida. Seria também bom verificar que aquilo que distingue a Figueira e a torna um destino único, não é desaproveitado ou deixado esmorecer. Ver o Cabedelo com a sua onda especial, que agora também é noturna, afirmar-se definitivamente como um destino do surf mundial, promover a Onda de Buarcos enquanto a direita mais longa da Europa ou começar a celebrar o Cabo Mondego, agora que o “reconquistámos” como o local único de atracão cientifica e paisagística que é, são apenas alguns dos desejos, com um grande potencial de retorno, que dependem em grande parte e apenas de promoção, e por isso alcançáveis num espaço de tempo razoável. Quanto ao resto, o desejo é que haja coesão do executivo municipal, capacidade de trabalho e de decisão diária, em tempo útil. Bom 2022 para todos"

segunda-feira, 3 de janeiro de 2022

A “presente" situação de insolvência dos Estaleiros Navais da Figueira da Foz...

5 de Dezembro de 2011:

O Tribunal Judicial da Figueira da Foz decretou ontem o encerramento dos Estaleiros Navais do Mondego (ENM), depois da empresa proprietária “Consta” ter desistido do plano de viabilização apresentado em Julho.
A insolvência dos ENM foi pedida, em Abril, pela administração dos estaleiros, liderados pela firma espanhola Contsa, que os adquiriu em 2006 à Fundação Bissaya Barreto pelo preço simbólico de um euro, assumindo o passivo da companhia naval.
Na Figueira da Foz já existiram quatro Estaleiros Navais - Mondego, Foznave, Carreira Naval e Virgilio Afonso.
Não resta nenhum.

O Partido Comunista Português emitiu um comunicado onde critica a a administração portuária (os comunistas acusam de cobrar à empresa uma renda mensal na ordem dos 30.000 euros) e a Câmara Municipal da Figueira da Foz (segundo o PCP, “está mais interessada em projectos de desenvolvimento urbanístico na margem sul, não sentindo que os estaleiros navais foram e poderão continuar a ser uma marca capaz de projectar o concelho quer no país, quer no estrangeiro”). 

Março de 2020:

"Reactivação dos estaleiros navais poderá acontecer em breve".


3 de Janeiro de 2022

domingo, 2 de janeiro de 2022

Estátua de Mestre José da Silva Ribeiro vandalizada

«Hoje, lamentavelmente, Tavarede acordou estupefata.
Depois de destruírem o nosso presépio, agora foi o busto do Mestre.
Sabemos que nenhum Tavaredense teria a coragem de o fazer e afirmamos perante quem o fez que não é com estes atos de pura estupidez que irão derrubar a nossa comunidade, ou a nossa memória.
Que se investigue, porque já estamos a ficar um bocadinho fartos.
Pelas nossas Tradições, pela memória do Mestre José da Silva Ribeiro e sobretudo por Tavarede, que se acabe rapidamente esta estupidez e se encontrem o(s) energúmeno(s) que tiveram a coragem de atentar contra um dos maiores símbolos Tavaredenses".»

Em 2022 a mudança só pode acontecer se começar em nós...

A maioria dos figueirenses não liga à política. 
A não ser que pense que pode vir a ganhar alguma coisa com tal esforço... 
De contrário, abomina e crucifica os que ousam ter ideias e manifestar opinião. 
Diga-se, em abono da verdade, que quase todos os partidos existentes em Portugal, por aquilo que conheço, também não ajudam. Quase todos só aparecem quando cheira a eleições e os políticos contentam-se com as palmadinhas nas costas dadas pelos indefectíveis, após as “missas”
Por sua vez, as Universidades, os meios de comunicação e alguns movimentos de cidadãos (como aconteceu em tempo na Figueira com os 100%) não são soluções duradouras, apenas representam uma alternativa ou esperança conjuntural. 
A culpa é de nós todos, enquanto colectivo. Estamos mais receptivos ao fácil, cómodo e confortável marasmo em que vamos apodrecendo, enquanto o concelho continua produtor de irrelevâncias a vários níveis e, naturalmente, também políticas. 
Sendo mais concrecto: conforme podemos verificar olhando, por exemplo, para o que se passa neste momento no nosso concelho, digam-me se se passa alguma coisa de relevante no debate político sobre o que se pensa para o futuro da Figueira, quando estamos no segundo dia do novo ano!.. 
Pelo que consigo observar – e procuro ser um cidadão atento- em vez de ideias, temos questiúnculas e fait divers a marcar a agenda política local... 
Imagem via Diário de Coimbra

Assim, como será possível mudar este estado de coisas? 
Começando, talvez, por pensar e cuidar de nós. Sim, de nós - que temos sido tão estúpidos graças a Deus...

Em 2022 o sonho continua...

É um sonho actual e ambicioso. É o sonho que continua a comandar a vida.

sábado, 1 de janeiro de 2022

A nova ponte deveria ter duas faixas de rodagem? (3)

Via Diário as Beiras

O que nos espera em 2022?

Para já, a não ser a garantia, que já temos, de que vai ser um ano de aumento generalizado de preços em várias áreas - bens essenciais, rendas, portagens, electricidade e telecomunicações são só alguns exemplos -, ninguém sabe...
Para ver melhor clicar na imagem

sexta-feira, 31 de dezembro de 2021

Bom 2022


"Outro ano. Toda a gente excitada, e, de conhecido para conhecido, esta senha:

- Boas entradas! [...] E lá segue cada qual o seu caminho, com o supersticioso pé direito à frente, não vá o demo tecê-las [...] Mas como felizmente ninguém pode voltar atrás, nem saber antes de saber, vai de recomeçar vida nova cada novo ano. Cada novo ano que passa a velho logo que se fazem 365 tolices."

 (Miguel Torga, «Diário II»)

FAP, evolução natural...

 Via Diário as Beiras

As prioridades de Santana Lopes para a Figueira em 2022

Santana Lopes, até ao momento, continua a seguir o guião por si próprio anunciado no acto da tomada de posse. O regresso do ensino superior à Figueira é a prioridade. O património - em particular o Mosteiro de Seiça e o Paço de Maiorca - “realidades muito complicadas” -, a “resposta social, com os centros de saúde e o sistema de transporte das pessoas que vivem mais longe do centro do concelho”, são áreas em que o autarca prometeu no dia da tomada de posse “trabalhar mais depressa”. Nesse dia 17 de Outubro p.p. Pedro Santana Lopes  assumiu também como prioridades o mar, a erosão costeira e as respostas sociais. Sem esquecer, contudo, "as obras herdadas e em curso". Até ao momento, Santana Lopes está, na generalidade, a seguir o guião. Portanto, certamente que qualquer dia, quando chegar  “o devido tempo, serão conhecidos os resultados da auditoria às contas da câmara”.
Via Diário as Beiras, fica a última entrevista dada por Pedro Santana Lopes em 2021, onde perspectiva o 2022 que começa amanhã .

«O presidente da Câmara da Figueira da Foz, Pedro Santana Lopes, definiu a instalação de um polo de ensino superior na cidade como a principal prioridade para 2022. 
O autarca, em declarações ao DIÁRIO AS BEIRAS, adiantou ainda que suspendeu as obras na rua Direita de Quiaios, que “não vão continuar nos termos em que estavam previstas”. Por outro lado, afirmou que tem dúvidas se deve dar continuidade à requalificação da frente marítima de Buarcos e da Baixa figueirense. 
Pedro Santana Lopes acrescentou que o próximo ano deverá ser de “clarificação” para diversos dossiês que herdou do anterior executivo, apontando, por exemplo, a expansão da Zona Industrial e o areal urbano. “Há uma série de assuntos… Não gosto de perder tempo, os mandatos passam muito depressa. Portanto, em 2022, se Deus quiser, os figueirenses já verão vários resultados do trabalho que estamos a fazer”, adiantou o autarca. 
Todavia, Pedro Santana Lopes destacou um assunto que deverá marcar a sua gestão autárquica em 2022. “[É um desiderato] termos uma polo universitário a funcionar aqui como deve ser. É difícil, mas vou fazer tudo para ser possível começar já no próximo ano letivo”, afiançou. Entretanto, decorrem conversações entre o presidente da câmara e a reitoria da Universidade de Coimbra. 

Aposta na captação de empresas 

Outra das prioridades do autarca figueirense, que conquistou a presidência da câmara em setembro último, pela segunda vez – a primeira foi 1997, não se tendo recandidatado – é criar condições para a instalação de novas empresas no concelho. A Zona Industrial, situada na margem sul, já não tem lotes disponíveis. A solução para aumentar a capacidade de resposta para a instalação de novas indústrias, anunciou Pedro Santana Lopes, passa por preparar a futura Zona Industrial do Pincho, na margem norte. “E noutros casos, [há que] clarificar o regime de alguns terrenos do município, para termos uma bolsa de terrenos disponíveis para investidores”, acrescentou. 
De 2022, Pedro Santana Lopes disse esperar “que a Figueira, Portugal e o mundo vivam mais tranquilos e sem tanta ansiedade e angústia, como tanta gente sente”. E “que o país tenha estabilidade e que se trate a sério de assuntos sérios. Acho que precisamos de tino institucional e respeito; respeitar quem pensa diferente de nós e os que estiveram antes de nós; e que haja mais decência”
Aqueles são os projetos, processos e desejos que o autarca espera ver realizados em 2022. E o que é que os figueirenses podem esperar dele e da vereação que lidera? “Serviço. E servir, servir e servir. Isto [a atividade autárquica] é uma missão (…) e secundariza-se tudo o resto. É quase como ir para um convento”, garantiu Pedro Santana Lopes. 

“Quero continuar politicamente solteiro ou divorciado” 

Aquele será também o ano em que o PSD vai a votos na Figueira da Foz, para eleger novos dirigentes locais. Será que o antigo partido do autarca eleito pelo movimento independente Figueira A Primeira (FAP) se aproximará do executivo camarário? Isso dependerá, sobretudo, de quem vier a liderar a Concelhia. “Acho que é um pouco anacrónico [na votação do Orçamento do Município na Assembleia Municipal] o PSD ter votado contra [como já o havia feito na reunião de câmara]. Teve três votos contra do PSD e um da CDU. O BE absteve-se e o PS votou a favor. Espero que o PSD passe por cima daquilo que aconteceu e que haja normalidade. Sou independente, mas tenho uma ligação especial a este partido”, defendeu Pedro Santana Lopes. 
Uma vez que já não tem a Aliança (partido que fundou e do qual já se desvinculou) no dedo, na impossibilidade de não poder voltar a casar com o PSD, pelo menos enquanto for autarca independente, está disponível para uma união de facto? 
À “provocação”, Pedro Santana Lopes respondeu assim: “(Risos) Não, não! Quero continuar politicamente solteiro ou divorciado (risos)”

quinta-feira, 30 de dezembro de 2021

A nova ponte deveria ter duas faixas de rodagem? (3)

Via Diário as Beiras

Zé Penicheiro não é um artista qualquer

Zé Penicheiro nasce na aldeia beirã de Candosa, Tábua, mas a partir dos 2 anos passa a viver na Figueira da Foz. Em 30 de Junho de 1978, em entrevista que na altura deu ao semanário “barca nova” dizia o artista: “ter nascido em Candosa foi um mero acidente. Considero-me figueirense de raiz, tão novo para aqui vim”.

Filho de um carpinteiro, de ascendência humilde, as dificuldades económicas impossibilitam-no de seguir qualquer curso de Artes Plásticas ou Belas Artes.
Como habilitações literárias “tenho apenas um diploma oficial: o da instrução primária. Frequentei é certo a Escola Comercial e a Academia Figueirense, mas quedei-me por aí, pela curta frequência. Tenho é uma larga experiência da Universidade da Rua, onde aprendi tudo quanto sei e onde conheci as figuras que têm inspirado toda a minha obra”, disse ainda Zé Penicheiro em discurso directo, em 1978, ao extinto semanário figueirense citado acima.
Inicia a sua carreira artística como caricaturista e ilustrador.
Colabora em diversas publicações: jornais do Porto, Lisboa e província, "Primeiro de Janeiro", "A Bola", "Os Ridículos", "O Sempre Fixe", "A Bomba" “barca nova” e outros, publicam os seus "cartoons" de humor.
Criador duma expressão plástica original, que denomina de "Caricatura em Volume", inicia o seu ciclo de exposições, nesta modalidade, a partir de 1948.
António Augusto Menano, Poeta e Escritor Figueirense, em artigo publicado em 18 de Outubro de 2001, no jornal Linha do Oeste traça um esboço escrito sobre o Zé:
“A arte é indivisível de quem a produz, da acção do artista, da sua invenção criadora. A obra de Zé Penicheiro, a sua forma, o modo como se desenvolve artisticamente, traduz o seu diálogo com a matéria”.
E mais adiante: “Zé Penicheiro é memoralista, um moralista, um comprometido. Faz-nos recordar tipos arquétipos de actividades quase desaparecidas numa escrita sobre a pureza estética, que estará patente em toda a sua obra. Compromete-se, está ao lado dos mais fracos, do povo, retrata-os, mostra-os como se de uma “missão” se tratasse, obrigação profunda de retorno às raízes, outra forma de pintar a saudade”.
E a terminar o artigo, escreve António Augusto Menano:
“Mas a arte de Zé Penicheiro não esquece o lugar. Os lugares: a infância, as praias, as planícies, as serras, e as cidades da sua vida, “diálogo” de que têm surgido algumas das sua melhores obras.
Nesta sociedade pós industrial, da informática e do virtual, Zé Penicheiro mantém-se fiel aos seus “calos”, que está na base de um percurso tão “sui generis”.
Zé Penicheiro, a Universidade da Rua na origem de um Artista.
Os bonecos, o nanquim, o guache, o óleo – uma vida inteira a retratar as alegrias e tristezas de um povo admirável.
Que é o nosso!

Não foi a manhã de nevoeiro que o trouxe, foi um submarino

Pedro Marques Lopes
"A nossa capacidade de nos desmerecermos já vem de longe, mas continua bem viva. Adoramos um herói, provavelmente mais porque ele prova que somos fracos do que pelas suas qualidades; e como fracos (os outros, claro, que eu cá sou muito trabalhador e tudo), precisamos de quem nos guie, de quem nos obrigue a trabalhar, de quem nos imponha disciplina. 
Continuamos a ter uma vontade de desprezar os sucessos obtidos como comunidade para atribuí-los a um herói que a tudo se deve, como se fôssemos incapazes de realizar as coisas em conjunto, como se tudo o que se alcança na comunidade fosse fruto de um ser inspirado e abençoado. E se ele nos falar grosso, mostrar que tem mão firme e se se puser num pedestal, acorremos todos a pedir para levarmos o andor. Se, além disso, disser mal dos nossos representantes, torna-se divino. 
Lá está, o vice-almirante é que nos conhece: queremos liderança. O problema é que não é, de facto, dessa liderança que nós precisamos, mas isso digo eu."