domingo, 8 de agosto de 2021

Um pôr do sol no Cabedelo de um dia 8 de Agosto do final da década de 60 do século passado


Em finais dos 60 do século passado, ao ir pela muralha até ao Cabedelo, mais precisamente para a Praia dos Blocos velhos, a norte  da Gala, mais ou menos onde agora está a portaria do Porto de Pesca, tínhamos de passar pela ponte do Buquete...

Um dia, ainda eu era adolescente, o quer dizer que já lá vão muitos anos, depois de fazer esse percurso, que deveria ter dois quilómetros, sentei-me no areal do deserto que então era o Cabedelo, para apreciar o pôr-do-sol.

A praia estava vazia. Os pouco veraneantes que então frequentavam o Cabedelo já tinham abalado. Naquele fim de tarde dum dia 8 de Agosto, algures pelo final da década de 60 do século passado, talvez 1969, o vento frio e algo desagradável não conseguia levantar as areias, consistentes como açúcar mascavado, que ficaram à mostra pela baixa-mar.

De repente, o horizonte tornou-se  carregado e  opaco. A linha que, no horizonte, separa o céu e o mar ficou invisível. 

Não consegui prever o que estava para acontecer. Também não demorou muito para ficar a saber: de repente começou a cair do céu uma chuva quente que me apanhou em cheio. Naquele tempo o Cabedelo era um deserto. Fiquei encharcado até aos ossos.

Há coisas que, não desejando que se repitam, para que se não percam definitivamente da nossa memória, convém que fiquem escritas.

Jornais e blogues


Desde muito jovem que leio jornais. Continuo a ler.
Desde há quase 20 anos que leio blogues. Vou continuar a ler.
Há jornais onde se escreve muito bem. E há jornais onde se escreve muito mal.
Há blogues onde se escreve muito bem. E há blogues onde se escreve muito mal.
Uma coisa descobri nos blogues: há quem escreva muito melhor do que eu pensava. 
Gente que nunca apareceria nos jornais e que escreve coisas que valem a pena ser lidas.
Há escritos nos blogues que nunca teria possibilidade de ler nos jornais.
Aprecio a coragem. Gosto do pluralismo. A variedade fascina-me. A inteligência atrai-me. 
Vou continuar a ler jornais. E vou continuar a ler blogues.
E a escrever o blogue.
Ter um blogue, que vai no décimo sexto ano de existência, não é uma preocupação,  um dever ou um facto condicionante para o seu autor. 
Em qualquer fase da sua vida, foi, é e será, uma liberdade. 
De escrita. E de silêncios. 
Sempre escrito e publicado com gosto.

sábado, 7 de agosto de 2021

Autárquicas 2021: ao que isto chegou!...

"Candidato do Chega a Caminha entregou listas eleitorais no sítio errado"!..

Porque tive de criar o OUTRA MARGEM, há mais de 15 anos...


Nas fotos, eu e o eng. António Albuquerque numa amena e salutar conversa, quando no Cabedelo existia espaço para o convívio e para o diálogo inteligente e esclaredor.

Andam por aí candidatos a políticos, que vivem no mundo da fantasia da pequena política figueirense, que me acham com caparacidade para, perversamente, criar um "universo paralelo".
Isto, no mínimo, é rídiculo.

Deveria sentir-me honrado com a importância que me dão e que, de todo, não mereço.
Presumo, porém, que explicção para este eqívoco é simples de dar e de entender: o "concelho real" adora esses políticos; o tal "universo paralelo", criado por mim,  não tem por eles a mesma imoderada estima.
 
Já estou habituado. São muitos anos a "virar frangos". Não há candidato a político que, tarde ou cedo, não venha com isto. Não há candidato a político que entre a adulação da gente que o rodeia e o exercício da crítica, não prefira que o "concelho real" seja o da adulação. 

De resto, costuma acontecer que à medida que a distância aumenta entre o "concelho real" e o "universo paralelo", mais "real", para o político, se torna o "concelho real" e mais "paralelo" o "universo paralelo"

Não admira que estes candidatos a políticos se convençam que a sua corte de apaguinuados acríticos, são a única e autêntica realidade e que o mundo cá de fora não passa de uma fantasia, fabricada por um  inimigo (eu...) que tem «ódios de estimaçã».

Esta gente, na sua infinita capacidade de auto-ilusão, leva a coisa mais longe. A existência do "universo paralelo" é a prova que vivemos numa "semidemocracia"
Por exemplo, se eu não publico o que era seu desejo, simplesmente porque tenho opinião própria, "estou a fazer campanha ao lado" de certos partidos. Por outras palavras, não "faço campanha" ao lado deles. 

Este facciosismo nunca me pareceu aceitável. Por isso, se tenho opinião livre, o que me permite introduzir o "país real" no "universo paralelo" e remover o "semi" da semidemocracia, tive de criar o OUTRA MARGEM há mais de 15 anos.
Que, pelos vistos, ao contrário do que era minha intenção, vai ter de continuar...

PSD e PS a contribuirem para aquilo que Santana tanto gosta: explorar à exaustão o "fait-divers"...

 Via Jornal de Notícias

“Seria lamentável as pessoas deixarem de adoptar a bicicleta” por medo...

Via Jornal de Notícias 

sexta-feira, 6 de agosto de 2021

Quem consegue ressitir a tanto charme?..


HAJA PACIÊNCIA E ESPERANÇA...

 Via Diário as Beiras

Cabedelo piroso e soturno: "que fizemos para merecer isto?".

Imagem via Diário as Beiras

Muitas vezes ouvimos desabafar: "que fiz eu para merecer isto?"
Mais do que uma queixa, um lamento, uma surpresa, é um protesto.
Quando algo desagradável nos toca a nós, todos achamos que não merecemos. 
Estamos formatados e vivemos para as coisas boas - numa palavra para a felicidade. 
Achamos que Deus  nos deve uma vida feliz, onde só têm de acontecer coisas positivas. Contudo, algum de nós se lhe tocasse o euromilhões (é para isso que jogamos...) se questionaria de onde tinha vindo tanta sorte?
Na prática, uma queixa, um lamento serve para nos consolarmos e para salvar, no meio da desgraça, a nossa imagem. 
O corpo já teve melhores dias, rebentou um cano em casa, avariou o motor do portão electrico da garagem, a arca frigorífica deu o berro, tivemos furos seguidos na bicicleta, demos um toque na parede ao estacionar o carro, apanhámos uma diarreia (não a mental, que essa é crónica...), temos um novo Cabedelo piroso e soturno: "que fizemos para merecer isto?".
Logo nós, que não merecíamos. Logo nós, sempre tão bons rapazes e raparigas...

Parábola das sandálias (ou a importância da oposição)


"Quando o meu filho faz birra porque quer ir para a praia com meias e sapatilhas em vez de levar as sandálias do Homem-Aranha que seriam muito mais fáceis de calçar e descalçar num mundo de areia assaltam-me dois sentimentos contraditórios: uma ira imensa, porque até foi ele que escolheu as sandálias na loja; e um orgulho desmedido, por ver que segue as minhas pisadas e defende o uso de meias e sapatilhas nas idas à praia, ao contrário da maioria absoluta dos veraneantes.
E quem diz que a maioria tem sempre razão? 
Esse é, aliás, o calcanhar de Aquiles da democracia. Mesmo quando a maioria está errada, os poucos que a contestam têm de submeter-se à sua vontade. E tão importantes são as minorias para acautelar os desmandos das maiorias, que por mais absolutas que sejam não têm o monopólio da razão. Com as autárquicas à porta, é natural que a preocupação primordial dos eleitores seja a escolha de um presidente de Câmara. Mas não menos importante será a oposição com que os vencedores terão de conviver e trabalhar durante o mandato. Uma oposição forte faz um executivo forte. Torna-o mais atento, menos displicente, obriga-o a preparar melhor os dossiês. 
A tese de que só com uma maioria absoluta é possível ter a estabilidade necessária para levar por diante as políticas sufragadas pelos eleitores convence pouco. 
Boa parte das decisões nos executivos até são tomadas por unanimidade ou sem sobressaltos de maior. É nos grandes projetos, nas matérias com mais impacto na vida dos cidadãos, que muitas vezes surge a discórdia. 
Um problema? Não creio. Porque é precisamente nestes casos que a discussão mais faz sentido. Um executivo de maioria absoluta, não raras vezes, envereda por um simulacro de debate, ciente de que, no final, a sua vontade prevalecerá, por muito benévolos que sejam os contributos da oposição. 
É por isso que desconfio das maiorias absolutas e discordo da teoria dos executivos monocolores que alguns defendem em nome da alegada estabilidade. No entanto, é evidente que numa câmara de maioria relativa, para que não se atinja o caos, exige-se uma oposição adulta, com noção de que o seu contributo é essencial, mas que continua a estar em minoria. 
Em suma, não podemos ter uma oposição birrenta, a fazer barulho só porque sim. Na maioria das vezes, será mesmo preciso usar as sandálias e esquecer as meias e as sapatilhas. Mas haverá com certeza ocasiões para calçar as sapatilhas e outras até em que a melhor solução será juntar meias e sandálias. O importante é que os munícipes estejam bem calçados."

Quase metade da "bazuca" já está atribuída...

"António Costa atrasa férias para lançar ‘bazuca’: 43% das verbas já têm destino".

Uma entrevista esclarecedora: “o cargo fez-se para o Homem”!..

Via Diário as Beiras

quinta-feira, 5 de agosto de 2021

Joaquim de Sousa em entrevista ao Campeão das Províncias...

"O turismo é um excelente complemento para a vida económica da cidade mas resume-se a pouco mais de um mês. 

PS, PSD e Figueira A Primeira, querem ser canibais nas autárquicas 2021, na Figueira. Vamos permitir isso?...

A questão, à direita é esta: se o CDS, neste processo autárquico, tivesse posições iguais às do PSD, para que serviria? Qual seria a sua utilidade?
Uma coligação entre dois partidos só faz sentido se os dois tiverem uma base comum de entendimento, mas diferenças de opinião relativamente a vários temas.
Se um dos partidos renuncia às suas opiniões, a coligação deixa de ter sentido.
Não se pode falar de coligação mas de «deglutição».
Isto é: se tivesse havido uma coligação à direita, o PSD estaria a engolir o pouco que sobra do CDS na Figueira.
Sendo ainda mais claros: como Mattos Chaves não iria conseguir meter Machado no bolso, teria alguma vantagem em ser ele a ir meter-se no bolso de Machado?

O que se coloca à direita em relação ao PSD e ao CDS, coloca-se à esquerda com PS, CDU e BE.
Uma putativa coligação à esquerda na Figueira, só serviria os interesses deste PS municipalista.
CDS, CDU e BE, com as suas diferenças, são importantes opções no espectro político figueirense, pois alargam o leque das escolhas. 
Em Democracia, isto é fundamental.
Desenho de António Jorge Gonçalves, com a devida vénia

Em 2021, na Figueira, PS, PSD e Figueira A Primeira, quais canibais autárquicos, têm um objectivo claro e importante para a sua estratégia eleitoral: tentar subalternizar no concelho da Figueira as 4 restantes candidaturas para condicionar o sentido do voto dos figueirenses, reduzindo as opções a 3 forças políticas, quando no boletim de voto vão aparecer 7 opções paar escolha do futuro presidente e vereadores.
Essa, neste momento, é uma ameaça emergente e perigosa para a livre escolha do eleitorado figueirense. 

Isso não é inocente, nem acontece por acaso. A grande e maior ameaça aos figueirenses é o passado dos últimos 30 anos: PS e PSD, canibalizaram o poder local. Antes, até à década de 80, CDU e CDS chegaram a eleger vereadores, que tiveram pelouros distribuídos e fizeram um bom trabalho.
Se olharmos atentamente para os últimos 30 anos de poder local na Figueira, podemos verificar que, afinal, não houve grandes diferenças entre a gestaão do PS primeiro, do PSD, depois, e estes 12 últimos anos novamente do PS. Houve alternância, não houve alternativa. Os resultados falam por cima.
A Figueira é um concelho que tem vindo a definhar. Os números dos censos falam por si. A verdade é que somos poucos, cada vez menos,  pobres, os ordenados roçam o mínimo nacional,  e moramos longe de tudo (onde está a rede de transportes públicos?). 

Não há nenhum ângulo em que a demografia não tenha um papel decisivo, nem vale a pena tentar nomeá-los a todos (economia, emprego, Segurança Social, território). 
De forma resumida, tomemos a economia e o emprego, o motor de tudo o resto, como exemplo. É com emprego desqualificado, miseralvelmente pago e precário que queremos fixar jovens no concelho da Figueira da Foz?
Onde é que está a qualidade de vida e o futuro para a Figueira?
Os figueirenses que forem votar a 26 de Setembro têm de estar atentos: a escolha não está reduzida a 3 opções de escolha para a eleição do futuro executivo Figueirenses. Existem 7 escolhas, SETE.

CIM-RC lança ciclovia para ligar Figueira da Foz, Cantanhede e Mira, por sete milhões com ponte incluída

Via Diário as Beiras
«A Comunidade Intermunicipal da Região de Coimbra (CIM-RC) assinou, ontem, o auto de consignação da empreitada do troço da via ciclável europeia Eurovelo 1 que atravessará os concelhos de Cantanhede, Mira e Figueira da Foz, junto ao Atlântico, com 84 quilómetros de extensão, que ligará os distritos de Coimbra e Leiria. 
A obra custa 2,3 milhões de euros (com IVA incluído) e tem um prazo de execução de 18 meses. Este valor não inclui os 4,5 milhões de euros que custará a ponte entre Vila Verde e Alqueidão. A ligação entre Vila Verde e Alqueidão, freguesias da Figueira da Foz – ponte mista (bicicletas e viaturas) sobre o Mondego – não deverá ficar concluída ao mesmo tempo da via ciclável Eurovelo 1.
O concurso será lançado este mês, tendo um prazo de execução de 18 meses, enquanto a construção da ciclovia arranca brevemente. Esta obra é da responsabilidade da autarquia figueirense, mas sem a qual a Eurovelo 1 não avançará para a margem sul do concelho, até à Marinha das Ondas, onde ligará, no concelho de Pombal, à ciclovia do Atlântico. 
A Câmara Municipal da Figueira da Foz candidatou os 4,5 milhões que a obra custa a fundos europeus e ao Turismo de Portugal.
Entretanto, a concelhia do PSD e a candidatura de Pedro Machado, cabeça de lista do partido à Câmara da Figueira da Foz, consideram, através de nota de imprensa, que o auto de consignação da via ciclável Eurovelo 1  foi uma cerimónia de “Carnaval político ilegal e pura campanha eleitoral”Os social-democratas destacaram, ainda, a participação de um membro do Governo.
Carlos Monteiro, em declarações aos jornalistas, feitas à margem da referida cerimónia, lamentou “esse tipo de linguagem para desvalorizar um evento que é da maior importância para a região e para o concelho em particular”
Por outro lado, frisou que, no dia anterior, “realizou-se em Coimbra uma cerimónia semelhante e nenhuma força política se manifestou contra”
O Município de Cantanhede (PSD) não participou na cerimónia realizada ontem. O de Mira, no entanto, liderado pelo mesmo partido, fez-se representar pelo presidente, Raul Almeida. Segundo Carlos Monteiro, Cantanhede, “provavelmente, tomou a decisão de não ter estas cerimónia neste período [pré-eleitoral]”

Temos a classe política que merecemos?

Com o actual método de escolha das lideranças, sim, temos. 
O sistema de selecção das lideranças é disfuncional, feito em função de critérios que acabam sempre por levar à escolha de pessoas que não são as mais adequadas para a governação de um país ou de uma cidade.
Via Diário de Notícias

"Algumas portas de casas na Ajuda, que ficaram numa posição estranha depois de rebaixada a calçada por causa das obras no palácio, motivaram mais um ataque de Rui Rio a Fernando Medina – ataque a que este respondeu com ironia, enquadrando as palavras do líder do PSD na silly season. 
O que aconteceu com as portas foi que ficaram “penduradas” a 1,5 metros do chão, perdendo-se assim o acesso à rua. Rio usou o Twitter para dizer que a gestão autárquica da cidade é de “terceiro mundo”. Na mesma plataforma, Medina respondeu esclarecendo que as casas são da GNR, ninguém lá vive, e têm portas do lado oposto, viradas para o pátio do quartel onde se encontram. “Pode agora retomar as suas férias e prosseguir com a silly season”, ironizou ainda o autarca, recandidato à Câmara de Lisboa liderando uma coligação do PS com o Livre."

2023, ano mágico para a Figueira da Foz?..

"Figueira da Foz: Requalificação da linha do Oeste pode estar concluída em 2023 
A linha tem 215 quilómetros, liga Sintra à Figueira da Foz e depois a Coimbra. 
De acordo com a SIC Notícias, as obras para a requalificação da linha do Oeste já arrancaram. Contudo, só daqui a dois anos é que os tempos e as condições de viagens devem melhorar. 
Desde a inauguração, há 134 anos, que esta linha não via uma requalificação de fundo."

quarta-feira, 4 de agosto de 2021

Querem mais do mesmo, nas próximas autárquicas? Bom proveito...

O tempo que passa na Figueira está a ser maçador e deprimente.
Sente-se no clima crispado que anda no ar. 
Muito boa gente anda com os nervos em franja, o que não é saudável para ninguém.
Quanto menos tempo falta para o dia 26 de Setembro, maior vai ser o sacrifício, menor vai ser o debate e maior vai ser a desilusão e a vergonha. 
A campanha de Santana Lopes perdeu gás e está sem interesse. 
Esvaziou-se: o que não constitui surpresa, pois resume-se a ele. Sem ele não há mais nada na candidaura que encabeça para a Câmara Municipal. Santana, porém, está desgastado e já não tem segredos.  
A personagem que vestiu durante décadas resume-se em muito pouco: a história da ambição falhada.
Santana passou por quase tudo: pelos partidos, pelo governo, pelas autarquias, pelos jornais, pela televisão, pelo futebol e pela "noite de Lisboa"
Para vir a acabar na Figueira!.. Por amor, ao que diz. Santana, pelos vistos, tem muito a ver comigo: também é lírico.
A mim, o lirismo já me acabou com muita coisa. A ele pode comprometer-lhe as expectaivas que ainda tenha para o futuro da carreira política.

Como habitualmente, os partidos do regime, PS e PSD mostram-se incapazes de apresentar propostas novas, exequíveis e concretas.
O PS, incapaz de apresentar uma liderança credível e confiável, poderia disfarçar com uma equipa forte que camuflasse as debilidades do líder.
Neste momento, este PS municipalista local só está a tentar segurar o poder, custe o que custar, pois se assim não acontecer será uma calamidade para o PS Figueira. Melhor: para muita gente habituada a comer da manjedoura municipal há mais de um dezena de anos. 

O PSD, que tinha expecativas altas, fruto da campanha eleitoral que estava a realizar, espalhou-se ao comprido onde costuma ser habitual: na feitura das listas.
Ficou patente que na escolha de nomes para as autárquicas, há muito mais  coisas em jogo: nomeadamente, há quem esteja já a pensar em 2023, ano de legislativas.
Nada de novo. 

Contudo, se os figueirenses assim o quisesssem estaria tudo em aberto. 
Além das três candidaturas já abordadas, os figueirenses têm outras opções: CDS, CDU e Bloco. 
Passam os anos e as décadas e os partidos do arco do poder na Figueira não evoluem nada. Aquilo que realmente interessa aos figueirenses, não é o que interessa aos protaganonistas principais.
Infelizmente, esse estado de coisas não vai acabar a 26 de Setembro próximo. 
Vai prolongar-se e, possivelmente,  aumentar.

A  incapacidade  em discutir Política vai continuar. Não é que não haja ideologias:  há-as, mas dá muito trabalho fazer os trabalhos de casa para haver discussão séria. Interessa é que a política figueirense continue asséptica, inodora e incolor. 
Isso é fundamental, para a sobrevivência dos interesses tribais e individuais, que passsam pelos resultados eleitorais, sem interessar, por isso é omitido, que estes, muitas vezes, são indissociáveis dos processos, por vezes pouco edificantes, como  foram alcançados. 
A política é substituída pela técnica e pelos golpes baixos, os políticos pelas estrelas, as ideias pela competência, que se passa a medir apenas pelo sucesso e pelos resultados eleitorais conseguidos. 
A constituição das listas, conhecida recentemente, fala por si.

É óbvio e indesmentível, que precisamos de gente tecnicamente competente. 

Contudo, nestes dias de profunda agitação, quase  vendaval, que se estão a viver na Figueira, lembro: numa autarquia, toda e qualquer decisão técnica é, também, política. A Política, não se resume apenas a resultados eleitorais. A Política passa por desígnios, objectivos de longo prazo, ideias e projectos. 

A Figueira está a ser muita mal gerida. E vai continuar. Os tiques autoritários continuam todos. As pessoas, basta-lhes o cheiro do poder para ficarem diferentes. Para mim, entre os três que são apontados como venecedores, passsou-me a ser indeferente quem perde ou quem ganha.
 
É verdade que a Figueira, com esta equipa actualmente no poder autárquico, está muito mal gerida. Porém, não tenho de pactuar com a falta de ideias, o vazio gerador de falsos consensos, num concelho que anda a fugir, há décadas, ao verdadeiro debate.
Tem sido isso mesmo, que tem permitido a governaça dos partidos do bloco central - PS e PSD - ao longo de mais de 4 décadas, com os resultados de todos conhecidos.
Querem mais do mesmo? Bom proveito vos faça...