quinta-feira, 3 de junho de 2021

Este é o tempo de perceber os políticos, para poder fazer boas escolhas...

Lembrança do escritor Luís Pacheco. Esta passagem de O Teodolito é obra.

"Onde estão agora os que foram meninos comigo, meus companheiros de bibe e calção? Gostava de ir lá vê-los à nossa infância, de irmos todos, reconhecermos todos como nossa ainda a pureza antiga, os projectos que enterrámos, as ilusões, os actos falhados. E, com efeito, o mundo dos adultos está cada vez mais triste, mais crápula, mais ratazana. É uma bicharada que vai a correr prò buraco do coval, comprometida e lassa, sem alegria, sem carácter, sem sentimentos, sem dignidade nenhuma. Não são gente: são baratas medrosas, assustadas sempre, que andam de luto por eles-mesmos e se escondem quando pressentem uma luz, a ousadia dum gesto, a virtude duma palavra. Adultos, cadáveres jovens. Metem dó, metem nojo, tão velhinhos e tão resignados. Cagarolas. Gostaria de os tornar a ver como eram, na infância."

No tempo em que havia meninos no Cabedelo

O carisma de um político não se compra: ou se tem ou não se tem.
O divórcio entre a população e a classe política atinge níveis preocupantes.
O discurso oficial passa por dar a entender que é necessário trazer de volta a população à política e ao interesse pela coisa pública.
Contudo, será que interessa mesmo à classe política a participação do povo?
Claro que esta interrogação não tem aplicação para os indefectíveis partidários.
O povo é convocado e faz jeito em época de  actos eleitorais e respectivas campanhas - nas inaugurações, nas sondagens, e pouco mais. 
É a época das acções de rua, dos beijos, dos apertos de mão, das saudações, das multidões, dos palcos, das  arruadas, dos discursos, dos aplausos, dos sorrisos, dos brindes, dos panfletos, etc. E no dia de ir a votos.
Uma das razões do afastamento do povo da classe política é esta comunicação sazonal que praticamente só existe de 4 em 4 anos. 
Por curtos períodos, toda a gente consegue perceber o que os políticos dizem. Precisam de se fazer entender, têm de ser claros, objectivos e directos, fazendo passar a sua mensagem. Depois das eleições tudo muda.
Vão ver a partir de Outubro próximo futuro. 

quarta-feira, 2 de junho de 2021

António, é assim como diz Julio Cortázar, não é?


Campo das traseiras, a cantar de galo e em remodelação, pelo menos, desde 2015!..

 Via Município da Figueira da Foz

Via Figueira na Hora, 5 de Novembro 2018
Via Diário as Beiras, 2 de Junho de 2021

O desinteresse estratégico do papel da cultura e a demonstração de que os decisores políticos não a consideram como um factor essencial no desenvolvimento do país....

"Inquérito divulgado pelo SICAD revela o perfil e as escolhas dos apostadores nacionais. E mostra que são os que menos rendimento têm quem mais joga."
Quando começaram a surgir rumores que se estava a considerar criar uma raspadinha para apoiar o financiamento do Fundo de Salvaguarda do Património Cultural, reconheço que não lhes atribuí qualquer credibilidade, tão fantasioso e despropositado me parecia tal movimento.
Promover a cultura do vício para proteger a cultura do património é tão acertado como a probabilidade de ganhar o melhor prémio numa raspadinha. Muito próximo de zero.

O carisma não se compra, não se treina, não se adquire com o tempo, não se ganha por repetição ou imitação. Ou se tem ou não se tem...

Morreu Carlos Ferreira, com 73 anos, o homem que em 2020 subiu sozinho, com a bandeira nacional, a Avenida da Liberdade no 25 de Abril.
O Senhor Carlos Ferreira vai continuar a desfilar nos próximos anos nas comemorações do 25 de Abril de 1974. Contudo, no futuro, debelada a pandemia, não irá desfilar sozinho. Vai ter largos milhares a acompanhá-lo e a recordá-lo, pois pessoas como o Senhor Carlos Ferreira são especiais para o Povo que gosta de comemorar o 25 de Abril de 1974.

terça-feira, 1 de junho de 2021

MOMENTO DE ANTOLOGIA DO DISPARATE AMBIENTAL QUE ESTÁ EM CURSO NO CABEDELO

 "Betonar a praia", via SOS/CABEDELO

Triste: é só artistas...

O que aconteceu aos restantes elementos que juntamente com o busto formavam o monumento a Mário Silva no Cabedelo? A última informação a que tive acesso era que estava ao cuidado da Junta de Freguesia de S. Pedro.
Foto António Agostinho
D
eprimido e com a auto-estima em baixo, o zé povinho já nem sequer tem forças para fazer um manguito ao que está a acontecer no Cabedelo.
Para além dos “tinhosos” dos campistas, o monumento ao Mário Silva vai ficar reduzido ao mínimo.
Do monumento que lá estava, vai sobrar algo parecido com que a foto mostra.
Se a Câmara tivesse actuado com transparência neste processo, que passaria por ter dialogado com todos os agentes económicos que desenvolvem a sua actividade no Cabedelo - nem era difícil, pois são meia dúzia... – ter-se-ia instalado um clima de confiança que daria mais tranquilidade a todos. 
Ao proceder como procedeu, falando com dois ou três, esquecendo os outros, a Câmara complicou tudo e crispou o clima...
Se essa foi a estratégia, parabéns: surtiu o efeito desejado. A política é muito mais nobre e  muito mais bonita, feita com honestidade e transparência.
A vantagem da honestidade e da transparência, na política portuguesa, é que a concorrência é pequena...
Tão importante como nos orgulharmos da nossa História e das nossas gentes, é reflectirmos no que podia ter sido feito para não deixar estragar ainda mais esta cidade e este concelho...
Apesar do que lhe fizeram no Cabedelo, Mário Silva vai continuar a ser "um artista grande". E a Figueira, governada por estes políticos, "uma cidade pequena", de grandes artistas...

Coisas verdadeiramente importantes: a segurança (2)

 Via Diário as Beiras

Só o PS aprovou

 Via Diário as Beiras

Uma grande entrevista, duas pequenas curiosidades, uma maravilha, portanto...

Vamos às curiosidades: 
1. Fernando Balsas, o entrevistado, é candidato à Junta de Freguesia de Quiaios pelo movimento independente "Figueira a Primeira"
2. Ricardo Santos, o entrevistador, é o candidato à Junta d Freguesia de Quiaios pelo PS.

Vamos à entrevista:

Da série, Quiaios: depois de ser um caso de polícia decidido pelos tribunais, continua a ser um teste ao funcionamento da democracia na Figueira...

Despacho n.º 5368/2021
"Questões que me atormentam na freguesia de Quiaios.
Quando a campanha eleitoral autárquica atingir o auge, palavras como democracia, transparência, rigor e outras mais, serão debitadas às toneladas pelos bem-falantes de turno.
Nomeada que foi uma comissão administrativa, há mais de um mês, para gerir a freguesia de Quiaios até ao próximo ato eleitoral, por entidade competente para o efeito, alguém me sabe dizer quem são os três elementos que fazem parte da dita comissão e se já tomaram posse? E os cargos de cada elemento na comissão, alguém sabe quais são?
Viva a transparência que tanto apregoam!"

Presumo que todos sabemos o que se passou em Quiaios. 
Assistimos ao funcionamento da justiça, embora lento. Foram os tribunais, no fundo o sistema de justiça, que apeou a presidente de junta Fernanda Lorigo do poder. 
O PS Figueira, a seguir, transformou um caso de Justiça num caso de política. 
É isto admissível numa democracia que pretende ser um regime solidamente implantado na Figueira e em Portugal? Pelos vistos, para alguns, estes procedimentos, são perfeitamente admissíveis e banais na sua normalidade.
Tal entendimento, porém, só mostra a concepção particular da democracia como regime de país bananeiro ou, no caso, de traficante da droga mais poderosa que existe: o poder. 
Só isso conta. Porque só assim se pode condescender com episódios  tristes como este. Na Figueira, além de uma "crise do regime", temos também e claramente instalada uma crise da democracia. Por tudo isto, Quiaios constituiu um teste ao funcionamento da democracia na Figueira. 

Os portugueses vão ter de decidir um dia o que verdadeiramente querem... (2)


 Via O TEMPO DAS CEREJAS

segunda-feira, 31 de maio de 2021

Deixem o pescador em paz...

Por Buarcos anda-se em maré de estátuas, pintura de muros, eleições e requalificações. Contudo, a
inda não foi hoje, apesar do aparato, que mudaram o pescador. Nem sei porque estão  com tanto gasto e trabalho. Em vez do pescador, coloquem ao centro da nova rotunda um urso. Essa sim seria uma estátua erigida ao "Cidadão da Figueira", porque realmente, somos uns ursos. Serviria também e ao mesmo tempo como uma homenagem  a "alguns políticos", porque não passam disso.
Andamos a perder qualidade de vida na Figueira. Ao mesmo tempo, fomos perdendo influência politica, económica e cultural. Deixamos de ser uma cidade e um concelho como havia poucos em Portugal. Ainda somos uma cidade bonita, mas a continuar por este caminho, em breve nem isso seremos. Precisam-se cidadão preocupados com o que nos rodeia. Contudo, a tendência é tornar-mo-nos amorfos e desinteressados.
O cidadão normal perdeu voz, os políticos não o ouvem, porque estão-se marimbando para  o que povo pensa. Se não é assim, parece...
O povo acredita na Democracia, mas cada vez menos acredita nos políticos. Sente-se sem opções de escolha. Somos mesmo uns ursos e merecíamos  uma estátua.  Ou "alguns políticos" é que são uns ursos e merecem uma estátua?
Na falta de um urso para modelo, como o pescador resiste a sair do sítio (tem muito ferro), deixo uma sugestão para o entro da nova rotunda: uma varina pintada de vermelho e verde, com a bandeira nacional a servir de saia,  e duas meia-bolas a servirem de "soutien".

A borda do rio: uma paisagem da minha infância....

Os próximos meses não vão ser fáceis, mas ainda bem que há eleições...

Ainda faltam alguns meses para as autárquicas 2021.
Não sei como vai ser possível aguentar tantos meses de discursos, programas, indignações, dilatações do ego, intrigas, acusações, análises e contra-análises, vigilâncias, reserva mental, espionagem, lama e riso barato, previsões e projecções, mais ego dilatações, calculismo e desinteresse e interpretações delirantes.
No final vamos ficar ou menos na mesma. 
Com algumas diferenças, porém: Carlos Monteiro vai perder a maioria absoluta; Santana Lopes, se conseguir ir a eleições, vai ficar a saber o que vale, até na Figueira; Pedro Machado, pode ser uma surpresa; Mattos Chaves, não vai surpreender. Sobre a CDU e o BE ainda nada se pode dizer, pois nada se sabe.
Resumindo e concluindo: vai valer haver eleições eleições.

Numa reunião camarária tipo chá canasta, fiquei a saber que a duna artificial do Cabedelo tem os dias contados...

Imagem retirada da net

Não estou a reconhecer os políticos figueirenses.
Está a decorrer e a dar em directo na net a reunião de câmara
Tem sido uma sessão produtiva. O presidente, os vereadores e as vereadoras, usam da palavra sem serem atropelados nas suas intervenções. As oradoras e oradores têm sido esclarecedores nas suas intervenções e os assuntos debatidos com urbanidade e clareza.
Fica o registo: qualificar um político (neste caso, mais do que um) como uma pessoa estimável, é o mesmo que afirmar de uma mulher, que é uma pessoa simpática. 
Hoje, também não me apetece ser desagradável. Sobre a reunião de câmara que ainda está a decorrer nada mais, por enquanto, tenho para dizer. Até ao momento, faltou só que tivesse sido servido um chá canasta e umas torradinhas...
Mas, eis surgiu que um sobressalto há poucos minutos. Ricardo Silva, vereador, perguntou: "como vai ser a época de verão no Cabedelo?"
Resposta de Carlos Monteiro, presidente: "a perspectiva é que os passadiços perpendiculares à linha de água estejam prontos antes do início da época balnear. Os outros não..."
Estou esclarecido: a duna artificial tem os dias contados...
Porém, como hoje também não me apetece ser desagradável, vou beber um cafezinho e fico por aqui... 

Os portugueses vão ter de decidir um dia o que verdadeiramente querem...

Foto PAULO NOVAIS via Diário de Notícias

Se bem me lembro, o fenómeno Passos Coelho, presidente do PSD entre 2010 e 2018 e primeiro-ministro de Portugal, entre 2011 e 2015, resultou de  uma estranha e bizarra aliança de conveniência entre a cacicagem menezista , alguns debitadores de tiradas blogo-liberais e os últimos ressentidos do cavaquismo. 
Passos Coelho, na altura, foi apenas um instrumento que soube usar bem os seus instrumentistas. 
Depois de termos visto para que serviu, será que que queremos voltar ao mesmo?
Agora, temos a evolução na continuidade: o venturismo, a doença senil do coelhismo...
No III Congresso do Chega, em Coimbra, André Ventura, sedento de chegar ao poder, sem moderação, ao ataque afirma-se pronto para limpar o país. 
Apontando ao PS e António Costa, afirmou que "isto de destruir um país em pandemia com o suposto objetivo de controlar a pandemia" terá de "ser levado à responsabilidade"Ao contrário do que disse ter acontecido com o Governo PSD/CDS de Passos Coelho, se chegar ao poder não quer ser "fofinho" ou "o limpa lençóis", mas sim "chamar à responsabilidade a esquerda e a extrema-esquerda pelo que fizeram a Portugal". 
O cenário está clarificado. No futuro a responsabilidade e a escolha vai ser dos portugueses: vão preferir o quê? A pornografia, pura e dura do Ventura, o erotismo, a preto e branco, estilizado do Coelho, ou preferem escolher viver uma vida?..

Coisas verdadeiramente importantes: a segurança

 Via Diário as Beiras