sexta-feira, 26 de março de 2021

Lido por aí...


«Aprende-se tarde de mais que até as vidas mais dilatadas e úteis não chegam para mais nada senão para aprender a viver.»

Gabriel García Márquez, O Outono do Patriarca (1975), p. 219

Ed. Público, 2002. Tradução de José Teixeira de Aguilar. Colecção Mil Folhas, n.º 4

Chumbada proposta do PSD para adiar as autárquicas

"O projeto de lei dos sociais-democratas para o adiamento das eleições autárquicas por dois meses, foi chumbado com os votos contra do PS, PAN, IL, Chega, BE, PEV e a abstenção do CDS."

Santana: Menino Guerreiro...

Aqui havia uma fotografia sacada daqui.

Para quem ainda não sabe, OUTRA MARGEM está em condições de confirmar que Santana Lopes esteve ontem na Figueira da Foz.
Chegou cerca das 21 horas e trinta minutos. Havia quem estivesse à espera dele desde as 11 horas da manhã! Teve pouco mais de meia dúzia de pessoas a aguardá-lo! 
Não me perguntem o que veio ele cá fazer, pois isso não sei: quiçá, transmitir a mensagem de que vai ser candidato à Figueira da Foz e de que vai dar uma abada, pois vai vencer por maioria absoluta!... 

Agora a sério: 24 anos passaram a voar. Tudo o que se acreditava ser infinitamente interminável acaba um dia. 
Acaba mesmo. 
Os dogmas e crenças do passado, ficaram lá. No passado. Que pode ser o luar da maior areal urbano da Europa. Onde a lua por se sentir traída o amaldiçoou. 
Santana, não é mais guardador dos sonhos da maioria dos figueirenses. É apenas uma lição de vida. Os corações já não batem desordenadamente quando ouvem o seu nome. 
Está tudo velho. Até as santanetes. 
A sua voz já não encanta. Pior que tudo isto, porém, é o vazio, de uma desilusão fantasiosa. Um dia, já lá vão 24 anos, fez parte de um conto de fadas figueirinhas. 
Mas, passaram 24 anos. Isso é passado. Agora, é mais um ser errante que passou na vida dos figueirinas. 
Espero que tenham aprendido a lição. Creio - e espero não estar enganado - que hoje não passa de uma página de um livro arrumado na prateleira da vida figueirinhas. 
Todavia, aceito que ainda haja uns poucos com saudades do menino guerreiro...

O enredo da narrativa da candidatura de Santana à Figueira está a mudar. Porém, é possível caminhar pelo ínvio?..

Se bem percebi, o enredo inicial da narrativa passava por atemorizar Pedro Machado, para ele desistir e ficar o Santana como candidato do PSD... 
Agora, que passou a ser visível para os apoiantes santanistas que, isso é, como sempre foi pelo que veio a público, uma impossibilidade, o enredo da narrativa passou a ser o Santana chegar-se ao Chega/ou vice-versa? 
Neste novo enredo da narrativa, modéstia à parte, só grandes malabaristas políticos podem lobrigar motivos para pensar numa nova narrativa com enredo a partir deste segundo pressuposto.
É possível circular pelo ínvio?
Afinal, quem são os apoiantes de Santana na Figueira?
São os mesmos que, até há pouco, juravam a pés juntos que o Santana era candidato do PSD, pois o Pedro Machado não iria aguentar a pressão e desistia?
Ou os que o queriam como candidato do PSD, são os mesmos que agora o querem chegar ao Chega?
Imagem via Diário as Beiras

Novidades na Aldeia: António Salgueiro não será candidato em S. Pedro

Imagem: daqui

O presidente da Junta de São Pedro, António Salgueiro, desistiu da candidatura ao terceiro e último mandato por motivos de saúde. Em declarações ao DIÁRIO AS BEIRAS, o autarca, cujo nome havia sido aprovado no passado sábado pela Concelhia do PS, afirmou que decidiu desistir “por indicação do médico”
Contudo,  cumprirá o actual mandato. Segundo o DIÁRIO AS BEIRAS, integrará a lista concorrente à Assembleia de Freguesia, que terá como cabeça de lista Jorge Aniceto (actual tesoureiro do executivo da Junta de São Pedro).

quinta-feira, 25 de março de 2021

Não consigo esquecer esta minha costela que me obriga a olhar par os fracos e desprotegidos...

Desde a escola primária, que não consigo, por mais que tente, deixar de tomar o partido dos mais fraquinhos e daqueles que nos pátios das escolas sempre levaram no focinho dos poderosos...
Imagem via Campeão das Provínciais:

De tão voluntarioso que sou, até posso colaborar na escolha do mandatário. Fica a sugestão...

Afinal, tá tudo a correr bem...

... esquecendo, é claro, os anitos de atraso...
26 de Maio de 2018«Na opinião do o PSD da Figueira da Foz,  esta obra é exemplificativa da forma como é dirigido o concelho: "sem estratégia, sem auscultação das populações, sem a preocupação de melhorar o nível de vida das populações, sem criar atrativos para os empresários instalados ou que se queiram instalar com vista à criação de emprego, o qual tanta falta faz aos nossos jovens, não promovendo também a consequente fixação de mais população no nosso concelho."
Imagem via Diário as Beiras

Uma sessão de câmara, é uma sesssão de câmara....

Lido hoje no Diário as Beiras:

Recorde-se, que no passado dia 18 do corrente, através de comunicado, a Comissão Política do PSD da Figueira da Foz «veio denunciar o "clima” de intimidação e de pressão inadmissível que o PS e o Sr. Dr. Carlos Monteiro, na sua dupla qualidade de Presidente da Câmara e do Partido Socialista da Figueira da Foz, têm vindo a exercer, na sequência da onda de entusiasmo que a candidatura do Dr. Pedro Machado vem despertando na sociedade Figueirense e até no todo Nacional.»

No dia seguinte, Carlos Monteiro reagiu: "O que está (no comunicado do PSD) é uma vergonha absoluta e uma mentira total!”.  “Aquilo que tem acontecido com algumas pessoas que subscreveram a lista (de apoiantes de Pedro Machado) é dizerem-se que não o pretendiam fazer. Não exerci pressão, não falei com ninguém, nem pretendo falar”

"Indagado pelo DIÁRIO AS BEIRAS sobre se, na reunião de câmara, vai apresentar as provas que sustentem as afirmações do comunicado que subscreveu, Ricardo Silva, líder da Concelhia e vereador do PSD, não respondeu à pergunta."
Afinal o que é que havia a responder?
A sensação que a leitura do comunicado do PSD deixa de que alguém está a tentar amordaçar a democracia na Figueira, quase 47 anos depois do 25 de Abril?
 
A meu ver, não se deve encarar este episódio como um mero conflito entre facções do PSD e do PS. Em política nem só os factos contam. O contexto em que eles se desenvolvem empresta-lhes muitas vezes significados diversos.
No jogo do vale tudo da politiquice figueirense ganha quem tem mais força? Se a política tivesse moral esta seria a imoralidade desta história?
Embora do meu ponto de vista da maneira errada, fazem bem em trazer à colação este assunto Carlos Tenreiro e Miguel Babo. Os vereadores Tenreiro e Babo, ao confundirem um tribunal com uma sessão de câmara, deixam no ar o perfume de uma mensagem de solidariedade entre correligionários. Uma mensagem, dou o beneficio da dúvida - errada e injusta. 
Contudo, há sempre quem tenha a percepção que em política, o que parece, é mesmo. 
De uma reunião da Câmara Municipal da Figueira da Foz, na qualidade de espectador assíduo e atento, espero que sejam discutidas e aprovadas as medidas que levem à resolução das funções mais básicas de uma autarquia. Nomedamente, a higiene e a salubridade públicas, a base da saúde pública. Confesso, que não sou espectador assíduo e atento das reuniões de câmara, à espera de poder ter acesso a reality shows, tipo big brotter figueirinhas

Aldeia global


Exorcismo


Os habitantes da minha aldeia dizem que sou um homem desprezível e perigoso. 
E não andam muito enganados. 
Desprezível e perigoso. 
Isso, fizeram de mim a poesia e o amor. 
Senhores habitantes: tranquilos, que só a mim costumo causar dano.

Raúl Gómez Jattin

quarta-feira, 24 de março de 2021

Paço de Maiorca: «há interessados», mas até agora nada de concreto...

 

Via Diário de Coimbra

Autárquicas 2021: ponto de reflexão...

Imagem via Pedro Agostinho Cruz
Os partidos tornaram-se organizações opacas e nebulosas. Consequentemente, a desclassificação da democracia representativa agravou-se. 
Pluralismo, no interior dos partidos, não passa de uma palavra: não tem consequência prática.

O voto que conta, o voto que decide é o dos interesses.
Com o desaparecimento da ideologia da vida política, o objectivo dos actores políticos é o alcançar um cargo que lhes permita conseguir comissões e tachos.

Como a passagem dos anos não perdoa, muitos dos velhos caciques estão a desaparecer. 
Os novos jotas estão a vislumbrar janelas de oportunidade. Aspiram a ser eles os  caciques que se seguem.
Com uma particularidade: são ainda mais ambiciosos, portanto, mais agressivos, mais ferozes e mais desonestos do que os anteriores.  

A ética desaparaceu. De vulgares servis (assessores, chefes de gabinete, peões de brega...) alguns já se julgam os novos senhores do poder partidário. Calculistas, frios e  cruéis, nada é obstáculo para as suas aspirações. Se necessário for, opta-se, sem qualquer limite,  pela crueldade de procedimentos.

Sem formação académica, uns, outros com diplomas manhosos, sem competências técnicas ou profissionais, escolheram no final da adolescência a via mais fácil: a preguiça do gabinete para conspirar e promover a intriga pessoal e política (aproveitando a muleta das novas tecnologias) e o tráfico de votos nas eleições internas.
A justificação para a existência deste sub-mundo sórdido na vida política é a da defesa da tribo. Uma tribo sem moral. 

As eleições internas são viciadas pelos jotas aspirantes a novos caciques. Isso pode passar pela inscrição de militantes, podendo ir até às chamadas chapeladas, quando não é possível alcançar o poder partidário de outro modo.

No país político, o financiamento partidário é um disfarce dos negócios menos claros, de luvas interessantes e comissões que acabam, umas nos sacos azuis, outras em gavetas de casas luxuosas ou cofres de banco discretos.
É nas câmaras e nas juntas que se fixa e cimenta o poder partidário. 

O sistema é um só. Em Lisboa, na Figueira ou na Aldeia. Jamais aceitará a transição para um regime de democracia direta, com eleições primárias auditadas e prestação de contas pelos eleitos. 
Alguém acredita na regeneração interna dos partidos e na moralização da vida política?
Sem formação cidadã, ética, sentido de servir e não servir-se, argamassa ideológica, o que vai continuar a mobilizar os aspirantes a políticos é o combate pelo tacho, as mordomias e o dinheiro.
 
Não é de hoje este estado de coisas. 
À minha geração, a decisão limpa e honrada que restou à maioria, foi virar costas aos partidos. 
Uns, calaram-se definitivamente. Outros, armados em D. Quixotes, optaram pelo serviço público, que consiste, por exemplo, em andar por aqui a tentar alertar a consciência colectiva.

O sucesso, porém, é pouco. 
A sociedade é o que é: se tiver de escolher, prefere um qualquer D. Juan em detrimento do romântico D. Quixote.
Para mudar isto, a luta passa pelo combate cultural e pela valorização da ética. 
E, claro, por uma nova escola e por outros e novos meios de comunicação.

A felicidade não é uma coisa fácil...

"Ser estúpido, egoísta e ter boa saúde, são três requisitos para a felicidade.
Porém, se o primeiro faltar está tudo perdido..."

terça-feira, 23 de março de 2021

Autárquicas 2021: Santana definitivamente "fora de jogo"?..

Rio esclarece que Santana Lopes não será candidato pelo PSD... 
Imagem via Pedro Agostinho Cruz
«O presidente do PSD, Rui Rio, esclareceu hoje que o ex-primeiro-ministro Pedro Santana Lopes não será candidato pelos sociais-democratas nas próximas eleições autárquicas.
Sobre se essa opção foi do PSD ou do próprio Santana Lopes, o presidente social-democrata respondeu: "é preciso encontrar o concelho certo em que o PSD quisesse, ele também quisesse, o PSD local e o PSD nacional e onde ele próprio tivesse alguma coisa a ver com o concelho, etc, etc, etc e não me parece que vá acontecer isso"

Santana Lopes, é um manipulador. Sempre o foi.
E, como bom manipulador que efectivamente é, recorreu, com perícia, à duplicidade. Andou a vender a imagem que podia concorrer onde quisesse: na Figueira, em Coimbra, em Sintra, em Torres Vedras, no Seixal, em Almada...
Não é nunca ele quem ofende. Pelo contrário, ele é afinal o "grande ofendido". Não é ele quem introduz maliciosamente a "farpa", são sempre os outros que no fim lha espetam. Assim aconteceu... Foi este calvário manhoso e dúplice, inteiramente pessoal e intransmissível, que conduziu Santana Lopes até aqui. Aparentemente, o triste fim de linha.

O que vale é que deve continuar a haver rennie disponível nas farmácias...

Há coisas que só quem pertence aos aparelhos partidários consegue perceber.

Por exemplo, a exigência da distrital do PS de Coimbra no dia 6 do corrente mês de Março: "demissão imediata” do presidente da Turismo do Centro, Pedro Machado, por ter assumido a candidatura do PSD à Câmara da Figueira da Foz

Contudo: os presidentes de câmara, também titulares de cargos públicos abandonam a presidência da edlidade para serem candidatos?

Em tempo: imagens via Diário as Beiras e Diário de Coimbra

Autarcas 2021: a coisa em Lisboa promete magia...

Um disse que quer dar um abanão a Lisboa (e passados uns dias a natureza tratou disso). O outro continua entretido no papel de paineleiro na TVI e cicerone do PR e agora temos o Carlos Moedas a usar a actual pandemia para fazer um número eleitoral. 
Já só falta entrarem os cuspidores de fogo e os domadores de tigres. É que os malabaristas já estão a jogo.
O candidato Carlos Moedas afirmou que se ganhar as eleições em Lisboa vai criar um “Plano de Contingência para responder a futuras pandemias em Lisboa”. 
Nas suas doutas palavras:
“Não podemos voltar a ser surpreendidos. A cidade de Lisboa precisa de ter ao dispor dos lisboetas um plano de contingência sobre futuras pandemias que dê alguma previsibilidade, segurança e confiança social e económica”.

... da série, legislação para preservar o arvoredo urbano

Em memoria dos tempos em que o concelho da Figueira, sem dar por ela,  caminhava determinado em direcção ao abate indiscriminado das árvores...
fotos daqui

Como vimos aqui, além do PS, também o «PSD apresentou um Projeto de Lei para proteger as árvores em meios urbanos».

Legislação para preservar o arvoredo urbano

Foto Ines Contis
Raquel Ferreira
, deputada do PS, no Diário as Beiras
"As árvores constituem um património natural valioso, têm um papel relevante na mitigação das alterações climáticas e contribuem para a transição energética e qualidade do ar. 
Neste âmbito, em nome do Grupo Parlamentar do Partido Socialista, defendi na reunião da Comissão do Ambiente, Energia e Ordenamento do Território, a pertinência de legislar sobre o arvoredo urbano. 
Exige-se uma atuação de promoção de iniciativas que disseminem os espaços de lazer e de usufruto público, a recuperação e a criação de novas áreas verdes com funções especificas. A ideia da importância que se deve atribuir ao arvoredo e o seu papel na mitigação das alterações climáticas é reforçada no Plano de Recuperação e Resiliência, apresentado pelo Governo, que refere: “A agenda temática 3 está focada na transição climática e na sustentabilidade e uso efi ciente de recursos, promovendo a economia circular e respondendo ao desafi o da transição energética e à resiliência do território. Assumem-se, como objetivos para 2030 (….) e reduzir para metade a área ardida, de modo a aumentar a capacidade de sequestro do carbono (…).” 
Neste sentido, legislar acerca das boas práticas de gestão do arvoredo urbano é desígnio do Grupo Parlamentar do Partido Socialista."