quinta-feira, 25 de março de 2021
Exorcismo
Os habitantes da minha aldeia
dizem que sou um homem
desprezível e perigoso.
E não andam muito enganados.
Desprezível e perigoso.
Isso, fizeram de mim a poesia e o amor.
Senhores habitantes: tranquilos, que só a mim
costumo causar dano.
Raúl Gómez Jattin
quarta-feira, 24 de março de 2021
Autárquicas 2021: ponto de reflexão...
Imagem via Pedro Agostinho Cruz
O voto que conta, o voto que decide é o dos interesses.
Com o desaparecimento da ideologia da vida política, o objectivo dos actores políticos é o alcançar um cargo que lhes permita conseguir comissões e tachos.
Como a passagem dos anos não perdoa, muitos dos velhos caciques estão a desaparecer.
Os novos jotas estão a vislumbrar janelas de oportunidade. Aspiram a ser eles os caciques que se seguem.
Com uma particularidade: são ainda mais ambiciosos, portanto, mais agressivos, mais ferozes e mais desonestos do que os anteriores.
A ética desaparaceu. De vulgares servis (assessores, chefes de gabinete, peões de brega...) alguns já se julgam os novos senhores do poder partidário. Calculistas, frios e cruéis, nada é obstáculo para as suas aspirações. Se necessário for, opta-se, sem qualquer limite, pela crueldade de procedimentos.
Sem formação académica, uns, outros com diplomas manhosos, sem competências técnicas ou profissionais, escolheram no final da adolescência a via mais fácil: a preguiça do gabinete para conspirar e promover a intriga pessoal e política (aproveitando a muleta das novas tecnologias) e o tráfico de votos nas eleições internas.
A justificação para a existência deste sub-mundo sórdido na vida política é a da defesa da tribo. Uma tribo sem moral.
No país político, o financiamento partidário é um disfarce dos negócios menos claros, de luvas interessantes e comissões que acabam, umas nos sacos azuis, outras em gavetas de casas luxuosas ou cofres de banco discretos.
É nas câmaras e nas juntas que se fixa e cimenta o poder partidário.
O sucesso, porém, é pouco.
Os partidos tornaram-se organizações opacas e nebulosas. Consequentemente, a desclassificação da democracia representativa agravou-se.
Pluralismo, no interior dos partidos, não passa de uma palavra: não tem consequência prática.
Pluralismo, no interior dos partidos, não passa de uma palavra: não tem consequência prática.
O voto que conta, o voto que decide é o dos interesses.
Com o desaparecimento da ideologia da vida política, o objectivo dos actores políticos é o alcançar um cargo que lhes permita conseguir comissões e tachos.
Como a passagem dos anos não perdoa, muitos dos velhos caciques estão a desaparecer.
Os novos jotas estão a vislumbrar janelas de oportunidade. Aspiram a ser eles os caciques que se seguem.
Com uma particularidade: são ainda mais ambiciosos, portanto, mais agressivos, mais ferozes e mais desonestos do que os anteriores.
A ética desaparaceu. De vulgares servis (assessores, chefes de gabinete, peões de brega...) alguns já se julgam os novos senhores do poder partidário. Calculistas, frios e cruéis, nada é obstáculo para as suas aspirações. Se necessário for, opta-se, sem qualquer limite, pela crueldade de procedimentos.
Sem formação académica, uns, outros com diplomas manhosos, sem competências técnicas ou profissionais, escolheram no final da adolescência a via mais fácil: a preguiça do gabinete para conspirar e promover a intriga pessoal e política (aproveitando a muleta das novas tecnologias) e o tráfico de votos nas eleições internas.
A justificação para a existência deste sub-mundo sórdido na vida política é a da defesa da tribo. Uma tribo sem moral.
As eleições internas são viciadas pelos jotas aspirantes a novos caciques. Isso pode passar pela inscrição de militantes, podendo ir até às chamadas chapeladas, quando não é possível alcançar o poder partidário de outro modo.
No país político, o financiamento partidário é um disfarce dos negócios menos claros, de luvas interessantes e comissões que acabam, umas nos sacos azuis, outras em gavetas de casas luxuosas ou cofres de banco discretos.
É nas câmaras e nas juntas que se fixa e cimenta o poder partidário.
O sistema é um só. Em Lisboa, na Figueira ou na Aldeia. Jamais aceitará a transição para um regime de democracia direta, com eleições primárias auditadas e prestação de contas pelos eleitos.
Alguém acredita na regeneração interna dos partidos e na moralização da vida política?
Sem formação cidadã, ética, sentido de servir e não servir-se, argamassa ideológica, o que vai continuar a mobilizar os aspirantes a políticos é o combate pelo tacho, as mordomias e o dinheiro.
Não é de hoje este estado de coisas.
Alguém acredita na regeneração interna dos partidos e na moralização da vida política?
Sem formação cidadã, ética, sentido de servir e não servir-se, argamassa ideológica, o que vai continuar a mobilizar os aspirantes a políticos é o combate pelo tacho, as mordomias e o dinheiro.
Não é de hoje este estado de coisas.
À minha geração, a decisão limpa e honrada que restou à maioria, foi virar costas aos partidos.
Uns, calaram-se definitivamente. Outros, armados em D. Quixotes, optaram pelo serviço público, que consiste, por exemplo, em andar por aqui a tentar alertar a consciência colectiva.
Uns, calaram-se definitivamente. Outros, armados em D. Quixotes, optaram pelo serviço público, que consiste, por exemplo, em andar por aqui a tentar alertar a consciência colectiva.
O sucesso, porém, é pouco.
A sociedade é o que é: se tiver de escolher, prefere um qualquer D. Juan em detrimento do romântico D. Quixote.
Para mudar isto, a luta passa pelo combate cultural e pela valorização da ética.
Para mudar isto, a luta passa pelo combate cultural e pela valorização da ética.
E, claro, por uma nova escola e por outros e novos meios de comunicação.
A felicidade não é uma coisa fácil...
"Ser estúpido, egoísta e ter boa saúde, são três requisitos para a felicidade.
Porém, se o primeiro faltar está tudo perdido..."
Porém, se o primeiro faltar está tudo perdido..."
terça-feira, 23 de março de 2021
Autárquicas 2021: Santana definitivamente "fora de jogo"?..
Rio esclarece que Santana Lopes não será candidato pelo PSD...
«O presidente do PSD, Rui Rio, esclareceu hoje que o ex-primeiro-ministro Pedro Santana Lopes não será candidato pelos sociais-democratas nas próximas eleições autárquicas.
Santana Lopes, é um manipulador. Sempre o foi.
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| Imagem via Pedro Agostinho Cruz |
Sobre se essa opção foi do PSD ou do próprio Santana Lopes, o presidente social-democrata respondeu: "é preciso encontrar o concelho certo em que o PSD quisesse, ele também quisesse, o PSD local e o PSD nacional e onde ele próprio tivesse alguma coisa a ver com o concelho, etc, etc, etc e não me parece que vá acontecer isso".»
E, como bom manipulador que efectivamente é, recorreu, com perícia, à duplicidade. Andou a vender a imagem que podia concorrer onde quisesse: na Figueira, em Coimbra, em Sintra, em Torres Vedras, no Seixal, em Almada...
Não é nunca ele quem ofende. Pelo contrário, ele é afinal o "grande ofendido". Não é ele quem introduz maliciosamente a "farpa", são sempre os outros que no fim lha espetam. Assim aconteceu... Foi este calvário manhoso e dúplice, inteiramente pessoal e intransmissível, que conduziu Santana Lopes até aqui. Aparentemente, o triste fim de linha.
O que vale é que deve continuar a haver rennie disponível nas farmácias...
Há coisas que só quem pertence aos aparelhos partidários consegue perceber.
Por exemplo, a exigência da distrital do PS de Coimbra no dia 6 do corrente mês de Março: "demissão imediata” do presidente da Turismo do Centro, Pedro Machado, por ter assumido a candidatura do PSD à Câmara da Figueira da Foz!
Autarcas 2021: a coisa em Lisboa promete magia...
Um disse que quer dar um abanão a Lisboa (e passados uns dias a natureza tratou disso). O outro continua entretido no papel de paineleiro na TVI e cicerone do PR e agora temos o Carlos Moedas a usar a actual pandemia para fazer um número eleitoral.
Já só falta entrarem os cuspidores de fogo e os domadores de tigres. É que os malabaristas já estão a jogo.
O candidato Carlos Moedas afirmou que se ganhar as eleições em Lisboa vai criar um “Plano de Contingência para responder a futuras pandemias em Lisboa”.
Já só falta entrarem os cuspidores de fogo e os domadores de tigres. É que os malabaristas já estão a jogo.
O candidato Carlos Moedas afirmou que se ganhar as eleições em Lisboa vai criar um “Plano de Contingência para responder a futuras pandemias em Lisboa”.
Nas suas doutas palavras:
“Não podemos voltar a ser surpreendidos. A cidade de Lisboa precisa de ter ao dispor dos lisboetas um plano de contingência sobre futuras pandemias que dê alguma previsibilidade, segurança e confiança social e económica”.
... da série, legislação para preservar o arvoredo urbano
Em memoria dos tempos em que o concelho da Figueira, sem dar por ela, caminhava determinado em direcção ao abate indiscriminado das árvores...
Como vimos aqui, além do PS, também o «PSD apresentou um Projeto de Lei para proteger as árvores em meios urbanos».
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| fotos daqui |
Legislação para preservar o arvoredo urbano
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| Foto Ines Contis |
"As árvores constituem um património natural valioso,
têm um papel relevante na mitigação das alterações
climáticas e contribuem para a transição energética e
qualidade do ar.
Neste âmbito, em nome do Grupo Parlamentar do Partido Socialista, defendi na
reunião da Comissão do Ambiente, Energia
e Ordenamento do Território, a pertinência
de legislar sobre o arvoredo urbano.
Exige-se uma atuação de promoção de
iniciativas que disseminem os espaços de
lazer e de usufruto público, a recuperação
e a criação de novas áreas verdes com
funções especificas.
A ideia da importância que se deve
atribuir ao arvoredo e o seu papel na
mitigação das alterações climáticas é
reforçada no Plano de Recuperação e
Resiliência, apresentado pelo Governo, que
refere: “A agenda temática 3 está focada
na transição climática e na sustentabilidade
e uso efi ciente de recursos, promovendo
a economia circular e respondendo ao desafi o da transição
energética e à resiliência do território. Assumem-se, como
objetivos para 2030 (….) e reduzir para metade a área ardida,
de modo a aumentar a capacidade de sequestro do carbono
(…).”
Neste sentido, legislar acerca das boas práticas de gestão
do arvoredo urbano é desígnio do Grupo Parlamentar do
Partido Socialista."
A pequenez da Figueira
Neste momento, sinto-me menosprezado pelos governantes locais.
A meu ver, escasseia honestidade pessoal, intelectual e política.
Como votante, sinto que os políticos me consideram descartável. Mais: uma "coisa" insignificante. Para eles, importante e fundamental é enganar antes de votar. Depois de votar, o normal é sermos enganados.
Sinto-me tratado como um ser minúsculo, apenas útil no momento do voto.
A grandeza de um concelho mede-se pelo nível dos seus políticos.
Neste momento, a Figueira é um concelho milimétrico.
segunda-feira, 22 de março de 2021
Momento eleitoral autárquicas 2021: vai de vento em popa a candidatura do PS Figueira...
Carlos Monteiro, candidato a Presidente da Câmara *(na única vez que foi a votos, fora do partido, foi candidato derrotado, por Gil Ferreira, à junta de freguesia de São Julião, em 2001)
Luís Semedo, mandatário do candidato Carlos Monteiro(foi mandatário do candidato derrotado Carlos Tenreiro, derrotado por João Ataíde em 2017)
Luís Semedo, mandatário do candidato Carlos Monteiro(foi mandatário do candidato derrotado Carlos Tenreiro, derrotado por João Ataíde em 2017)
Tiago Castelo Branco, coordenador da direcção de campanha de Carlos Monteiro
(foi candidato derrotado à concelhia do PS, em 2013, por João Portugal)
(foi candidato derrotado à concelhia do PS, em 2013, por João Portugal)
Em tempo.
* Ainda bem que não prescindiram de José Duarte para candidato à Assembleia Municipal...
Eu nem queria acarditar!...
Mas, esbardalhei-me todo com este mumento de excepçiunal bum humor propricionado pelo Douto Doutor Tenrinho!..
E se Pedro Machado não desiste?
Ontem na Rádio Regional do Centro: "Pedro Santana Lopes vai ser candidato, independente, à Câmara Municipal da Figueira da Foz, nas próximas eleições autárquicas, num regresso à terra onde afirma ter sido feliz.
O antigo primeiro-ministro liderou o município figueirense, eleito pelo PSD, entre 1998 e 2001, quando saiu para se candidatar à autarquia da capital.
Nas redes sociais, Santana Lopes evocou agora os 20 anos dessa saída e o quanto ela lhe custou, referindo que a “Primavera” está de volta.
O nome de Santana chegou a ser falado para protagonizar novamente a candidatura social-democrata, mas o partido optou por escolher o presidente da Turismo Centro de Portugal, Pedro Machado."
Está mais do que visto. Se dependesse dele, Santana Lopes, após muita ponderação (e ainda o acusam de impulsivo, errático, falta de sentido de estado e sabe-se lá mais o quê...), já estava de regresso à Câmara da Figueira da Foz.
Sempre notável a forma apaixonada como abraça a causa pública. Ternurento o seu amor incondicional à Figueira!
Bem hajas apóstolo predilecto de Francisco Sá Carneiro!
Só que existe um problema. Pedro Machado, não anda por aí: está aí!
Enfim, haja juízo...
O antigo primeiro-ministro liderou o município figueirense, eleito pelo PSD, entre 1998 e 2001, quando saiu para se candidatar à autarquia da capital.
Nas redes sociais, Santana Lopes evocou agora os 20 anos dessa saída e o quanto ela lhe custou, referindo que a “Primavera” está de volta.
O nome de Santana chegou a ser falado para protagonizar novamente a candidatura social-democrata, mas o partido optou por escolher o presidente da Turismo Centro de Portugal, Pedro Machado."
Está mais do que visto. Se dependesse dele, Santana Lopes, após muita ponderação (e ainda o acusam de impulsivo, errático, falta de sentido de estado e sabe-se lá mais o quê...), já estava de regresso à Câmara da Figueira da Foz.
Sempre notável a forma apaixonada como abraça a causa pública. Ternurento o seu amor incondicional à Figueira!
Bem hajas apóstolo predilecto de Francisco Sá Carneiro!
Só que existe um problema. Pedro Machado, não anda por aí: está aí!
Enfim, haja juízo...
Candidatura de Carlos Monteiro à presidência da Câmara renova promessas de 2019: piscina coberta, pavilhão polidesportivo e parque verde!..
No passado sábado, a Concelhia da Figueira da Foz do PS aprovou, com 45 votos a favor e dois contra, Carlos Monteiro como cabeça de lista do partido à câmara.
Em declarações ao DIÁRIO AS BEIRAS (edição papel de hoje), Carlos
Monteiro afirmou que
o seu programa eleitoral
dará prioridade à captação de novos residentes e fixação de pessoas
no concelho, através da
ampliação da Zona Industrial, ao turismo e à
qualidade de vida dos
figueirenses. Propõe-se,
ainda, melhorar as vias
de comunicação e o acesso à internet e apostar na
mobilidade sustentável.
Por outro lado, o candidato do PS pretende
construir o parque verde
da cidade e uma piscina
coberta na zona urbana, esta, frisou, “em estreita articulação com
o Ginásio Clube Figueirense”. Mais anida: “se se revelar necessário,
depois da piscina, será
construído um pavilhão
polidesportivo”.
![]() |
| Diário as Beiras, 14 de Abril de 2020 |
Nada de novo. Continua a ser tudo tão previsível... O presidente da câmara, em entrevista exclusiva ao DIÁRIO AS BEIRAS, a 14 de Abril de 2020, a propósito do seu primeiro ano no cargo, avançou prioridades para os projetos da autarquia.
"Não desistiu da piscina coberta". Mas esta é a segunda prioridade da lista de investimentos. A primeira, "é a requalificação do Estádio Municipal José Bento Pessoa, actualmente em curso". Depois, "há a piscina e um pavilhão desportivo. Que poderá ser multiusos".
domingo, 21 de março de 2021
No dia 21 de setembro, comemora-se o Dia da Árvore em todo o território nacional...
"Feliz dia mundial da árvore!
Um ano de descendência do Freixo tricentenário!
Devagarinho devagarinho continua a acordar!
Continua a luta e aquela incerteza mas vou fazer o possível para que tudo corra bem."
O momento na Figueira
O que é que falhou no passado recente na Figueira?
Tudo, tal como falha há décadas...
Há problemas na política local, que nem uma vitória resolve.
A Figueira precisa de reformas. Muitas.
Muitas reformas, fazem uma revolução. É disso que precisamos, uma Figueira apontando no sentido da mudança.
Forte e melhor.
Isso, faz-se com convição, com ideias e com as pessoas, mas nunca contra as pessoas.
Mas, como na Figueira só se conseguem dar pequenos passos, Outubro é o momento de dar esse pequeno passo...
O resto das considerações e críticas, parecem-me neste momento francamente irrelevantes.
Portanto, para já, escusadas.
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