terça-feira, 28 de julho de 2020

Adeus velha Europa!.. 2

"Uma vez que, na sequência da questão proposta na semana passada, continuamos na Baixa, vale a pena considerar, telegraficamente, três ideias-chave na abordagem do binómio pessoas-cidade, neste caso da Figueira:
1. o espaço urbano deve entender-se enquanto naturalmente propício a uma constante reestruturação, a qual pode ser dirigida estrategicamente ou seguida casuisticamente pelas autoridades competentes;
2. nos últimos dez anos, assistimos ao surgimento de novas centralidades, criadas pela proliferação de superfícies comerciais, erigidas na periferia;
3. no mesmo período, a cidade perdeu população residente e visitante, em geral, sendo notória a menor fruição dos espaços na Baixa, quer na época “baixa”, quer na “alta”, que dura cada vez menos dias.
Ora, levar gente à Praça da Europa está dependente do que se pretende para o concelho, para a cidade, para a Baixa, e só uma política global estratégica, a qual defina claramente o que se pretende alcançar nos próximos vinte anos, que recursos humanos e financeiros se alocarão e que ações se vão empreender, o poderá alavancar.
O que está a ser feito para dotar a Figueira de acessibilidades ferroviárias compatíveis com um desenvolvimento sustentado e sustentável? Para quando a resolução do problema que é, cada vez mais, o areal urbano, de forma a aproximar a cidade do mar ou este da cidade? E a Zona Industrial do Pincho, vai continuar no papel, ou como promessa eleitoral sempre adiada? E a verdadeira solução para a Serra da Boa Viagem? E para o Cabo Mondego? E para o Cabedelo? E para as Lagoas? E quando terminarão as incontáveis fases das inexplicáveis alterações das desgraçadas obras?
Trabalhar, de facto, para responder a estas questões, infelizmente recorrentes, é a solução para levar gente à Praça da Europa…, e à Baixa…, e ao Bairro Novo…, e a Buarcos…
Mas parece que há quem prefira pintar uns muros e umas sarjetas, ou prometer que é tudo para breve – enfim, “tásse” bem!…"

Via Diário as Beiras

O mar enrola na areia...


Entre o "manda quem pode" e o "obedece quem deve", "só sei que não vou por aí"...
Na Figueira, conseguem ouvir a rebentar alguma coisa? 
Eu consigo: as ondas do mar.

A vida não é só feita de f (efes)... 
Importantes, são todas as nossas faltas de vontade.  A começar pela falta de vontade em saber quem nós somos, quem és tu e o que fazes, a falta de vontade em conhecer verdadeiramente as amizades e os amores, as ideias e os clamores.
E, sobretudo, a falta de vontade em viver a vida.

Escutai o rebentar da onda do mar. 
Na Figueira, a maioria vai acreditar que a sua vida não está melhor, mas a Figueira está muito melhor. 
Não acreditam? Lá para de Outubro de 2021, depois do verão, verão o resultado da votação!
Vai ser reconfortante comprovar, mais uma vez,  que o concelho segue o seu caminho e que as pessoas nem por isso... 
Lá vamos cantando e rindo. Levados? Levados, sim.

Se o exemplo vem de cima...

Isto só pode acabar tudo bem... (só não me apanham lá por causa da vertigem...)

“Estávamos muito receosos se as pessoas iam entrar. Fomos surpreendidos, durante o fim de semana. Tivemos como clientes emigrantes, mas também médicos, professores, agentes das forças de segurança e outras profissões, o que nos anima”, realçou o empresário Luís Paulo Fernandes...
Via Diário as Beiras

Covid 19: Figueira 51 casos

"Os dados, concelho a concelho, são agora apenas publicados uma vez por semana. Na área da Comunidade Intermunicipal Região de Coimbra (CIM-RC), o registo da semana passada dá conta de um crescimento residual em cinco municípios e de um aumento significativo (11 por cento) no concelho da Figueira da Foz."

"Momentos Monteiro"

Na Figueira, há  quem trabalhe muito. Nomeadamente, quem exerce funções na área da propaganda. Trabalha-se muitas horas por dia.  Escolher  os temas da propaganda, fazer contrapropaganda e desinformação bastante profissionalizada, dá trabalho. Muito trabalho mesmo...
Já governar, é uma tarefa residual. Estudar os assuntos, identificar e resolver os problemas prioritários, implementar um planeamento, fazer qualquer coisinha por um território que está numa crise profunda, seria outra conversa. Daria trabalho, muito trabalho. 
A "pandemia", que é tratada como uma desculpa útil, vai continuar a ter as costas largas.

Já toda a gente percebeu, que o poder na Figueira incorpora todos os dias na sua agenda um pretexto, que tem como objectivo ou a propaganda directa de si próprio,  ou uma resposta às críticas. Todos os dias, insisto, todos os dias, a narrativa da propaganda desenrola-se aos nossos olhos como se fosse uma notícia, quando é apenas um puro tempo de antena. Se estivéssemos num concelho em que a comunicação social se regesse por critérios jornalísticos, como não há qualquer conteúdo informativo, o presidente limitava-se a  falar para os peixes. Ou, então, as suas declarações seriam tratadas no âmbito do puro conflito político e seguidas de uma resposta nos mesmos termos noticiosos da oposição.

Mas cá pela santa terrinha, os "momentos Monteiro" são tratados como matéria informativa e noticiosa e passados com reverência. 
Para o actual executivo, já se percebeu há muito,  esta é a verdadeira "saída para a crise": aparecer, mesmo que a anunciar coisa nenhuma, a fazer coisa nenhuma, a não ser propaganda. Propaganda, que todos pagamos, via os nossos impostos.

Se, um dia, por curiosidade alguém fizer a reposição e análise destes "momentos Monteiro", vai dar-se conta que isto é apenas montagem. A cuidada preparação do local onde são permitidas as câmaras, o controlo absoluto do plano do cenário a filmar para que não haja ângulos incómodos ou perguntas impertinentes que estraguem o objectivo: a acção de propaganda. 
Ninguém questiona. Jornalistas formados numa escola de espectáculo e marketing, acham normal passar propaganda em vez de darem notícias.

Não vemos a realidade: as obras, o estádio municipal, a piscina praia,  planos apertados da praia da Figueira, do Bairo Novo, das casas da Esplanada Silva Guimarães, do "mamarracho" que está a ser construído nas muralhas do Forte de Santa Catarina, do barco do sal a navegar, do Edifício O Trabalho.  Não vemos quase nada, porque na Figueira quase nada há para ver. 
Os anúncios de boca de iniciativas e obra sucedem-se uns aos outros. Os prazos para a sua execução são sempre para «breve»
O barco para o Cabedelo continua em terra. Mas, isto, não é de agora: o aeródromo na zona industrial, tinha desenhos com avionetas e nunca nenhuma levantou de lá voo. A linha do oeste continua parada no tempo. À da Beira Alta aconteceu pior: arrancaram-lhe os carris.

Mas, voltando aos últimos quase 11 anos: espreme-se e sai quase nada...
Quando uma coisa não corre bem, é rapidamente relegada para o esquecimento para que apenas a memória das boas imagens perdure.
Poucas coisas revelam melhor esta ausência de governação do que estes "momentos Monteiro".
Daqui a um mês temos as férias aviadas. Os figueirenses que saíram de casa retornam tão cansados quanto partiram. Esta é a natureza das férias modernas, mas ainda vai demorar algum tempo até que as pessoas se apercebam que é assim.
Deixo-vos, via Município da Figueira da Foz, com um filme propaganda. Bem conseguido, tendo em conta o objectivo...

segunda-feira, 27 de julho de 2020

Campanha de verão para promoção (dos políticos) da Figueira...

Covid-19

"Haverá algo que melhor ajude a perceber o carácter de alguém que a sua capacidade para se aproveitar de uma tragédia em proveito da sua agenda pessoal e ideológica?"

Adeus velha Europa!..

"O que fazer da Praça da Europa? A minha sugestão é não fazer nada, para já. Há tantas coisas para resolver, desde acessos dignos às praias até à renovação das casas da habitação social, pintura de passadeiras, passando pela plantação de árvores e melhoria dos espaços verdes, ordenamento do caravanismo, construção de ciclovias urbanas e ligação às freguesias,…etc.
A Praça da Europa pode esperar.
Duas palavras ainda sobre a Praça da Europa nesta singela crónica. O local é demasiado nobre para estar tão mal tratado, é um dos poucos nichos na cidade com ampla vista para o rio. E aqui reside o desafio que deveríamos abraçar, como ligar a urbe ao rio, como permitir que haja proximidade entre as pessoas e a água salobra do rio. Está tudo por fazer na ligação da cidade ao rio, simplesmente é pobre e distante.
Outra ideia forte para a Praça centra-se na sua utilização como palco para exibição artística. Um local onde fossemos ver o que há de novo. Poderia mesmo ser um sítio de “informação e protestos”, colocando-se tarjas efémeras relativas à vida social e política, bem enquadradas sem tapar a vista para o rio.
Algo terá que ocupar a Praça nos próximos anos, afinal é um espaço central concebido numa outra época e que manifestamente perdeu folgo."

Via Diário as Beiras

Cabo Mondego, na Figueira da Foz...

«Cabo Mondego: um monumento natural “poluído” por uma indústria ao abandono...
"Algo não está bem" na paisagem. Quem o diz é Janine Barreto, o fotógrafo que dedicou três anos a registar o local. Se, por um lado, a beleza natural do Cabo Mondego é de "cortar a respiração" – sendo mesmo considerado um monumento natural –, por outro, a paisagem está repleta de edifícios industriais inúteis, inestéticos e abandonados. Até quando?»

"Parque das Gaivotas", Figueira da Foz...

Os problemas que temos na Figueira, na sua esmagadora maioria, têm origem, não no facto de o poder ser demasiado forte, mas de o poder ser demasiado fraco.
É pena o poder utilizar a escassa capacidade de execução, não para transformar a miserável realidade, mas para transformar a Figueira num mero parque de diversões. 
Quanto ao mais interessante, a foto do Pedro Agostinho Cruz: está ao nível a que já estamos habituados neste jovem, mas talentoso e reconhecido fotógrafo.
A mim, fez-me parar para poder olhar com atenção, respirar fundo e tomar balanço para o resto do dia. Obrigado Pedro por este momento de rara beleza.
Quanto ao resto, a sensibilidade que conduz sempre ao bem, à justiça, à fraternidadesó pode vir da beleza das artes - neste caso a fotografia.

E nós sofremos com tudo: comos incêndios, com a pandemia e com a falta de prevenção dos incêndios...

"Prevenção dos incêndios sofreu com a pandemia"...
Nota:
Cliquem aqui. Ler, é uma coisa, ouvir ao vivo é um «must».

Com a morte de Olivia de Havilland, desaparece a derradeira sobrevivente da “idade de ouro” de Hollywood e do sistema dos estúdios...

sábado, 25 de julho de 2020

Equipamentos de diversão...

OBRAS NA FIGUEIRA (viver aqui, litoral próspero de outros tempos, significa não ter tradição do exercício da cidadania, de lutas, muito menos manifestações. Aqui, registo um desfile de Abril. Quanto ao 1º de Maio: são sempre os mesmos, a reboque dos sindicalistas resistentes) 7

"Com a pergunta desta semana surge-me automaticamente outra questão para contrapor: ainda estamos a falar da revitalização da baixa da cidade?
Porque é que a baixa está transformada num caos? E a Rua dos Combatentes da Grande Guerra? E a Rua da República? Infelizmente são o espelho da desordem e da falta de brio que a cidade apresenta. E porquê?
Afastar os carros do centro. Tudo bem, até nem discordo deste pensamento. Menos CO2, visivelmente mais atrativo sem carros à vista, preocupação ambiental. Mas como irão fazer para atrair pessoas? Vão a pé? E estacionamento, como vai ser? E os transportes públicos vão continuar com os horários e paragens que existem há mais de 20 anos? Ou é propositado para incentivar a andar nas “figas”?
Revitalizar a baixa da cidade ou outro local do concelho, a meu ver, devia enquadrar-se numa estratégia global do que se pretende para a Figueira da Foz. Mas ainda não percebi qual é a estratégia! Ou se, porventura, há, efetivamente, uma estratégia!
Assisto a ideias avulso, ainda por cima mal executadas ou ideias de milhões de euros, mas que não criam um único posto de trabalho, ou mais grave, diminuem o emprego que existe.
Para a revitalização proponho comunicação: estratégia coletiva, valorizar a opinião e o conhecimento de quem está no local, comerciantes e habitantes. Não insistam em realizar obras como se ninguém tivesse nada a dizer. A vida que ainda existe na baixa é da responsabilidade de quem por lá está.
Em segundo lugar proponho uma estratégia económica de valorização dos recursos que existem.
Em terceiro lugar, apostar no empreendedorismo e atração de novos investidores.
Em quarto lugar incentivar à renovação dos edifícios existentes.
Em quinto lugar parem de insistir no betão e na destruição de árvores. A envolvência dos locais com o verde faz muito mais sentido. Mais árvores, menos carbono, certo?
No fim de contas, o que proponho é que se defina uma estratégia para o nosso concelho e que, acima de tudo, se envolva os figueirenses ou quem tornou a Figueira como sua casa. Porque a revitalização de uma zona ou torná-la mais apelativa e viva tem que, acima de tudo, se incentivar à participação das pessoas. Só assim existe dinâmica, desenvolvimento e sucesso."