sexta-feira, 15 de maio de 2020

"o venturismo"

Título e imagem, via o sítio dos desenhos
Como diz a canção, hoje foi o primeiro dia do resto da vida do presidente Carlos Monteiro.

Tal como havíamos anunciado: Monteiro recebeu Ventura

Tal como OUTRA MARGEM noticiou, Carlos Monteiro recebeu esta tarde André VenturaA reunião entre o deputado do Chega  e o Presidente da Câmara da Figueira da Foz, Carlos Monteiro,  decorreu "a propósito dos conflitos na praia da Leirosa e do impacto do covid-19 no concelho."
Segundo o deputado, foi "muito proveitosa e esclarecedora!"
Recorde-se, que o deputado único do Chega, André Ventura, garantiu na quarta-feira, dia 6 do corrente mês de Maio, que "não voltará atrás" na proposta para um plano específico de "abordagem e confinamento" para as comunidades ciganas, e que apresentará essa iniciativa mesmo sem apoio de outros partidos. Em declarações aos jornalistas na Assembleia da República, em Lisboa, o presidente demissionário do Chega afirmou que "não voltará atrás nesta proposta" e que "já estava a estabelecer" contactos com PSD, CDS e Iniciativa Liberal "para que esta proposta vá avante, visto que considera que é necessário uma abordagem específica ao caso da comunidade cigana em Portugal", tendo pedido reuniões aos líderes dos três partidos.
Na altura, Catarina Martins do BE, considerou que a proposta do Chega era uma "opinião repugnante".
Imagem via André Ventura

Esta é a segunda demissão da pasta da saúde durante a pandemia de coronavírus...

Já que precisamos de espaços bem arejados, porque não o alargamento excepcional da área das esplanadas? (5)

"A história da humanidade é marcada por mudanças significativas na forma como nos organizarmos, ao longo dos tempos. Periodicamente, as nações do mundo sofrem mutações significativas quer em termos sociais, quer em termos territoriais ou políticos. Por norma, essas mudanças partem da vontade da classe política vigente ou são fruto de revoluções. Também de tempo a tempo, causas naturais levam certas civilizações a caírem ou a mudarem significativamente. Na verdade, acredito seriamente que esta pandemia poderá resultar numa alteração significativa na forma de estar na sociedade ocidental a nível social, mas também de geoestratégia.
Aliás, globalmente, podemos apontar como marcos deste milénio a ascensão da China como potência mundial e naturalmente, esta pandemia, que será referenciada nos manuais de história como o princípio do fim da liderança americana – explicada simultaneamente, pela ascensão de políticos incapazes de liderar os destinos de milhões.
Analisando aquilo que serão as nossas vidas no pós-pandemia, acredito que a minha geração viverá com o teletrabalho como uma opção para desempenhar as suas funções laborais. Teremos também uma década em que o reforço no investimento em saúde será das medidas com maior reivindicação social, em que a privatização total ou parcial será fortemente contestada desta vez, com o apoio dos partidos de centro. Um período onde iremos desejar um sistema de saúde preparado para o pior dos cenários, semelhante ao que, hoje, vivemos.
Na minha vida, irei procurar recuperar o tempo de convivência com os meus amigos e familiares. Voltar a aproveitar o contacto social sem constrangimentos será, sem dúvida, um momento especial e que marcará, singularmente, as nossas vidas. Espero que este tempo faça a humanidade perceber que, afinal, dependemos uns dos outros para avançarmos, enquanto comunidade e que individualmente, nunca seremos tão capazes como em conjunto. Aliás, essa é, indiscutivelmente, uma das grandes conclusões que retiro deste tempo."
Via Diário as Beiras

Da série, grandes empreendedores...

Via PCP

Semáforos nas praias!..

Enquanto nos estão a ser pedidos sacrifícios, o que nos vai valendo são as piadas ocasionais.
As praias passarão a ter "uma média calculada de 10 metros quadrados por pessoa" e "uma espécie de semáforo ou uma indicação luminosa da lotação".

André Ventura vai estar hoje na Figueira

Exclusivo OUTRA MARGEM
Ao que este blogue conseguiu apurar, o líder e deputado único do Chega deverá ser recebido, hoje, cerca das 17 horas, por Carlos Monteiro. O encontro entre o deputado do Chega e o presidente da câmara da Figueira deverá ocorrer nos Paços do Município da Figueira da Foz.
O que terá levado André Ventura, que disse que "é melhor" estar com empresários e diplomatas do que com Marcelo, a vir à Figueira encontrar-se com um obscuro e nada mediático autarca do Partido Socialista?

Já que os cafés vão abrir segunda-feira fica um contributo em jeito de ideia...

Acreditem: em 2020 as praias "vão abrir"...

Via Diário de Coimbra

Da série, já não interessa o reenício mas sim quando terminam...

Via Diário de Coimbra

O Edifício "O Trabalho" paga IMI?

Sublinho a parte final do texto de Nelson Fernandes: "...o edifício “O Trabalho” é o remanescente de uma urbanização abortada que compreendia mais cinco edifícios no espaço do Mercado Municipal e outro, ou outros, na parte do Passeio Infante D. Henrique.
Se deve ir abaixo ou não, confesso que não sei. Mas que não deve haver injeção de dinheiros públicos, não! Que o Hotel Atlântico é um caso de remodelação de sucesso, é! Que o proprietário deve ser o responsável pela solução, deve! Que enquanto não encontrar a solução deve ser bem sobrecarregado com IMI, e com a fiscalização severa do estado de conservação do prédio, deve!"
Mas, será que o Edifício "O Trabalho" paga IMI?
Em Novembro de 2018, a Figueira ficou a saber que o Edifício "O Trabalho" tinha mudado de dono: tal aconteceu por boas razões para Fundo Apollo, que ao revender o imóvel livrou-se de pagar milhões de euros em IMT.
Segundo uma notícia de 13 de Novembro de 2018, "as casas adquiridas à Fidelidade pelo grupo Apollo teriam de voltar ao mercado num prazo de três anos sob pena de este ser obrigado a, findo esse período, pagar ao Fisco o Imposto Municipal sobre as Transacções Onerosas de imóveis de cuja isenção beneficiou no momento da aquisição."
Foi o que aconteceu: os 10 lojistas  venderam, o grupo Apolo livrou-se de um ónus, o que certamente lhe valorizou o activo e melhorou o negócio.
Tudo isto com o empenhamento pessoal  do presidente da câmara municipal da Figueira da Foz, dr. João Ataíde, na tentativa de resolução do caso edifício "O Trabalho".

A pesada herança do edifício "O Trabalho”...

Via Nelson Fernades
CONTRIBUTO (SEM CANDURA) PARA A COMPRENSÃO DO EDIFÍCIO “O TRABALHO”
"Volta agora a discussão sobre o edifício “O Trabalho”. E parece que mais uma vez se aponta como solução a compra do edifício pela Câmara, para depois demolir. Portanto a Câmara gastava na compra, na demolição e nas obras para utilizações futuras. E o proprietário recebia dinheiro pelo mono. E pelos antecedentes talvez pegue.
David Monteiro, num recente escrito dizia do edifício como centro comercial. “A ideia era interessante: um edifício no centro da Figueira, construído para albergar comércio, escritórios, estacionamento coberto e habitação. Para mais, estávamos no tempo da explosão das superfícies comerciais e a Figueira, evidentemente, não passou ao lado deste fenómeno”. Isto é, um dia alguém passou por ali olhou para aquele espaço e pensou. Aqui ficava bem um centro comercial. E vai daí construiu-se o edifício.
A análise de David Monteiro, e outras que tenho lido são de uma angelical candura. Porque há uma realidade subjacente que não é tão inócua quanto se pode pensar. Analisar o edifício “o Trabalho” isoladamente, sem o enquadrar no plano mais vasto da urbanização da Figueira da Foz do tempo é confundir a árvore com a floresta.
Dois pressupostos prévios. Não havia Plano Diretor Municipal, nem a Lei do Financiamento das Autarquias Locais estava em vigor. O autofinanciamento estava em voga, sobretudo através da venda de património. Para urbanização vendiam-se terrenos municipais, e autarquia que não tivesse terrenos vendia ar, através das construções em altura. Por outro lado o turismo de massas tinha os seus exemplos na Quarteira ou em Troia, pelo que a Figueira haveria que entrar na moda.
Sem falar das urbanizações dos subúrbios, (Tavarede, Vila Verde) ou na Encosta Sul da Serra da Boa Viagem, a malha urbana mais afetada foi a Marginal Oceânica, e, no seu seguimento a parte norte da Esplanada Silva Guimarães, e ainda o quarteirão do Hotel Portugal. A transformação da Marginal Oceânica iniciou-se com a construção do Hotel Atlântico, do lado sul, e depois de algumas vicissitudes, o edifício do J. Pimenta a Norte. Estes dois edifícios funcionaram como baliza para as cérceas. Assim estas, passaram então de seis andares para doze, e mais tarde completou-se a urbanização do gaveto na rotunda da Ponte do Galante, entre a rua de Buarcos e a Avenida 25 de Abril para sul. Com a urbanização do quarteirão do Hotel Portugal, e ainda com a “modernização” do edifício do Casino, ficou pronta a primeira fase da transformação que á época se desenhou para a Figueira da Foz.
Mas havia uma segunda fase que seria a Marginal Ribeirinha. Esta marginal envolvia a parte sul da Esplanada Silva Guimarães, o Mercado Municipal e os edifícios adjacentes, onde funcionava um colégio de freiras, casas de habitação e comércio. O edifício “o Trabalho”, e um outro prédio (o edifício Foz) situado no gaveto entre a rua da Liberdade e a rua Académico Zagalo, são a parte visível, deste projeto para a zona ribeirinha. Tal como para a Marginal Oceânica foram traçadas balizas a norte e a Sul, estes dois edifícios eram as balizas da urbanização virada á foz do rio.
Houve na realidade um contrato entre a Câmara e o promotor imobiliário, contrato esse que ainda hoje anda pelos tribunais, que envolvia a alienação do Mercado Municipal, cedendo a Câmara terrenos para a construção de novo mercado nos terrenos a norte do Parque das Abadias. Este, no seguimento da aquisição dos terrenos do mercado, adquiriu, por permuta, o colégio das freiras, (construindo o edifício da Casa de Nossa Senhora do Rosário na Rua José da Silva Ribeiro), e outros edifícios com limites no Passeio Infante D. Henrique e na Rua Francisco António Dinis.
Tal projeto foi inviabilizado porque os figueirenses se opuseram num movimento que abrangeu parte importante da sociedade da época, e obrigou a Câmara a abortar tal plano. Com efeito o Bairro Novo ficou praticamente sem residentes, o Casino alterou a sua oferta, o espaço para atividades terciárias foi exagerado, e o modo de estar dos “banhistas” alterou-se por completo. E do ponto de vista estético, estes prédios, incluindo o Casino obviamente, e também o posterior edifício da Ponte do Galante, noutra era, são daqueles que nenhum arquiteto reivindica a paternidade.
Em resumo, o edifício “O Trabalho” é o remanescente de uma urbanização abortada que compreendia mais cinco edifícios no espaço do Mercado Municipal e outro, ou outros, na parte do Passeio Infante D. Henrique.
Se deve ir abaixo ou não, confesso que não sei. Mas que não deve haver injeção de dinheiros públicos, não! Que o Hotel Atlântico é um caso de remodelação de sucesso, é! Que o proprietário deve ser o responsável pela solução, deve! Que enquanto não encontrar a solução deve ser bem sobrecarregado com IMI, e com a fiscalização severa do estado de conservação do prédio, deve!"
Nota.
Depois de ler, atentamente, como sempre, Nelson Fernandes, na minha opinião, o melhor membro político que passou pela Assembleia Municipal figueirense, continuei com uma dúvida.
Ana Carvalho, sábado passado, no Diário as Beiras, sobre este assunto começou assim a sua crónica. Passo a citar:
"Antes de se apresentar uma solução, há que perceber um pouco da situação do malfadado edifício “O Trabalho”.
Este edifício obteve aprovação do projecto em 1987, em reunião de câmara com 5 votos a favor de vereadores de todos os partidos, PS, PSD, PRD e PCP, tendo a obra sido finalizada em 1992."
Será que isto tem algum fundamento histórico? Citando Miguel Almeida, este é "um Edifício que é um Trabalho"!

quinta-feira, 14 de maio de 2020

Porque é que o Swell não ficou no Cabedelo? Não teria sido possível, por exemplo, aproveitar o antigo restaurante para um biblioteca de praia?

À esquerda a Biblioteca da Praia da Tocha. À direita o Swell a ser colocado num transporte que custou 24.585,00 € pagos por todos nós...
Será que a freguesia de S. Pedro não tem presidente de junta?

A praia da Tocha, no Concelho de Cantanhede, situa-se na região Gândara... A sua areia fina, as suas dunas extensas, os seus pinhais próximos, são trunfos importantes desta praia. Como ficou registado numa postagem OUTRA MARGEM de 9 de Agosto de 2006, a Praia da Tocha tem uma particularidade: uma Biblioteca em pleno areal. E nas estantes do interior da construção de madeira, onde está instalada a Biblioteca, existe um significativo acervo bibliográfico constituído sobretudo por obras de ficção e várias colecções de literatura infantil e juvenil, que podem ser requisitadas pelo prazo máximo de 15 dias.
A Biblioteca de Praia, na Praia da Tocha, unidade móvel que, em anos anteriores registou, não só elevados níveis de afluência como, igualmente, um assinalável êxito na promoção de iniciativas culturais, foi criada especificamente para funcionar como extensão da Biblioteca Municipal de Cantanhede no fomento da leitura e no desenvolvimento da sua acção cultural durante o período de Verão. Esta Biblioteca possui diversas valências, designadamente serviço de leitura, consulta de jornais, internet, ludoteca e audiovisuais, promovendo simultaneamente actividades lúdicas especialmente orientadas para crianças e jovens. Para consulta no local, estão disponíveis jornais diários e diversas revistas periódicas, bem como equipamentos áudio e vídeo e um computador com ligação à internet, cuja utilização, limitada a períodos de trinta minutos, está sujeita a marcação prévia.
Para funcionamento do serviço de leitura, foi criada no exterior uma esplanada com cadeiras e mesas que permitem a acomodação de 20 pessoas sentadas à sombra, espaço que serve também para os técnicos da Biblioteca Municipal de Cantanhede, destacados para o efeito, dinamizarem regularmente jogos e ateliês de expressão plástica apropriados para crianças de diferentes níveis etários.
O objectivo é oferecer a quem frequenta a Praia da Tocha o contacto diário com os meios de comunicação e disponibilizar produtos culturais em diferentes tipos de suporte que permitam tirar o melhor proveito possível do tempo de lazer.
No passado dia 12 a Figueira tomou conhecimento da «estória» do Swell Café (resumida em 62 mil + 20 mil + cerca de 30 mil euros desperdiçados por falta de planeamento)...
A Câmara da Figueira da Foz deslocalizou um restaurante pré-fabricado do Cabedelo para o parque municipal de campismo, na margem norte da cidade. O imóvel foi adquirido no âmbito das obras de requalificação daquela zona de praia da Freguesia de São Pedro, tendo sido avaliado em 62 mil euros. A autarquia pagou ainda cerca 20 mil euros ao concessionário, como indeminização compensatória pelo fim da actividade.
Os custos associados à mudança do imóvel, instalação no parque de campismo e reconversão em bangalô, pronto a funcionar, ascendem a cerca de 30 mil euros. O transporte foi feito numa viatura especial, que atravessou as duas pontes sobre a foz do Mondego. “Foi colocada a hipótese de se vender a estrutura para poder continuar no Cabedelo, mas o valor que ofereceram estava muito abaixo da avaliação”, esclareceu o presidente da autarquia, Carlos Monteiro, ao DIÁRIO AS BEIRAS.
Será que na freguesia de S. Pedro, mesmo no Cabedelo, este restaurante não teria utilidade? Por exemplo, não poderia ser transformado numa Biblioteca de Praia, tal como a Praia da Tocha tem já há longos anos, em vez de o terem levado para o Parque de Campismo, para servir de bangalô, evitando-se assim o gasto de 30 mil euros?

Mais do que o nepotismo, o problema é a incompetência...

Antes do 25 de Abril já era asssim. E o 25 de Abril, nesse campo, nada mudou, talvez antes pelo contrário: construímos uma sociedade onde impera o nepotismo. 
De tão natural, já ninguém estranha. Quando alguém denuncia o nepotismo corre é o risco de ser considerado invejoso.
O problema é que, parece, só beneficiam dele os incompetentes e incapazes.  Os Primeiros-Ministros, os Ministros, os Secretários de Estados, os Presidentes e Vereadores das Câmaras Municipais e até, Presidentes de Junta,  não terão pais, irmãos, primos, genros, cunhados e amigos competentes?

Já que precisamos de espaços bem arejados, porque não o alargamento excepcional da área das esplanadas? (4)

"É difícil prever quanto tempo irá durar a pandemia e a forma como será ultrapassada. Será através da imunidade de grupo? De uma vacina? De um fármaco eficiente? Para já, vamos entrar na fase de desconfinamento progressivo que constituirá um grande desafio à organização da nossa sociedade.
Trabalhos científicos recentes têm demonstrado que os maiores focos de contaminação da Covid-19 durante o confinamento têm ocorrido em hospitais, centros de saúde, lares de idosos e grandes empresas de serviços e produtos essenciais, em suma locais de especial concentração e interação entre pessoas.
As contaminações por meras interações sociais, como encontros com amigos e vizinhos durante um passeio estão abaixo de 5% dos casos. Por isso, será fundamental nesta fase as várias entidades garantirem o equipamento e os métodos de organização necessários para o regresso ao trabalho sem riscos elevados de contaminação.
No meu caso, tal como muitos docentes e investigadores recorri ao teletrabalho (que para mim não era novidade) e às aulas remotas. No caso das aulas, a experiência tem corrido muito bem e faço questão de salientar a excelente e rápida resposta dos alunos bem como da minha instituição e do meu sindicato.
Não sei se é impressão minha, mas parece-me que os alunos estão a trabalhar melhor. Estou convicto que esta experiência de utilização de tecnologias para reuniões e aulas remotas é um método que está para ficar, o que será positivo para o futuro do planeta, evitando imensas deslocações desnecessárias.
A minha instituição esteve envolvida em várias iniciativas de combate à Covid-19, como a produção de ventiladores e de viseiras. Para o nosso trabalho experimental teremos o privilégio de usar essas viseiras, bem como luvas e desinfetantes (não nos vamos injetar!), para além de estabelecermos uma quota do número de pessoas presentes em cada laboratório. Por isso, retomarei tranquilamente a minha atividade profissional.
Inquieta-me mais é se a sociedade extraiu a lição principal desta pandemia: não podemos continuar a tratar a saúde e a ciência como atividades menores."
Via Diário as Beiras

Há pessoas assim: cheias de ódio e vazias...

DO CADERNO DO LUÍS OSÓRIO
"Conheci uns quantos que gostavam de odiar. Mas nenhum dos que conheci suportava a hedionda ideia de que poderia não ser detestado pelos homens ou mulheres a quem odiava. Mais do que natural. É aliás um sentimento parecido ao do amor ou ao da amizade. A reciprocidade é necessária em tudo, até no ódio. Por isso, não o alimentemos. Não odiemos quem nos odeia."

Saudades da normalidade...

Ao passar os olhos pela imprensa que aborda assuntos da Figueira, reparei que não devem existir grandes coisas a acontecer no nosso concelho.
É em dias como este, que recuo 12 anos e sinto saudades da blogosfera local. Nesse tempo, existiam alguns blogues que discutiam e pensavam a política e trocavam ideias sobre a Figueira e o concelho.

Há 12 anos tudo era diferente na Figueira: até o futebol. Tínhamos a Naval 1º. de Maio na alta roda do desporto-rei nacional. Numa cidade que sempre conheci alienada do real, o futebol dava jeito: escusava-se de abordar a crise profunda em que estamos mergulhados, por cá, em 2020. Crise de tudo, inclusivamente de valores. Mesmo sem futebol, alguém quer saber dos problemas que existem e que têm vindo a ser agravados, nos planos social, ético, moral, demográfico, emprego,  saúde, educação,  convívio entre as diversas etnias, policiamento e, como não poderia deixar de ser, na política pura e dura.

Tudo isto está a acontecer numa Aldeia que saiu no passado 4 do estado de emergência e que dentro de 18 meses vai ter eleições autárquicas.
Na Figueira não se fala de nada que interesse aos figueirenses. Parece que vivemos num cidade e num concelho sem problemas. A explicação parece-me simples: não há interesse e há a quem convenha este silêncio.
Depois, quem é que teria paciência para tanto problema. O figueirinhas tem já problemas que cheguem no cada vez mais complicado e difícil quotidiano.
O que não deve custar levantar cedo, fazer a higiene pessoal, tomar o pequeno almoço e sair. Tudo a correr. Depois, enfrentar o trânsito (ou a escassez de transportes públicos), deixar os miúdos entregues a alguém (as creches só abrem segunda-feira), mais uma correria para o emprego - quem ainda  o tem -, aturar o patrão ou um chefe difícel e ter de trabalhar pressionado. 
No fim do dia, voltar a casa, mas antes apanhar os miúdos, enfrentar o trânsito. Depois preparar o jantar, lavar a louça, dar banho aos miúdos, jantar, deitar os miúdos. Finalmente, lá para as 23, cochilar um bocadito no sofá frente ao televisor. Finalmente: a cama. 
É, por isso, compreensível que os figueirinhas prefiram a alienação a terem de pensar na crise concelhia.
Até eu, confesso, estou já saudoso das coisas simples: por exemplo, de uma boa suecada, entrecortada por umas pevides, a acompanhar um branco fresquinho e participando ao mesmo tempo numa bela tanga congeminada pelo Henrique...

Da série, grandes primeiras páginas...