domingo, 19 de abril de 2020

O bolo de 15 milhões e o jornalismo "não domesticado"...

"O BE pediu apoios de 15 milhões de euros para a comunicação social. 
A proposta dos bloquistas foi apresentada como um desafio ao Governo."
O BE pediu...
"E o Governo investiu 15 milhões de euros em publicidade institucional para apoiar comunicação social."
No fundo vai ser isto: "o Governo vai gastar 15 milhões de euros em publicidade institucional. A verba poderá começar a chegar aos órgãos de comunicação social ainda durante o mês de abril e traduz a prometida ajuda pública à imprensa, rádio e televisão". 
Traduzindo: os portugueses vão dar 15 milhões de euros à Comunicação Social. E a RTP e a Lusa ficaram de fora deste bolo.
Admitindo que o BE teve preocupações com a qualidade da informação a que os portugueses têm direito - os portugueses têm direito a mais que o facebook, pois o facebook é apenas o facebook... - e que numa sociadede culta, exigente e democrática, é fundamental haver  uma Comunicação Social livre e isenta, feita por jornalistas competentes, fica-me uma interrogação: quais são e onde estão esses órgãos de Comunicação Social? 
De acordo com a ministra da Cultura Graça Fonseca , esta verba representa o triplo do que estava previsto no Orçamento do Estado para 2020

É assim, atirando diheiro para cima do problema, que o poder, “mais do que apoiar os órgãos de comunicação social, tem como desígnio principal, defender um jornalismo livre, independente e plural”?
Uma “comunicação social” domesticada servirá de pouco aos que pagaram a factura dos 15 milhões: os portugueses... 

sábado, 18 de abril de 2020

"Vinte e quatro horas" é muito tempo!..

... quinta-feira:
... sexta-feira:
O dia está quase a terminar, portanto, "por todos os santinhos, não lhe perguntem nada hoje!!!"

Aconteceu...

Então a Câmara Municipal da Figueira já não tem material ao preço de custo?

Via Diário as Beiras
Cruz Vermelha de Maiorca pode deixar de fazer emergências por falta de equipamentos de proteção individual
"A delegação de Maiorca da Cruz Vermelha Portuguesa, no concelho da Figueira da Foz, pode deixar de fazer serviços de emergência a partir da próxima semana, devido à falta de equipamentos de proteção individual, nomeadamente, batas ou fatos adequados, que escasseiem no mercado.

Nenhum dos fornecedores contactados pela direção tinha produtos, devido ao aumento da procura, estimulado pela pandemia do novo coronavírus. O coordenador, António Carvalho, lançou um “apelo pessoal” nas redes sociais, na esperança de que alguém indique um fornecedor que tenha equipamentos. Contudo, até ao momento, ainda não surtiu efeito. De igual modo não foi bem-sucedido o pedido à Cruz Vermelha Nacional, pelas mesmas razões.

“Só temos equipamentos para mais uns dias. A situação está a ficar complicada para podermos continuar a responder ao número médio diário de chamadas de emergência (quatro). Se, entretanto, não conseguirmos comprar equipamentos, na próxima semana, poderemos ser forçados a deixar de assegurar o serviço, porque a segurança do nosso pessoal está em primeiro lugar”, afirmou aquele responsável ao DIÁRIO AS BEIRAS.

Os serviços de emergência da delegação maiorquense da Cruz Vermelha são assegurados, 24 horas por dia, por 60 voluntários e 14 funcionários."

Comportamento dos figueirenses... (6)

"Diria que sim! À semelhança da maioria dos portugueses, os figueirenses são pessoas bem-comportadas! De facto, para o bem e para o mal, o povo lusitano é obediente. Fomos obedientes noutras situações que, ao contrário desta, até nos prejudicaram, quando, por exemplo, nos mandaram emigrar ou empobrecer.
Característica que, provavelmente, foi adquirida à força durante o “saudoso” Estado Novo. Ao menos, os 48 longos anos de autoritarismo, corporativismo e privação de liberdade, que quase entraram no nosso ADN, serviram para alguma coisa! Prepararam-nos para que hoje pudéssemos ser um dos exemplos de sucesso ao nível do cumprimento destas regras de isolamento.
Em contrapartida, o 25 de Abril trouxe-nos o SNS, que finalmente vê o seu valor ter a visibilidade que merece, e, é claro, a democracia que nos oferece a autodeterminação para cumprir os nossos deveres, tal como agora fomos chamados a fazê-lo.
Na Figueira, temos a sorte de ter uma cidade muito ampla para o número de habitantes que tem, com muitos espaços públicos para todos desfrutarem do ar livre, longas avenidas, ciclovias e largos passeios, com a maior praia urbana da Europa repleta de passadiços e dois grandes pulmões e emissores de oxigénio, o mar e a Serra da Boa Viagem. Pelo que não há grande risco de se fazer uma caminhada higiénica sozinho ou com a família. E, apesar de se verem algumas pessoas na rua, estão distantes umas das outras, cumprindo as indicações da DGS.
Podem fazer-se as compras tranquilamente no nosso Mercado Municipal, espaço arejado, limpo, com desinfetante e luvas disponíveis para os clientes. Ou nas mercearias, talhos e padarias do nosso comércio tradicional que implementaram regras muito eficazes de higiene e de distanciamento, onde temos a oportunidade de comprar localmente o que é português. Algo que devemos valorizar cada vez mais!
Claro que, como diria Jorge Palma, “a gente vai continuar”, e, paulatinamente as coisas terão de ir voltando ao normal. Os figueirenses terão todas as condições para que, com liberdade, continuem a demonstrar o nível de civismo, de solidariedade e de amor ao próximo, tal como o têm feito, pois “A liberdade é uma maluca que sabe quanto vale um beijo”.
Via Diário as Beiras

25 de Abril, não é um Dia - é Sempre!

Assembleia Municipal da Figueira da Foz, pela primeira vez, não se reúne em sessão extraordinária e solene do 25 de Abril, devido à pandemia."
E qual é o problema? 
Para mim nenhum... Há muito que não ia às cerimónias oficiais figueirenses, diga-se, sempre bonitas, empolgantes e bem apessoadas mesmo. Mas, igualmente fastidiosas e maçadoras.
Os cravos vermelhos ao peito, no dia 25 de Abril. Depois, os discursos a encher a boca de Abril... A terminar o Hino!
O problema - no Dia, o cravo vermelho ao peito a todos fica bem... - é o ano ter mais mais outros trezentos e sessenta e picos dias, para os quais também se fez o 25 de Abril? 
Em quantos deles os promotores e participantes das comemorações oficiais de Abril na Figueira, se vão lembrar que Portugal em 2020 deveria ser aquilo que não é: um País de Abril.

Portanto:

"O que nasce torto, tarde ou nunca se endireita"...

"As obras das praças e ruas adjacentes da Baixa figueirense registam largos meses de atraso."
Imagem via Diário as Beiras

E de desgraça em desgraça, de azar em azar, de desculpa em desculpa, lá vamos andando.
Estamos a poucos dias do 25 de Abril.  Por aqui, há muito que não há nada para celebrar, antes pelo contrário: na Figueira da Foz, infelizmente, todos os dias do ano são dias para lamentar.
Nada do que está a acontecer com as obras de requalificação do núcleo antigo da Figueira da Foz, foi por acaso: este é um dos exemplos, visíveis e palpáveis, "da forma como é dirigido o concelho - sem estratégia, sem auscultação das populações, sem a preocupação de melhorar a vida das pessoas, sem criar atractivos para os empresários instalados ou que se queiram instalar com vista à criação de emprego, o qual tanta falta faz aos nossos jovens, não promovendo também a consequente fixação de mais população no nosso concelho".
Confesso: mais do que preocupado, estou cada vez mais apreensivo com o futuro dos comerciantes da Rua dos Combatentes. A realidade é a realidade...

Ainda bem que há "20% de excepcionais" a bater bem...

Está tudo explicado numa carta enviada a António Costa....

Covid-19. Onde é que o Estado pode poupar 4.500 milhões de euros?

"É uma carta assinada por 13 personalidades, como Paulo Morais, João Paulo Batalha, Susana Peralta, Nuno Garoupa ou o empresário Henrique Neto, e propõe ao Estado uma poupança de 4.500 milhões de euros no Orçamento do Estado para 2020, apoiando, com esse dinheiro, fortemente a economia portuguesa nesta dura crise."

"Gosto de estar sozinho na minha trincheira."

Um texto de António Fernando Nabais, que pode ser lido na íntegra no Aventar:
"25 de Abril com distanciamento social"

"Adoro o 25 de Abril. Se o 25 de Abril fosse uma pessoa, faria tudo para que me considerasse seu amigo. Todos os anos, comemoro o 25 de Abril, porque o considero um dos meus maiores amigos. A generosidade do 25 de Abril vai ao ponto de ser bom para quem não gosta dele. Às vezes, penso que o 25 de Abril chegou a frequentar a catequese e saiu de lá cheio de amor ao próximo, incluindo os vendilhões do templo. Não que seja perfeito, mas não me lembro de ter amigos perfeitos.

Gosto de estar sozinho na minha trincheira. A bem dizer, dispenso, até, a trincheira. As minhas memórias e um cravo chegam-me. Não preciso de mostrar o meu 25 de Abril a ninguém, até porque o 25 de Abril é para todos, mesmo para aqueles que dizem mal dele, aqueles que chegam a ter saudades de 24 de Abril, aqueles que até podem, finalmente, decidir não estar presentes numa cerimónia em que nunca gostaram de estar. A partir do momento em que tive poder para decidir, nunca mais fui à missa."

Governo vai comprar 15 milhões de euros em publicidade institucional antecipada para ajudar sector dos media

Via Observador

"Governo pretende começar os pagamentos já em abril. Dos 15 milhões, 75% serão para órgãos nacionais na componente "informação generalistas”. Os restantes 25% serão para a imprensa regional.
O Governo aprovou a compra antecipada de publicidade institucional no valor de 15 milhões, como forma de apoiar os órgãos de comunicação social. O valor será distribuído “face ao que cada um representa no setor da comunicação social em Portugal”, de acordo com a lei da publicidade institucional, explicou Graça Fonseca. O Governo pretende começar a fazer chegar o montante às empresas durante o mês de abril. RTP e Lusa ficam de fora.
Segundo a ministra da Cultura, os espaços de publicidade institucional serão orientados para campanhas da Direcção-Geral da Saúde e outras instituições de saúde pública, para causas sociais e humanitárias, como a violência doméstica, mas também para, aquando da reabertura de alguma actividade do país, seja publicitada, por exemplo, a programação cultural.
A verba de 15 milhões de euros é “três vezes superior ao que estava previsto no Orçamento do Estado” para 2020. A ideia é que na próxima semana se decida “a metodologia e a distribuição” do montante e que os pagamentos comecem a ser feitos durante o mês de abril. O Governo, representado pela ministra da Presidência, Mariana Vieira da Silva, a ministra da Cultura, Graça Fonseca, e pelo secretário de Estado do Cinema, Audiovisual e Media, Nuno Artur Silva, não se comprometeu com mais medidas, nomeadamente a nível fiscal.
Aliás, questionada sobre propostas já reivindicadas como a isenção de IVA nas assinaturas e nas vendas em banca, a ministra Graça Fonseca sublinhou que “ainda não é o momento de falarmos de mais medidas”. As medidas podem ser “melhoradas e revistas”, acrescentou Mariana Vieira da Silva.
A publicidade institucional trata-se de campanhas a cargo do Estado para divulgação de mensagens de interesse público mediante a aquisição onerosa de espaços publicitários. A lei da publicidade institucional estabelece critérios de distribuição de campanhas em diferentes órgãos de comunicação social “no sentido de assegurar a distribuição de forma proporcional”, segundo Graça Fonseca."

sexta-feira, 17 de abril de 2020

Comportamento dos figueirenses... (5)

"O nosso concelho deve ser visto como um exemplo nacional, mesmo quando ainda não haviam casos de Covid-19, o concelho já estava totalmente parado. Ninguém quis arriscar e salvo raros episódios, esse tem sido o comportamento comum dos figueirenses. A nossa comunidade está, sem dúvida, de parabéns, algo que só surpreende quem não conhece as populações do nosso concelho. Somos um povo resiliente, nunca desistimos e temos demonstrado, sucessivamente, que sabemos estar à altura das circunstâncias, até nos momentos mais difíceis. Um exemplo recente foi o elevado comportamento cívico no pós-Leslie, com as ações de mobilização para limpar o concelho. Assim, não me surpreende que todo o nosso concelho tenha respondido com prontidão ao apelo do Governo. De relevar também, o comportamento dos nossos empresários da restauração e da hotelaria, que, mesmo antes de ser decretado o encerramento dos espaços, já tinham fechado portas, por período indefinido. A Câmara Municipal e as Juntas de Freguesia também têm demonstrado uma elevada capacidade para solucionar os novos desafios que surgem diariamente. Muitos problemas e dificuldades, que vão surgindo regularmente, são autênticas novidades que exigem novas soluções de gestão e decisão. Quer a nível concelhio, quer a nível nacional, comunicação das autoridades tem sido rápida e esclarecedora, o que tem ajudado a mitigar algumas dificuldades de compreensão de recomendações oficiais. Ressalvo apenas uma questão, o comportamento de alguns nas redes sociais, não tem ajudado em nada a população no que toca o combate ao vírus. A disseminação de mensagens falsas, cujo conteúdo pode induzir as populações a comportamentos errados, deve ser acautelado e para que informações que venham de uma fonte sem histórico ou credibilidade, sejam de imediato, desmentidas. Confiem mais na imprensa tradicional que neste difícil momento, têm feito um trabalho fundamental para nos deixar a todos devidamente informados."

O outro lado...

COVID-19 na região centro

A Figueira tem 17 casos confirmados. Via Diário as Beiras:

No fundo é isto: a economia, o negócio e a pegada ecológica...

"11,6 milhões na economia local, segundo estudo encomendado pela Braver; mais 140 mil em dormidas; 42,5 em mão de obra; e 25 mil em gasóleo..."
Só vamos adiar a realização [do “Sunset”] no limite da impossibilidade de ser realizado”, afirmou o presidente da Câmara da Figueira da Foz, Carlos Monteiro, ao Diário as Beiras.

Fundação Luso faz doação de um milhão de garrafas de água

"Não me ligue , porque iria ficar uma chamada em espera até perceber quem são os seus profissionais de saúde. "

Alexandra Ferreira
Enfermeira

Chamada não atendida

Seria assim que iria ficar uma chamada com origem na sua vontade Sr. Presidente Marcelo.
"Dar os parabéns ao Luís pelo desempenho que ele teve é omitir tudo o que eu fiz ano após ano, rotineiramente nos meus turnos, com a alma toda no sítio. Deixa-me envergonhada com o país que tenho.
O Luís aprendeu cá como se era um bom Enfermeiro, levando as mesmas bases de formação de milhares de nós. Saiu do país porque percebeu que talvez fora dele o reconhecimento fosse mais nobre, quanto mais não fosse na sua conta ao final do mês. Triste não é? O Luís está a começar a sua jornada, mas eu estou com 22 anos em cima das minhas memórias, histórias e lágrimas."

quinta-feira, 16 de abril de 2020

Comportamento dos figueirenses... (4)

"No dia em que escrevo temos 13 casos positivos de Covid-19 registados na Figueira. O cumprimento das medidas e contenção e de distanciamento social dos figueirenses não me parece especialmente negativo nem positivo em relação ao que conhecemos no resto do país e da Europa. Não me parece que os passeios na praia sejam de especial perigosidade e está por demonstrar que o senhor que vai passear o cão cinco vezes por dia tenha um impacto significativo na propagação do vírus.
No entanto, tem sido nos lares de terceira idade e nas instituições de saúde que mais casos graves de infeção têm sido reportados em Portugal e nos países que adotaram medidas de confinamento. Nesse particular os figueirenses quer a título individual, quer em associações, quer em empresas ou em organismos públicos têm demonstrado o seu sentido de solidariedade, contribuindo com a manufatura de viseiras, de máscaras, de vestuário de proteção para os profissionais das instituições de saúde, para além de terem contribuído financeiramente para a compra dos desejados ventiladores.
Para lá destes valiosos contributos e curto prazo, existem os contributos de todos os outros figueirenses que pagaram os seus impostos durante décadas, durante uma vida de trabalho, para termos hoje um Serviço Nacional de Saúde (SNS) universal, que tem sido o principal pilar do combate à Covid-19.
Depois existem aqueles que escolheram outra via. Os que participam num esquema de montagem de empresas que desvia a riqueza que é criada no nosso concelho para paraísos fiscais. Conhecemos bem os hipermercados instalados no concelho que recorrem a estas práticas.
A propósito da falta de solidariedade manifestada pelo ministro das Finanças holandês, esta semana foi divulgado um relatório da Rede de justiça Fiscal que revela que em 2017  Portugal perdeu mais mil milhões de euros de receitas fiscais através de subsidiárias instaladas na Holanda.
Hoje apercebemo-nos melhor do que nunca que esta prática é chocante e usurpadora de riqueza necessária ao SNS para salvar vidas. Podemos atuar contra isto a nível local? Podemos, basta haver vontade."