sábado, 11 de agosto de 2018

A Aldeia e a vila que não existe...

"A Cova-Gala, tem origem na fixação de pescadores, oriundos de Ílhavo, nas dunas da praia da Cova, por volta 1750/1770.
De acordo com alguns documentos, estudados pelo único Homem que realizou verdadeira pesquisa histórica sobre as origens da Cova e Gala, o Capitão João Pereira Mano, tempos houve em que pescadores naturais de Ílhavo, desceram a costa portuguesa à procura de peixe e água potável que lhes permitisse a sobrevivência.
Sediaram-se na cova de uma duna, um local a que passaram a chamar de Cova.
A Gala, é uma povoação mais recente, nasceu cerca de 40 anos depois, quando alguns dos pescadores se deslocaram para nascente e ergueram pequenas barracas ribeirinhas, para recolha de redes e apetrechos de pesca.
Apesar do passado de cerca de 250 anos destas duas povoações, a Freguesia de S. Pedro é recente, foi criada em 1985.
A Vila de São Pedro, criada em 5 de Junho de 2009, é a “a povoação de São Pedro ( uma coisa que não existe!..), no concelho da Figueira da Foz, distrito de Coimbra, elevada à categoria de Vila”.
Se duvidam disto, leiam o Diário da República nº. 150, 1ª. Série, Lei nº. 58/2009.
Um Povo que não preserve o seu passado e as suas raízes não tem futuro. E a Cova e a Gala têm um passado de que todos nos devemos orgulhar.
E, temos de saber preservar, com rigor e com verdade, e não ao sabor conjuntural dos interesses politiqueiros, seja de quem for."
António Agostinho, 7 de dezembro de 2009

Enquanto que a fundação da Aldeia se estruturou em torno da satisfação de necessidades elementares das suas gentes, que ela enquanto Aldeia garantiu de facto ao maior número, a invenção de uma vila que não existe, estando longe de garanti-las adequadamente à maioria dos seus habitantes, moveu-se por outras causas:  o desejo de imortalidade do homem, manifestado pela criação de monumentos.

Porém, a verdade histórica está escrita...

Via jornal AS BEIRAS


Leitura para os próximos dias... (3)

(Um livro de leitura obrigatória para quem quiser perceber muita coisa que se passou na Figueira nos últimos 40 anos)

"As reuniões da Câmara eram semanais, todas abertas ao público, com direito a intervenção dos munícipes numa das intervenções mensais.
Havia apenas um vereador a tempo inteiro, uma funcionária da Câmara para secretária do Presidente e dispunha-se de uma só viatura - datada de antes do 25 de Abril - e de um motorista para servir todo o Executivo.
Meios modestos, mas mais do que suficientes para quem quisesse trabalhar...
O Gabinete de Apoio à Presidência da Câmara da Figueira da Foz conta presentemente com oito (!) pessoas.
Nunca vi quaisquer vantagens nesta imitação do "Terreiro do Paço", a não ser a criação de lugares para os militantes dos Partidos e a dispensa dos eleitos de trabalharem a sério no que lhes compete."

sexta-feira, 10 de agosto de 2018

O drama da violência doméstica explicado aos crentes?..

Arcebispo de Toledo, Braulio Rodríguez Plaza, diz que violência doméstica acontece porque "elas pedem divórcio"!..

Figueira da Foz, antes de 1966, data do termo da construção dos molhes exteriores da barra... E o mar ali tão perto...

Para memória futura: Parque de Campismo do Cabedelo, visto do ar...

foto sacada daqui
Quem disse que  "aquela é uma zona demasiado nobre para ser ocupada por campistas"?..
Que rica pista pista de karting que ali está...

Nota de rodapé.
Já agora, que vem a talhe de foice, será que a autarquia nunca contou os carros que vão ao Cabedelo, em dias de verão, com um drone?
No futuro,  ao que dizem, vamos ter somente 600 lugares!..
No passado domingo, estiveram no Cabedelo mais de 2 000...
No futuro, como vai ser...
Há algum estudo que leve à solução do problema?..

Uma capa da Visão ...

"Ao ver esta capa sem apelidos da Visão, lembrei-me de um dos livros recentes e mais influentes de economia política, O Capital no Século no Século XXI: “tudo parece indicar que a herança vai desempenhar no século XXI um papel considerável e comparável ao que teve no passado [século XIX]” (p. 566).  

Lembrei-me também do igualmente insuspeito Adam Smith, considerado um dos fundadores da economia política, associando a idolatria dos ricos, ou das ricas, tanto faz, à corrupção dos sentimentos morais. Sim, por trás da economia política, e toda a Economia o é, há sempre uma economia moral; ou imoral, no caso do porno-riquismo."


João Rodrigues

Será para que as pombas possam assistir!..

Digno de uma cidade do terceiro mundo... 
Este cabo eléctrico está assim há uns bons 4 anos, quatro
O cabo continua na praça...
Será que a maçonaria gosta?..

Leitura para os próximos dias (2)

(Um livro de leitura obrigatória para quem quiser perceber muita coisa que se passou na Figueira nos últimos 40 anos)

... "a estratégia delineada e posta em execução não teve sequência e a cidade foi depois deixada durante anos  à mercê dos interesses dos "patos bravos", com uma construção desordenada, de fraca qualidade e superior às necessidades, quantas vezes ao arrepio dos Planos de urbanização..."

quinta-feira, 9 de agosto de 2018

Serra de Monchique / Serra da Boa Viagem: a história repete-se.

Imagem sacada daqui
E o que é que isto tem a ver com Monchique? Tudo.
Numa altura em que na Serra de Monchique lavra um incêndio há já 7 dias, é inevitável olhar para a Serra da Boa Viagem, e apercebermo-nos das semelhanças.
A Serra da Boa Viagem foi palco de 2 grandes incêndios nos últimos 25 anos: 1993 e 2005.
Lá, como cá, não foi feita uma intervenção pensada para evitar que o coberto vegetal crescesse desenfreada e desreguladamente desde o último grande incêndio ( 2003 ), e segundo as opiniões que vou ouvindo e lendo, tal acumulação de combustível - leia-se, vegetação - tornou-se um desastre à espera de acontecer. Demorou 15 anos. Mas não falhou.
E a serra da Boa Viagem?
Na minha pouco técnica opinião, está carregadinha com o tal combustível que vem a acumular desde 2005 ( 13 anos ), e basta que um qualquer pirómano, são ou maluco, coloque o fogo no sítio certo,  para que, com as condições de vento que se fazem sentir hoje, num ápice a serra volte a 1993 e 2005, e se coloquem vidas e bens em perigo.
Esta é obviamente uma questão a resolver por instituições da administração central e pelo Governo, mas é algo que a CMFF da Figueira da Foz devia ter como prioridade desde o momento em que o incêndio de 2005 ( e especialmente o de 1993 ) foi dado como extinto.

Haverá quem veja nos meus textos uma grande dose de negativismo e morbidez, mas eu é que sei o que gosto desta terra, e a frustração que tenho em ver que se podia fazer tanto e se faz tão pouco.
Passo muitos dias a palmilhar esta terra, seja à borda do mar seja nos caminhos da serra, de carro, a pé, de bicicleta, e isso dá uma perspectiva mais próxima, e que permite que me aperceba do que não é feito e que devia sê-lo, não porque eu acho, mas porque é uma necessidade para a comunidade, e faz parte do dever de um autarca eleito.

Infelizmente, é muito provável que o futuro próximo me dê razão, e que tenha de andar de mangueira de jardim na mão, a tentar proteger do fogo aquilo que é de família, amigos, conhecidos e até de estranhos. 

Via BUARCOS BLOG

Os bombeiros também têm família...

"Muitos reclamam de dormir em pavilhões.
E tu quantas vezes o passeio foi a tua almofada? Quantas vezes o teu colchão foi um espaço no meio do monte ou na beira da estrada onde te pudesses aconchegar só pra descansar um bocadinho?

As condições a que te sujeitas em prol do outro.. O calor, o fumo, as críticas constantes mas o pior de tudo – o sentimento de impotência perante este cenário dantesco.
E quem fica? Quem fica, fica a sofrer. Fica à espera de noticias com o coração nas mãos.
Tu levaste o meu, estou à espera dele."

Para continuar a ler a carta de Cristiana Lopes "uma esposa que tem o seu marido no combate ao incêndio", clicar aqui.

Na Figueira, há quem tenha vergonha (nem que seja um pingo...)... E, há a maioria política absoluta que governa a Câmara há 9 anos...

(imagem do facebook)

Leitura para os próximos dias...

(Um livro de leitura obrigatória para quem quiser perceber muita coisa que se passou na Figueira nos últimos 40 anos)
 
As eleições autárquicas de 1979 decorreram num período áureo da Aliança Democrática (AD)...
"Saneado" da lista candidata à Assembleia da República por alguns influentes da Maçonaria - à qul nunca pertenci nem quis pertencer - e encontrando-se o PS sem candidato ( o Presidente cessante só aceitava candidatar-se para exercer funções em tempo parcial, o que o PS considerou inaceitável) aceitei o desafio.
Tinha todas as condições, pois conhecia bastante bem o concelho...
Vencemos com maioria relativa (3 PS, 3 AD, 1 APU, hoje CDU).

Nota de rodapé.


O dr. Joaquim de Sousa é um daqueles (poucos) figueirenses que poderiam ter feito muito mais pela cidade da Figueira da Foz.
Conhecia (e conhece, como poucos, o concelho...) é competente, dinâmico, honesto e é (continua a ser) aquilo a que se costuma designar como um "animal político".
Ao contrário do tempo que passa, na altura,  com a "vivência colhida pela passagem pelo 1º. Governo democrático trouxe para a vida autárquica a experiência necessária para   saber que o populismo se combate com o pragmatismo".
Este testemunho do dr. Joaquim de Sousa, de que tenciono publicar  pequenos apontamentos nos próximos dias (o que, espero, aguce o apetite para a sua leitura integral...), é também "um exercício memorialista que tem o mérito de trazer à tona a lembrança de um tempo que foi de total disponibilidade, empenhamento e transparência na gestão da res publica."
Como escreve o jornalista Quaresma Ventura no Prefácio, "é um simples acerto de contas" e não como alguns, porventura, quererão fazer passar, "um ajuste de contas com o passado".
Resta-me agradecer as excessivas e amáveis palavras do dr. Joaquim de Sousa na dedicatória que, pelo seu punho, colocou no "meu" livro.
Não sendo um Homem (nem um político...) perfeito, nem de consensos, apesar das  divergências que, ao longo dos anos tivemos, é um figueirense que (e nisso o seu grande Amigo Zé Martins também foi o meu Mestre...) me habituei a respeitar.
Pelo dr. Joaquim de Sousa continua a falar a sua frenética actividade diária em prol da cidade que ama como poucos.
Podia ter feito muito mais pelo concelho...
Todavia, as forças ocultas, que sempre existiram na Figueira, não deixaram...
O grave da questão - e os figueirenses, em maioria absoluta,  não se apercebem do facto - é que os erros que estão a ser cometidos na actualidade, vão comprometer o futuro das próximas gerações de figueirenses...

A 5.ª edição do Figueira Film Art (FFA) realiza-se entre os dias 27 de agosto e 2 de setembro...

... "o festival de cinema conta com 253 filmes inscritos oriundos de 40 países. Na categoria de longas-metragens, 20 filmes são de ficção e 16 são documentários. Na categoria de curtas-metragens, foram inscritos 49 filmes de ficção e 19 documentários. O festival conta, ainda, com 53 videoclipes e 96 escolas."

Via AS BEIRAS

PCP critica “situação de insolvência” dos ENFF e acusa CMFF de “estrar mais interessada em projectos de desenvolvimento urbanístico na margem sul"...

O Partido Comunista Português emitiu, na passada terça-feira, um comunicado onde critica a “presente situação de insolvência” dos Estaleiros Navais da Figueira da Foz.
No comunicado o PCP visa o governo central, a administração portuária (os comunistas acusam de cobrar à empresa uma renda mensal na ordem dos 30.000 euros) e a Câmara Municipal da Figueira da Foz (segundo o PCP, “está mais interessada em projectos de desenvolvimento urbanístico na margem sul, não sentindo que os estaleiros navais foram e poderão continuar a ser uma marca capaz de projectar o concelho quer no país, quer no estrangeiro”). 
Luís Leal, da Administração do Porto da Figueira da Foz, em declarações ao jornal AS BEIRAS, edição de hoje, afirma que “o processo de concessão, que se realizou em 2010,  daquele espaço transitou da administração anterior” acrescentando que os valores do arrendamento “não foram impostos” pela APFF:  “foram propostos pela empresa através do processo de concurso. Eles apresentaram o valor que acharam mais justo. Já se realizaram, inclusive, negociações para renegociar este valor que acabaram por ser interrompidas”, concluiu. 
Num comunicado enviado à comunicação social, a CMFF refere que “esteve desde sempre em estreita colaboração com a CGTP, na defesa dos postos de trabalho dos ENFF” e estranha “que o PCP, à revelia dos trabalhadores, nos impute [CMFF] responsabilidades que comprovadamente declinamos”, acrescentando que “não há, nem nunca houve por parte deste executivo, a intenção de urbanizar massivamente o espaço, com a plena consciência de que tudo fizemos e continuaremos a fazer para que a investigação científica e tecnológica se concretize neste concelho através do Marefoz”.

António Pedro Pita vai apresentar “Mantimentos para a Sobrevivência”, novo livro de António Augusto Menano

O livro “Mantimentos para a Sobrevivência”,  de autoria do artista plástico, poeta e escritor, António Menano, com edição da MinervaCoimbra, vai ser apresentado por António Pedro Pita, professor da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, hoje, quinta-feira, às 18H30, na Biblioteca Municipal da Figueira da Foz. 
“Mantimentos para a Sobrevivência”  é constituído por dois ciclos de poemas inéditos: “Hospital” e “Alimentos e Percursos”. Nele, o itinerário iniciado (em livro) em 1961 ganha aprofundamento e concisão no interior do ambiente geral que sempre o caraterizou: a exploração intensiva das dimensões da temporalidade, tema-chave que tem vindo a ser declinado por vários modos ao longo destes mais de cinquenta anos. A pintura, com que se cruzou no decurso do seu itinerário poético, permitiu a Menano a figuração plástica dessas metamorfoses: o mundo como devir, alucinação, acaso, pesadelo, instante, memória, fuga.
António Augusto Menano nasceu em Coimbra, viveu em Macau durante alguns anos, tendo visitado grande parte dos países do Oriente. Reside actualmente na Figueira da Foz, onde passou a maior parte da sua vida. Frequentou a Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra. Esteve ligado à gestão, nomeadamente hospitalar, à vida política activa (foi vereador da Câmara Municipal da Figueira da Foz, entre 1982 e 1988). 
Foram-lhe atribuídos diversos prémios nacionais. António Menano dedica-se desde 1985 à pintura, tendo exposto em Portugal, Espanha, França, Estados Unidos e Macau. Foi distinguido com a Medalha de Prata Dourada da Cultura da Câmara Municipal da Figueira da Foz ( 2011 ) e a Medalha de Mérito da Cruz Vermelha.

quarta-feira, 8 de agosto de 2018

Fica o registo: duas postagens do Fernando Campos em dois dias!..

Já que é coisa ultimamente rara, publicite-se!..

Covardia cívica é que não...

Há algo, de profundo, na sociedade figueirense que tem causado danos irreparáveis ao funcionamento da democracia: a ideia que, também aqui, os políticos são todos iguais
A aparente inocência deste pensamento contém, porém, em si um dos aspectos mais negativos no plano democrático: sendo todos iguais, não vale a pena escolher
Daí, as taxas de abstenção que, eleição após eleição, terem vindo a subir na Figueira.
Claro que os políticos figueirenses são como os outros...
E, também, como os outros, povoaram os lugares com gente da sua confiança: preferiram, em muitos casos,  “yes, man” em vez do mínimo de competência. 

Repare-se, no entanto, que bastou ao PS mudar um pouco de rumo (com a célebre GERINGONÇA) para que a direita viesse, alarmada e temerosa, proclamar o fim do mundo e a chegada do diabo.
No fundo, o medo deu-se porque a direita temia que se viessem a notar as diferenças profundas entre uma coligação para empobrecer os pobres e enriquecer os ricos (Passos + Portas) e uma convergência para devolver rendimentos e para estancar a política de empobrecimento geral (PS + CDU + BE + Verdes).
Num mundo em que os tubarões são protegidos para comer os pequenos, na linguagem do grande português, Padre António Vieira, há um impulso primário para fugir à realidade e poder escapar a essa crueldade contra a qual parece não haver antídoto.
No entanto, interiorizar que os políticos são todos iguais, traduz a ausência de qualquer disponibilidade para contribuir para mudar a sua própria vida e aceitar que os outros decidam por si.
Isso tem nome: é um acto de covardia cívica, na medida em que se pretende justificar uma conduta com a dos outros. É a afirmação de que não vale a pena escolher. É uma forma consentida de auto-alienação do que se passa na freguesia, no município e no país

Porém, quando ouço dizer aos políticos que estão na política apenas por serviço à sociedade torço o nariz. 
Atitudes dessas levam-me ao desprezo. 
Mais valia assumirem o óbvio: fazendo da política profissão desejam, também, contribuir para a sociedade. 
Ninguém vai para uma empresa porque a quer ver melhor.
Vai porque será o seu emprego.
Depois se verá, ou não, se terá um contributo válido. 
É assim também na política.
Escusavam de ser hipócritas...