Não sei se sempre foi assim, mas de há uns anos a esta parte, dei conta que tinha um estranho poder: o poder de poder fazer desaparecer alguém em mim.
Não sei se é bom, ou se é mau e, francamente, isso pouco me importa.
Sei, isso sim, que na minha vida é um dado adquirido e de facto.
Refiro-me à pura e simples liquidação de alguém: inexorável, inelutável, impediosa, insensível e implacável - numa palavra, fatal.
Porém, isto não acontece sempre que quero: só consigo matar em mim, quem foi importante e significou alguma coisa.
Todavia, creio que é fácil de entender este aparente paradoxo: quem nunca significou nada para nós, não é susceptível de ser morto em nós, porque, em nós, significou sempre nada.
Por isso, nunca hei-de compreender os que necessitam de eliminar fisicamente alguém. Porque não matá-los simplesmente em nós?
É o que tenho feito ao longo da vida e sem dificuldades de maior...
domingo, 24 de julho de 2016
Até esta pequenez e esta impotência nos devia servir para mostrar que a culpa devia ser colectivamente assumida!..
Também ontem, um grupo de amigos decidiu homenagear Cavaco Silva, organizando um almoço para 80 comensais. A coincidência das datas (a homenagem a Cavaco podia ser feita em qualquer altura) fala por si. Cavaco foi convidado para a homenagem a Soares, tendo declinado com o argumento do seu próprio almoço. Marcelo passou pelo local, mas não participou no repasto. E lembrou a data de Soares. Ter tido educação em casa faz toda a diferença.
Nota de rodapé.
NÃO HÁ COINCIDÊNCIAS.
Cavaco Silva regressou e mostrou que por mais vezes que regresse volta sempre igual a si próprio, a ladainha é sempre a mesma, um auto-elogio e mesmo quando agradece aos que o ajudaram é é para dizer que fez muito. Desta vez regressou para enunciar toda a sua obra, mas, talvez pela sua idade, esqueceu-se de muita coisa.
Esqueceu-se de muitos amigos que os portugueses não esquecem, é o caso de Dias Loureiro, Oliveira e Costa, Durão Barroso ou Duarte Lima. Falou muito das suas privatizações e lutas contra o "comunismo", mas esqueceu aquela que durante muitos anos foi a sua grande bandeira, a privatização da banca, talvez porque hoje não existe nenhum dos bancos que nasceram com as privatizações.
Quem pequenino nasce tarde ou nunca consegue crescer.
Cavaco já morreu para a política, que descanse em paz no seu condomínio de luxo conseguido com modestos vencimentos e pensões.
Convívio da malta da SPOL
Foto Manuel Correia |
Vivemos com as nossas memórias e não as podemos apagar!
Por um lado, há umas que não queremos de todo apagar; por outro há umas outras que não conseguimos afastá-las de nós.
Portanto, há que conviver saudavelmente com todas elas...
Fazem parte integral de nós!
Ontem, foi um dia de alegria em que a saudade esteve presente...
Só existe uma coisa melhor do que fazer novos amigos: conservar os velhos.
E foi assim que recuei a 1973 e a minha vida se cruzou, de novo, com o mundo SPOL.
As fotos que podem ser vistas aqui falam por si.
Como disse Manuel Ribeiro, um dos mais antigos emigrantes da Cova (uma terra que ama) não existe povo mais fraterno e solidário que o português.
Tivemos "discussões" giras...
Discutimos a vida...
O presente foi a insistência e a permanência.
Sempre estaremos no presente.
O futuro não existe.
O passado conhecêmo-lo, o presente vivêmo-lo e o futuro será sempre, mas sempre, uma abstracção!
Nota de rodapé.
Mais fotos aqui, aqui
(este post continua em actualização)
sábado, 23 de julho de 2016
Pessoal, vai ser um dia de alegria em que a saudade vai assaltar...
1911, Figueira da Foz. Nesse já longínquo ano, é fundada na Figueira da Foz pelos irmãos António e João Neto Braz, José Ribeiro Gomes e outros, nomeadamente Manuel Gaspar de Lemos, a Sociedade de Pesca Oceano, Lda.
O primeiro navio da empresa foi o lugre Oceano, comprado em Hamburgo em 1912.
Anos mais tarde, os irmãos Alberto e José Sotto Maior adquiriram a SPOL.
Foram eles que trouxeram para a Figueira um dos mais belos navios de que tenho memória: o José Alberto.
Os irmãos António e José Cação, passados alguns anos, assumiram a gerência da empresa, tendo depois ficado seus proprietários.
E é assim que chegamos a 1973 e a minha vida se cruza, durante 10 anos, com o mundo SPOL, comandado pelo eng. Carlos António Andrade Cação.
O eng. Andrade Cação, nasceu na Figueira a 24 de julho de 1938. Licenciou-se em engenharia mecânica na Faculdade de Engenharia do Porto. Depois de ter passado pela Administração Geral do Porto de Lisboa, em 1967 tornou-se sócio da Sociedade de Pesca Oceano. Anos mais tarde, quando já era seu único dono, alargou a actividade da empresa ao arrasto costeiro, com os barcos Irene Doraty (a junção dos primeiros nomes da sua mãe e da sua tia) e o Natália Eugénia. A frota de arrasto costeiro da SPOL alargou, e na década de 80, chegou a ser composta por 6 unidades.
Porém, do meu ponto de vista, aquilo onde o eng. Andrade Cação deixou a sua marca pessoal, aconteceu no final da década de 60 ao transformar o navio de pesca à linha Soto Maior (na altura o nome foi mudado para José Cação, o nome do seu tio) para o sistema de redes de emalhar, o que constituiu na altura uma atitude pioneira em Portugal.
Em 1971, comprou o Vaz, irmão gémeo do José Cação, que depois de também transformado para poder pescar com redes de emalhar, foi baptizado com o nome do seu pai - António Cação.
Estes barcos pescaram até 1990 e foram os últimos navios da "Faina Maior" a operar no porto da Figueira da Foz.
Lamentavelmente, na Figueira, dessa memória nada resta.
O “José Cação”, apesar dos esforços de homens como Álvaro Abreu da Silva, Manuel Luís Pata e Marques Guerra, foi para a sucata. Como sublinhou Álvaro Abreu da Silva, o seu último Capitão, "foi e levou com ele, nos ferros retorcidos em que se tornou, a memória das águas que sulcou e dos homens que na sua amurada se debruçaram para vislumbrar os oceanos”.
E é esta realidade, que todos estes anos decorridos, logo mais, alguns dos sobreviventes, das largas centenas que passaram pela Morraceira e pelos barcos da SPOL, vão recordar num convívio que vai reunir algumas dezenas.
O primeiro navio da empresa foi o lugre Oceano, comprado em Hamburgo em 1912.
Anos mais tarde, os irmãos Alberto e José Sotto Maior adquiriram a SPOL.
Foram eles que trouxeram para a Figueira um dos mais belos navios de que tenho memória: o José Alberto.
Os irmãos António e José Cação, passados alguns anos, assumiram a gerência da empresa, tendo depois ficado seus proprietários.
E é assim que chegamos a 1973 e a minha vida se cruza, durante 10 anos, com o mundo SPOL, comandado pelo eng. Carlos António Andrade Cação.
O eng. Andrade Cação, nasceu na Figueira a 24 de julho de 1938. Licenciou-se em engenharia mecânica na Faculdade de Engenharia do Porto. Depois de ter passado pela Administração Geral do Porto de Lisboa, em 1967 tornou-se sócio da Sociedade de Pesca Oceano. Anos mais tarde, quando já era seu único dono, alargou a actividade da empresa ao arrasto costeiro, com os barcos Irene Doraty (a junção dos primeiros nomes da sua mãe e da sua tia) e o Natália Eugénia. A frota de arrasto costeiro da SPOL alargou, e na década de 80, chegou a ser composta por 6 unidades.
Porém, do meu ponto de vista, aquilo onde o eng. Andrade Cação deixou a sua marca pessoal, aconteceu no final da década de 60 ao transformar o navio de pesca à linha Soto Maior (na altura o nome foi mudado para José Cação, o nome do seu tio) para o sistema de redes de emalhar, o que constituiu na altura uma atitude pioneira em Portugal.
Em 1971, comprou o Vaz, irmão gémeo do José Cação, que depois de também transformado para poder pescar com redes de emalhar, foi baptizado com o nome do seu pai - António Cação.
Navio "JOSÉ CAÇÃO", o último bacalhoeiro da Figueira da Foz, numa foto tirada a 14 de Maio de 2002 |
Lamentavelmente, na Figueira, dessa memória nada resta.
O “José Cação”, apesar dos esforços de homens como Álvaro Abreu da Silva, Manuel Luís Pata e Marques Guerra, foi para a sucata. Como sublinhou Álvaro Abreu da Silva, o seu último Capitão, "foi e levou com ele, nos ferros retorcidos em que se tornou, a memória das águas que sulcou e dos homens que na sua amurada se debruçaram para vislumbrar os oceanos”.
E é esta realidade, que todos estes anos decorridos, logo mais, alguns dos sobreviventes, das largas centenas que passaram pela Morraceira e pelos barcos da SPOL, vão recordar num convívio que vai reunir algumas dezenas.
sexta-feira, 22 de julho de 2016
A erosão, sempre a erosão...
Foto António Agostinho |
A erosão é uma constante.
Nada do que vemos hoje na natureza se apresenta como há milhões de anos.
Tudo sofreu os efeitos da erosão, tudo se modificou.
E o principal culpado foi - e continua a ser - o ser humano.
Connosco, a erosão também acontece.
Só que num espaço de muito poucos anos!
Há que viver a vida a toda a hora. Só temos esta e ninguém nos dá outra...
Por muito que alguns a prometam...
Uma petição
para ler melhor, clicar na imagem |
Nota de rodapé.
Para ter acesso ao texto e à possibilidade de assinar a petição, basta clicar AQUI.
quinta-feira, 21 de julho de 2016
Temos de respeitar o direito de alguns a serem burros. O problema é que, na Figueira, alguns abusam... (II)
Foto António Agostinho |
"O Ministro do Ambiente apresentou um plano nacional de defesa da costa de 176 milhões de euros a investir nos próximos quatro anos em cerca de duas dezenas de concelhos, entre os quais o concelho da Figueira.
Está prevista uma intervenção no cordão dunar entre a Costa de Lavos e a Gala já em 2017. Este plano surge em boa hora e segue em parte as recomendações do Grupo de Trabalho para o Litoral.
Pode não estar isento de críticas, mas é um plano que vai no bom sentido, no sentido de melhorar a segurança e a sustentabilidade da orla costeira, logo uma boa medida deste governo.
O que é estranho, é que este executivo camarário tem outro plano. Trata-se do plano de defesa do projecto da requalificação do areal. Que é um plano que corre o risco de entrar em conflito com o plano do governo.
As iniciativas deste executivo para defender a nossa orla costeira estão entre o inexistente a fracas, o pouco que se diz ou que se faz é insuficientemente convincente.
Pior ainda é constatar que toda a ginástica administrativa feita para “renaturalizar” o areal para ganhar uma faixa que permitisse a implementação do referido projecto, não seja acompanhada de ainda maior ginástica ou iniciativa política para resolver aquele que é um dos maiores problemas do concelho: a erosão costeira.
Como é hábito, parece que estamos à espera de um acidente grave para alterarmos as prioridades."
Nota de rodapé.
"O que é estranho, é que este executivo camarário tem outro plano. Trata-se do plano de defesa do projecto da requalificação do areal. Que é um plano que corre o risco de entrar em conflito com o plano do governo...."
E era tão fácil ter evitado esta "calamidade".
Tinha bastado, em devido tempo, ter escutado quem sabe, por saber de experiência feita.
Os políticos a dizerem-nos que não podemos confiar neles, porque eles próprios não confiam uns nos outros...
António Correia de Campos não foi eleito para presidente do Conselho Económico e Social.
Tinha conseguido reunir o consenso do PSD e PS, mas não conseguiu os dois terços de votos necessários.
O antigo ministro socialista Correia de Campos falhou a eleição obtendo dos 221 deputados presentes apenas 105 votos favoráveis, quando precisava de dois terços de aprovações (pelo menos 147 deputados, dois terços dos parlamentares que votaram).
Assim, a mesa da Assembleia da República anunciou que Correia de Campos, nome anunciado na sexta-feira como resultado de um acordo entre o PSD e o PS, registou 93 votos brancos e 23 nulos.
Correia de Campos tinha sido indicado pelo PS na sequência de negociações com o PSD, que incluem ainda outros cargos (Tribunal Constitucional, Conselho Superior da Magistratura).
A cerimónia de tomada de posse no CES já estava marcada para esta sexta de manhã (11h) e Correia de Campos preparava-se para presidir a uma reunião deste órgão na sexta-feira à tarde.
Nota de rodapé.
Das quatro entidades para as quais o Parlamento votou ontem - presidência do CES, Conselho Superior de Magistratura, Tribunal Constitucional e Conselho de Fiscalização do Segredo de Estado - foi o único caso em que a eleição falhou.
Muito se poderia escrever sobre a "bronca na votação para o CES".
Porém, como nem Montenegro diz saber o que se passou, quem sou eu para opinar?
Lá terá de ser, mais uma vez, o Marques Mendes a explicar tudo certinho e direitinho!..
Tinha conseguido reunir o consenso do PSD e PS, mas não conseguiu os dois terços de votos necessários.
O antigo ministro socialista Correia de Campos falhou a eleição obtendo dos 221 deputados presentes apenas 105 votos favoráveis, quando precisava de dois terços de aprovações (pelo menos 147 deputados, dois terços dos parlamentares que votaram).
Assim, a mesa da Assembleia da República anunciou que Correia de Campos, nome anunciado na sexta-feira como resultado de um acordo entre o PSD e o PS, registou 93 votos brancos e 23 nulos.
Correia de Campos tinha sido indicado pelo PS na sequência de negociações com o PSD, que incluem ainda outros cargos (Tribunal Constitucional, Conselho Superior da Magistratura).
A cerimónia de tomada de posse no CES já estava marcada para esta sexta de manhã (11h) e Correia de Campos preparava-se para presidir a uma reunião deste órgão na sexta-feira à tarde.
Nota de rodapé.
Das quatro entidades para as quais o Parlamento votou ontem - presidência do CES, Conselho Superior de Magistratura, Tribunal Constitucional e Conselho de Fiscalização do Segredo de Estado - foi o único caso em que a eleição falhou.
Muito se poderia escrever sobre a "bronca na votação para o CES".
Porém, como nem Montenegro diz saber o que se passou, quem sou eu para opinar?
Lá terá de ser, mais uma vez, o Marques Mendes a explicar tudo certinho e direitinho!..
Para levantar o moral aos que andam com baixa auto-estima e deprimidos, tomem lá Teixeira de Pascoaes e a sua Arte de Ser Português...
"Antes de tudo, combatei a fealdade pela cultura da saúde. Sede um belo animal, uma bela e boa matéria-prima do Espírito. O sentimento de sacrifício, para ser, exige aquele excesso de vida que nos leva a desprezar a morte e a trabalhar alegremente (...). E assim, o génio de aventura tão animado de liberdade, por virtude da sua própria natureza novamente desperta, seria a própria alma pátria, soma electiva das nossas almas individuais, num constante labor e aspirando a um fim comum (...). Portugal foi livre, enquanto foi português nas sua obras; enquanto soube realizá-las, obedecendo apenas à sua Vontade vitoriosa (...).
O bom português deve cultivar em si o patriota, que abrange o indivíduo, o pai e o munícipe e os excede, criando um novo ser espiritual mais complexo, caracterizado por uma profunda lembrança étnica e histórica e um profundo desejo concordante, que é a repercussão sublimada no Futuro da voz secular daquela herança ou lembrança (...). Por isso, o viver como patriota não é fácil, principalmente num meio em que as almas, incolores, duvidosas da sua existência, materializadas, não atingem a vida da Pátria, rastejando cá em baixo entretidas em mesquinhas questões individuais e partidárias (...)."
De 1915 a 2016 vai uma certa diferença, não acham?
Querem voltar atrás?
O bom português deve cultivar em si o patriota, que abrange o indivíduo, o pai e o munícipe e os excede, criando um novo ser espiritual mais complexo, caracterizado por uma profunda lembrança étnica e histórica e um profundo desejo concordante, que é a repercussão sublimada no Futuro da voz secular daquela herança ou lembrança (...). Por isso, o viver como patriota não é fácil, principalmente num meio em que as almas, incolores, duvidosas da sua existência, materializadas, não atingem a vida da Pátria, rastejando cá em baixo entretidas em mesquinhas questões individuais e partidárias (...)."
De 1915 a 2016 vai uma certa diferença, não acham?
Querem voltar atrás?
quarta-feira, 20 de julho de 2016
Temos de respeitar o direito de alguns a serem burros. O problema é que, na Figueira, alguns abusam...
Tantos milhões gastos, para chegarmos aqui: "Requalificação do areal para aproximar a cidade ao mar"!..
Ouçam mas é quem sabe, por saber de experiência feita:
"... na pág. 8 do semanário “A Voz da Figueira”, de 13 de janeiro de 2016, com o anúncio da construção desta “milagrosa” obra onde irão gastar (estragar mais de 2,1 milhões de euros), fiquei perplexo!..
No entanto, os meus 91 anos não deveriam permitir que isso acontecesse! Mas, parece sempre algo que nunca nos passaria pela imaginação.
Afinal: devemos aproximar a Cidade do Mar, ou o Mar da Cidade?
Insisto: devemos procurar a todo o custo aproximar o Mar da Cidade, como no tempo em que a Figueira era a Rainha das praias.
Leva-me a crer que quem tomou esta iniciativa desconhece que foi a “Praia da Claridade” que deu a grandeza e beleza à Figueira e não será esta “milagrosa” obra que irá repor essa condição!
Na realidade, o extenso areal existe e todos sabemos qual a razão e, mesmo sabendo, foi decidido acrescentar o molhe norte!
O resultado está bem visível e é lamentável! Pelo que li, o areal distancia o mar da cidade 40 metros em cada ano!
Julgo que todos sabemos - ou o que nos leva a crer, nem todos - esta areia não pertence à Figueira e não deveria ali estar.
Enquanto não devolvermos ao mar as areias que lhe roubaram (e que lhe fazem falta) continuamos à sua mercê. O mar faz parte da natureza e o ser humano não tem poder para a dominar! Tem sim que a respeitar e, com inteligência, saber defender-se das fases nocivas.
Pelas razões que expus, terei, a contragosto e uma vez mais, de adicionar mais uma obra ao meu arquivo de obras “asnas” e gostaria que fosse a última, não porque na verdade já não terei muito mais tempo para o fazer, mas por deixarem de existir.
O mar deu brilho e riqueza à Figueira, à praia, à faina da pesca – com destaque para a do bacalhau -, grades secas, fábricas de conservas e indústria naval e a Figueira há muito lhe virou as costas."
Manuel Luís Pata, avisou em devido tempo, mas ninguém o ouviu...
Ouçam mas é quem sabe, por saber de experiência feita:
"... na pág. 8 do semanário “A Voz da Figueira”, de 13 de janeiro de 2016, com o anúncio da construção desta “milagrosa” obra onde irão gastar (estragar mais de 2,1 milhões de euros), fiquei perplexo!..
No entanto, os meus 91 anos não deveriam permitir que isso acontecesse! Mas, parece sempre algo que nunca nos passaria pela imaginação.
Afinal: devemos aproximar a Cidade do Mar, ou o Mar da Cidade?
Insisto: devemos procurar a todo o custo aproximar o Mar da Cidade, como no tempo em que a Figueira era a Rainha das praias.
Leva-me a crer que quem tomou esta iniciativa desconhece que foi a “Praia da Claridade” que deu a grandeza e beleza à Figueira e não será esta “milagrosa” obra que irá repor essa condição!
Na realidade, o extenso areal existe e todos sabemos qual a razão e, mesmo sabendo, foi decidido acrescentar o molhe norte!
O resultado está bem visível e é lamentável! Pelo que li, o areal distancia o mar da cidade 40 metros em cada ano!
Julgo que todos sabemos - ou o que nos leva a crer, nem todos - esta areia não pertence à Figueira e não deveria ali estar.
Enquanto não devolvermos ao mar as areias que lhe roubaram (e que lhe fazem falta) continuamos à sua mercê. O mar faz parte da natureza e o ser humano não tem poder para a dominar! Tem sim que a respeitar e, com inteligência, saber defender-se das fases nocivas.
Pelas razões que expus, terei, a contragosto e uma vez mais, de adicionar mais uma obra ao meu arquivo de obras “asnas” e gostaria que fosse a última, não porque na verdade já não terei muito mais tempo para o fazer, mas por deixarem de existir.
O mar deu brilho e riqueza à Figueira, à praia, à faina da pesca – com destaque para a do bacalhau -, grades secas, fábricas de conservas e indústria naval e a Figueira há muito lhe virou as costas."
Manuel Luís Pata, avisou em devido tempo, mas ninguém o ouviu...
PRAIA DA LEIROSA VAI TER CAMPO DE RELVA SINTÉTICA
"Foi aprovada, por unanimidade, na reunião de Câmara do passado dia 18 de julho de 2016, a minuta do protocolo a celebrar entre o Município da Figueira da Foz, o Centro de Recreio Popular da Marinha das Ondas(CRPMO) e a Celulose Beira Industrial (CELBI) S.A., com o objectivo de proceder à construção de um campo de relva sintética de futebol de 11, equipamento que estará também ao serviço do Clube Recreativo da Praia da Leirosa e, subsidiariamente e mediante preço a fixar com o acordo do Município, de todos os interessados. A obra, realizada em terreno do clube e orçada em cerca de 307.000€, contará com a comparticipação da CELBI em 65.000€, e contempla ainda diversos melhoramentos no campo de futebol de 5 do CRPMO, que ficará ao dispor de toda a população, respondendo assim aos anseios há muito manifestados pela comunidade local.
Com este protocolo, fazem-se assim convergir, para benefício da população, as atribuições do Município nos domínios dos tempos livres e desporto, em especial no tocante à promoção, apoio e desenvolvimento do desporto da população, em geral, e dos jovens, em particular; a missão assumida pelo CRPMO de promover o desporto e formar novos atletas na Praia da Leirosa, em especial no Futebol Formação, onde a instituição, fundada em 1978, tem já pergaminhos; e a responsabilidade social da CELBI, que pretende aliar o desporto de formação à criação de riqueza, emprego e desenvolvimento que preconiza para a comunidade vizinha da Praia da Leirosa.
Registe-se que Município manterá, pelo prazo de 20 anos, o direito de superfície sobre a construção."
Via Câmara Municipal da Figueira da Foz
Com este protocolo, fazem-se assim convergir, para benefício da população, as atribuições do Município nos domínios dos tempos livres e desporto, em especial no tocante à promoção, apoio e desenvolvimento do desporto da população, em geral, e dos jovens, em particular; a missão assumida pelo CRPMO de promover o desporto e formar novos atletas na Praia da Leirosa, em especial no Futebol Formação, onde a instituição, fundada em 1978, tem já pergaminhos; e a responsabilidade social da CELBI, que pretende aliar o desporto de formação à criação de riqueza, emprego e desenvolvimento que preconiza para a comunidade vizinha da Praia da Leirosa.
Registe-se que Município manterá, pelo prazo de 20 anos, o direito de superfície sobre a construção."
Via Câmara Municipal da Figueira da Foz
Da instabilidade...
O final do ano passado, como presumo se devem lembrar ainda, terminou chuvoso e frio.
E as pessoas queixaram-se...
Nos últimos dias temos tido muito sol, calor e algum vento.
E as pessoas continuam a queixar-se...
O clima, realmente, não é o que de mais instável existe nesta vida.
E as pessoas queixaram-se...
Nos últimos dias temos tido muito sol, calor e algum vento.
E as pessoas continuam a queixar-se...
O clima, realmente, não é o que de mais instável existe nesta vida.
terça-feira, 19 de julho de 2016
Haja Deus...
Um padre disse que a vida de um toureiro vale mais do que a de todos os comunistas!..
Nota de rodapé.
E se o toureiro for comunista?..
Nota de rodapé.
E se o toureiro for comunista?..
Na Figueira, difícil, difícil, é tentar contrariar a epidemia de "não notícias" de propaganda ao regime...
Todas as pessoas têm preço?
Esta é uma pergunta que se ouve fazer.
A resposta, creio que para a maioria das pessoas, seria negativa.
Porém, e se a pergunta fosse: as pessoas vendem-se?
Aqui, a resposta, creio que para a maioria das pessoas, seria: é evidente que sim.
A começar pelo trabalho e a acabar naquilo em que estão a pensar...
Contudo, custa muito interiorizar esta realidade.
Aleija e dói.
A verticalidade, de barriga cheia, custa pouco...
Muito pouco!
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