terça-feira, 24 de março de 2015

A morte levou um Mestre

imagem sacada daqui

"Cofres cheios"...

O Estado português, que só tem estes depósitos porque se endivida — e ainda a uma taxa média próxima de 4% — isso é particularmente grave.
... "dos 24 mil milhões de euros de excedentes, cerca de montante 18,5 mil milhões são colocados no banco central, onde a taxa de depósitos oferecida é de -0,2%. Isto significa que, para além de pagar juros pelos empréstimos que pede para ter este excedente, o Estado português ainda paga juros pelos depósitos que tem de fazer com este excedente. Ao ano, mantendo-se um nível de depósitos como os actuais, serão qualquer coisa como 40 milhões de euros que o Estado paga ao BCE para este lhe guardar os cofres cheios."

Mário Centeno, mais um mau sinal dado por António Costa

Sabem quem é um dos "12 alquimistas de Costa"?..
Em 2006 fez parte da Comissão do Livro Branco das Relações Laborais, que alterou o Código do Trabalho no sentido de mais “flexi segurança” (ficou só a flexi e pouca segurança)...
Como sempre acontece aos economistas liberais, na sua opinião a reforma falhou porque não foi suficientemente longe na precarização das relações laborais. Era necessário eliminar da equação os “insiders”, como os sindicatos. 
António Costa foi pedir ajuda a Mário Centeno para escrever o programa de governo do PS, porque a troika, Passos Coelho e Pedro Mota Soares alteraram a legislação laboral enormemente nos últimos anos, facilitando os despedimentos, retirando apoios ao desemprego, destruindo a contratação colectiva e arrasando os salários. 
No entanto, e apesar da destruição do direito do trabalho no sentido da precariedade, o desemprego não baixou e o emprego continua a baixar. 
O sonho de Centeno é o pesadelo que hoje se vive nas relações laborais e parece um mau sinal que António Costa convide este economista para vir adicionar gasolina ao inferno que são hoje as relações laborais.

Palavra, pequenos textos, poesia, tralha …

para ler melhor, clicar na imagem
Palavra dita, 
a força centrada na dicção
e na convicção... 
Mas, o que conta, é a palavra escrita, 
cheia de imagens, citações, 
metáforas, sugestões... 
A palavra, às vezes, sabe ser
uma forma de música: embala.
No fluxo imparável do acontecer,
a palavra, às vezes, pode ser: pala.

A palavra, quando dentro de nós, amacia,
mas, também, pode ser origem duma ralha...

Nos momentos em que cega: fica a azia.
A palavra pode ser apenas tralha.
Mas o que sensibiliza, verdadeiramente, 
e de modo intenso, 
é perceber, finalmente, 
que a palavra é um prazer imenso...

Uma lufada de ar fresco dada por um jovem de 78 anos...

É, para já, o primeiro candidato a avançar na corrida às eleições presidenciais.
Os socialistas ficaram preocupados. Augusto Santos Silva chamou "bobo" a Henrique Neto. "É um Beppe Grillo", berrou o Lello.
O PS parece que não tem nada controlado e o nervosismo do Augusto Santos Silva e do Lello demonstra isso.
O empresário Henrique Neto tem 78 anos e foi deputado entre 1995 e 1999, eleito pelo Partido Socialista, mas nos últimos anos tem sido uma voz crítica do partido. 
A candidatura a Belém vai ser apresentada “como independente de partidos e estará a ser preparada desde o ano passado e mantida em segredo até, ontem, segunda-feira”.
Se Henrique Neto conseguir candidatar-se mesmo, o PS tem razões para ficar preocupado...

De volta ao país do antigamente com oposição em “câmara lenta”...

Li aqui, que em 1957, um professor de inglês costumava fazer a seguinte comparação: na Inglaterra o estado é pobre e o povo é rico.
Em Portugal, já então, era o contrário: o estado era rico, mas as pessoas eram pobres.
A ministra das finanças que se vangloriou perante o país empobrecido de ter os "cofres cheios", não inventou nada: seguiu as pisadas de Salazar, que pôs o país a pão e água para encher os cofres do estado. 
De registar: a ministra teve o desabafo salazarista na passada quarta-feira
O líder do PS reagiu com quase cinco dias de atraso.
O país tem o maior partido da oposição a funcionar  em “câmara lenta”...
Dizem que Portugal recuou dez anos.
Infelizmente, parece-me que foram muitos mais...

segunda-feira, 23 de março de 2015

Já que andamos a brincar aos cofres cheios...

Tsipras e Merkel encontraram-se...
O PM helénico pediu à chanceler se lhe dispensava 50 mil milhões de euros só até amanhã, mas Merkel respondeu que o Multibanco ali perto estava fora de serviço e mandou-o ir bater à porta de Passos Coelho. 
“Esse é que está cheio dele. Tem os cofres cheios. O Paulo Portas até vem cá comprar-nos mais 12 submarinos na quinta-feira”, garantiu a senhora.

Estudantes recusam almoçar com Passos Coelho...

Eles sabem que não há almoços grátis.
E também sabem que  "os problemas não se resolvem em almoços"...

Importante é o que se faz

Não custa ouvir as pessoas, a crónica do vereador Somos Figueira, Miguel Almeida, hoje publicada no jornal AS BEIRAS, mostra que devemos avaliar as práticas que as pessoas defendem e não as pessoas em si mesmas. 
Devo dizer, porém, que sempre me foi difícil separar as pessoas das ideias que defendem, porque é nesta adesão às ideias (ou afastamento) que nos mostramos aos outros; que definimos aquilo em que acreditamos (ou não); que, afinal, somos o que somos. 
Contudo, a prática, para mim, é o mais importante.
Há muito aprendi que não vale a pena atacar as pessoas por serem de esquerda ou de direita, deste ou daquele partido, deste ou daquele clube, desta ou daquela religião. 
Tenho amigos de esquerda e amigos de direita. Tenho amigos adeptos de vários clubes. Tenho amigos de várias religiões e sem religião.
Interessa-me, sobretudo, o que as pessoas fazem na sua prática diária. 
Há pessoas de esquerda que, apesar dos ideais que apregoam, são incapazes de ajudar uma pessoa em dificuldades ou de se comoverem com o sofrimento alheio, assim como há pessoas de direita que são profundamente solidárias e sensíveis. 
Mais importante do que a religião, o clube ou a família politica em que se inserem, vale a pena avaliar as pessoas pelo que são e pelo que fazem.
Conheço pessoas que dizem que são contra as reuniões camarárias à porta fechada e pelas reuniões descentralizadas e, depois, com o seu voto, permitem que se faça o contrário no organismo a que pertencem.   

Um advogado feroz...

Ler aqui.

"Cofres cheios"...


“Cofres cheios”, a mais recente trica política...

Uma foto de Luís Carregã/As Beiras, que mostra um homem que
 gosta  de andar de carro com um livro de Salazar debaixo do cu!..
“2,7 milhões de pobres” depois e “uma dívida colossal”, Passos Coelho defende cofres de ministra, colaborando para manter acesa a mais recente trica política que está a dividir o país.

Vamos por partes.
Não sei se é verdade se “os cofres estão cheios”, pois este governo já me tentou enganar muitas vezes.
Contudo, isso eu sei, qualquer um pode ter cofres cheios se conseguir que lhe emprestem dinheiro. Essa, é a origem do dinheiro, a ser verdade essa dos cofres cheios - dívida adicional.
Os 17 mil milhões da almofada financeira que enchem os cofres, valem à volta de 10% do PIB, o que representa quase 1% do PIB em custos adicionais por ano que não servem a ninguém excepto aos que emprestaram o dinheiro.
O que Passos consegue neste discurso é acenar aos portugueses com “umas breves férias de luxo”, com dinheiro do banco, qual novo-rico, apesar de ter sido eleito a dizer que ia combater a dívida.
Quanto a mim, que não percebo nada disto, devia ser o contrário: ter os cofres vazios ou meio-vazios por estar a pagar a dívida, a tentar reduzi-la com vista a poupar nos juros.
Convém não esquecer este “pequeno pormenor”. Na história recente, nunca o nosso país esteve tão endividado.
Portanto, mesmo que usassem todo o dinheiro dos "cofres cheios" para resgatar dívida, continuava a estar mais endividado do que alguma vez o memorando previu.

Talvez alguns portugueses mais atentos e avisados tenham rido com as declarações da ministra e, depois, com as de Passos Coelho.
Não levem isto a brincar. Daqui até Outubro, vamos ter mais cenas deste calibre.
Parecem manobras políticas demagógicas, estúpidas e básicas, mas não o são e têm um objectivo preciso e concreto: impressionar e mexer os eleitores.
Os portugueses, 41 anos depois da queda da ditadura de Salazar/Caetano, ainda salivam com essa dos "cofres cheios".
Nada disto, porém, é inocente, ou impensado.
Esse é, aliás, um dos argumentos invocados por muitos para defenderem que estávamos melhor no tempo do Estado Novo.
Se no tempo de Salazar os cofres estavam cheios e havia reservas de ouro, era porque o governo era bom e poupadinho. A pobreza extrema, as perseguições políticas, o Tarrafal, a censura, eram apenas pormenores que em nada beliscam o “grande português que foi Salazar”.

Em 1962, António Oliveira Salazar sintetizou de forma clara a visão que tinha do seu Portugal: "Um país, um povo que tiverem a coragem de ser pobres são invencíveis".
Com o 25 de Abril de 1974, o país mudou, mas a maioria dos portugueses, a nível de mentalidade, não!
E Passos Coelho sabe disso.
Esta foto de Luís Carregã, mostra a espreitar debaixo do banco do carro oficial do Primeiro-Ministro, um livro sobre Salazar.   
Pormenor importante da foto, feliz e bem conseguida: a penumbra, faz lembrar o ditador que governou Portugal durante quase 40 anos. Mas é, apenas, Pedro Passos Coelho no dia 28 de Dezembro de 2012, data em que visitou o Museu Nacional Machado de Castro em Coimbra.
Mas mostra também que “o fascínio pelo ditador não liberta estas cabecitas tontas. Carregam com eles ódios de família, lamentações, vinganças surdas que nem eles entendem, mas têm de cumprir.”  

Cavaco está a fazer escola?..

Marcelo Rebelo de Sousa, este domingo, no habitual comentário semanal na TVI, analisando a actuação do secretário de Estado dos Assuntos Fiscais e do Governo em geral durante todo o caso sobre a alegada lista VIP de contribuintes.

1. O secretário de Estado, apesar de não saber distinguir o técnico do político, deixá-lo estar porque é um zero à esquerda.

2. O Governo não esteve bem na comunicação com os portugueses de um problema que é burocrático, da máquina fiscal, dos serviços públicos em auto-gestão, ninguém tem mão neles.


3. A máquina fiscal desautorizou o Governo, que não sabe comunicar com os portugueses e o secretário de Estado, que é um zero à esquerda e que não sabe distinguir o técnico do político.  

domingo, 22 de março de 2015

Olhar o mar traz-me paz, traz-me sossego, traz-me felicidade...

Eu, sportinguista, me confesso...

As pessoas estão de tanga, mas o país do governo está de cofres cheios!
Contudo, não devemos desesperar: os "salvadores da pátria" já estão de volta a Portugal para resolverem todos os nossos problemas.
Claro que nos vão pedir algo em troca – primeiro, o voto; e, depois, a habitual apatia, resignação e compreensão por irem tratar apenas das suas vidinhas...
Depois das eleições, mais uma vez, os portugueses (tirando a minoria do costume), assustados (num país como o nosso, ser apanhado de tanga é sempre confrangedor), vão engolir e suportar, mais uma vez, tudo.
Paciência, paciência, tudo se vai resolver, vão dizer-nos, mais uma vez os “salvadores da pátria”. Se assim acontecer – o que é provável - sou obrigado a reconhecer que os portugueses, podem momentaneamente perder a a paciência, mas continuam - digamos assim eufemisticamente - a não primar pela atenção e inteligência.
Lá para o final deste ano, depois de tempos duros, a que se seguiram tempos duríssimos, virão tempos ainda mais duríssimos.
O país, ao contrário do que nos querem fazer crer, está muito pior do que quando era governado por um primeiro-ministro que agora está detido preventivamente em Elvas!
Para já, pelo menos para mim, neste domingo de manhã, estou a viver uma pequena alegria. Ontem, Benfica e Porto esbarraram: um perdeu e o outro empatou. O Sporting, se ganhar hoje, aproxima-se dos dois...
E o que é um país governado por esta gente que lá está, e foi lá posta pela maioria dos portugueses, comparado com o futebol?
O que são as contas públicas, a falta de saúde, a escassez de educação, a carência de emprego, comparadas com o futebol?
É o futebol que nos redime. Que se lixe o défice de cidadania!