"A perspicácia era dispensável, já que toda a gente percebe que não é. A questão está em saber se o programa da troika é realista. E a verdade é que, tal como o do Syriza, também não é. Ou alguém acha que uma taxa de desemprego em 26% (60% nos jovens) e uma economia mais pobre em 30% sem garantia de crescimento futuro é alguma plataforma económica e política tolerável? É este o problema dos sistemas políticos dos países devedores do euro: o programa político e económico "respeitável" e "centrista" é tão radical e inútil que os extremos tornam-se aceitáveis."
LUCIANO AMARAL, Professor universitário
segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015
Uma Câmara Municipal é um órgão democrático do Poder Local...
O presidente só consegue impor a sua vontade se tiver o apoio ou a conivência da maioria dos vereadores...
A Figueira é o berço do Patriarca da Liberdade e uma Terra aberta e disponível para a democracia.
243 anos depois do seu nascimento, como entender que tivesse sido imposto por um executivo camarário PS, com maioria absoluta, tendo como presidente de Câmara o Dr. João Ataíde, reuniões camarárias realizadas à porta fechada?..
“É votada hoje a proposta dos vereadores do PSD que defende o fim das reuniões de câmara à porta fechada..."
Segundo o jornal AS BEIRAS, "o vereador Carlos Monteiro terá discordado". Por sua "o vice-presidente da câmara, António Tavares, também não esteve de acordo e recentemente assumiu, em público, que é apologista que todas as reuniões sejam abertas."
O PS não gostou desta frontalidade. O deputado municipal Mário Paiva, na qualidade de comentador do programa “Câmara oculta” da Foz do Mondego Rádio, afirmou que “o vereador António Tavares perdeu uma oportunidade de ficar calado”.
O jornal AS BEIRAS contactou os vereadores socialistas, incluindo o gabinete do presidente, para tentar saber como vão votar a proposta da oposição.
As respostas, embora evasivas, fazem adivinhar que tudo vai ficar na mesma. António Tavares adiantou que a proposta tem de ser previamente debatida pelo executivo, apontando o debate interno para a manhã desta segunda-feira.
Por sua vez, Carlos Monteiro lembrou que, “enquanto não se voltar a debater o assunto, a decisão está tomada”.
João Portugal, que acumula a vereação com a liderança local do PS, por seu lado, disse que mantém a sua posição, pois considera que “não houve nenhuma alteração que se justifique uma mudança”. No entanto, reitera que a reunião em que se discute e vota o orçamento do município deve ser aberta ao público, ao contrário do que aconteceu este ano, pela primeira vez na Figueira da Foz desde 1974.
Este foi, aliás, o pretexto para os contestatários à decisão de João Ataíde recolocarem o tema na agenda política.
Ana Carvalho também advoga que “uma reunião deve manter-se fechada ao público”.
Do gabinete da presidência o jornal obteve esta resposta: “Todas as considerações relativas à proposta apresentada pela coligação Somos Figueira [liderada pelo PSD] serão apresentadas em sede própria - reunião de câmara”.
Ironia do destino: é precisamente numa reunião à porta fechada que a oposição vai tentar alterar a situação, o que certamente dará muito jeito a António Tavares e João Ataíde...
Tal como previ, em devido tempo, a “coisa” continua a dar muito que falar e escrever!..
A Figueira é o berço do Patriarca da Liberdade e uma Terra aberta e disponível para a democracia.
243 anos depois do seu nascimento, como entender que tivesse sido imposto por um executivo camarário PS, com maioria absoluta, tendo como presidente de Câmara o Dr. João Ataíde, reuniões camarárias realizadas à porta fechada?..
“É votada hoje a proposta dos vereadores do PSD que defende o fim das reuniões de câmara à porta fechada..."
Segundo o jornal AS BEIRAS, "o vereador Carlos Monteiro terá discordado". Por sua "o vice-presidente da câmara, António Tavares, também não esteve de acordo e recentemente assumiu, em público, que é apologista que todas as reuniões sejam abertas."
O PS não gostou desta frontalidade. O deputado municipal Mário Paiva, na qualidade de comentador do programa “Câmara oculta” da Foz do Mondego Rádio, afirmou que “o vereador António Tavares perdeu uma oportunidade de ficar calado”.
O jornal AS BEIRAS contactou os vereadores socialistas, incluindo o gabinete do presidente, para tentar saber como vão votar a proposta da oposição.
As respostas, embora evasivas, fazem adivinhar que tudo vai ficar na mesma. António Tavares adiantou que a proposta tem de ser previamente debatida pelo executivo, apontando o debate interno para a manhã desta segunda-feira.
Por sua vez, Carlos Monteiro lembrou que, “enquanto não se voltar a debater o assunto, a decisão está tomada”.
João Portugal, que acumula a vereação com a liderança local do PS, por seu lado, disse que mantém a sua posição, pois considera que “não houve nenhuma alteração que se justifique uma mudança”. No entanto, reitera que a reunião em que se discute e vota o orçamento do município deve ser aberta ao público, ao contrário do que aconteceu este ano, pela primeira vez na Figueira da Foz desde 1974.
Este foi, aliás, o pretexto para os contestatários à decisão de João Ataíde recolocarem o tema na agenda política.
Ana Carvalho também advoga que “uma reunião deve manter-se fechada ao público”.
Do gabinete da presidência o jornal obteve esta resposta: “Todas as considerações relativas à proposta apresentada pela coligação Somos Figueira [liderada pelo PSD] serão apresentadas em sede própria - reunião de câmara”.
Ironia do destino: é precisamente numa reunião à porta fechada que a oposição vai tentar alterar a situação, o que certamente dará muito jeito a António Tavares e João Ataíde...
Tal como previ, em devido tempo, a “coisa” continua a dar muito que falar e escrever!..
domingo, 1 de fevereiro de 2015
A propósito da Grécia: Portugal não tem eleitores nem políticos com coragem...
Um dia destes, ouvi em directo num canal alternativo de TV (minuto 19),
que Portugal ainda tem mais uma etapa eleitoral para queimar...
O PS, que nos últimos 20 anos, foi o
partido que mais anos governou em Portugal, se as sondagens estiverem correctas, vai juntar mais uns à
conta.
Olhando para a realidade, tenho alguma
dificuldade em perceber como é que alguém pode continuar a
acreditar na capacidade do PS e do PSD em governar o país.
Na
primeira fase socialista, o dialogante Eng.º Guterres arranjou
maneira de desperdiçar condições conjunturais únicas para fazer
reformas. Na segunda fase, o Eng.º Sócrates arranjou maneira de
fazer o mesmo, desta vez esbanjando condições políticas únicas. O
primeiro demitiu-se quando o cenário deixou de ser do seu agrado. O
segundo foi obrigado a demitir-se.
Depois, veio mais uma vez, o PSD – desta vez de Passos Coelho – e o problema do défice continuou. As desigualdades sociais acentuaram-se: deveremos andar a competir lugares com a Letónia!..
Ainda acham que não é tempo de experimentar algo de novo?..
Depois, veio mais uma vez, o PSD – desta vez de Passos Coelho – e o problema do défice continuou. As desigualdades sociais acentuaram-se: deveremos andar a competir lugares com a Letónia!..
Ainda acham que não é tempo de experimentar algo de novo?..
A realidade em Portugal em 2015: dois milhões de pobres...
Padre Lino Maia, Presidente da CNISdiz que pior não passou e risco de pobreza mantém-se |
Portugal voltou aos níveis de pobreza e exclusão social de há dez anos. O país tem hoje dois milhões de pessoas com o triste estatuto de pobre, sendo que um em cada cinco portugueses é pobre.
Os dados foram divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) e percorrem os anos de 2013 e 2014.
Uma das grandes desigualdades revela-se ao nível da distribuição de rendimentos. Este é um cenário dramático e para quem, como o primeiro-ministro, diz que estamos melhores que há três anos, certamente que a privação e as dificuldades não lhe devem ter batido à porta.
A realidade, é que o "pior não passou e risco de pobreza mantém-se"...
Depois da Grécia
Mariano Rajoy: «dirigentes do "Podemos" não passam de uns tristes».
O poder instalado é parecido em todo o
lado: na Aldeia, no País e até na Espanha.
Esta gente nem se apercebe do
que lhes está a acontecer.
Estilhaçada que está a falácia de
que os partidos de protesto nunca chegariam a partidos de governo,
com a vitória do Syriza na Grécia, estão agora a defender que a
chegada ao governo moderaria o extremismo desses partidos,
confrontados com a dura realidade de não haver alternativa ao actual
estado de coisas.
Essa tese demonstra uma grave
ignorância histórica: os partidos extremistas têm uma ideologia
marcada, que querem a todo o custo aplicar quando chegam ao governo,
sob pena de perderem a sua razão de existir. Foi assim com a
revolução francesa, com a revolução russa, com todas as
revoluções comunistas subsequentes e ainda com a ascensão dos
regimes fascistas dos anos 30. Nesse aspecto, o velho slogan do Maio
de 1968 "sejamos realistas: exijamos o impossível" é uma
clara demonstração de que nem a mais dura realidade se consegue
impor a uma ideologia forte.
sábado, 31 de janeiro de 2015
A ganância ainda vai acabar por dar cabo disto tudo!.. (VI)
"O meu amigo António Agostinho tem vindo - ao longo de vários posts, no seu blogue "Outra Margem” - a denunciar a pulhice, a incompetência, a ganância e a má gestão que se consubstanciam, ano após ano, na erosão do litoral costeiro. Ele é particularmente sensível a este fenómeno porque é natural e habita na Cova-Gala, uma terra bastante vulnerável à avidez da ganância e aos avanços do mar.
.
Eu, que habito em Maiorca, uma freguesia interior, também podia testemunhar esse mesmo triunfo da estupidez e da ganância com provas documentadas: do empreendedorismo públicóprivado que levou ao actual estado de abandono, decadência e eminente derrocada do Paço de Maiorca, por exemplo. É o que farei aliás, em breve.
.
Fazemos ambos no entanto o papel do fedelho, da estória de Andersen, que diz que o rei vai nú. O problema é que, entre nós, toda a gente o sabe e ninguém se importa. A prova disto é o facto, não dispiciendo, de o senhor cavaco ainda ser presidente. Toda a gente sabe que o estupor é um escroque, vai nú (e é medonho) mas ninguém se ri nem sequer se importa.
.
Ao contrário porém de Agostinho, que parece acreditar numa putativa regeneração cívica - e daí na utilidade da denúncia pública - eu só o faço mesmo para memória futura. E, confesso, por pura derisão, e escárnio.
Perante o cinismo colectivo desta cidadania de merda (a consciência alargada de que “caladinho é que se vai longe”) é apenas do que sou capaz."
As voltas que a crise dá a certas cabeças...
Na edição de hoje do jornal I,
António Barreto diz que «gostaria de ver alguns ex-governantes
e banqueiros presos»...
Na noite de 9 de novembro de 2012, na
Casa da Música, no Porto, numa
conferência subordinada ao tema "Os novos comportamentos sociais e individuais", António Barreto não referiu a crise e os seus
efeitos.
Na altura, justificou a sua omissão
afirmando tê-lo feito propositadamente por, e cito-o, «ainda
não sabermos se estamos perante algo gravíssimo ou apenas perante
um epifenómeno»!..
sexta-feira, 30 de janeiro de 2015
Em honra de Manuel Moreira Carapito (Neco Pompeu), criador de Escultura popular de Cabeço de Mira, que morreu ontem aos noventa anos de idade
foto sacada daqui |
Ver vídeo aqui.
o Mar continua a invadir a freguesia de S. Pedro
foto António Agostinho |
O Instituto Português do Mar e da Atmosfera prevê, pelo menos até dia 31 de janeiro de 2015, períodos de chuva, por vezes forte e vento forte com rajadas da ordem dos 70 km/h no litoral e de
90 km/h nas terras altas.
"O distrito de Coimbra está em aviso laranja devido ao estado do mar. Estão previstas ondas de noroeste com 5 a 5,5 metros".
Os blogues são mesmo assim: vai-se fotografando e escrevendo e o que se escreveu e fotografou vai ficando lá para baixo - esquecido.
"O distrito de Coimbra está em aviso laranja devido ao estado do mar. Estão previstas ondas de noroeste com 5 a 5,5 metros".
Os blogues são mesmo assim: vai-se fotografando e escrevendo e o que se escreveu e fotografou vai ficando lá para baixo - esquecido.
Claro que grande parte das postagens é
o que merece. Contudo, há outras que deviam estar sempre à vista.
Uma das que eu gostava que ficasse aqui sempre bem visível para ver
se a gente não se esquece delas, são as que focam a erosão
costeira a sul do quinto molhe da Praia da Cova.
Não é por nada de especial, mas por
uma simples razão: a situação a sul do quinto molhe na orla costeira da freguesia de S. Pedro continua a ser branqueada e mal avaliada por quem de direito...
Mas os blogues são mesmo assim, os textos vão-se sucedendo, as ideias vão-se misturando e, aos poucos, a realidade vai sendo esquecida: o mar está a invadir a freguesia de S. Pedro.
A protecção da Orla Costeira Portuguesa continua a ser uma necessidade de primeira ordem... Mas os blogues são mesmo assim, os textos vão-se sucedendo, as ideias vão-se misturando e, aos poucos, a realidade vai sendo esquecida: o mar está a invadir a freguesia de S. Pedro.
Por isso tem de continuar a olhar-se, ao estado a que chegou a duna logo a seguir ao chamado “Quinto Molhe”, a sul da Praia da Cova.
Por vezes, como tenho vindo a alertar desde 2006, ao centrar-se a atenção sobre o acessório, vai-se perdendo a oportunidade de resolver o essencial para a vida quotidiana dos covagalenses...
quinta-feira, 29 de janeiro de 2015
A ficção em que vivemos...
O monumental "berro" do BES e da PT, em 2014, foi a mais clara demonstração da economia ficcional em que vivemos.
A Figueira do "fascismo de sacristia" ao "estado a que o concelho chegou"...
Apesar de me dizerem que não
acreditam na minha idade (isso acontece-me frequentemente...), os
anos passaram pelo corpo e pela alma com uma velocidade alucinante
- a barriguinha, fruto do palato cada vez mais guloso, é o que se
nota mais...
No que aos sentidos diz respeito,
vão-me valendo os ouvidos, cada vez mais apurados e mais
requintados - ouvem tudo e, ao mesmo tempo, só mesmo o que lhes
apetece...
Todos nós sabemos que as perseguições
espirituais são qualquer coisa potencialmente igual às perseguições
à séria - normalmente, começam devagarinho, frouxas e tímidas,
mas com o passar do tempo tornam-se robustas...
Porém, nunca tive medo do futuro, nomeadamente
os medos habituais: por exemplo, o medo de ficar sem emprego...
E, contudo, quase sempre vivi na
Figueira, cidade provinciana, sob vários aspectos periférica,
nomeadamente em termos culturais - temos um extraordinário porto de mar, mas livrarias, que é delas?..
Eu sempre fiz o que quis da minha
vida.
Quer dizer - na maior parte das vezes,
fiz o que pude.
E quem faz o que pode...
Não posso esquecer que quase sempre vivi na Figueira - numa cidade de “fascismo de sacristia”, antes do 25 de Abril, à cidade do “estado a
que o concelho chegou”...
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