sexta-feira, 3 de outubro de 2014

"Tecnoforma – com humor"

O humor é algo corrosivo, de fractura ao politicamente correcto, para suscitar o riso.
Se não fosse assim, «depois das explicações do PM sobre o caso Tecnoforma, receber dinheiro por trabalhar quase passava a ser falta de educação e egoísmo. Uma pessoa até se sentia mal por, ao fim do mês, ir receber o ordenado. (...)».

Na Aldeia... (XXVI)

A foto foi sacada daqui
Como fui feliz aqui!..
Esta imagem permanece no meu subconsciente, porque as imagens da juventude, marcantes e determinantes, fixaram afectivamente e para todo o sempre, o lado para onde olho em primeiro lugar, numa conversa sobre a Aldeia. 
É para esse lado que a maior parte dos covagalenses olha.
Porque foi assim que aprendemos a olhar em primeiro lugar e não há amor como o primeiro. 
Principalmente se esse amor, tem razões que a razão desconhece.

Tema "será discutido na próxima reunião da autarquia camarária"...

Como já tinha explicado ontem, o menu serve-se sempre embrulhado em papel bonito. 
O ornamento é conversa da treta para entreter os tansos do costume.
«Preço da água vai subir no litoral para poder descer no interior».

Que pouca vergonha!..

Que azar o meu: no banco, a minha conta, está com tão pouca roupa, que, por vezes, até penso que pode chegar ao striptease!.. 
Tal como o primeiro ministro, não gosto nada destas poucas vergonhas...
Era só o que faltava!..

quinta-feira, 2 de outubro de 2014

Viva o Estoril...

José Couceiro, treinador do Estoril.
«O sonho alimenta a vida»...
Pelo sonho é que vamos. 
E assim aconteceu...
Deu dois secos ao Panathinaikos!..

Anda Ricardo, fala...

 "...Os tipos garantem que há uma parte que teve de ser entregue a alguém em determinado dia“.
Como recorda o Observador:
"O negócio da compra dos dois submarinos pelo Estado português à Man Ferrostaal, em 2004, está a ser investigado há mais de oito anos. Até à data, foram constituídos arguidos no processo os três gestores da Escom, por suspeitas de corrupção ativa, tráfico de influências e branqueamento de capitais. Ainda não se conseguiu descobrir o rasto do dinheiro, apesar de existirem suspeitas de que um total de 1.1 milhões de euros, provenientes da comissão paga à Escom, tenha sido depositado nas contas do CDS-PP, entre 27 e 30 de dezembro de 2004."

O que interessa é o lucro do sector privado... O resto, é a habitual conversa da treta

Resumindo e concluindo a notícia hoje publicada no jornal AS BEIRAS.
Tendo em vista, a futura privatização há que tornar o cozinhado mais apetecível: juntam-se os 19 subsistemas existentes em apenas 5
Colocam-se os consumidores do litoral a pagar o lucro que o privado vai ter de ter com os consumidores do interior. 
Resultado: dinheiro, muito dinheiro em caixa.
Serviço Público é com o Estado, o privado é para ter lucro. 
Serve-se embrulhado em papel bonito.
O ornamento é conversa para entreter os tansos do costume.
«Preço da água vai subir no litoral para poder descer no interior».

A calamidade causada pelas inundações trouxe à tona as diferenças que continuam a ser uma característica da sociedade figueirense...

imagem sacada daqui
A Figueira é uma cidade dividida em duas: uma, o "Bairro Novo", relativamente chique, rica e mais ou menos livre de inundações; outra, descuidada, desertificada, pobre, feia e causticada por inundações constantes - a cidade velha que "fica nas zonas baixas"
São situações como esta que me fazem temer o que aconteceria na Figueira num caso de calamidade total imaginada por José Saramago em «O Ensaio Sobre a Cegueira», para mim, o seu melhor livro. Quem já leu, por certo se recorda. Quem ainda não leu, deve fazê-lo o mais urgente possível. 
Podemos não simpatizar com o Saramago, Homem, mas enquanto escritor tem méritos indiscutíveis. Há três obras dele que me marcaram profundamente: além de «O Ensaio Sobre a Cegueira», também o «Memorial do Convento» e «O Ano da Morte de Ricardo Reis» são livros magníficos que recomendo sempre com entusiasmo.

Na Aldeia... (XXV)

O decepcionante estado da Aldeia e o livro Portugal, Hoje O Medo de Existir, de José Gil...
É uma radiografia impressiva da nossa mentalidade e dos nossos comportamentos enquanto indivíduos e comunidade. Nas palavras do autor: «nada acontece, nada se inscreve na história ou na existência individual, na vida social ou no plano artístico.» 
José Gil aponta o dedo a uma sociedade fechada interiormente, a um país praticamente resignado e impotente em que o espaço público é fechado e sem debate político, onde a crítica «descamba maioritariamente no insulto pessoal ou no elogio sobrevalorizante»...
«Pensamos tão pouco, e de forma rotineira, geral e superficial...»
Também na Aldeia os males são públicos e notórios - desconhecimento das regras básicas de funcionamento da democracia, resignação perante os dissabores, medo de agir e conformismo geral.

quarta-feira, 1 de outubro de 2014

Vidas longas, blogues e coronéis...

Há vidas tão bem vividas e prolongadas, que até dão para confeccionar blogues, ter leitores, seguidores e detractores... 
Essa, é a razão simples que o autor deste blogue releva. 
A censura na Figueira continua a existir... 
Nunca deixou de existir, aliás.... 
O que é mudou depois do 25 de Abril de 1974? 
Dantes, a censura, era sobretudo o Exame Prévio - que era feito por uns certos coronéis reformados ... 
Agora, são outros os coronéis - os “coronéis” de um sistema que entretanto se implantou, que exercem a censura em nome de valores com os quais sempre encheram a boca, mas para inglês ver... 
A matéria informativa é seleccionada - e é dessa selecção que depende a credibilidade de um divulgador de notícias, seja jornal, rádio, tv ou agência nacional. 
Como muito bem têm sabido todos os políticos que passaram pelo poder, uma das primárias aplicações desta noção básica, torna-se essencial para a preservação da imagem positiva do poder que está - de passagem, como todo o poder sempre esteve na Figueira... 

Na Aldeia... (XXIV)

Aqui na Aldeia estamos a entrar em tempo de campanha eleitoral. 
São estranhas, extraordinárias e intercalares, mas são eleições, embora as campanhas, na Aldeia, já não sejam o que foram.
No tempo das vacas gordas, as campanhas para as eleições autárquicas, aqui na Aldeia, eram muito mais divertidas e participadas. 
Havia sempre quem disponibilizasse para a festa um porquito no espeto, umas sandes de carne assada, sumos, cerveja e vinho. 
Nesse tempo, era um regalo ser candidato a autarca na Aldeia. 
Nesta coisa de eleições locais, os meus conterrâneos queriam saber era do petisco e dos líquidos.  Foram dias e dias de animação no parque de Merendas...
Assim se construíram e cimentaram na Aldeia óptimas carreiras políticas. 
A Aldeia tinha os melhores fregueses do mundo: contentavam-se com pouco, não faziam exigências e eram generosos no dia das votações... 
Nada disto teria importância se tivesse havido, ao menos, uma feira do livro... 
Mas, para quê?.. 
Os livros só fazem mal às vistas...
Também poderia ter sido inaugurado um «Museu da Aldeia», sério, pedagógico, que servisse precisamente para se conhecer o passado e, isso sim, colocaria a terra no mapa e seria uma excelente maneira de festejar a Liberdade, que nos trouxe a freguesia de São Pedro em 1985. 
Com música pimba, porco no espeto, sumos, cerveja e vinho, acabámos «promovidos» a isto...

O idiota útil, mas com agenda escondida?..


José Pacheco Pereira: "na última semana antes das eleições primárias,
houve um encontro secreto entre o secretário-geral da UGT e o
primeiro-ministro. Segundo diz o oráculo governamental, Passos
Coelho convenceu o secretário-geral da UGT a aceitar o acordo
 sobre o salário mínimo. Tudo quanto é ministro, do primeiro ao último,
incluindo o ministro-viajante Paulo Portas foi lá à concertação social
(que eles desprezam todos os dias, a não ser quando têm a UGT no bolso)
para marcar a grande vitória do governo."
 "Negociado e assinado à socapa pela UGT, na pessoa do secretário-geral Carlos Silva, o homenzinho, crescidinho, do sindicalismo responsável e com "sentido de Estado",  o aumento miserável do salário mínimo nacional em €20 mensais é temporário, só vale até 31 de Dezembro de 2015, acaba depois das eleições legislativas e das fotografias de Carlos Silva, secretário-geral da UGT, ao lado de Pedro Passos Coelho, Paulo Portas e Pedro Mota Soares. Pior que ser correia de transmissão é ser idiota útil e carregar toda a vida na consciência, se a tiver, o peso da destruição do sindicalismo, da contratação colectiva e da descapitalização da Segurança Social."

A máquina do poder

"O que realmente se passa por dentro das campanhas eleitorais dos três maiores partidos portugueses e ninguém vê? Que truques utilizam? Como enchem os comícios de gente? Como decidem os temas dos discursos consoante as sondagens? Como encenam eventos com militantes que passam por cidadãos independentes? O que, de facto, acontece nos bastidores? As maquilhadoras que andam sempre atrás dos líderes, o champanhe que se abre em centros de idosos, as conversas de charme com os jornalistas que acompanham a caravana eleitoral, a preparação dos diretos para os telejornais ou o polémico dinheiro que serve para pagar as campanhas. Estes são alguns dos temas que nos permitem perceber como funciona A Máquina do Poder." 

Via Esfera dos Livros

segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Carta aberta a um presidente de câmara que quer ser ministro – de preferência da justiça...

Exmo. Senhor: 
Antes de tudo, os meus mais respeitosos cumprimentos a V. Exª. 

1. Agora, que já está eleito o seu elevador, inscreva-se urgentemente no PS. Vá aparecendo na sede do partido, ma não fale muito nesta fase. 
2. Depois de estar inscrito, não demonstre a sua opinião pessoal nas reuniões do partido. A melhor receita para ir longe é deixar que os outros se queimem com as suas opiniões...Vá andando e vendo. Aprenda com o seu vice-presidente...
3. Quando se iniciar a próxima campanha eleitoral, dado que a sua âncora é o candidato, continue a colar-se a ele que nem uma lapa. 
4. Entretanto, o que não é difícil, vá continuando a aparecer, cá pela Figueira e no distrito, várias vezes na comunicação social. 
Sobretudo, não esqueça as fotografias.  
O seu status social irá aumentar. Não esqueça: quem não é visto, é esquecido! 
5. Se assim fizer não se preocupe: agora que está eleito o seu candidato, V. Exa. será recompensado, pois ele gosta de cuidar dos que cuidam dele. 
6. Assim que tenha poder dentro do partido tenha cuidado: fale, mas não saia do politicamente correcto dentro da organização. 
7. Não esqueça de candidatar-se a um órgão partidário de fantochada. 
Os partidos – todos os partidos - têm dezenas de órgãos de fantochada. 
8. Agora, é fundamental que o novo chefe do partido e os que o rodeiam achem que V. Exa. é uma mais valia.
Se assim conseguir que aconteça, tem o caminho aberto para subir na hierarquia partidária. 
9. Cada caso é um caso, mas não esqueça que o seu é caso especial.
Não precisa, portanto, de calcorrerar o percurso habitual: primeiro assessor, depois deputado – e por aí adiante até chegar a Ministro. 
Se seguir este meu desinteressado conselho, V. Exa. será certamente recompensado pelo trabalho em prol do partido. 
O seu ego poderá naturalmente subir e ser avistado lá por Lisboa. 

Desde já, parabéns.
De V. Exa.
Muito atentamente
António Agostinho

Na Aldeia... (XXIII)

Nada é igual à vida real na Cova-Gala...