António Tavares, vereador do PS, hoje no jornal As Beiras. “Este
banalizar da opinião, manifestado sobretudo nos novos suportes com que hoje se
comunica, como as redes sociais, foi já alvo de análise de Nicholas Carr, um teórico
das tecnologias da informação, que se refere ao fenómeno utilizando conceitos como
os de “geração superficial” e de “comunicação oca” e por Andrew Keen, um dos
criadores das redes sociais, que numa frase sintetiza o fenómeno: “demasiada
opinião, pouco conhecimento”.
E, um pouco mais à
frente, escreve António Tavares. “É natural que, banalizada, oca, superficial,
efémera e líquida, a opinião, dotada de fraco conhecimento, serve de muito
pouco, sobretudo quando destila ódios pessoais e assenta na falta de estudo e
informação ou na deturpação maliciosa de factos. É preciso alinhavar para além
dela; como é usual dizer-se, não basta olhar, é preciso ver.”
Tal como, certamente, o vereador, agora, pelos vistos, também
colunista, conheço alguns ditos defensores acérrimos e indefectíveis do direito à opinião e da liberdade de
expressão, mas que, quantas vezes, não lhes apeteceu ver pessoas presas e torturadas, pelo que opinam ou pensam, ou, simplesmente, sei lá, pelo penteado que ostentam ou pelo que vestem!..
Ora bem, uma polémica destas, tratada assim, numa crónica de
jornal, em torno da liberdade de opinião, ou, melhor, dos meios onde agora a podemos exprimir, também pode fazer-nos recuar até ao século XX...
Todavia, para desgosto de
alguns, lembre-se, estamos no século XXI, a tal “sociedade do
espectáculo em que vivemos, despida de ideologias e valores.”
Como
escreve ainda António Tavares, “este “paleio” produz muito ruído e encrespa a espuma
dos dias.”
Não deixa de ter a sua ironia, que para derrubar a
lista de direita mais fraquinha que se candidatou à Câmara da nossa cidade (pelo menos de
que há registo na minha memória), todo o
PS figueirense se tenha tido de juntar nas últimas autárquicas movido por "interesses" - também pessoais...