Álvaro Cunhal dedicou toda a sua vida ao ideal e projecto
comunista, à causa da classe operária e dos trabalhadores.
Por isso mesmo, foi – e ainda é, creio eu – o político mais
odiado pela reacionária burguesia nacional.
E porquê?
Porque Álvaro Cunhal, provinha do seio dessa burguesia e aos
olhos dessa gente, limitada culturalmente e invejosa, por ter uma dedicação sem limites aos interesses
do povo português, da soberania e independência de Portugal.
Miguel Almeida, provem de uma família humilde.
Ao ter optado, há longos anos, por militar num partido de direita – neste momento,
com uma prática ultra neo-liberal - e ter tentado camuflar isso com um saco de
gatos chamado “Somos Figueira”, onde poderia caber tudo e todos, aos olhos dos
figueirenses, em geral, Miguel Almeida
cometeu uma dupla traição:
1. Para os pé-rapados, como eu, Miguel Almeida
nunca poderia ter o meu voto, pois estava a trair as pessoas e o povo de onde
provinha;
2. Para a burguesia figueirense, Miguel Almeida não
era merecedor do seu voto e da sua confiança, precisamente por ser um traidor
da sua verdadeira classe de origem. Por isso, nunca estiveram
incondicionalmente com ele.
Estão a ver, porque é que eu nunca tive dúvidas da derrota
de Miguel Almeida nas eleições autárquicas de 2013.
(Como escrevi
em 22 de Agosto deste ano (a mais de um
mês da realização do acto eleitoral, que confirmou a minha profecia), a política faz-se com habilidade, mas com coerência. Por isso, não
estou muito optimista com o que vai resultar de útil do
acto eleitoral de 29 de Setembro próximo para o concelho da Figueira
Uma coisa, porém, dou como adquirida.
Até ele já sabe
isso: Miguel Almeida é, desde já, um candidato derrotado.
Só admitiria
outro resultado se se verificasse uma das duas hipóteses, que são obviamente
completamente inverosíméis:
1 - Os
figueirenses desconheciam que havia outros candidatos...
2 - Os
figueirenses seriam os portugueses mais burros...
Como
não acreditava nisso, apesar de tudo, mantive-me sempre razoavelmente optimista...)