foto antónio agostinho |
quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013
quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013
Grândola Vila Morena ... o porquê a canção de Abril
Conto esta história na primeira pessoa, porque é a narrativa
de uma experiência de vida difícil de esquecer…
Há quem pense que foi a letra que fez do “Grândola” a canção
escolhida para “senha de avanço” na noite de 24 para 25 de Abril de 1974, que
foi o poema ou a figura de José Afonso, per se… mas não… se tudo isso pesou, e
pesou decerto, a composição do Zeca tornou-se o símbolo da revolução dos cravos
por um significado maior, que adquiriu menos de um mês antes. Foi num
acontecimento em que participaram muitos portugueses, de forma espontânea, mas
que passou relativamente despercebido na comunicação social de então, nesses
tempos em que a Imprensa, para falar de certas coisas, tinha que fazê-lo “nas
entrelinhas”…
Estava-se em Março de 1974.
A Casa da Imprensa organiza, no Coliseu dos Recreios, o
“Primeiro Encontro da Canção Portuguesa”.
Quase não aconteceu, porque a necessária autorização nunca
chegou. Segundo declarações de José Jorge Letria à Visão, trinta anos depois,
“O regime já estava nitidamente em fase de implosão. Quiseram derrotar-nos não
com uma proibição do Festival, mas com uma não-resposta. Até ao dia do
espectáculo ainda não sabíamos se tínhamos, ou não, autorização. Por volta das
17 e 30 do dia 29, quando cheguei ao Coliseu, já havia muita gente à volta, e
ao fundo da Avenida da Liberdade lá estava a polícia de choque… estava a
desenhar-se ali um confronto!”
O ambiente no país era tenso: menos de duas semanas antes
tinha ocorrido o golpe frustrado de 16 de Março, a censura dominava.
Eu trabalhava então como repórter free-lancer para o
programa “Limite” da Rádio Renascença (o tal que tocou o “Grândola Vila
Morena”) e fazia em média seis reportagens de exteriores por semana, com não
mais que uma a passar as malhas da censura.
Nessa noite, fui ao Coliseu, armado de gravador e uma grande
vontade de ouvir as vozes que os censores da rádio baniam.
O ambiente era quente, a despeito de uma primavera ainda
fria… os bilhetes tido sido todos vendidos e houve quem ficasse à porta. O
Governo fez deslocar para o Coliseu muitos agentes da ex-PIDE, que então se
chamava DGS, misturados com os espectadores.
A primeira coisa que vi quando cheguei foram dois
cavalheiros da censura a verificar as letras do que ia ser cantado – o visado
era Adriano Correia de Oliveira, depois seguiram-se todos, sem excepção – o
Zeca lá conseguiu ordem para cantar o Milho Verde e uma música alentejana que
não pareceu perigosa aos senhores do lápis vermelho, o “Grândola”…
Do palco, a música abraçou um Coliseu com cerca de sete mil
pessoas.
Ali estiveram Carlos Alberto Moniz e Maria do Amparo, Pedro
Almeida, Fausto, Barata Moura, Vitorino, Adriano Correia de Oliveira, Zeca
Afonso, Carlos Paredes, José Jorge Letria e Manuel Freire.
Tudo foi normal até à chegada ao palco do “cantor
andarilho”. Zeca cantou o Milho Verde e a plateia pediu as canções que mais
gostava… “Os Vampiros”, foi um grito que ouvi várias vezes.
Nessa altura, decidi sair dos bastidores e fui para a
plateia, gravar tudo mais de perto.
José Afonso ia dizendo que não podia cantar o que o público
queria… “Não pode ser, percebam… vamos cantar outra coisa”…
Foi então que se começou a fazer História.
Zeca cantou o Grândola. A meio, a plateia juntou-se-lhe,
depois o resto do Coliseu, e também os artistas que tinham estado em palco –
voltaram, deram-se braços, cantaram juntos, numa fila que enchia a boca de
cena.
A canção estava no fim, por essa altura… e foi natural que
nem chegasse a terminar, recomeçando agora a sete mil vozes!
Eu corria de pessoas em pessoa, recolhendo testemunhos que
não conseguia ouvir, microfone encostado às bocas…
O som era avassalador, uma música simples, uma letra que
todos sabiam, sete mil peitos em riste… até àquilo que foi a mais
impressionante manifestação espontânea que assisti em toda a minha vida!
Já o Grândola ia em fins de segunda volta, aconteceu o
inesperado…
… a certa altura, em vez de a música continuar alentejana, o
próximo verso foi o primeiro do Hino Nacional – assim, sem pausa, sem
transição, sem que ninguém tivesse dito nada… parece que foi um sentimento
colectivo que sete mil pessoas tiveram!
Grândola Vila Morena transformou-se em Heróis do Mar e foi
cantado da primeira à última estrofe, sete mil portugueses de pé a fazer vibrar
a sala com o hino da pátria amordaçada, numa repentina liberdade assumida ali e
então.
Nada poderia ter sido mais claro, nenhum grito faria mais
sentido.
Foi um momento que ficou escrito em letras de memória para
quem lá esteve, um momento inolvidável, uma pedra de História.
Tinha nascido a razão maior por que “Grândola Vila Morena”,
menos de um mês depois, se tornaria a escolha natural para uma senha que iria
abrir as portas a um pais novo!»
Pedro Laranjeira
As carreiras...
Um dia destes ouvi isto a um apoiante confesso de Miguel Almeida - Teo Cavaco de seu nome. Há anos, curiosamente, ouvi a mesma frase proferida por António Tavares - neste momento, vereador a tempo inteiro no executivo do dr.
João Ataíde…
Um gajo como eu ouve
estas coisas e percebe que faz bem em não se meter na política...
Nas campanhas
eleitorais diz-se tudo e mais alguma coisa… Às tantas, ainda era acusado por não ter uma carreira…
Atrapalhava qualquer um (Miguel Relvas não conta, é a excepção …), embora, no meu caso, não por ser mentira, mas, antes, porque seria uma certíssima afirmação.
Nem todas as profissões - seguir aquilo em que se acredita - permitem a profissionalização. Às vezes, são
apenas a resposta a uma vocação. A uma vontade. À satisfação de um gosto. Enfim, a uma realização pessoal.
Isso, claro, só tem valor para o próprio. O resto, o tal
viver disso, já exige dos outros validação e reconhecimento traduzido em contratos
e salários.
Seja como for, todas as carreiras profissionais acabam da
mesma maneira: normalmente, acabariam na
reforma - é certo que, algumas delas, doiradas... (Bom, já não é bem assim: nos tempos que correm, podem também desembocar no desemprego…)
Já aquilo que se é, na essência, é-se enquanto a vida dura e a despeito da
actividade pró “money”...
Autárquicas 2013 na Figueira... (da série, o que já lá vai e o que ainda aí vem…)
Miguel Almeida anda hiperativo, agitado, frenético…
É nas freguesias, é nos jornais, é na rádio, é na internet e noutros filmes...
Mas, até ao momento, pelo que ouvi e li, nada ainda exprimiu que suscite um debate, um sobressalto, uma inquietação, uma
expectativa sobre a Figueira e a resolução dos seus reais problemas.
Entretanto, a cerca de 7 meses das autárquicas, Ataíde (apesar da verdadeira oposição
– a que vem do interior do PS figueirense...), a CDU, o BE e o CDS continuam a descansar…
Selecção natural
«Cruel ironia. Na semana em que o Primeiro-Ministro descreve a economia portuguesa com mais uma das suas fórmulas trôpegas (“a selecção natural das empresas que podem melhor sobreviver está feita”), ficamos a saber, pelo Público, que nove empresários da restauração se suicidaram nos últimos três meses e 11 mil empresas do sector foram à falência.
José Manuel Esteves, secretário-geral da Associação de Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal, acrescenta que se trata muitas vezes de “microempresas de cariz familiar, e por isso as consequências são ainda mais gravosas”.
O Governo, entendamo-nos, não pode ser directamente responsabilizado por estas mortes. Mas a frieza dos números mostra a realidade, na vida das pessoas, do “processo de ajustamento” que Passos quer fazer passar por natural, inevitável e certo como uma lei da ciência. Vivemos acima das nossas posses? Pois agora morremos abaixo das nossas posses. As espécies, quando não se adaptam, extinguem-se, lá dizia o Sartre.
Se o Primeiro-Ministro tivesse um bocadinho de mundo fora das jotas, das empresas dos amigos dos concursos ganhos pela mão do Dr. equivalente Relvas, saberia que há metáforas insultuosas. Sobretudo quando vêm de um parasita que sempre fugiu à “selecção natural” graças aos favores de hospedeiros bem colocados.
A selecção natural actua por pequenos passos, mas até as espécies condenadas à extinção podem perder a paciência.»
Daqui
Se o Primeiro-Ministro tivesse um bocadinho de mundo fora das jotas, das empresas dos amigos dos concursos ganhos pela mão do Dr. equivalente Relvas, saberia que há metáforas insultuosas. Sobretudo quando vêm de um parasita que sempre fugiu à “selecção natural” graças aos favores de hospedeiros bem colocados.
A selecção natural actua por pequenos passos, mas até as espécies condenadas à extinção podem perder a paciência.»
Daqui
terça-feira, 19 de fevereiro de 2013
Os 19 presidentes de junta das freguesias que compõem o concelho de Cantanhede uniram-se para lutar, e travar, a reforma do território que o Governo quer implementar. Como tal, decidiram defender as suas freguesias até às últimas instâncias. Ontem, deram a conhecer que estão a preparar uma providência cautelar a que, conforme adiantaram ontem, “se seguirá a respetiva ação judicial”...
via AS BEIRAS
Lídio Lopes e António Tavares a carne para canhão do PSD e PS figueirenses?..
A lábia de Relvas…
O ministro dos Assuntos Parlamentares foi interrompido, por cerca de duas dezenas de pessoas, quando
discursava no Clube dos Pensadores. Os manifestantes, que cantaram «Grândola Vila Morena», exigiram
a sua demissão e gritaram «fascistas
nunca mais», «gatunos» e «demissão».
Face ao desempenho de Relvas, desta vez como cantor, é
espectável – caso seja possível ultrapassar as “razões financeiras” - que
seja ele a representar Portugal no próximo festival Eurovisão da canção…
Em tempo. Este post foi actualizado às 12 horas de hoje (19.02.2013) com o vídeo.
Por mais que me esforce, não consigo compreender o que terá passado pela cabeça do Relvas, ao pretender cantar com uma voz daquelas… Figura mais parva não conheço… Mas, o sucesso, vai ser efémero…
Autárquicas 2013 na Figueira... (da série, o que já lá vai e o que ainda aí vem…)
Na foto, sacada daqui: Jot Alves, Joao Filipe Carronda Antunes, Teo Cavaco e Antonio Jorge Pedrosa. |
Escutado ontem, no Câmara Oculta (FMR).
Cito de memória: “tenho uma carreira, tenho uma vida para
além da política. Apoio Miguel Almeida porque tem um projecto novo para a
Figueira” - Teo Cavaco, que, pelos vistos, ao que percebi (foi a primeira vez que ouvi o programa), é comentador residente (os outros são António Jorge Pedrosa e João Carronda), e apoiante e crente da candidatura de Miguel Almeida às próximas
autárquicas na Figueira da Foz.
Não conheço pessoalmente Teo Cavaco – é apenas meu amigo no
facebook – mas pareceu-me que apenas está com Miguel Almeida porque, a seu ver, este político apresenta um projecto novo para a nossa cidade e para o
nosso concelho, com ideias que lhe
merecem respeito...
Para mim, respeitável,
é algo exigente em política. A saber.
1.
Há aqueles homens e aquelas mulheres que são políticos
respeitáveis, apenas (o que não é pouco) porque, como seres humanos,
são merecedores de respeito, embora não
votemos neles.
2. Há aqueles homens e aquela mulheres que são
respeitáveis, porque se tornam políticos
suficientemente excepcionais e
motivadores para nos convencerem a votar neles.
3. E, depois há os outros e outras: aqueles homens e aquela mulheres que, quer como seres humanos, quer como políticos, não são respeitáveis.
O problema de Miguel Almeida é ser um político respeitável, a meu ver, apenas pelo ponto 1... Mas, admito - lá para outubro os figueirenses o confirmarão - posso estar enganado…
segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013
Relvas volta a pôr sobre os ombros das gerações mais velhas a responsabilidade da falta de emprego para os que agora tentam entrar no mercado de trabalho…
Estamos muiiitissimo bem entregues e com rumo definido e seguro...
Autárquicas 2013 na Figueira... (da série, o que já lá vai e o que ainda aí vem…)
Esta Figueira, está a pagar o preço de sermos dependentes, tementes e
subservientes – não todos, mas como colectivo.
Um concelho de homens
livres prospera; um concelho de gente subserviente definha.
Temos, exacta e
friamente, aquilo que merecemos – não individualmente, mas como colectivo.
Irraaaaaaaaaaaaa… Estou farto: “quer factura, dê-me o número de contribuinte”…
1. Eu não solicito nem quero factura, a não ser que me sirva para alguma coisa…
2. Se o Estado me quiser contratar como fiscal, estou aberto a propostas. Pode contactar-me por mail. Oferece condições, eu analiso e logo vejo se a proposta me interessa...
3. Para mim, à partida, todas as pessoas, incluindo os comerciantes, são honestas.
4. Se a fiscalização não está a ser bem feita, isso é por culpa de quem deveria ter a responsabilidade de realizar tal trabalho.
5. Se são ineficientes ou insuficientes, isso é lá com os cérebros que mandam neste país muito mal frequentado.
6. Mão de obra barata não deve faltar… (tenho ouvido dizer que estamos com uma taxa de desemprego bastante em conta…).
2. Se o Estado me quiser contratar como fiscal, estou aberto a propostas. Pode contactar-me por mail. Oferece condições, eu analiso e logo vejo se a proposta me interessa...
3. Para mim, à partida, todas as pessoas, incluindo os comerciantes, são honestas.
4. Se a fiscalização não está a ser bem feita, isso é por culpa de quem deveria ter a responsabilidade de realizar tal trabalho.
5. Se são ineficientes ou insuficientes, isso é lá com os cérebros que mandam neste país muito mal frequentado.
6. Mão de obra barata não deve faltar… (tenho ouvido dizer que estamos com uma taxa de desemprego bastante em conta…).
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