Quem tem a ousadia, como
é o meu caso, de desde 1976 ter
opinião própria e ter a veleidade, ainda por cima, de expô-la publicamente, especialmente em
meios pequenos, aprende, com o tempo, a lidar com as críticas à mensagem e os
ataques ao mensageiro.
Lido com isso há décadas. Apesar de nos quererem fazer crer
que vivemos num País e numa Terra de brandos costumes, já tive de tudo: desde
ameaças explícitas do patronato até
ameaças físicas…
Deixo à vossa imaginação o resto.
Embora correndo os riscos inerentes de quem ousa assumir a
vida em plenitude, ainda para mais num meio pequeno e medríocre como é a
Figueira, nunca, como hoje, foi tão importante escrever e ter opinião
livre – na Figueira e no País.
A falta de verdadeiros
órgãos de informação deixou o espaço livre para a propaganda.
Sabemos que, espaços como este, não passam de
D. Quixotes.
Contudo, nada é mais importante na vida do que ser livre.
Portugal, está longe
de ser uma nação civilizada. A Figueira, está longe de ser uma cidade aberta e
tolerante.
Num País moderno e numa cidade civilizada e adulta, o
pensamento e as ideias diferentes coexistiriam num contexto saudável, franco e aberto, sem
preconceitos, sem amputações provocadas por velhos ódios recalcados,
escondidos, latentes, perversos.
Por isso mesmo, por haver tanto caminho a percorrer até chegarmos
a uma sociedade livre e tolerante, todos não somos de mais para alcançarmos
essa aparente utopia.