quarta-feira, 25 de julho de 2012
Mediocridade
De 2006 para cá – ano em que nasceu este blogue - muita coisa mudou.
Ficámos a saber, pelo menos, uma coisa nova.
Os políticos medíocres (os chamados de segunda) reagem à bruta aos blogues cujo conteúdo não conseguem controlar.
As suas limitações democráticas exigem unanimidade.
Temos pena…
Há notícias felizes...
Um reformado do Banco de Portugal e respectiva esposa, para quem "tudo somado não deverá dar para pagar as despesas!.." |
Em comunicado, o Banco de Portugal diz que "não tendo sido consultado sobre a aplicação do artigo 25.º da Lei do Orçamento do Estado ao Banco de Portugal antes da aprovação da lei em novembro último, o Banco Central Europeu considera que as dúvidas suscitadas pelo Banco de Portugal devem ser avaliadas e decididas pelas entidades envolvidas na aplicação da lei ou pelos tribunais".
Em tempo.
Mais uma do ainda ministro Relvas: "Governo poupa administradores da RTP aos cortes salariais."
terça-feira, 24 de julho de 2012
Às vezes apetecia-me não ler livros, ver televisão, ouvir rádio, ler jornais e ter computador…
Parece incrível, mas é verdade!
Conheço gente que não quer saber o que se passa no mundo…
Não lêem livros, não vêm televisão, não ouvem rádio, não lêem jornais e não têm computador.
Mas, quando pergunto se sabem o que se passa em Portugal, a resposta surge rápida e pronta: "ouço dizer os outros na rua, que é só roubar, lá por Lisboa... E a polícia não faz nada…"
De facto, para que é preciso os livros, a televisão, a rádio, os jornais ou o computador?..
Esses meus conhecidos que não ligam a essas ninharias, sabem mais do que muitos que, lá por Lisboa, mandam no País...
Portugal não era a Grécia. A Espanha não era Portugal… Agora, deve ter chegado a vez da Alemanha dizer que não é a Espanha… E muito menos Portugal ou a Grécia…
Há uns meses atrás, o
Governo português andou armado em “carapau de corrida”, para se demarcar, custasse o que custasse, da Grécia. Depois, veio a Espanha a
dizer que não era Portugal.
Abreviando. Já nem dá para disfarçar: aqui pela Europa estamos quase todos na merda, interessa é fazer crer que se pertence aos que
estão menos na merda.
Qualquer dia, não me admira que a Alemanha venha dizer que
não é a Espanha, Portugal ou a Grécia. Ou vice-versa: a Grécia dizer que não é
a Alemanha!
A solidariedade europeia é tão enternecedora!..
Em causa está a sobrevivência da arte xávega
foto Pedro Agostinho Cruz |
Na linha do anterior governo
O teste está feito e, pelos vistos, com excelentes resultados!
Relvas já provou que as escolas são desnecessárias...
Portanto, é perfeitamente natural que o " Ministério da Educação encerre mais 239 escolas do primeiro ciclo do ensino básico no próximo ano lectivo".
Relvas já provou que as escolas são desnecessárias...
Portanto, é perfeitamente natural que o " Ministério da Educação encerre mais 239 escolas do primeiro ciclo do ensino básico no próximo ano lectivo".
segunda-feira, 23 de julho de 2012
A cartilha de Rui Rio ("as autarquias com dívidas não deveriam ter eleições...") e Manuela Ferreira Leite ("devia suspender-se a democracia por 6 meses") continua a fazer o seu caminho dentro do PSD...
Desta vez, foi o "nosso" primeiro-ministro a falar numa linguagem que o povo tão bem entende: "que se lixem as eleições"!..
18, 10 ou apenas 1 freguesias para a Figueira?... A verdadeira questão, quanto a mim, não é essa…
Antes do mais, a meu ver, convém esclarecer que aquilo que o actual governo quer impor às freguesias, não é uma
reforma político-administrativa, mas um
conjunto de alterações avulsas, coerciva e apressadamente gizadas, feita à medida do chamado plano de reajustamento, ou
Memorando de Entendimento (ME), celebrado pelo estado português sob a batuta do
governo socialista de Sócrates com a Troika (FMI, CE e BCE), e com o acordo do
PSD e CDS-PP.
Recorde-se que em Fevereiro de 2006, foi anunciado a Lei-Quadro de Criação de
Autarquias Locais, que passaria a chamar-se "Lei-Quadro de Criação, Fusão
e Extinção de Autarquias Locais". Aquela Lei visava pôr em marcha a fusão
de freguesias com dimensões mínimas. A operação, segundo o secretário de estado
que então tinha a tutela do assunto (Eduardo Cabrita), começaria nas áreas metropolitanas
de Lisboa e Porto, nos municípios com mais de 50 mil habitantes. É por esta
razão que António Costa veio, mais tarde, a iniciar um processo nesse sentido em
Lisboa.
Desde já, um ponto prévio.
Não sou defensor de que tudo, nomeadamente no que concerne às
organizações humanas, é eterno.
Daí, encarar como perfeitamente natural reformas dos sistemas
político-administrativos. Contudo, essas reformas têm de assentar em estudos
fundamentados e tendo em conta a realidade.
Reformas político-administrativas coerentes e sérias, só se justificam quando ocorrem três condições
fundamentais: necessidade comprovada de reforma (através do resultado de
trabalhos científicos, do debate e acção política e de comparações/imposições
internacionais), existência de tempo e de recursos para promover a reforma mais
adequada às circunstâncias e, finalmente, vontade de promover a reforma por uma
via democrática no referencial constitucional em vigor.
No actual momento, creio que não será estultícia apontar que
não se verificou nenhuma das três condições formuladas (salvo a imposição da
Troika, que não é coisa pouca).
Verifica-se, isso sim, que o governo quer impor um conjunto de
alterações no referencial autárquico desajustado ao caso concreto português, no geral, e à Figueira, em particular.
O ministro Relvas, que quase sempre se descontrola quando
aborda este tema, disse, há tempos, entre outras coisas, que esta reforma é
incontornável porque, pasme-se, a última tinha sido feita há 150 anos!
Esqueceu-se foi de clarificar qual seria o ciclo mínimo para fazer este tipo de reformas: 10, 20, 30, 40, 50, 60, 70 80, 90 ou 100 anos?
Além do mais, não é verdade que, no que às freguesias diz
respeito, a tal reforma tenha sido feita há 150 anos. O ministro confunde a
reforma administrativa municipalista liberal com a realidade, diferente, das
freguesias, porque essas só foram estabilizadas mais tarde, já no advento da
república. E, em todo o caso, seria bom recordar ao ministro que, Portugal, lá
por existir há cerca de um milénio, não tem que ser extinto!
Uma reforma séria, profunda e coerente de todo o universo
autárquico português, implica muito mais do que a questão simples, mas muito
polémica, do desenho administrativo territorial de municípios e freguesias.
A ANAFRE reagiu, então, de forma enérgica, e os jornais
passaram a dizer que o governo apenas queria agrupar algumas freguesias das
zonas urbanas. Depois, o assunto caiu no esquecimento.
O ministro Relvas, a própria Troika e António Costa, que já reduziu o número das freguesias de Lisboa,
não estão a tentar materializar nada caído do céu recentemente.
A questão, não obstante as suas características artificiais,
tem, pelo menos, seis anos.
Aqui chegados, impõe-se perguntar se, numa situação de
profunda crise económica, financeira e social, se deverá dar prioridade a
reformas deste tipo? Parece, a meu ver, que a resposta sensata, é negativa, até porque
é muito incerto que a redução do número de freguesias conduza, por si só, a uma
redução sensível das despesas públicas. Por esse mesmo motivo, e em coerência,
também não parece ser a altura mais adequada para avançar com a regionalização,
não obstante os seus méritos potenciais.
É quase surreal que, numa conjuntura como é a actual, se
queira forçar esta reforma, que seria sempre difícil e complexa em si mesma,
quanto mais quando conduzida sob a batuta coerciva e antidemocrática dos
princípios defendidos pelo ministro Relvas em nome da Troika.
Será que a maioria parlamentar, e o próprio primeiro-ministro,
ainda não perceberam que os conflitos "necessários e reais" que a sua
política socioeconómica impõem, já são mais do que suficientes para lhes
tornarem a vida difícil?
No caso concrecto da Figueira colocar a questão em 18, 10 ou
apenas uma freguesia, quanto a mim é um falso problema.
Quanto a mim, a
verdadeira questão é: para que servem as freguesias?.. E como servem!..
domingo, 22 de julho de 2012
José Vilhena
O homem chama-se José Vilhena e produziu, nos vinte anos que antecederam a Revolução de Abril, algumas das mas notáveis peças paraliterárias de resistência à ditadura.
Depois de 74, o seu humor mordaz continuou a incomodar os sucessivos poderes – tanto o poder revolucionário como o institucional que se lhe seguiria – mas isso não o impediu de manter, durante os trinta anos posteriores, uma actividade regular sem paralelo como autor e editor.
Com a Gaiola Aberta, primeiro, e depois com O Fala Barato, O Cavaco, ou O Moralista, Vilhena esteve sempre na primeira linha do humor, disparando sem dó nem piedade contra políticos e militares, padres e bispos, reis e princesas e demais figuras públicas e privadas que se pusessem a jeito. As publicações periódicas foram o seu meio privilegiado de comunicação, no regime democrático. Antes disso, eram os livros, pela simples razão de que, sobre eles, não existia a obrigatoriedade de submissão à censura prévia. Em contrapartida havia sempre o risco da apreensão posterior, coisa que Vilhena conheceu bem: com cerca de 40 títulos capturados pelos esbirros do regime foi, seguramente, o autor mais perseguido pelo lusofascismo.
Fez no passado dia 7, 85 anos de idade.
Todavia, com excepção da meia dúzia de amigos e admiradores que estiveram presentes numa pequena homenagem organizada em Lisboa pelo Museu da República e Resistência, quase ninguém se deu conta da efeméride.
Com atraso e graças à boleia do meu Amigo Fernando Campos, fica uma saudação ao Homem de carácter e Mestre do humor em Portugal.
Depois de 74, o seu humor mordaz continuou a incomodar os sucessivos poderes – tanto o poder revolucionário como o institucional que se lhe seguiria – mas isso não o impediu de manter, durante os trinta anos posteriores, uma actividade regular sem paralelo como autor e editor.
Com a Gaiola Aberta, primeiro, e depois com O Fala Barato, O Cavaco, ou O Moralista, Vilhena esteve sempre na primeira linha do humor, disparando sem dó nem piedade contra políticos e militares, padres e bispos, reis e princesas e demais figuras públicas e privadas que se pusessem a jeito. As publicações periódicas foram o seu meio privilegiado de comunicação, no regime democrático. Antes disso, eram os livros, pela simples razão de que, sobre eles, não existia a obrigatoriedade de submissão à censura prévia. Em contrapartida havia sempre o risco da apreensão posterior, coisa que Vilhena conheceu bem: com cerca de 40 títulos capturados pelos esbirros do regime foi, seguramente, o autor mais perseguido pelo lusofascismo.
Fez no passado dia 7, 85 anos de idade.
Todavia, com excepção da meia dúzia de amigos e admiradores que estiveram presentes numa pequena homenagem organizada em Lisboa pelo Museu da República e Resistência, quase ninguém se deu conta da efeméride.
Com atraso e graças à boleia do meu Amigo Fernando Campos, fica uma saudação ao Homem de carácter e Mestre do humor em Portugal.
A Figueira no Tour!
José Santos, dava aulas de Educação Física na Figueira da Foz, mas ao fim de vinte anos foi colocado na mobilidade.
Surf Adaptado na praia da Cova-Gala (II)
Organizado pela SURFaddict – Associação Portuguesa de Surf Adaptado, esta iniciativa teve como principal objetivo “alertar e criar condições para que as escolas recebam as pessoas com deficiência na prática dos desportos de ondas”.
Para ver o trabalho fotográfico de Pedro Agostinho Cruz, sobre o que se passou na manhã de ontem na praia da Cova-Gala, clique aqui.
Para ver o trabalho fotográfico de Pedro Agostinho Cruz, sobre o que se passou na manhã de ontem na praia da Cova-Gala, clique aqui.
E se o senhor da imagem tiver razão?..
Isto das dívidas soberanas é assim um bocado estranho. De um dia para o outro começou a falar-se em risco de incumprimento, as dívidas dispararam, levou tudo as mãos à cabeça e pronto, ficou tudo de pernas para o ar. Em parte, portanto, é bolha. Se o risco cair amanhã, como começou a subir num certo dia - sem razão aparente - imediatamente as economias da zona euro ficam um brinco.
Então por que não baixa o risco? Parece que há qualquer coisa a segurá-lo, não é? Por exemplo, Portugal tem ouro, tem um povo muito sereno, paz, recursos naturais.
Quem olha para Portugal não pode ver uma ameaça ao seu investimento. Com mais risco temos o Brasil, que sofre mais com a instabilidade política interna e da região. Então, por que razão permanece este risco mais ou menos constante sobre a maioria das economias europeias? E por que razão não declarámos já a bancarrota e andamos sempre neste limite? É porque se os europeus fossem um bife, eu diria que estão no ponto. Nem crus nem estorricados. É isto mesmo que convém a uma eventual estratégia de baixar salários e eliminar direitos para tornar a Europa mais competitiva.
Ah, pois é: "e se o maluco da foto tiver razão?"
sábado, 21 de julho de 2012
Morreu uma grande Senhora
Faleceu esta sexta-feira em Lisboa, Helena Tâmega Cidade Moura ( 1924 - 2012),
a responsável pela maior campanha de alfabetização logo a seguir ao 25 de Abril.
Deputada do MDP/CDE e activista da Civitas, teve uma vida dedicada à
batalha pela literacia e pela liberdade.
Quando a teoria não acompanha a realidade o que deve mudar: a teoria ou a realidade?
“Isaltino Morais poderá não estar impedido de se recandidatar à câmara de Oeiras. O autarca tem sido apontado como um dos nomes abrangidos pela lei da limitação de mandatos, mas há dúvidas jurídicas sobre a sua inelegibilidade – a ponto de, ao que o i apurou, terem sido pedidos pareceres jurídicos sobre o caso.
Em causa está o facto de Isaltino Morais ter interrompido o mandato para o qual foi eleito em 2001 – um ano depois, suspendeu funções para ir para o governo de Durão Barroso. E em 2003, já sob o escândalo das contas na Suíça, acabou por apresentar a renúncia, pelo que, quando a lei da limitação de mandatos entrou em vigor, Isaltino não desempenhava funções autárquicas.”
Via jornal i
Em causa está o facto de Isaltino Morais ter interrompido o mandato para o qual foi eleito em 2001 – um ano depois, suspendeu funções para ir para o governo de Durão Barroso. E em 2003, já sob o escândalo das contas na Suíça, acabou por apresentar a renúncia, pelo que, quando a lei da limitação de mandatos entrou em vigor, Isaltino não desempenhava funções autárquicas.”
Via jornal i
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