terça-feira, 8 de maio de 2012

Morraceira - pedaço de terra que, apesar de tudo, ainda sobressai no meio do estuário de um rio...

Morraceira vista da Ponte Edgar Cardoso. Foto sacada daqui.
Na Morraceira, laboraram dois estaleiros navais  (Carreira Naval Figueirense e  Estaleios Navais do Mondego) – e estão encerrados. Ficaram centenas de trabalhadores no desemprego.
Na Morraceira, laboraram três secas do bacalhau (Sociedade de Pesca Oceano, Atlântica Companhia Portuguesa de Pesca e Luzitânia Companhia de Pesca) – e estão todas inactivas. Ficaram centenas de trabalhadores no desemprego.
Na Morraceira, laborou uma Fábrica de Vidros há muito encerrada. Ficaram centenas de trabalhadores no desemprego. Na Morraceira, existia um restaurante famoso (O Covil do Caçador) e a tasca do Bispo onde se comiam umas saborosas sandes de chouriço e se bebia um copo de três ou  uma mini por uns parcos escudos. Fecharam há alguns anos.
Na Morraceira, existia uma fábrica de malhas (SCOTTWOOL (PORTUGAL) - MALHAS E CONFECÇÕES, SA) – que encerrou. Ficaram centenas de trabalhadores no desemprego.
Na Morraceira, apesar de tudo, ainda laboram todos os dias dezenas de pessoas. Em funcionamento, existe ainda uma creche e jardim de infância, algumas pequenas unidades industriais, um restaurante, uma venda de marisco para a pesca lúdica, piscicultura e extracção de sal.
Contudo,  a Morraceira é, nos dias que correm,  uma sombra do passado.
A Morraceira, recorde-se, teve o aeródromo concelhio e até um campo de futebol!..
Morraceira, um pedaço de terra que sobressai no estuário do Mondego, apesar de continuar  entregue praticamente ao abandono, a aguardar pelo desejado plano geral de requalificação... 

A Serra da Boa Viagem vista da praia do Hospital


Será que nesta foto de Pedro Daniel Santos não está patente a erosão das dunas situadas entre a praia do Hospital e o Cabedelo?

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Pergunta de algibeira


Aqui onde me encontro, a mais ou menos 50 km de Lisboa, a falta de electricidade  acontece, na maioria das vezes, em dias como o de hoje: de bastante chuva chuva e algum vento…
A propósito…
Alguém sabe  porque é que quase toda a gente chama falta de luz à falta de electricidade?..
Confesso que nunca vi  ninguém  chamar  falta de fogão à falta de gás, ou falta de torneira  à falta de água!..

Lideranças localizadas…

Deles, podemos dizer que são dois vencedores do poder localizado...
Cresceram como líderes, em  freguesias e Terras menorizadas durante gerações pelo centralismo e arrogância figueirenses. Fizeram da exploração dessa fraqueza a alavanca dos seus sucessos eleitorais.
Ambos se especializaram numa retórica primária, usando as identidades locais com aparente entusiasmo, muita demagogia  e alguma subtileza.
José Elísio, percebeu que a dimensão política da sua freguesia e a sua identidade histórica própria poderia ser um dos pilares das suas reinvindicações. Carlos Simão entendeu que a manipulação da rivalidade local seria a lógica ideal para aplicar na relação com o eleitorado.
O povo elege-os e não quer saber do que fizeram ou fazem para continuarem a ganhar.
Outra característica, esta em  comum e, porventura,  a mais interessante, para a reflexão em torno do que eles consubstanciam e representam no fenónemo político que se instalou em Portugal, após Abril de 1974, está no facto de ninguém lhes conhecer nas respectivas  “ilhas” de influência, sucedâneos à altura dos feitos passados, ou tão-só do carisma do presente.
À volta do autarca de Lavos, gravitam figuras cinzentas, perfeitamente adaptadas à imagem de marca de José Elísio – “Ou vai, ou racha”!... Em redor de Carlos Simão, pululam figuras folclóricas para compor o ramalhete, sem voz nem vontade próprias, o que é o ideal para a estratégica pessoal do chefe.
Não sei, de todo, se esta incapacidade de criar legados de liderança, é a matriz do traço cultural de Lavos e da Cova-Gala, ou uma consequência da mudança de paradigma ocorrida em Portugal desde 1974….
Sei, isso sim, que é urgente que chegue ao poder uma nova  geração de lideres...
E não só em Lavos e na Cova-Gala….
Isto, a meu ver, é urgente em todo o País…

O europeu está quase à porta...


Vestir uma fatiota de apoio à nossa selecção, não é o mesmo que fazer desporto. 
Mas, pode revelar-se uma imagem bastante  apelativa e sugestiva...

Em defesa da Linha do Oeste

Mais de 160 pessoas viajam hoje de comboio entre S. Martinho do Porto (Alcobaça) e a Figueira da Foz, em protesto contra a intenção do Governo de encerrar o serviço de passageiros no troço norte da Linha do Oeste.  
A partida está agendada para as 08H45, em S. Martinho do Porto, no concelho de Alcobaça, onde, segundo os organizadores, “vão concentrar-se pessoas de Caldas da Rainha, Turquel, Alcobaça, Alfeizerão e Valado dos Frades”.
Os manifestantes participarão num almoço, na Figueira da Foz, durante o qual serão feitas intervenções em defesa da linha, cujo serviço de passageiros o Governo admitiu querer encerrar, ainda que o secretário de Estado dos Transportes, Sérgio Monteiro, não tenha avançado prazos para uma decisão final ao falar sobre o tema em abril.

Via AS  BEIRAS

Promoções...


Vários economistas já questionam a nossa adesão ao euro, apesar da euforia colectiva da altura. Portugal produz para ter uma moeda ao nível do marco alemão?
Os governos – foram dois – que aceitaram entrar no euro, prestaram um péssimo serviço a Portugal. Puseram nas mãos dos portugueses uma moeda forte, com os juros que a Alemanha pagava.
Mas tirando o PCP e o João Ferreira do Amaral, toda a gente dizia que o euro era uma maravilha… Andava tudo alucinado?
Eu não andava.
Mas então porque andavam todos os outros eufóricos?
Se lhes oferecem dinheiro, as pessoas querem dinheiro.
Uma espécie de 50% do Pingo Doce?
Vê no curto prazo a hipótese do fim do euro?
Vejo como possível o fim do euro. Há uma certeza: este euro que existe está assente em muito más bases.
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Entrevista completa aqui.

Au revoir, Sarkozy!


sábado, 5 de maio de 2012

E pronto: já que não se pode ter tudo, bom fim de semana

"Portugal está melhor, mas os portugueses estão pior".
Um ano depois de Portugal ter assinado um acordo de ajuda externa com a "troika", fiquem com as palavras do antigo ministro da Segurança Social, fervoroso católico e adepto do Benfica, Sua Excelência o Senhor Engenheiro António Bagão Félix. O Portugal da arraia miúda só é lembrado pelos grandes quando chega hora dos grandes sacrifícios. Aconteceu durante as diversas guerras, desde a fundação da Pátria até à guerra do Ultramar, e aconteceu na actual crise económica... Atente-se...
"As medidas ao nível do rendimento disponível, dos salários, das pensões e ao nível dos contribuintes, dos impostos, foram tomadas rapidamente".
Já medidas como a renegociação das Parcerias Público-Privadas, (PPP) a questão das rendas excessivas no sector eléctrico ou a possibilidade de algum aumento da carga fiscal sobre rendimentos mais elevados ou bens de luxo, é para serem tomadas devagar, devagarinho...
Até o Bagão Félix percebe "que o reformado não tem advogados, o funcionário não tem advogados e as PPP têm bons advogados…"

Até às crianças, Senhor?..

Certa gente,  perdeu  a noção de todos os valores e tripudiou sobre as mais elementares regras de convivência. Lenta mas inexorável uma endemia de dissolução continua a alastrar, de tal forma, na sociedade portuguesa, que põe em causa a própria razão do ser... 
"Braço-direito de Óscar Silva morreu e tinha deixado cheque de 45 mil euros para a filha, de nove anos. Economista recusou entregar verba, que passou por "offshore" O economista que liderou o BPN-Créditus foi condenado a pagar 58 mil euros à filha do seu antigo braço-direito. Em tribunal foi dado como provado que desviou dinheiro destinado à criança, então com nove anos."
Citando Augusto Gil:
Quem já é pecador 
sofra tormentos, enfim! 
Mas as crianças, Senhor, 
porque lhes dais tanta dor?!... 
Porque padecem assim?!...


Karl Heinrich Marx

Dele, disse o seu inseparável amigo Engels no seu funeral:

"A luta era o seu elemento. E ele lutou com uma tenacidade e um sucesso com quem poucos puderam rivalizar. (…) Como consequência, Marx foi o homem mais odiado e mais caluniado do seu tempo. Governos, tanto absolutistas como republicanos, deportaram-no dos seus territórios. Burgueses, quer conservadores ou ultrademocráticos, porfiavam entre si ao lançar difamações contra ele. Tudo isso ele punha de lado, como se fossem teias de aranha, não tomando conhecimento, só respondendo quando necessidade extrema o compelia a tal. E morreu amado, reverenciado e chorado por milhões de colegas trabalhadores revolucionários - das minas da Sibéria até à Califórnia, de todas as partes da Europa e da América - e atrevo-me a dizer que, embora, muito embora, possa ter tido muitos adversários, não teve nenhum inimigo pessoal."

Momento filosófico!..



Ontem, em Portugal, o país que mais cortou nos salários do Estado em 2011 e onde a redução da massa salarial superou a meta inicial negociada com a troika, o primeiro ministro em exercício há quase um ano considerou que o "modelo de crescimento assente em baixos salários é modelo de empobrecimento"!.. 
Hoje, em Portugal, que  volta a ser o que mais corta em 2012, isto só pode ser encarado como um momento filosófico...

Eu acredito neste cavalheiro...

Eu até acredito mais: de certeza que Soares dos Santos nem sabia  que o Pingo Doce se chamava Pingo Doce... 
Mais ainda: neste momento o dono do Pingo Doce deve estar surpreendidíssimo  com o facto de o Pingo Doce se chamar Pingo Doce!.. 

sexta-feira, 4 de maio de 2012

Só para desanuviar, que o tempo hoje não vai dar para mais e já estou farto de blogar sobre o pingo doce...

foto Pedro Agostinho Cruz, sacada daqui



É Primavera, mas continua e chover… 
Coelho, faz o que não prometeu 
e anda a culpar disso
quem o antecedeu. 
Nisso, 
é preciso ter galo,
esta Primavera não se distingue de Verões, 
Outonos e Invernos passados:
os portugueses gostam de levá-lo
e de serem governados  por aldrabões!.. 
Estão no seu pleno direito,
ao meterem-se a jeito... 
Vamos é a ver
quem vai conseguir sobreviver?..