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sexta-feira, 31 de outubro de 2025

Santana garante que "seja qual for a utilização que lhe vier a ser dada, será aberto ao público"

Via Diário as Beiras

MONUMENTO NATURAL

"O Cabo Mondego é um sítio classificado como Monumento Natural desde 2007. A classificação deve-se à sua internacionalmente reconhecida relevância geológica pela comunidade científica. Mas também paleontológica, devido às pegadas de dinossauros e fósseis de várias espécies. A Serra da Boa Viagem faz parte do Cabo Mondego, cuja paisagem a exploração de cal, suspensa em 2013, descaracterizou. O Município da Figueira da Foz pretende reabilitar aquela área incluindo as instalações da antiga unidade industrial. O presidente da câmara, Santana Lopes, ressalvou que aquele espaço terá usufruto público."

ÂNCORA DO GEOPARQUE

" Desde 2021 que a associação de desenvolvimento ADELO trabalha na candidatura do Geoparque do Atlântico, tendo o Cabo Mondego como “âncora”. De resto, este monumento natural foi o ponto de partida para a primeira candidatura a geoparque da UNESCO, com o nome do citado cabo. O Município da Figueira da Foz desistiu da candidatura, já numa fase avançada, porque a UNESCO passou a exigir uma escala maior, e foi neste contexto que a AD-ELO entrou em ação com o Geoparque do Atlântico, alargando-o aos territórios dos concelhos de Cantanhede, Mealhada, Mira, Montemor-Velho e Penacova."

Para ler melhor clicar na imagem.


sábado, 5 de julho de 2025

O concelho da Figueira está preparada para receber as autocaravanas?

Houve uma “explosão do autocaravanismo e Portugal sofreu uma invasão, mas não se está a conseguir adaptar”.
O que se passa em Portugal, acontece na Figueira.
Onde é que estão as estações de serviço e áreas de acolhimento?
As estruturas não têm de ter “custos exorbitantes”, bastam coisas “básicas” para garantir a manutenção.
Na Figueira, a solução passa, segundo mostraram os «os associados da ACIFF que responderam a uma consulta, por uma larga maioria»,  por «uma preferência para uma deslocalização do parqueamento destas viaturas para uma zona mais periférica da cidade da Figueira da Foz».
Que o mesmo é dizer, levar as caravanas para Sâo Pedro, Costa de Lavos ou Quiaios.
É sempre o mesmo: o que não interessa à cidade, manda-se para as Aldeias.
Recordo o sempre actual Manuel Luís Pata, numa das inúmeras e enriquecedoras conversas de café que ao longo da minha vida tive com ele: “A Figueira nasceu numa paisagem ímpar. Porém, ao longo dos tempos, não soubemos tirar partido das belezas da Natureza, mas sim destruí-las com obras aberrantes. A única obra do homem de que deveríamos ter orgulho e preservá-la, foi a reflorestação da Serra da Boa Viagem por Manuel Rei. Fez o que parecia impossível, essa obra foi reconhecida por grandes técnicos de renome mundial. E, hoje, o que dela resta? – Cinzas!..”
Imagem: Diário As Beiras
Para ver melhor clicar em cima

quinta-feira, 3 de julho de 2025

Foi durante mais de 20 anos factor de preocupaão para moradores e comerciantes

Na década de 80 do século passado, a Figueira foi desfigurada (o Edifício Trabalho é dessa época) por um urbanismo pobre, condicionado pelos interesses privados que “capitalizaram cada metro quadrado”. 
Depois de anos e anos de peipécias várias, as obras de reabilitação começaram no início do ano de 2022. "O edifício deverá começar a ser habitado até ao final do verão"...
(para ver melhor clicar na imagem)

O Edifício "O Trabalho", uma das mais famosas telenovelas figueirenses, foi construído na segunda metade da década de 1980.
Em declarações prestadas ao DIÁRIO AS BEIRAS em dezembro de 2017, o engº. Daniel Santos afirmou que o edifício “nunca devia ter sido construído. Não se trata apenas de um problemas estético, que retirou harmonia, trata-se de uma questão funcional, porque criou problemas de insolação, por causa do ensombramento que ele projecta nos outros edifício”.
O engº. Daniel Santos, por outro lado, apontou também problemas de funcionalidade, como o aumento do tráfego automóvel e a falta de estacionamento na zona, que “não tem capacidade para suportar a carga decorrente da ocupação do edifício”
Na altura, o engº. Daniel Santos defendeu que “a construção daquele imóvel contribuiu para retirar entidade ao Bairro Novo".

Para memória futura, fica este CONTRIBUTO (SEM CANDURA) PARA A COMPRENSÃO DO EDIFÍCIO “O TRABALHO” de Nelson Fernades

14 de Maio de 2020.
"Volta agora a discussão sobre o edifício “O Trabalho”. E parece que mais uma vez se aponta como solução a compra do edifício pela Câmara, para depois demolir. Portanto a Câmara gastava na compra, na demolição e nas obras para utilizações futuras. E o proprietário recebia dinheiro pelo mono. E pelos antecedentes talvez pegue.
David Monteiro, num recente escrito dizia do edifício como centro comercial. “A ideia era interessante: um edifício no centro da Figueira, construído para albergar comércio, escritórios, estacionamento coberto e habitação. Para mais, estávamos no tempo da explosão das superfícies comerciais e a Figueira, evidentemente, não passou ao lado deste fenómeno”. Isto é, um dia alguém passou por ali olhou para aquele espaço e pensou. Aqui ficava bem um centro comercial. E vai daí construiu-se o edifício.
A análise de David Monteiro, e outras que tenho lido são de uma angelical candura. Porque há uma realidade subjacente que não é tão inócua quanto se pode pensar. Analisar o edifício “o Trabalho” isoladamente, sem o enquadrar no plano mais vasto da urbanização da Figueira da Foz do tempo é confundir a árvore com a floresta.
Dois pressupostos prévios. Não havia Plano Diretor Municipal, nem a Lei do Financiamento das Autarquias Locais estava em vigor. O autofinanciamento estava em voga, sobretudo através da venda de património. Para urbanização vendiam-se terrenos municipais, e autarquia que não tivesse terrenos vendia ar, através das construções em altura. Por outro lado o turismo de massas tinha os seus exemplos na Quarteira ou em Troia, pelo que a Figueira haveria que entrar na moda.
Sem falar das urbanizações dos subúrbios, (Tavarede, Vila Verde) ou na Encosta Sul da Serra da Boa Viagem, a malha urbana mais afetada foi a Marginal Oceânica, e, no seu seguimento a parte norte da Esplanada Silva Guimarães, e ainda o quarteirão do Hotel Portugal. A transformação da Marginal Oceânica iniciou-se com a construção do Hotel Atlântico, do lado sul, e depois de algumas vicissitudes, o edifício do J. Pimenta a Norte. Estes dois edifícios funcionaram como baliza para as cérceas. Assim estas, passaram então de seis andares para doze, e mais tarde completou-se a urbanização do gaveto na rotunda da Ponte do Galante, entre a rua de Buarcos e a Avenida 25 de Abril para sul. Com a urbanização do quarteirão do Hotel Portugal, e ainda com a “modernização” do edifício do Casino, ficou pronta a primeira fase da transformação que á época se desenhou para a Figueira da Foz.
Mas havia uma segunda fase que seria a Marginal Ribeirinha. Esta marginal envolvia a parte sul da Esplanada Silva Guimarães, o Mercado Municipal e os edifícios adjacentes, onde funcionava um colégio de freiras, casas de habitação e comércio. O edifício “o Trabalho”, e um outro prédio (o edifício Foz) situado no gaveto entre a rua da Liberdade e a rua Académico Zagalo, são a parte visível, deste projeto para a zona ribeirinha. Tal como para a Marginal Oceânica foram traçadas balizas a norte e a Sul, estes dois edifícios eram as balizas da urbanização virada á foz do rio.
Houve na realidade um contrato entre a Câmara e o promotor imobiliário, contrato esse que ainda hoje anda pelos tribunais, que envolvia a alienação do Mercado Municipal, cedendo a Câmara terrenos para a construção de novo mercado nos terrenos a norte do Parque das Abadias. Este, no seguimento da aquisição dos terrenos do mercado, adquiriu, por permuta, o colégio das freiras, (construindo o edifício da Casa de Nossa Senhora do Rosário na Rua José da Silva Ribeiro), e outros edifícios com limites no Passeio Infante D. Henrique e na Rua Francisco António Dinis.
Tal projeto foi inviabilizado porque os figueirenses se opuseram num movimento que abrangeu parte importante da sociedade da época, e obrigou a Câmara a abortar tal plano. Com efeito o Bairro Novo ficou praticamente sem residentes, o Casino alterou a sua oferta, o espaço para atividades terciárias foi exagerado, e o modo de estar dos “banhistas” alterou-se por completo. E do ponto de vista estético, estes prédios, incluindo o Casino obviamente, e também o posterior edifício da Ponte do Galante, noutra era, são daqueles que nenhum arquiteto reivindica a paternidade.
Em resumo, o edifício “O Trabalho” é o remanescente de uma urbanização abortada que compreendia mais cinco edifícios no espaço do Mercado Municipal e outro, ou outros, na parte do Passeio Infante D. Henrique.
Se deve ir abaixo ou não, confesso que não sei. Mas que não deve haver injeção de dinheiros públicos, não! Que o Hotel Atlântico é um caso de remodelação de sucesso, é! Que o proprietário deve ser o responsável pela solução, deve! Que enquanto não encontrar a solução deve ser bem sobrecarregado com IMI, e com a fiscalização severa do estado de conservação do prédio, deve!"

sexta-feira, 20 de junho de 2025

Figueira

Manuel Luís Pata, numa das inúmeras e enriquecedoras conversas de café que ao longo da minha vida tive com ele: “A Figueira nasceu numa paisagem ímpar. Porém, ao longo dos tempos, não soubemos tirar partido das belezas da Natureza, mas sim destruí-las com obras aberrantes. A única obra do homem de que deveríamos ter orgulho e preservá-la, foi a reflorestação da Serra da Boa Viagem por Manuel Rei. Fez o que parecia impossível, essa obra foi reconhecida por grandes técnicos de renome mundial. E, hoje, o que dela resta? – Cinzas!..”

João P. Cruz, consultor de comunicação territorial e patrimonial. Estudou arqueologia, foi jornalista, biógrafo, ajudante de cozinha, ghostwriter, operacional do ICNF e livreiro: "Uma terra vale pela sua geografia, pela sua história, pelos seus recursos naturais e patrimoniais, mas sobretudo pelas suas gentes. Moldados pelo território e pela memória coletiva, os/as figueirenses também têm uma identidade muito própria: a cada comunidade, a cada freguesia, às vezes até a cada rua, a sua particularidade. As gentes das Gândaras são diferentes das gentes piscatórias e dos campos de arroz da margem sul ou das da cidade, mas todos, os que cá nasceram, os que cá vivem, são Figueira da Foz e todos têm esse orgulho e uma memória partilhada."

A vida ensinou-me, mesmo antes de ir para a escola primária, que eu era da Cova e Gala, na altura, uma Aldeia que não tinha nome no mapa - pelo menos em sentido geográfico.
A Figueira, ficava do outro lado: aqui era a outra margem.
Nos primeiros 8 anos da minha vida, pouco conhecia da Figueira. A minha vida decorria quase sempre na Aldeia.
A Cova e a Gala - e os seus habitantes - estavam isoladas da Figueira - cidade e sede do concelho: a Ponte de Ferro, sobre o braço norte do Mondego, que ligava a cidade à Morraceira, só foi aberta em 1905 e a dos Arcos, que liga a Gala à Morraceira, em 1942, embora houvesse antes, para fazer a travessia do braço sul do Mondego, uma ponte de madeira, cuja abertura remonta ao princípio do século XX.
Embora real, porque existia, vivia e pulsava, a Aldeia parecia não ter tido passado, nem presente.
Contudo, a Gala sempre esteve bem situada. Fica do lado sul da foz do Mondego, logo ao remate da Ponte dos Arcos. E, como as terras que seguem um rio até ao mar, é um prolongamento do Cabedelo – ou seja, aquele cabo de areia que se forma à barra dos rios.
Do lado norte, há uma cidade sede de concelho - a Figueira da Foz - e essa já estava registada nos mapas de terra e nas cartas de mar.
Nos meus primeiros anos de vida - finais dos anos 50 do século passado - ir à cidade não era fácil. A família não tinha transporte próprio e o dinheiro para pagar o bilhete do autocarro, ou do barco - os saudosos Luís Elvira e Gala - não abundava.
Até acabar a Primária, as deslocações à cidade foram escassas e espaçadas, quase sempre a pé, pela velha ponte dos arcos, atravessando a Morraceira, seguindo depois pela velha ponte da Figueira (a velha ponte de ferro, que apenas permitia o trânsito num sentido de cada vez). Quando chegávamos ao lado norte, encontrávamos empoleirado numa casota, alguns metros acima do solo, o homem que controlava o trânsito na velha ponte, com o recurso a sinais, e o posto em forma de quiosque da Polícia de Viação e Trânsito (a Polícia de Viação e Trânsito foi extinta pelo governo de Marcelo Caetano, sendo as suas funções atribuídas à Guarda Nacional Republicana...).
Estávamos na Figueira.
A seguir à primária, em 1963, continuei os estudos na Bernardino Machado e a Figueira ficou muito mais perto: fiquei a perceber que a Cova e Gala, não era só a Cova e Gala, mas também uma parte da Figueira - uma parte esquecida e desprezada pelo poder político, mas uma parte essencial dela.
Hoje, tudo mudou: é muito raro o dia em que não me desloco à cidade.
Hoje, sou um figueirense convicto. E, é por isso, que continuo perplexo com o que fizeram ao Cabedelo - a única jóia balnear natural que existia no no concelho.
No Cabedelo já se realizavam provas do campeonato do mundo de surf e várias etapas do circuito nacional. O Cabedelo era uma opção de excelência, há muito referenciada como sendo das melhores ondas do mundo para a prática de surf. Assim sendo, pergunto-me porque é que ainda não existem infra-estruturas que confiram qualidade aos praticantes de surf e a quem visita um local que já teve, talvez, a melhor varanda turística debruçada sobre o mar no nosso concelho.
No concelho, o que interessa não pode ser apenas a cidade dos negócios. A Figueira dos interesses.
A Figueira é um concelho: tem pessoas, não é uma empresa. Importantes, são as pessoas, não os números.
Fizeram muito mal à Figueira. “Entre o progresso e a decapitação da beleza natural”, decidiu-se pelo progresso. O Cabedelo foi o canto do cisne no naturalismo marítimo figueirense.
O mal, porém, já vinha de muito detrás. «Em 1913 o engenheiro Baldaque da Silva apresentou o seu projecto de construção de um porto oceânico e comercial ao sul do Cabo Mondego. Fê-lo sob a curiosa designação de “Representação dirigida ao Congresso Nacional da República Portuguesa sobre o engrandecimento da Beira e a construção do porto oceânico comercial do Cabo Mondego”, apoiado no tratamento estatístico da actividade económica de toda a região.»
Baldaque da Silva foi um homem absolutamente notável, de coragem e competência absolutamente invulgares - e, por isso, capaz de enfrentar a mediocridade e a cobardia reinantes, para combater os bons combates, e para deixar para o Futuro as obras verdadeiramente marcantes e definitivas sobre as matérias a que se dedicou.
O CapitãoJoão Pereira Mano, (autor de "Terras do Mar Salgado: São Julião da Figueira da Foz…" [1997], Medalha de Ouro de Mérito, a título póstumo [2012], da cidade da Figueira da Foz), sobre o Com. Antonio Arthur Baldaque da Silva e acerca do seu projecto de porto oceânico de águas profundas a construir no Cabo Mondego (Buarcos) escreveu: (…)
"Autor de diversos projectos de portos portugueses, e mesmo estrangeiros, o engenheiro Baldaque da Silva — filho do engenheiro Silva que em 1859 conseguiu restabelecer a barra da Figueira ao Norte, depois de ter construído o dique ou paredão do Cabedelo — foi o autor do projecto do “Porto oceânico-comercial do Cabo Mondego” que, além do molhe de abrigo, delineava uma doca comercial de 52 hectares de área, só aberta nos 150 metros da sua entrada, limitada a Oeste pela parte do molhe que termina nos Formigais, e concluía por uma portentosa rede de canais a ligar o novo porto a Aveiro, Leiria e Coimbra — já não falando em estruturas diversas, como sejam diques, doca de pesca e o respectivo cais.
Na altura, e ainda anos depois, os jornais da Figueira bateram-se pela execução deste, ou de parte deste projecto, tendo mesmo “A Voz da Justiça” começado a publicar o trabalho deste denodado engenheiro hidrógrafo, a partir do nº 1136, de 21 de Out. de 1913. Mas, como é óbvio, nada conseguiram. Porém, se a Figueira quiser ter um PORTO só ali o terá. Como a Cidade Invicta teve o seu em Leixões. E, no Cabo Mondego, há ou havia, para tal, condições muito mais propícias do que aquelas que a foz do rio Leça ofereceu."
Nada disso se concretizou. O porto fluvial foi a aposta (ainda por cima na margem direita). Com a “construção dos molhes de protecção da barra”, veio a “melhoria da segurança no acesso às zonas portuárias" e o “aumento, embora gradual, na movimentação de mercadorias”. Mas, em “contrapartida, a outrora praia viu-se transformada, ao longo dos anos setenta, oitenta, noventa e por adiante, num depósito gigante de areia.”
Perante o dilema, “turismo ou desenvolvimento comercial”, o vencedor foi “o elo mais forte”.
Entretanto, morreu “o que havia feito sobreviver a cidade após o declínio comercial de finais do século XIX. De Rainha das Praias transformaram-na em Praia da Claridade. De Praia da Claridade, num amontoado inestético de areia: a Praia da Calamidade".
Contudo, isto não ficou por aqui: em 2010, o molhe norte do porto comercial da Figueira da Foz cresceu mais 400 metros e tornou-se numa "ratoeira" para os pescadores.
Mas, isso que interessa? O importante são os records do porto comercial, os números, sempre os números...
Se não for atalhado caminho, a ganância ainda vai acabar por dar cabo disto tudo.
A esmagadora maioria dos figueirenses continua com o futuro adiado na Figueira.
Os políticos costumam preocupar-se em viver o tempo de imediatismo primário.
Não conseguem distinguir entre o essencial e o acessório, entre o permanente e o efémero, entre o necessário e o dispensável.
Para eles conta apenas o momento.
Privilegiar o presente, em detrimento do futuro, é um erro crasso.
É preciso fazer mais. Apesar de em 2021 ter havido alternância no poder local e algo já ter mudado (por exemplo, a implantação do Ensino Superior na nossa cidade, via Universidade de Coimbra, é importante e estruturante no desenvovolvmento futuro do nosso concelho e da Região Centro), na Figueira, ainda não é verdadeiramente «Nós».
A Figueira, com se viu recentemente pelo caso "Araucária Centenária", continua a ser, em boa parte, «Eles».

quarta-feira, 11 de junho de 2025

Rotunda Joaquim Namorado: a inauguração do topónimo é realizada hoje, pelas 18H00

"O Município da Figueira da Foz atribuiu o nome de Joaquim Namorado à rotunda junto ao Centro de Saúde de Buarcos, na avenida Mário Soares. A inauguração do topónimo é realizada hoje, pelas 18H00, cerimónia que conta com o presidente da câmara, Santana Lopes e familiares do homenageado."

Imagem via Diário as Beiras


Joaquim Namorado viveu entre 1914 e 1986. Nasceu em Alter do Chão, Alentejo, em 30 de Junho. Alter do Chão, Coimbra e a Figueira da Foz, foram as terras por onde repartiu a sua vida.
Joaquim Namorado, em vida teve uma Homenagem (para ele) especial. Tal aconteceu nos dias 28 e 29 de Janeiro de 1983. Por iniciativa do jornal barca nova, a Figueira prestou-lhe uma significativa Homenagem, que constituiu um acontecimento nacional de relevante envergadura, onde participaram vultos eminentes da cultura e da democracia portuguesa. O vídeo acima, contém a gravação do discurso que Joaquim Namorado fez na oportunidade – já lá vão mais de 42 anos. 
Há pessoas que nos estimulam. São as pessoas que nunca se renderam ao percurso da manada. Joaquim Namorado foi desses raros Homens e Mulheres que conheci. Considerava-se um figueirense de coração e de acção – chegou a ser membro da Assembleia Municipal, eleito pela APU. Teve uma modesta residência na vertente sul da Serra da Boa Viagem. Essa casa, aliás, serviu de local para reuniões preparatórias da fundação do jornal barca nova
Joaquim Namorado, foi um Cidadão que teve uma vida integra, de sacrifício e de luta, sempre dedicada à total defesa dos interesses do Povo. 
Como já ficou escrito antes, nos dias 28 e 29 de Janeiro de 1983, por iniciativa do jornal barca nova, a Figueira prestou-lhe uma significativa Homenagem. Na altura, lembro-me como se fosse hoje, nos bastidores do Casino Peninsular, escutei-o com deslumbramento. Ao reviver o seu discurso, o que consegui a partir de uma gravação que obtive por um feliz acaso do destino, fiquei com a certeza de que era necessário trazê-lo até aqui (fica o meu agradecimento ao Pedro Agostinho Cruz), pois o que escutei fala mais de quem foi e continua a ser Joaquim Namorado, no panorama cultural português, do que tudo o que alguém, por mais talentoso que seja, conseguiria alguma vez transmitir sobre uma personalidade tão especial e genuína. Neste documento, para mim com uma carga emocional enorme, está o Joaquim Namorado com quem convivi nas mesas do velho café Nau e na redacção do barca nova, que permanece vivo na minha memória. Ainda por cima, ouve-se também, ainda que de forma breve, a voz do Zé Martins. 
Na sequência dessa homenagem, a Câmara Municipal da Figueira, durante anos, teve um prémio literário, que alcançou grande prestígio a nível nacional. Santana Lopes, quando passou pela Figueira, como Presidente de Câmara, decidiu acabar com o “Prémio do Conto Joaquim Namorado”
Joaquim Namorado licenciou-se em Ciências Matemáticas pela Universidade de Coimbra, dedicando-se ao ensino. Exerceu durante dezenas de anos o professorado no ensino particular, já que o ensino oficial, durante o fascismo, lhe esteve vedado. Depois do 25 de Abril, ingressou no quadro de professores da secção de Matemática da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra. Notabilizou-se como poeta neo-realista, tendo colaborado nas revistas Seara Nova, Sol Nascente, Vértice, etc. Obras poéticas: Aviso à Navegação (1941), Incomodidade (1945), A Poesia Necessária (1966). Ensaio: Uma Poética da Cultura (1994).) Dizem que foi o Joaquim Namorado quem, para iludir a PIDE e a Censura, camuflou de “neo-realismo” o tão falado “realismo socialista” apregoado pelo Jdanov... 
Entre muitas outras actividades relevantes, foi redactor e director da Revista de cultura e arte Vértice, onde ficou célebre o episódio da publicação de pensamentos do Karl Marx, mas assinados com o pseudónimo Carlos Marques. Um dia, apareceu na redacção um agente da PIDE a intimidar: “ó Senhor Doutor Joaquim Namorado, avise o Carlos Marques para ter cuidadinho, que nós já estamos de olho nele”... 

Aquilo que se passou - o passado realmente acontecido - é o que resta na nossa memória. Joaquim Namorado sempre continuou presente na minha memória. E é uma memória de que tenho orgulho. 
Doutor (foi assim que sempre o tratei) - também sou um Homem coberto de dívidas. Consigo e com o Zé, aprendi mais do que na escola: ensinamentos esses que deram sentido à minha vida, onde cabem a honra, a honestidade, a coragem, a justiça, o amor, a ternura, a fidelidade, o humor! Mas, para Companheiros do barca nova nada há agradecer... “É assim que as coisas se têm de continuar a fazer, pois a sarna reaccionária continua a andar por aí...” A luta por uma outra maré continua!.. 
Até sempre e parabéns pela inauguração da rotunda, meu caro Doutor Joaquim Namorado. 

Há pessoas que nos estimulam. São as pessoas  que nunca se renderam ao percurso da manada. Joaquim Namorado foi desses raros Homens e Mulheres que conheci.

quarta-feira, 16 de abril de 2025

Coisas que custam a perceber

... não sou, de todo, anti comunista.
No entanto, há posições do PCP que, pelo menos a mim, custam a entender.
O PCP, certamente, que terá as suas legítimas razões. O PCP, que julgo conhecer, tem sempre as suas legítimas razões.
E justiça seja feita: pugna sempre por uma sociedade melhor e mais justa.
Por isso mesmo, numa cidade e num concelho com tantos problemas, a não ser talvez por uma concessão eleitoralista a sectores e partidos de causas, que podem interferir no seu potencial, manifesto a minha admiração com tal prioridade.

Passo a citar algo que li na página da CDU Figueira da Foz.

"Damos nota à população de ter sido feita, no início deste mês de Abril, uma intervenção para corte de canas e vegetação junto aos separadores laterais da Av. Álvaro Cunhal, em Buarcos.
Desta intervenção, e com especial incidência na rotunda Serra da Boa Viagem, resultou o desbaste rude e - diríamos - criminoso de vários pinheiros que se encontram nas imediações.
A Cdu Figueira DA Foz considera que devem ser tomadas medidas para minorar o impacto deste mau serviço ao ambiente e, bem assim, ser feita uma chamada de atenção à empresa a quem foi adjudicado este serviço - que não espelha competência nem cuidado.
Isto mesmo transmitimos por escrito ao Senhor Presidente da Câmara Câmara Municipal da Figueira da Foz e à Senhora Presidente da Junta de Freguesia de Buarcos e São Julião."
Não me peçam para discordar em silêncio.
Por isso, não sou militante, porque a expressão pública de divergências permanece tabu para os militantes comunistas.
Fica este desconfortável lamento, para memória futura.
Por uma simples razão: não sou anti comunista.

segunda-feira, 7 de abril de 2025

"O verão vai aquecer"?..

O tabu político do momento, na Figueira, para as autárquicas 2025, segundo o arguto e perspicaz analista Rui Duque, assenta em Vitor Caridade, pois "um cidadão, tão só, que faz um ataque desta natureza portentosa a um gestor público deve ser consequente. Creio que por detrás desta publicação está mesmo um Candidato Autárquico não assumido!"
Imagem via Rui Duque
A Figueira é terra de tabus
É preciso, porém, entender a situação em toda a sua abrangência e verdadeira dimensão pessoal, colectiva e política. 
Em ano de autárquicas, é absolutamente normal esta dança das palavras e a falta de clarificação relativamente a um assunto tão importante. 
Ainda bem, contudo, que existe este importante fórum.
O mundo já está como está e não será porque um afoito de direita fale do que não sabe (mas, aparentemente, gostava de saber e tenta adivinhar), que o visado não tem direito ao tabu.
Por benevolência deixem-no gozar em paz "os ares da Serra de Sicó e os ares mais marítimos da Serra da Boa Viagem." Para não falar, "de uma boa caldeirada ou de um cabrito à moda de Condeixa" regado com um bom copo de tinto.
Santana, desta vez é que não esteve para tabus e foi o primeiro a decidir-se: não quis muita coisa - preferiu a Figueira!
A seu tempo o visado esclarecerá o tabu.
É preciso ter calma e não queimar etapas.
Estamos em tempo de legislativas...

domingo, 6 de abril de 2025

As circuntâncias exteriores podem condicionar

Do alto da Serra da Boa Viagem, olhando para sul, tudo avistamos, num dia claro e limpo, para além da Leirosa... 
Contudo, quando estamos no Cabedelo, olhando para norte, o horizonte é curto e podemos sentir-nos, limitados, frágeis e pequenos... 
Porém, somos a mesma pessoa: apenas a perspectiva é que mudou. 
Nada mais.  
Mas não nos iludamos. 
Nem com a nossa pequenez. 
Nem, porventura, com a nossa importância. 
Ambas, são adjectivas ao substantivo que somos. 
As circunstâncias exteriores é que nos podem condicionar.

quarta-feira, 12 de março de 2025

Inaugurado centro de investigação municipal

 Via Diário as Beiras

"Foi ontem inaugurado o Centro de Investigação de Correntes Marítimas, Movimento de Areias e Alterações Climáticas, instalado no antigo restaurante Abrigo da Montanha, na Serra da Boa Viagem.

O Centro de Investigação de Correntes Marítimas, Movimento de Areias e Alterações Climáticas é um equipamento do Município da Figueira da Foz que contou com um apoio financeiro europeu de 75%, ao abrigo de uma candidatura em parceria com a AD ELO – Associação de Desenvolvimento Local da Bairrada e Mondego. Foram ali investidos cerca de meio milhão de euros, entre obras e equipamentos.

O Município da Figueira da Foz contratou três investigadoras de diferentes áreas académicas. Ao todo, o trabalho desenvolvido peplo Centro de Investigação de Correntes Marítimas, Movimento de Areias e Alterações Climáticas é assegurado por uma equipa de 14 elementos.

As investigadoras do Centro de Investigação de Correntes Marítimas, Movimento de Areias e Alterações Climáticas têm estado a trabalhar em parceria com a Universidade de Coimbra, nas instalações do campus da Figueira da Foz, na Quinta das Olaias."

sexta-feira, 17 de janeiro de 2025

Por iniciativa de Santana Lopes, a Câmara da Figueira vai reparar uma injustiça que durava desde Janeiro de 1983

Imagem via Diário as Beiras



Joaquim Namorado
 viveu entre 1914 e 1986. Nasceu em Alter do Chão, Alentejo, em 30 de Junho. 
Joaquim Namorado, em vida teve uma Homenagem. Tal aconteceu nos dias 28 e 29 de Janeiro de 1983. Por iniciativa do jornal barca nova, a Figueira prestou-lhe uma significativa Homenagem, que constituiu um acontecimento nacional de relevante envergadura, onde participaram vultos eminentes da cultura e da democracia portuguesa.

O vídeo, contém a gravação do discurso que Joaquim Namorado fez na oportunidade – já lá vão cerca de 42 anos.

Há pessoas que nos estimulam. São as pessoas  que nunca se renderam ao percurso da manada. Joaquim Namorado foi um desses raros Homens e Mulheres que conheci. Considerava-se um figueirense de coração e de acção – chegou a ser membro da Assembleia Municipal, eleito pela APU.
Teve uma modesta residência na vertente sul da Serra da Boa Viagem. Essa casa, aliás, serviu de local para reuniões preparatórias da fundação do jornal barca nova.
Joaquim Namorado, foi um Cidadão que teve uma vida integra, de sacrifício e de luta, sempre dedicada à total defesa dos interesses do Povo.
Nos dias 28 e 29 de Janeiro de 1983, por iniciativa do jornal barca nova, a Figueira prestou-lhe uma significativa Homenagem.
Na altura, lembro-me como se fosse hoje, nos bastidores do Casino Peninsular, escutei-o com deslumbramento.
Ao reviver o seu discurso, o que consegui a partir de uma gravação que obtive por um feliz acaso do destino,  fiquei com a certeza de que era necessário trazê-lo até aqui (fica o meu agradecimento ao Pedro Agostinho Cruz), pois o que escutei fala mais de quem foi e continua a ser Joaquim Namorado, no panorama cultural português, do que tudo o que alguém, por mais talentoso que seja, conseguiria alguma vez transmitir sobre uma personalidade tão especial e genuína. Neste documento, para mim com uma carga emocional enorme, está o Joaquim Namorado com quem convivi nas mesas do velho café Nau e na redacção do barca nova, que permanece vivo na minha memória. Ainda por cima, ouve-se também, ainda que de forma breve, a voz do Zé Martins.


A integração na toponímia figueirense do nome do Poeta 

Chegou a ser aprovada a atribuição do seu nome a uma praceta, mas hoje o nome que lá está é outro - o de Madalena Perdigão.
Muitos anos depois, no passado 30 de junho de 2014, na Biblioteca Municipal da Figueira da Foz, na inauguração de uma mostra bibliográfica comemorativa do centenário de nascimento de poeta, escritor e professor Joaquim Namorado, o vereador da Cultura de então, dr. António Tavares, verificando a injustiça (mais uma...) que estava a ser cometida, prometeu vir a dar finalmente o nome de Joaquim Namorado à toponímia figueirense - o que até hoje não se concretizou.
A Biblioteca Municipal da Figueira da Foz, acabou por perder o espólio de Joaquim Namorado - os familiares do poeta fartaram-se de ver o nome e o legado deste continuamente enxovalhados pela câmara municipal de uma cidade que ele escolheu para viver e morrer e a quem deu tudo.

Aquilo que se passou - o passado realmente acontecido - é o que resta na nossa memória. Joaquim Namorado continua presente na minha memóriaE é uma memória de que tenho orgulho. Com Joaquim Namorado e com o Zé Martins, aprendi mais do que na escola: ensinamentos esses que deram sentido à minha vida, onde cabem a honra, a honestidade, a coragem, a justiça, o amor, a ternura, a fidelidade, o humor
“É assim que as coisas se têm de continuar a fazer...” A luta por uma outra maré continua!..
Até sempre e parabéns, meu caro Doutor Joaquim Namorado
Durante vários anos, discretamente, como é meu timbre, fui sensibilizando alguns executivos para que a injustiça, que já dura há quase 42 anos, fosse reparada.
Ninguém fez nada. 
Obrigado Dr. Santana Lopes.

quarta-feira, 15 de janeiro de 2025

"Para melhor, está bem, para pior já basta assim..."

A desagregação da freguesia de Buarcos e São Julião vai voltar a dividir a localidade da Serra da Boa Viagem. 
Os residentes ouvidos pelo DIÁRIO AS BEIRAS estão contra o regresso ao passado.
Até 2013, ano da última reforma administrativa, a povoação da Serra da Boa Viagem estava repartida por quatro freguesias – Buarcos, Quiaios, Tavarede e Brenha –, mas o núcleo habitacional concentrava-se nas duas primeiras, restando para as outras duas praticamente só propriedades rústicas.
Entretanto, como consequência da constituição de Buarcos e São Julião, a zona residencial da Serra da Boa Viagem foi integralmente incluída nesta nova freguesia. Por sua vez, Quiaios ficou com a zona do farol do Cabo Mondego, que até 2013 pertencia a Buarcos.

sexta-feira, 3 de janeiro de 2025

Vaga de boas notícias para o nosso concelho em 2025

Para 2025 as boas notícias para a Figueira sucedem-se.
Assim, para além do anúncio do financiamentopúblico integral para a nova ponte Vila Verde/Alqueidão, de harmonia com o Diário as Beiras, «Santana Lopes informou, por outro lado, que já foi publicado o concurso internacional para a empreitada da transposição de três milhões de metros cúbicos de areia, de norte para sul da barra da Figueira da Foz, obra do Governo com suporte financeiro de Bruxelas no valor de 26 milhões de euros. “Este será o ano desta obra”, garantiu Santana Lopes. 
Por outro lado, Santana Lopes frisou que o Tribunal de Contas dispensou o visto prévio da empreitada das obras do porto, cujo valor é superior a 20 milhões de euros. 
O autarca revelou ainda que as obras de transformação do Abrigo da Montanha, na Serra da Boa Viagem, num centro municipal de investigação de alterações climáticas, movimento de areias, erosão costeira e outras áreas de investigação relacionadas com o mar obtiveram uma comparticipação financeira de 75% de fundos comunitários. 
Numa vaga de boas notícias para o concelho, Santana Lopes realçou também que o Governo aprovou uma permuta de terrenos para a segunda ampliação da Zona Industrial da Figueira da Foz. E foi ainda, acrescentou Santana Lopes, obtido um apoio superior a 500 mil euros para a requalificação, já concluída, da rua Santos Rocha, na Baixa da cidade.»

domingo, 17 de novembro de 2024

Auditorias...

Imagem via Diário as Beiras


Em Setembro de 2023, há pouco mais de um ano, a Câmara da Figueira da Foz avançou com uma auditoria financeira à dívida do município.
A auditoria abrangeu os exercícios compreendidos entre 1998 e 2021, conforme já tinha adiantado o presidente da autarquia, Pedro Santana Lopes, eleito em 2021 pelo grupo de independentes Figueira a Primeira.
Segundo o anúncio publicado no Portal Base, a auditoria foi realizada pela Deloitte & Associados por 69.400 euros, com um prazo de execução de 70 dias.
No início 2023, Santana Lopes tinha anunciado a intenção de a Câmara avançar com uma auditoria à evolução da dívida a partir de 1998, que era uma das suas promessas eleitorais.
“É um trabalho de que não prescindo, de conhecimento, que até pode ser contra mim”, disse, na altura, em sessão de Câmara, o autarca, que já tinha liderado a autarquia figueirense entre 1997 e 2001.
“Por mais que eu peça aos serviços, não consigo ter uma resposta esclarecedora da evolução da dívida, nem há ninguém que me a consiga explicar”, justificou o presidente da Câmara, no início de janeiro.

Se este espaço comum, a que chamamos concelho da Figueira da Foz, fosse uma empresa, há muito teria encerrado as portas, por falta de competência e má gestão de quase todos que a governaram nas últimas 4 décadas.
Já o fiz em 5 de Julho de 2015, mas pergunto novamente:
Quem é responsável por termos uma das águas mais caras de Portugal? Quem é responsável por termos um dos IMIs mais caros de Portugal? Quem é responsável pelo mau aspecto, sujidade, desleixo e abandono, estradas  esburacadas, a situação miserável da Serra da Boa Viagem, as praias, com o deserto a norte e a erosão a sul, o esquecimento das lagoas o abandono a que estão votadas aldeias e lugares mais isolados do nosso concelho? Quem é responsável pela dívida camarária? Quem é que, no fundo, assume a responsabilidade e muda isto?

É para isso que servem os líderes, para tomar o comando, nas situações que fogem ao habitual…
Como habitante, cliente e  pagante líquido desta Figueira, fica o registo desta preocupação de Santana Lopes em procurar perceber o "estado a que isto chegou"
Explicações precisavam-se. Porém, ficámos a saber o que já sabíamos. Segundo o Diário as Beiras,  Santana Lopes anunciou ontem que o relatório da auditoria à evolução da dívida municipal será apresentado na próxima reunião de câmara, no dia 28 deste mês.
Recorde-se: a auditoria, encomendada em 2023 por iniciativa do presidente da Câmara da Figueira da Foz, refere-se aos exercícios autárquicos de 1998 a 2021. Assim, abrange o primeiro mandato de Santana Lopes e os mandatos de Duarte Silva (2001 – 2009), João Ataíde (2009 – 2019) e Carlos Monteiro (2019 – 2021).
O autarca adiantou que a dívida dos últimos 25 anos “confirma, no geral, aquilo que já todos sabemos”, isto é, “a maior parte dos investimentos e da dívida que se gerou” foi no seu primeiro mandato (1997 – 2001) e no primeiro mandato de Duarte Silva, “e parte nos mandatos subsequentes”.
Pouca gente se deve recordar, mas em 2011 tinha havido um auditoria que deu, mais ou menos,  os mesmos resultados... A saber: o resultado da auditoria encomendado pela autarquia figueirense à anterior gestão do PSD, não tinha (ainda) sido tornado público, mas o vereador do Movimento Figueira 100%, a propósito do lamento dos presidentes de junta (alguns) de nem sequer terem dinheiro para pagar aos funcionários, resolveu abordar a questão numa reunião de câmara, estranhando que o presidente não tenha dado um maior «ênfase» ao documento. 
Daniel Santos, o líder dos 100% entendia que existiam «lições a tirar para o futuro» e que o documento apontava a razão «pela qual hoje existem séries dificuldades», devido à «má gestão expressa na auditoria».
Para Daniel Santos, estas e outras conclusões a que aludiu são «preocupantes», sublinhando que «por razões que têm a ver com má gestão do executivo anterior, hoje estamos a viver uma situação de carência económico/financeira na câmara» e por isso, deixou o recado ao presidente da câmara: «o seu pecado não é não conseguir fazer as coisas, foi ter prometido, quando não as podia fazer».
Mas isto aconteceu em 2011...

sexta-feira, 4 de outubro de 2024

Câmara da Figueira continua interessada em adquirir o património da antiga zona de exploração de cal no Cabo Mondego

«O executivo camarário da Figueira da Foz mantém o interesse em adquirir o património da antiga zona de exploração de cal no Cabo Mondego, afirmou o presidente da câmara, em declarações ao DIÁRIO ASBEIRAS. “A razão principal é esta: aquilo, hoje em dia, tem a jurisdição de entidades tão variadas, para além daquelas que sempre se deveriam manter. Por ser o sítio que é, era bom para o município que o Cabo Mondego ficasse, claramente, como propriedade municipal, no geral e com as limitações de uso que a lei estabelece”, sustentou Santana Lopes. No entanto, ressalvou que os proprietários ainda não concluíram o processo do registo de propriedade da totalidade da área situada junto ao mar. Por outro lado, frisou a falta de sintonia no PS, partido com maioria absoluta na Assembleia Municipal, sobre a aquisição do Cabo Mondego pelo município. Santana Lopes ressalvou que o município, caso avance para a compra do Cabo Mondego aos privados, não irá além dos 2,1 milhões de euros. “O preço está definido. Nós daí não sairemos”, garantiu. “[Vamos] esperar mais uns meses. Acho que é possível [o município comprar o Cabo Mondego]. Não há sítio mais bonito. Tem aquela ferida da exploração [de cal], e agora seria a tranquilidade e a reconciliação plena com o município”, acrescentou o presidente da Câmara da Figueira da Foz.
Indagado sobre o que tem em mente para o Cabo Mondego, Santana Lopes foi evasivo. “Vamos dando asas à imaginação. É evidente que vamos pensando, mas o Cabo Mondego dá para tanta coisa e, ao mesmo tempo, para tão pouca coisa, porque tem os limites que tem”, respondeu.

Presidente anuncia equipa de especialistas 

Entretanto, ontem, na reunião de câmara, Santana Lopes defendeu que o executivo camarário já esperou “tempo de mais [pelo resultado da] candidatura do Geoparque Atlântico, que tem o Cabo Mondego como âncora
Este projeto, a cargo da associação de desenvolvimento AD-ELO desde abril de 2021, envolve, também, territórios dos municípios de Montemor-o-Velho, Cantanhede, Mira, Penacova e Mealhada. “Estamos [quase] no final do mandato e continuamos à espera”, destacou Santana Lopes. 
Em declarações aos jornalistas, no final da reunião de câmara, Santana Lopes avançou que, perante o impasse, cuja responsabilidade também atribuiu a organismos do Estado, o Município da Figueira da Foz vai criar uma equipa de especialistas. O grupo de trabalho, acrescentou o autarca, tem como missão “a promoção que aquele sítio merece”. E incluiu na lista de sítios a promover a Murtinheira e a Serra da Boa Viagem, ambas na área do Cabo Mondego, que, com este, formam “um conjunto extraordinário”

Aprovado em reunião de câmara o projecto de execução e abertura de um procedimento por concurso público para a empreitada de construção da nova unidade de saúde de São Pedro

Segundo a vereadora Olga Brás, a construção tem um custo estimado de cerca de 900 mil euros, também financiado pelo PRR, com um prazo de execução de 10 meses. O edifício vai substituir instalações antigas, já sem condições, e vai ter capacidade para ter dois médicos, dois enfermeiros e outras tantos secretários clínicos, além de um gabinete que pode ser utilizado para internato médico.

Via Campeão das Províncias

«A Câmara da Figueira da Foz aprovou os projectos de execução e lançamento de concursos na área da habitação no montante de 10,3 milhões de euros, que serão financiadas pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

Com esta deliberação, aprovada por unanimidade, em sessão de Câmara, o Município tem em marcha um investimento global de 23,9 milhões de euros no sector da habitação, contando com as empreitadas em curso, as que foram esta quinta-feira aprovadas e a reabilitação de habitações sociais.

Em declarações aos jornalistas, o presidente da autarquia, Pedro Santana Lopes, salientou que, no total, vão ser disponibilizados 335 fogos, dos quais 162 novos, o que faz com que a Figueira da Foz “esteja nos lugares cimeiros a nível nacional em número de fogos que vão ser construídos para habitação a custos acessíveis”.

“Este número de fogos já traz uma situação mais confortável para o concelho, que tem tido uma procura cada vez maior”, salientou o autarca, depois de questionado se o número era suficiente para as necessidades actuais.

Santana Lopes frisou ainda que se a Figueira da Foz tiver oferta de habitação a custos acessíveis “é provável que mais pessoas queiram vir”.

Na reunião foi também aprovado o projecto de execução e abertura de um procedimento por concurso público para a empreitada de construção da nova unidade de saúde de São Pedro, na margem sul do concelho.

Segundo a vereadora Olga Brás, a construção tem um custo estimado de cerca de 900 mil euros, também financiado pelo PRR, com um prazo de execução de 10 meses.

O edifício vai substituir instalações antigas, já sem condições, e vai ter capacidade para ter dois médicos, dois enfermeiros e outras tantos secretários clínicos, além de um gabinete que pode ser utilizado para internato médico.

No início da sessão de Câmara, o presidente Santana Lopes criticou o impasse na execução do projecto Geoparque do Atlântico, no Cabo Mondego, cujo memorando de entendimento para a sua construção foi assinado em Abril de 2021.

Na altura, numa cerimónia presidida pela então ministra da Coesão Territorial Ana Abrunhosa, a AD ELO – Associação de Desenvolvimento Local da Bairrada e Mondego e os Municípios de Cantanhede, Figueira da Foz, Mealhada, Mira, Montemor-o-Velho e Penacova, acordaram entre si o interesse na constituição do Geoparque do Atlântico, que seria implementado por aquela associação.

“Nem o Estado central nem a AD ELO avançam e, portanto, vamos criar uma equipa de especialistas na matéria, nomeadamente na promoção turística para fazer a promoção que aquele sítio merece, juntamente com a Murtinheira e a Serra da Boa Viagem, que é um conjunto com um valor extraordinário”, anunciou o autarca.

Salientando que o projecto “não anda nem desanda”, o presidente da Câmara da Figueira da Foz lembrou que já passaram três anos desde que teve a primeira reunião com os promotores do Geoparque. “Tive a primeira reunião no início do mandato e não podemos deixar aquele sítio como se nada fosse”, sublinhou Santana Lopes.»

sábado, 10 de fevereiro de 2024

Mau tempo obriga a alterações na Figueira Champions

Foto: Município da Figueira da Foz

A segunda edição da clássica Figueira Champions vai hoje para a estrada, percorrendo o concelho da Figueira da Foz, com a participação de equipas e ciclistas da elite internacional e nacional.
Segundo a edição de hoje do Diário as Beiras, "devido às condições meteorológicas que se fazem sentir na Figueira da Foz no dia de hoje, a organização da prova decidiu anular uma volta do circuíto principal (Enforca-cães, Serra da Boa Viagem e a zona urbana), reduzindo a prova em cerca de 30 quilómetros. Por outro lado, a segunda edição da clássica Figueira Champions vai começar 45 minutos mais tarde do que estava previsto. Neste sentido, a prova, que percorre as 14 freguesias do concelho, começa às 12H15."