Via Diário as Beiras: "entre elogios, críticas e reparos, a maioria FAP viu aprovados os instrumentos financeiros da gestão autárquica para 2026".
segunda-feira, 22 de dezembro de 2025
domingo, 21 de dezembro de 2025
Conservador trans: o pobre que se identifica como rico
"Gonzalo não detém meios de produção. Não é dono de terras nem de fábricas. Não é sequer proprietário do seu próprio teto. Tem de trabalhar num emprego que muito provavelmente é por turnos e cujo pagamento não andará muito longe do salário mínimo espanhol. E mesmo assim não se sustenta. Mesmo assim, não consegue viver fora de casa dos pais. Mas, apesar de tudo isso, acha que não é da classe trabalhadora. Gonzalo identifica-se como classe alta. E quem sou eu para contrariar aquilo com que alguém se identifica?
Gonzalo é o oprimido ideal. Não questiona a sua própria condição, porque acha que é tudo uma questão de esforço. E ele está a esforçar-se. Se todo esse esforço não der em nada, pode sempre culpar os “subsídio-dependentes”, os imigrantes, os negros ou os ciganos. E só o facto de os apontar a dedo e de lhes cuspir na cara, nem que seja apenas em caixas de comentários das redes sociais, o fará sentir-se melhor. E é sentindo-se melhor, julgando ter “o pack completo de beto”, que será gozado pelos betos a sério, aqueles que nasceram em famílias ricas como a da marquesa com quem ele sonha, que estudaram nos melhores colégios e mal nasceram estavam já destinados a ser acionistas de grandes empresas, proprietários de latifúndios, donos de contas bancárias recheadas, com as quais podem comprar casas como aquela em que Gonzalo vive com os pais, para as transformar em fichas de casino, enviando o dinheiro, livre de impostos, para paraísos fiscais, enquanto o pobre repositor de supermercado pena no inferno doméstico. Gonzalo está contente consigo próprio. Os herdeiros ricos também. E agradecem-lhe muito que lute pela baixa dos impostos, que queira ver a saúde pública reduzida a nada, para aumentar a quota de negócio dos privados, que desdenhe de sindicatos e lutas de trabalhadores, que se mostre contente por ser precário e flexível. E culpe sempre os de baixo.
O mais certo é que Gonzalo nunca se case com uma marquesa. Mas a marquesa deve-lhe muito mais do que pode imaginar."
A folha em branco...
O momento da folha em branco de António Filipe, “Está aqui a minha lista de clientes”.
«Com a questão das revelações do interesses privados -empresariais, clientelares, etc.- dos candidatos a entrar em força na luta eleitoral, António Filipe, o candidato comunista à Presidência da República, exibiu ontem, no seu último debate televisivo, uma folha em branco: “Esta é a lista dos meus clientes. Nenhum”.
sábado, 20 de dezembro de 2025
Bem vindos ao País dos porteiros...
«Passos Coelho era porteiro. "O Pedro é que abria as portas todas", disse-o o patrão da Tecnoforma, que não se lembra de quanto é que pagava ao outro pelo serviço, que por sua vez também não se lembrava de quanto recebia. Gorjetas miseráveis, é o que era.
Montenegro era porteiro. Tinha, e alegadamente já não tem, uma empresa com uma carteira de clientes, conhecidos, que incluía a Radio Popular, a Solverde, a Ferpinta, a ITAU, a Sogenave, entre outros, que o escolheram pelos seus lindos olhos, pelas suas qualidades profissionais, não obrigatoriamente por esta ordem, e não por ter sido quem foi e as possibilidades nas casas de apostas de ser quem veio a ser.
Marques Mendes é porteiro. “Imagine que um cliente precisa da sociedade de advogados para um projecto, ou um investimento - a sociedade recorre ao consultor para abrir portas, se for preciso". Mais sabido que os outros, recusa dizer a quem abria portas e a origem das gorjetas que lhe eram dadas. E antes destes houve outros mas na altura o pagode não ligava a ponta de um corno a estas espertezas de quem entra na política com uma mão à frente e outra atrás e sai com as duas nos bolsos e a conta recheada.
Depois o povo farta-se destas merdas e desata a votar no primeiro merdas que lhe aparecer atrás do balcão da taberna a dizer-lhe o que gosta de ouvir. "A corrupção", "o bar aberto", "50 anos disto", "o compadrio". E para o taberneiro não ser eleito, o povo, o outro, tem de votar no porteiro. A democracia é liiiiinda, tipo pregão de peixeira, "é de spinumviiiiiva", [é de Espinho viva].»
Imagem de autor desconhecido
sexta-feira, 19 de dezembro de 2025
Olga Brás vai para a ULS-BM
Via Diário as Beiras: "Indigitação foi ontem divulgada, em reunião de câmara, em que também foi anunciada a aprovação da licenciatura em engenharia oceânica para o Campus da Universidade de Coimbra. No executivo camarário, a autarca eleita pelas listas da coligação FAP (PPS/PSD – CDS/ PP), liderada por Santana Lopes, será substituída por João Martins, quadro superior do Município da Figueira da Foz, que ocupava o sétimo lugar da lista da FAP, podendo originar uma redistribuição de pelouros."
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Bom 2026 para o concelho da Figueira. E assim sucessivamente...
Para Santana Lopes, 2026 será o ano da “consolidação e conclusão de grandes projetos”.
Segundo o Diário as Beiras, "por exemplo, o lançamento da requalificação da entrada da cidade, pavilhão multiusos, conclusão da variante de Quiaios e da nova ponte sobre o Mondego, obras na rua Direita do Monte e na rua da Liberdade, compra do Cabo Mondego, novos lugares de estacionamento ou beneficiação da rede viária do concelho."
Ficam os votos de que, para além do escurecer deste fim ano de 2025, que se aproxima em grande velocidade, e no próximo Ano Novo de 2026, que já está a bater à porta, mas igualmente nos anos vindouros das nossas vidas, os figueirenses tenham aquilo que merecem, numa Figueira que ajudaram a criar com as suas escolhas políticas ao longo de 50 anos, e que, sobretudo - e por isso-, é o concelho que temos e a cidade em que vivemos.
Imagem via Município da Figueira da Foz
Comentários das forças políticas representadas na vereação camarária ao orçamento municipal para 2026
Conforme noticiado ontem, a Figueira da Foz aprovou o orçamento municipal para 2026 no montante de 141,7 ME. Agora, o orçamento vai ser submetido à votação da Assembleia Municipal, onde o PSD/CDS-PP tem maioria absoluta.
Conforme a edição de hoje do Diário as Beiras, a documento mereceu os seguintes comentários das forças políticas representadas na vereação camarária.
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quinta-feira, 18 de dezembro de 2025
Quando pimenta no pacote (laboral) alheio é refresco
"Quando nos dizem que a flexibilização trará mais investimento externo, o que estão a dizer, no fundo, é que as multinacionais irão de bom grado para um país de brandos costumes e gente com formação que fala inglês sem se importar de receber amendoins a troco de trabalho. Do que podemos, de facto, vir a precisar, é de uma revolução."
Via Maio.
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Figueira da Foz aprova orçamento municipal para 2026 de 141,7 ME
Orçamento vai ser submetido à votação da Assembleia Municipal, onde o PSD/CDS-PP tem maioria absoluta
"A Câmara da Figueira da Foz, aprovou hoje o Orçamento Municipal para 2026 no montante de 141,7 milhões de euros (ME), com um volume de investimento na ordem dos 77 ME.O documento - que se traduz no maior orçamento de sempre, com mais 2,6 ME relativo ao de 2025 - foi aprovado por maioria, com seis votos a favor da maioria (PSD/CDS-PP) e três abstenções da oposição (duas do PS e uma do Chega).
A vice-presidente da Câmara e responsável pelo pelouro das finanças municipais salientou que cerca de 60,66% do investimento, no valor de 48,3 ME, se destina a funções sociais – habitação, educação e saúde.
Adiantou que o município vai canalizar 20,8 ME para a habitação pública, dando continuidade à concretização da Estratégia Local de Habitação e 12,7 ME para o setor da educação, com destaque para as obras de requalificação das escolas Bernardino Machado e João de Barros e da antiga Casa da Criança Infanta D. Maria (Ninho dos Passarinhos).
Para a saúde, a autarquia reservou 10,6 ME para a requalificação das unidades de saúde de São Julião e Buarcos e a construção das novas unidades de saúde do Paião, Tavarede, Bom Sucesso e São Pedro.
Para os transportes e comunicações, o Orçamento contempla de 20,2 ME de investimento, com a vice-presidente Anabela Tabaçó a destacar a construção da ponte Eurovelo sobre o rio Mondego (7,2 ME), da variante de Quiaios (4,1 ME) e beneficiação da rede viária (6,8 ME).
A autarca anunciou ainda 5,9 ME para a área da Indústria e Energia, destacando um investimento de 4,2 ME para a segunda fase da zona industrial do Pinhal da Gândara.
“O Orçamento contém um rigoroso planeamento das ações, em função dos objetivos de curto, médio e longo prazo e reflete a preocupação de prosseguir com uma execução orçamental rigorosa, apostando num nível de investimento elevado, mas cuidando de assegurar, como sempre, o equilíbrio financeiro das contas do município e a tirar bom proveito das oportunidades de financiamento”, sublinhou.
A Câmara da Figueira da Foz estima amortizar no próximo ano 2,1 ME à dívida municipal de médio e longo prazo, reduzindo o valor de 17,3 ME para 15,2 ME.
O presidente da autarquia, Pedro Santana Lopes, que falou após a apresentação de Anabela Tabaçó, reiterou que o grande objetivo é o equilíbrio das contas municipais e destacou as altas taxas de execução na vertente social.
“O próximo ano é de consolidação e execução de grandes e ambiciosos projetos”, sublinhou o autarca, alertando que 2026 fica marcado pela entrada em cena de novos fundos europeus, que vão substituir o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) que termina em junho.
Para o socialista João Paulo Rodrigues, o orçamento para 2026 “é ambicioso, mas também pouco realista”, com dispersão de projetos e “fraca hierarquização de prioridades”.
O autarca do PS considerou que “falta uma real evidência da capacidade de realização” e o seu companheiro de bancada, Rui Carvalheiro, disse que o problema “é saber se o conjunto das previsões se concretizam”.
Salientando que o documento representa as opções da maioria, o vereador Hugo Fresta, do Chega, considerou o orçamento “pouco amigo dos contribuintes e das freguesias” e defendeu a redução de 100 mil euros na aquisição de bens e serviços e a distribuição desse montante pelas freguesias, o que foi aceite pelo executivo.
No âmbito da discussão do orçamento e plano de atividades para 2026, acabou também por ser fixada uma nova taxa da variável do IRS, que vai devolver 0,5% aos munícipes, contrariando a anterior votação que não previa nenhuma devolução.
“Esta é a demonstração que o executivo foi sensível aos argumentos da oposição, num esforço da Câmara em que todos se possam rever”, disse Santana Lopes, frisando que, a devolução de 0,5% da variável do IRS, representa 500 mil euros a menos na receita municipal de 2027."
A prenda de Natal
"Algumas ideias sobre o desfecho da Spinumviva, para lá das cabalas. A primeira é a de que dificilmente seria diferente. A recolha de informação depende só da vontade dos próprios. As averiguações preventivas, criadas por Cavaco Silva, são uma investigação administrativa, sem buscas, sem vigilâncias, sem inquirições. A segunda é a de que se tratava de um caso exclusivo de faturação e contratos. Se a verdade formal dos papéis estiver bem construída, mesmo que longe da verdade material, não se chega lá. A terceira é a de que abrir um eventual inquérito, nesta fase, seria facilmente atacado pela desproporção entre o arsenal a utilizar e indícios pouco densos. Deveria ter sido aberto no início e abranger a casa de Espinho.
A quarta é a de que as explicações de Montenegro não são agora escrutináveis. As averiguações não se podem consultar. Não poderemos avaliar a informação prestada, se pode haver censura ética e política, nem os fundamentos do arquivamento. A quinta é a de que o tema não tem de morrer aqui. Numa democracia com real separação de poderes, tanto a Justiça como o jornalismo têm obrigação de não se deixar intimidar por proclamações de vitimização. Neste caso, apurando os fundamentos do despacho, apesar das limitações formais, e determinar a sua solidez. Se fosse só uma prenda de Natal, seria um desastre para a República e para o Ministério Público. Acreditamos que não será, mas temos de fazer o nosso trabalho."
Amanhã, os Bombeiros Voluntários da Figueira da Foz comemoram 143 anos de serviço
Via Diário as Beiras: "20% dos Bombeiros Voluntários da Figueira da Foz são estrangeiros. Brasileiros são quase a totalidade".
(Para ler melhor clicar na imagem)
17 DE DEZEMBRO… O "DIA DO DESTINO PORTUGUÊS"…
Alfredo Pinheiro Marques, historiador e director do Centro de Estudos do Mar e das Navegações Luís de Albuquerque - CEMAR
"17 de Dezembro, é o dia que o autor destas linhas, Alfredo Pinheiro Marques, desde há muitos anos, baptizou como "o Dia do Destino Português", o dia que considera que deve ser comemorado todos os anos, e que, por isso, todos os anos, pontualmente, comemora…
É o dia em que, por acaso, se deu a coincidência de o destino de Portugal e da sua História ter feito coincidir, de maneira tristemente irónica, na mesma noite de 17 de Dezembro, dois momentos simbólicos e indissociáveis.
Nessa noite, em 17 de Dezembro de 1961, Sophia de Mello Breyner Andresen estava a escrever o seu poema acerca da figura do Infante Dom Pedro das Sete Partidas e de Alfarrobeira… (e da verdadeira origem dos célebres “Descobrimentos Portugueses”…?… e da verdadeira origem da Expansão Ultramarina Portuguesa no Mundo…?), e veio a ter que o deixar interrompido. Mas, mesmo assim, depois, publicou-o, em 1962, e fez questão de deixar lá escrito, em epígrafe, que esse era um poema que havia sido deixado interrompido (!)... e deixar lá escrita a razão por que havia sido deixado interrompido: a queda de Goa, ocupada pela União Indiana…
E o poema, de facto, veio a ser publicado com essa menção, expressa, que lá ficou para sempre.
Trata-se do poema "Pranto pelo Infante D. Pedro das Sete Partidas", acerca da figura mais significativa, e simbólica, e silenciada, da História de Portugal — mas… significativa e simbólica, infelizmente, da secular falência de Portugal... Da sua mentira e da sua insustentabilidade, e da sua injustiça, e do seu fracasso (desde há muito, muito, tempo…). O poema que, não por acaso, é também o que, nesse livro de Sophia, antecede o outro poema imediatamente seguinte, e indissociável, nesse mesmo livro: o "Pranto pelo Dia de Hoje”. Acerca do Presente e do Futuro possível para os Portugueses (então, em 1961… e… sempre…?). Acerca de “o gesto criador ser impedido”… e ”quem ousa lutar é destruído”… “por troças, por insídias, por venenos”…
Sophia de Mello Breyner Andresen estava a escrever o seu poema sobre o Infante Dom Pedro ao mesmo tempo que — nesse mesmo dia, nessa mesma hora, nessa mesma noite de 17 de Dezembro do ano de 1961… — se iniciou a derrocada e o fim do insustentável “Império Ultramarino Português” nascido da errada Expansão Ultramarina Portuguesa… Na Índia, e, logo depois, de seguida, em África.
O colonialismo africano português. O “Império” e o “imperialismo” errados — secularmente errados… desde há muito muito tempo… — devido à maneira errada como foi feita, desde 1495, essa Expansão Ultramarina Portuguesa: uma Expansão Ultramarina em termos feudais... senhoriais… Em vez de em termos modernos... comerciais…
A Expansão Ultramarina em termos errados, que, no século XX, teimaram em repetir, e manter, sempre, o Prof. Doutor Oliveira Salazar (da Universidade de Coimbra), e o seu Ministro da Educação, o "Professor" José Hermano Saraiva (o aluno de História que, já vinte anos antes disso, em 1941, tinha agredido [!] o seu próprio professor que lhe tinha feito o seu último exame e lhe tinha dado a sua medíocre nota de licenciatura…), e o seu Prof. Doutor Torquato de Sousa Soares (o catedrático de História e Director da História na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra… e que até foi quem editou a "Crónica dos Feitos de Guiné" de Gomes Eanes de Zurara… mas que, por acaso, lá na sua terra, em Amarante, onde era latifundiário, se dava a coincidência de ser o informador que dava informações ao governo para depois a polícia política PIDE ir prender os oposicionistas…)… Todos juntos, os Profs. Doutores, e o Ministro da Educação que agredia professores, e o catedrático que era informador.
E… seria por acaso que este sábio professor catedrático da Universidade de Coimbra, Torquato de Sousa Soares, para além de dar essas informações lá na sua terra (e em Coimbra…), andou também, continuando as melhores tradições da sua escola, a proclamar, em Coimbra, do alto da sua cátedra conimbricense, que em Portugal nunca existiu o Feudalismo…?! …
Portugal é assim… (Portugal foi sempre assim…). Portugal é "especial"... E Coimbra é assim… É "sábia"… ("Conhecimento"…)
Gerações de alunos dessa Universidade ouviram isso, nos bancos da escola… durante décadas: "Em Portugal não houve Feudalismo"…
Em Portugal, a História serve para esconder a História…
Todos juntos, teimaram em manter, sempre… e mantiveram sempre. E teimaram em continuar a chamar-lhe, em pleno século XX — a essa Expansão Colonial Ultramarina errada, feita em termos feudais… —, “os Descobrimentos Portugueses” [sic]… Assim confundindo, e identificando, deliberadamente, os Descobrimentos Geográficos e a Expansão Colonial numa única realidade… Como se essas duas coisas, diferentes e sucessivas (e distintas entre si), fossem uma só coisa…!... (e não são…).
E a hipocrisia salazarista fez (continuou a fazer…) dessa identificação abusiva o essencial da História de Portugal. Para assim justificar e legitimar as suas guerras ultramarinas africanas.
A hipocrisia salazarista que continuou para sempre (comemorando, infindavelmente, os "Descobrimentos" [sic]…), e ainda hoje, em Portugal, cinquenta anos depois de 1974 (!), é considerada como fazendo parte do senso comum e do óbvio… Os “Descobrimentos” e o “Império” [sic] são a mesma coisa (!)…
O Doutor Oliveira Salazar (Universidade de Coimbra) e, com ele, o seu Infante Dom Henrique, reinam… ainda hoje... em Portugal…
O dia 17 de Dezembro é o dia em que, portanto, todos os anos, para sempre… se deve “celebrar" (embora, na verdade, ninguém queira celebrá-la…[!] e, bem pelo contrário, tantos a queiram sim silenciar… e continuar a escondê-la para sempre…) a coincidência de, por acaso, esse poema de Sophia de Mello Breyner Andresen estar a ser escrito ao mesmo tempo que se dava a entrada inevitável dos soldados indianos em Goa… O início do fim do insustentável “Império” que os Doutores de Coimbra (e o Ministro da Educação agressor do seu próprio professor...) queriam teimar em manter, chamando-lhe “os Descobrimentos” [sic]… em vez de navegarem com os “Ventos da História"… (embora bem soubessem que essa manutenção iria ser impossível, para os soldados portugueses, por muito tempo…).
A coincidência que Sophia de Mello Breyner Andresen, significativamente, deixou expressa, como epígrafe, para sempre, no seu poema. É isso a História, a sério. Mas teve que ser feita por uma Mulher, Poeta… E não pelos Doutores, e Ministros, e Catedráticos.
A História, em Portugal, teve que ser feita por uma Mulher, e Poeta.
De facto, neste país, sempre existiram Doutores, e Ministros, e Catedráticos a mais… De anedota… Ganhando e gastando o dinheiro público (enquanto os pobres, secularmente, tiveram sempre que emigrar, para poderem sobreviver, e ir viver dignamente no estrangeiro). Doutores, e Ministros, e Catedráticos de anedota. Nos anedóticos "milieus" universitários, culturais e "científicos" portugueses.
O “Império” português, na verdade, acabou nessa noite de 17 de Dezembro de 1961… Embora os Doutores ainda tenham querido continuar a teimar… e tenham querido continuar a mandar aos soldados portugueses que fossem morrer, e matar, durante mais treze (13) anos… em vez de fazerem política, e arranjarem uma solução inteligente… que é para isso que deveriam servir os doutores e os políticos, e os intelectuais, e os epistemólogos, e os académicos… (os que não vão para as guerras… por serem muito inteligentes, e especialistas de encontrar soluções inteligentes…).
17 de Dezembro é, portanto, todos os anos, o "DIA DO DESTINO PORTUGUÊS"… (segundo Alfredo Pinheiro Marques…). No país que foi destruído, secularmente ("pelo mundo em pedaços repartido"…) pelas ambições coloniais erradas e insustentáveis das suas elites feudais.
O Infante Dom Pedro de Coimbra, o das "Sete Partidas do Mundo" e de Alfarrobeira, bem tinha avisado… logo no princípio… logo em 1436: "não perder boa capa por mau capelo, pois era certo perder-se Portugal, e não se ganhar África"… Ora aí está a razão porque esse homem tinha que morrer, e ficar maldito, e ser feito desaparecer (ele, e a sua Memória futura…), para sempre, na História de Portugal… ELE TINHA RAZÃO…
E o que foi feito, secularmente, foi o errado; e o resultado foi o previsível.
Em Portugal reina, como sempre, a sem razão…
E valeria a pena perguntar, hoje (como já em 1961): não seria melhor os Portugueses criarem para si próprios outro “Dia de Hoje”, diferente, para o seu Futuro…? Um Futuro sem “o gesto criador ser impedido”… e ”quem ousa lutar é destruído”… “por troças, por insídias, por venenos”…
Em Mira, em 1996, no dia em que erguemos a primeira estátua do Infante Dom Pedro (a primeira estátua do homem que, no seu tempo, recusou que lhe erguessem uma estátua em vida…) colocámos-lhe lá, gravado na pedra, esse poema de Sophia de Mello Breiner Andresen. O poema que, por isso, aí ficará, desde esse dia, tão simbólico para a História de Portugal, em que, em Mira, a terra dos Tavares, foi erguida a primeira estátua do homem de Alfarrobeira. Para sempre, gravado na pedra. "
Pranto pelo Infante D. Pedro das Sete Partidas
Nunca choraremos bastante nem com pranto
Assaz amargo e forte
Aquele que fundou glória e grandeza
recebeu em paga insulto e morte
Pranto pelo Dia de Hoje
Nunca choraremos bastante quando vemos
O gesto criador ser impedido
Nunca choraremos bastante quando vemos
Que quem ousa lutar é destruído
Por troças por insídias por venenos
E por outras maneiras que sabemos
Tão sábias tão subtis e tão peritas
Que não podem sequer ser bem descritas
quarta-feira, 17 de dezembro de 2025
Da série, quando a cabeça não tem juízo o corpo é que paga (V)
Da série, quando a cabeça não tem juízo o corpo é que paga.
Podem ouvir aqui: "Fernando Alexandre considera que escolas e hospitais se degradam quando são utilizados por pessoas de classes sociais mais baixas."
Estamos a uma semana do Natal...
Notícia de ontem, dia 16 dez.2025: O Governo está a preparar um plano de contingência para os aeroportos portugueses para o período de Natal, anunciou esta quarta-feira a ministra da Administração Interna, avançando que terá em conta as perturbações registadas nos últimos dias.
"Estamos a tratar e a pensar nesse plano de contingência. Traremos dele nos próximos dias, tendo em linha de conta as últimas perturbações. Está pensado e agendado", disse Maria Lúcia Amaral, no Parlamento, em resposta ao deputado do PS Nuno Fazenda sobre a possibilidade de o Governo ter um plano de contingência para fazer face a uma sobrecarga no aeroporto de Lisboa."
Nota de rodapé: sei, todos sabemos, que o Natal é quando o homem e a mulher quiserem... Porém, deixemo-nos de ironias, que o assunto é sério: será que a ministra e o governo não sabem que estamos a 8 dias do dia de Natal e em pleno período de Natal? Agora é que vai pensar num plano de contingência? Onde é que esta gente anda com a cabeça?
terça-feira, 16 de dezembro de 2025
Agora é tudo por gosto
Vejam-se as bicicletas. As motas iam dar cabo delas, mal ficassem mais baratas. A revolução dos transportes não passava pela bicicleta. Mas hoje há bicicletas magníficas, mais caras do que as motorizadas. E diz quem sabe que ainda há alguns ciclistas por aí.
A caligrafia dá um grande prazer: o traço, a tinta, a resistência do papel, a autoria, a unicidade, o progresso, a expressão, a rapidez da aprendizagem, a maneira como transparece a personalidade.
Os meios são baratos e o resultado é impressionante. Dantes era necessário escrever assim. Hoje é um gosto. Dantes só havia vinil. Hoje é um gosto. Dantes só havia a rádio para ouvir. Hoje é um gosto. Os gostos são escolhas. Libertadas da necessidade e da obrigação, estas actividades tornaram-se prazeres. Ficando como gostos minoritários, revelaram-se como deliciosas intimidades. E assim é melhor."
Sexta-feira, pelas 15 horas, reúne a AM
A Assembleia Municipal da Figueira da Foz reúne esta sexta feira, pelas 15H00, no salão nobre dos paços do concelho, em sessão ordinária.
A ordem de trabalhos pode ser consultada aqui. Um dos pontos agendados para o período da ordem do dia é o pacote fiscal para 2026, já aprovado em sede de reunião de câmara.
segunda-feira, 15 de dezembro de 2025
«André Ventura estaria disposto a “flexibilizar” a legislação laboral para “evitar que permanecesse nos anos 70” (como disse) se percebesse que o pacote laboral não causava grande alergia nas massas»
Via Jornal Público
"Da mesma forma que empunhou o discurso anti-imigrante e anti-etnia cigana depois de fazer uma tese de doutoramento onde se manifestava contra a "estigmatização de certas comunidades, que tem sido difícil de combater" [em causa estava o combate ao terrorismo], Ventura é agora defensor dos direitos dos trabalhadores porque percebeu que o povo a quem está a pedir votos também é contra a mudança nas leis laborais a favor do patronato. Nada de novo aqui. É assim que funcionam os partidos da direita populista."
Para ler melhor clicar na imagem.
A componente letiva regressou à Escola do 1.º Ciclo de Brenha, na semana passada
A união faz a força. Vamos ver se a UGT não se esquece disso...
UGT espera nova postura do Governo na reunião sobre pacote laboral
domingo, 14 de dezembro de 2025
Primeiro dia XXVII Congresso da Associação Nacional de Municípios Portugueses
No primeiro dia terminou ontem com um apelo generalizado à regionalização. Os autarcas pressionam Governo sobre Lei das Finanças Locais
О recém-eleito presidente da ANMP, Pedro Pimpão, não assume uma posição sobre o tema. Destaca que, por parte do Governo, "está a haver um reforço grande das comissões de coordenação e desenvolvimento, das comunidades intermunicipais e das áreas metropolitanas".
Na eleição para os novos órgãos sociais da ANMP, o social-democrata Pedro Pimpão foi eleito como sucessor da socialista Luísa Salgueiro com 561 votos a favor. O autarca de Pombal encabeçava a lista única ao Conselho Directivo, que conta com eleitos do PSD, PS e independentes. A direcção de Pedro Pimpão terá como vice-presidentes a socialista e autarca de Coimbra Ana Abrunhosa, o presidente da Câmara da Feira e líder dos Autarcas Social-Democratas Amadeu Albergaria, o socialista e autarca de Loures Ricardo Leão, Nuno Piteira Lopes, presidente da Câmara de Cascais, e o independente Flávio Massano, autarca de Manteigas. Os 11 vogais são os autarcas de Bragança, Cantanhede, Vila Real de Santo António, Guimarães, Alandroal, Lamego, Gondomar, São João da Pesqueira, Viseu, Mourão e Vila Real.
O presidente da Câmara do Porto, Pedro Duarte, ocupa o primeiro lugar do Conselho Geral - órgão com 61 membros e onde CDS e PCP têm um lugar cada.
No Conselho Fiscal, lidera o independente Vítor Marques, das Caldas da Rainha.
Novas lideranças regionais CCDR vão a votos a 12 de Janeiro num mapа negociado entre PSD e PS
Segundo o Expresso, o acordo prevê que o PSD fique com as presidências das CCDR do Norte e do Centro, enquanto o PS assegura Lisboa e Vale do Tejo, Alentejo e Algarve.sábado, 13 de dezembro de 2025
Pedro Pimpão é o novo presidente da Associação Nacional de Municípios
A presidente da Câmara Municipal de Coimbra, Ana Abrunhosa, foi eleita vice-presidente da Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP). Pedro Pimpão sucede assim a Luísa Salgueiro, que irá presidir à Mesa do Congresso e, por inerência, ao Conselho Geral. As votações para a eleição dos titulares dos órgãos da ANMP decorreram esta tarde de sábado no XXVII Congresso desta entidade. Centenas de autarcas estiveram reunidos em Viana do Castelo, durante o fim de semana. Pedro Pimpão foi candidato único à presidência do Conselho Diretivo da ANMP.
Ex-presidente da Câmara de Anadia, Teresa Cardoso, preside ao conselho de administração dos portos de Aveiro e Figueira da Foz
Segundo o Diário as Beiras (edição de hoje), tanto "o ex-autarca socialista Carlos Monteiro, assim como o seu sucessor na administração portuária Valter Rainho, foram nomes indicados ao Governo pelo presidente da Câmara da Figueira da Foz, Santana Lopes."
Como é do conhecimento público, "apesar das diferenças políticas, Santana Lopes não tem poupado nos elogios ao seu antecessor socialista, que derrotou nas eleições autárquicas de 2021."
Sobre a nomeação de Valter Rainho, contactado pelo Diário as Beiras, Santana Lopes disse que tinha a “dizer bem” da escolha. “Não foi surpresa. O Governo foi muito correto”, acrescentou o autarca figueirense.
Recorde-se que "a administração dos portos de Aveiro e da Figueira da Foz ainda em funções foi nomeada pelo Governo do PS. Contudo, Santana Lopes recomendou o socialista Carlos Monteiro ao então ministro Pedro Nuno Santos."
sexta-feira, 12 de dezembro de 2025
Maior investimento em Defesa em 50 anos avança sem concursos...
No dia seguinte será que Montenegro já viu que havia razões para a greve geral?..
Ventura recuou e pôs em causa medidas chave da reforma. Na manhã do dia de greve, pela manhã, Ventura - o único parceiro que restava para negociar o pacote laboral - deu uma entrevista à Antena 1.
Xi, Trump e Putin no casino da guerra
"Oito décadas depois do fim da II Guerra Mundial, voltamos a viver num mundo em que todos os países parecem estar a preparar-se para enviar os seus jovens para a frente de combate.
A indústria de armamento está a conhecer os seus dias mais gloriosos – na perspectiva dos seus acionistas, claro… –, com um crescimento de vendas e de volume de negócios como nunca se tinha visto. Segundo o insuspeito Instituto Internacional de Estudos para a Paz de Estocolmo, as vendas de armas das 100 maiores empresas do setor alcançaram, este ano, o volume recorde de 679 mil milhões de dólares, quase o equivalente ao triplo do PIB português, e que é o valor mais alto alguma vez registado por aquele organismo, fundado em 1966."
quinta-feira, 11 de dezembro de 2025
Teresa Cardoso será a nova presidente do Conselho de Administração do Porto de Aveiro
"Nos termos dos estatutos da APA, o Conselho de Administração pode integrar até três vogais para além do presidente, sendo ainda possível a nomeação de mais um vogal por parte do Ministério das Finanças, conforme previsto na legislação em vigor.
Teresa Cardoso, nascida em abril de 1962, é licenciada em Engenharia Civil pela Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra. Ingressou na Câmara Municipal de Anadia em 1987 como técnica superior, desempenhando ao longo dos anos várias funções de chefia. Entre 1998 e outubro de 2013 exerceu os cargos de vereadora e de vice-presidente do município, eleita pelo PSD.
Em 2013, após divergências com a estrutura local do partido na escolha do candidato à autarquia, rompeu com o PSD e protagonizou uma candidatura independente pelo MIAP - Movimento Independente Anadia Primeiro, que viria a vencer. Presidiu a Câmara Municipal de Anadia durante 12 anos consecutivos, sempre como independente.
Nos últimos meses, iniciou um processo de reaproximação à estrutura local do PSD, atualmente liderada por Pedro Miguel Esteves, diretor de comunicação do gabinete de Luís Montenegro, primeiro-ministro do Governo de Portugal. Nas últimas eleições autárquicas, foi ainda mandatária da candidatura da coligação PSD/CDS liderada por Jorge Sampaio, seu antigo vice-presidente. Teresa Cardoso foi a primeira - e continua a ser a única - mulher a liderar a Câmara de Anadia.
Rogério Carlos é licenciado em Ciências da Educação, com especialização em Administração Educacional, pela Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade de Lisboa. Ao longo da sua carreira acompanhou sempre Ribau Esteves no seu percurso autárquico. Primeiro como assessor e adjunto do presidente na Câmara Municipal de Ílhavo (1998-2013), depois, entre 2013 e 2021, como adjunto do presidente da Câmara Municipal de Aveiro e, mais recentemente, no último mandato autárquico, subiu para vice-presidente da autarquia aveirense.
Foi sempre apontado como o preferido de Ribau Esteves para a sua sucessão na Câmara Municipal de Aveiro, mas a direção nacional do partido optou por escolher Luís Souto como candidato à autarquia e Rogério Carlos demitiu-se da direção local do partido e afastou-se da campanha das últimas eleições autárquicas. Com esta indicação por parte do Governo, acredita-se no aparelho social-democrata que o caminho é de reaproximação, colocando-se de lado as divergências sentidas no PSD-Aveiro ao longo dos últimos meses.
Já o outro vogal conhecido da nova administração, Valter Rainho, é natural da Figueira da Foz e, curiosamente, licenciado pela Universidade de Aveiro em Engenharia do Ambiente. Atualmente exerce as funções de Diretor do Departamento de Ambiente e Obras Municipais na Câmara Municipal da Figueira da Foz. Recorde-se de que a APA gere também o Porto da Figueira da Foz e a atual administração conta também com Carlos Monteiro, ex-presidente da Câmara Municipal deste município.
É previsto que a tomada de posse dos novos membros do Conselho de Administração ocorra no início do próximo ano, após a conclusão dos processos de nomeação e homologação legais que implicam necessariamente o parecer da CReSAP - Comissão de Recrutamento e Seleção para a Administração Pública."





























