Como sempre, de forma corajosa, lúcida, bem escrita, sintética, excepcional e oportuna, cá está mais uma crónica de Manuel António Pina que vale a pena ler: Jornalismo de "serviço".
“A entrevista "non stop" que, desde que foi condenado, Sua Inocência tem estado ininterruptamente a dar às TVs”, vai continuar mais logo, pelas 21 horas, na RTP1, uma estação de televisão de Serviço Público, desta vez no formato de “grande entrevista”.
Mais uma vez, vai ser facultada a Sua Inocência, “a exposição sem contraditório das partes que lhe convêm (acha ele) do processo Casa Pia e promovendo o grotesco julgamento na praça pública dos juízes que, após 461 sessões, a audição de 920 testemunhas e 32 vítimas e a análise de milhares de documentos e perícias, consideraram provado que ele praticou crimes abjectos, condenando-o à cadeia sem se impressionarem com a gritaria mediática de Suas Barulhências os seus advogados, o constituído e o bastonário.”
Cito João Tunes, que eu não conheço, a não ser pelo que escreve nos blogues: “nunca um arguido, muito menos um condenado, teve antes a televisão aos seus pés. Carlos Cruz parece que a segura por uma trela, domesticando-a na passagem (ou imposição, tendo em conta a insistência) da mensagem martelada e repetida da sua qualidade de vítima injustiçada. O que faz com insistência e profissionalismo, assumindo o escândalo de uma centralidade sustentada até à náusea.”
Até quando vai isto continuar?
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