A Figueira, em tempo que já lá vai, foi uma cidade, como diria o dr. Santana Lopes, “que já esteve no mapa”.
Para além da praia e do Casino, teve como imagens de marca iniciativas que, realmente, faziam a diferença. Ao correr da pena, recordo três: o Festival da Canção, o Festival de Cinema e o Mundialito.
Mas, como tudo isso pertence ao passado, falemos então do futuro.
Primeiro:
Em Novembro último, com pompa e circunstância, foi apresentada uma iniciativa prevista para os dias 22 a 31 do próximo mês de Maio que, a concretizar-se nos moldes em que foi anunciada, iria recolocar a Figueira no mapa, mas, desta vez, “no mapa mundial”.
Se bem me lembro, estariam entre nós os melhores pilotos de ralis – Walter Rohrl, Juha Kankunnen, Ari Vtanen, Mrkku Allen - e seriam realizados grandes concertos - Tina Turner, Ricky Martin, Enrique Iglésias e André Sardet, foram nomes anunciados.
2009 seria um ano de ouro para a Figueira que se veria, assim do pé para a mão, no topo do mapa mundial do desporto motorizado e do espectáculo.
Faltaria um mês, segundo o anunciado em Novembro passado, para os terrenos das antigas instalações da empresa Alberto Gaspar e a Figueira da Foz receberem durante dez dias cerca de 100 mil visitantes diários, de acordo com as previsões feitas pelos promotores do evento.
Estranhamente, porém, não tenho visto promoção ao invulgar acontecimento. Não quero com isto insinuar que a promoção não esteja a ser feita. A história está cheia de momentos em que apenas os iluminados viram o que deveria ter sido visto por todos. Esses, poucos, ainda que iluminados, são os visionários. O defeito, portanto, deve ser mesmo meu que não consigo vislumbrar a tal campanha.
Mas, lá que ando admirado com o que se passa com “este projecto ambicioso”, que da autarquia figueirense apenas receberia apoio logístico, pois o patrocinador oficial seria o Turismo de Portugal, lá isso ando!..
Eu, assim coisas importantes, gostava mesmo de ver…
Segundo:
Se tal dependesse apenas da vereação camarária – situação e oposição - , de uma penada, as localidades e sedes de freguesia Tavarede, S. Pedro, Lavos e Marinha das Ondas, já tinham sido elevadas a vila.
Na verdade, depois de na penúltima reunião camarária a proposta do PSD, que englobava apenas São Pedro, Lavos e Marinha das Ondas, ter sido retirada, certamente para ser estudada, aprofundada e melhorada, foi agora de novo apresentada e mereceu a unanimidade das bancadas do PS e do PSD.
É certo, que a Assembleia Municipal também tem ainda de se pronunciar e a decisão final é da Assembleia da República, mas, como estamos em ano de todas as eleições, tudo isto tem pernas para andar... Ah, antes que me esqueça, um pormenor certamente irrelevante: antes desta segunda ida a sessão de câmara, penso eu, terá sido feito um acordo de bastidores que permitiu colocar no pacote, também, Tavarede, o que, aliás, é de toda a justiça.
Já que parece estarmos em maré de entendimento, virtualidades à parte, dadas as dificuldades que os dois partidos estão manifestamente a encontrar para encontrar cabeças de lista, para a câmara, a exemplo do que aconteceu em Quiaios e São Pedro, em 2005, para as respectivas juntas, porque não então um “negócio” mais global, que permita uma coligação – descarada ou envergonhada - para realizarem o que prioritariamente deve ser feito no próximo mandato na Câmara Municipal: a diminuição do deficit camarário.
Creio que no final do próximo mandato, daqui a pouco mais de quatro anos, ninguém iria vislumbrar diferença entre ter estado lá o PSD, sozinho, o PS, sozinho, ou PSD e PS, coligados.
Eu, assim, coisas importantes, gostava mesmo de ver.
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