segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Recordar a Aldeia

imagem sacada daqui
Maria Archer, grande escritora, homenageada sábado passado, na Cova-Gala, em 1938 na  sua novela "Entre Duas Viagens" escrevia assim sobre nós. 
"No primeiro domingo de Janeiro faz-se na Cova a romaria anual a São Pedro, padroeiro dos pescadores. No extremo da povoação, num ermo desabrigado, ergue-se a pequena e humilde capela do santo. Em redor alongam-se as dunas cobertas de juncos, enquadradas pelo pinhal e pelo mar. S. Pedro, se viesse dos areais da Judéia, com as suas rústicas sandálias de caminheiro pobre, as suas barbas austeras, a face tostada pelo ar salgado, sentir-se-ia à vontade entre a gente da Cova e no seu agreste cenário de deserto ribeirinho".

Em tempo.
Recordar a Aldeia, como aconteceu sábado passado no Clube Mocidade Covense, pode ser gratificante. 
Recordar a aldeia, como aconteceu sábado passado no Mocidade Covense, é também saudável, tranquilo, didáctico e enche a minha vida com outras cores. 
Da minha Aldeia continuo a ver o rio e o mar.
Recordar a Aldeia faz  bem à saúde do corpo e faz bem à saúde da alma. 
Às vezes, faz falta saber quem fomos, principalmente os valores e os princípios, para continuar a gostar da minha Aldeia.
Mais uma vez, ouso recomendar a leitura de "A Cova-Gala, como notável exemplo de Solidariedade".

O apetite pelo poder

Como os resultados demonstram e é do conhecimento mais ou menos generalizado, até aqueles que eram honestos e tinham atitudes socialmente aceitáveis no momento da sua chegada a uma posição de liderança, mudaram com demasiada facilidade as suas perspectivas morais uma vez tomado o gosto do poder.

domingo, 23 de agosto de 2015

Sabem quem é o líder do campeonato?..


O Arouca, pois claro...
Dois jogos = a duas vitórias!..

A Arte Xávega no Concelho da Figueira da Foz ficou mais pobre...

"Zé do Olho, 
Não tinha medo do mar! 
Era amigo e um amigo! 
Adorava ser fotografado! 
Era a pessoa que me movia para ir fotografar a Arte Xávega naquela localidade, Costa de Lavos. 
Carismático, trabalhador e divertido é assim que me vou recordar do Zé do Olho." 
Pedro Agostinho Cruz

Em tempo.
Zé do Olho é um Homem, como tantos outros, que vem dos tempos de nada. Nas aldeias, vivia-se do nada. Nem o mais essencial estava acessível à generalidade do povo... 
Uma vida certamente recheada de estórias empolgantes, vividas na solidão branca das ondas do mar.
Uma vida, como tantas outras, vivida em condições de extrema dificuldade, que passou pelos longos anos da guerra, anos de fomes, tempos de duros racionamentos.

Zé do Olho, um Homem do Povo e um Amigo do Pedro, que o Pedro não esqueceu.
Os meus pêsames à família enlutada.

"A Cova-Gala, como notável exemplo de Solidariedade", um livro que merece ser lido por todos, em especial pelos covagalenses...

foto António Agostinho
Jorge Mendes, advogado em Lisboa, nascido em Coimbra a 3 de Dezembro de 1945, um escritor para mim completamente desconhecido, publicou um livro "que tinha projectado escrever, não com o propósito de trazer ao conhecimento dos leitores grandes acontecimentos históricos que estivessem por revelar, pois esse trabalho estava superiormente feito pelo Comandante João Pereira Mano e Manuel Luís Pata", mas para "dar a conhecer os covagalenses e as suas vidas ao longo dos últimos 225, ou seja, desde 1790".  

Adquiri os dois volumes deste livro na Junta de Freguesia de S. Pedro apenas na passada sexta-feira, pelo que, até ao momento, só tive tempo de fazer a chamada leitura em diagonal.
Gostei. Talvez porque fala numa linguagem que é também minha. O que não me admirou, pois o autor tem uma longa ligação à Cova-Gala: a sua esposa descende, por via materna, de famílias da Cova - "Malaquias" e "Gonçalves" - e, por isso mesmo, desde há dezenas de anos passa na Gala uma parte das férias, fins de semana e outros dias, numa casa em frente ao antigo "Portinho".
Repito: gostei. Talvez porque fala de nós tal como o fomos, somos e sentimos, da nossa idiossincrasia, dos trabalhos e das dificuldades colossais por que passámos, das nossas conquistas e derrotas, tristezas e alegrias, das quatro "viagens" desde finais do século XVIII - a pesca das "artes", a cabotagem do comércio, as campanhas do bacalhau e as migrações (Tejo, Cascais) e a emigração para a América.

Para lá das memórias e da história passada a letra de forma, fica um contributo mais para a história da Cova-Gala, duas Aldeias que, de tão pequenas e insignificantes, pouca atenção merecem daqueles que determinam a política e a cultura no nosso concelho. 
Presumo que seja uma edição de autor. Não conheço o escritor desta obra (a não ser de vista - e eu para ele sou um completo desconhecido...), pelo que estou completamente à vontade para recomendar  aos covagalenses  e a todos os que se interessam pelo conhecimento, para se dirigirem à Junta de Freguesia de S. Pedro, onde por 10 euros, podem adquirir os dois volumes deste excelente testemunho que é o livro "A Cova-Gala, como notável exemplo de Solidariedade", escrito por Jorge Mendes, que traz ao nosso conhecimento referências humanas passadas e outros importantes "documentos" da história da Cova-Gala - a minha Terra, onde continua a haver uma certa doçura de viver que cada vez é mais difícil de encontrar noutros locais. Só espero que não estraguem mais do que já está irremediavelmente estragado.  
Continua a dar gosto dizer que a Cova-Gala é a  minha Terra - apesar dos apesares continua a ser a minha Identidade, a minha História, a minha Alma. Este livro reforçou esta minha firme convicção de sempre.
Como covagalense fica o meu agradecimento ao dr. Jorge Mendes.

A história do bom aluno continua, desta vez aplicada à sardinha...

foto sacada daqui
Dez municípios do país exigem o aumento da quota de captura de sardinha para este ano e o próximo solidarizando-se com os pescadores de Peniche e da Nazaré, impedidos desde hoje de capturar aquela espécie.
“Há condições para que possa haver um aumento de quota para que se possa pescar por mais algumas semanas”, afirmou António José Correia, em nome de todas as autarquias que se solidarizaram com aqueles dois municípios, uma vez que nos seus territórios, a quota irá também esgotar-se, nalguns casos nas próximas semanas e noutros em poucos meses.
Na posição conjunta, os dez municípios exigem ainda ao Governo que sejam rapidamente definidas “as medidas de acompanhamento para responder aos problemas resultantes da interdição e imobilização temporária das embarcações”, medidas essas que serão discutidas na terça-feira pela Comissão de Acompanhamento da Pesca da Sardinha.
A posição é subscrita pelas câmaras de Peniche, Nazaré, Figueira da Foz, Matosinhos, Sesimbra, Sines, Loulé, Portimão e Setúbal e Olhão, que se manifestaram ainda disponíveis para apoiar acções que venham a ser definidas pela Federação dos Sindicatos da Pesca.

Em tempo.
"Por este ano já se acabou a sardinha... 
Não, não acabou a época da sardinhada. Até ao fim do Verão ainda haverá por aí umas sardinhadas... Com sardinha espanhola, e ainda mais cara...
Também é para isto que serve o bom aluno... convenientemente confundido com o aluno obediente, que come e cala. Que, no fim de contas, é o que importa: para isto e para outras coisas semelhantes!
Por isso a ministra Cristas diz que tem de ser assim... Que o  que tem que ser tem muita força. Que temos de cumprir, se não no futuro teremos ainda quotas menores... É assim. Sempre foi assim... É sempre esta a história do bom aluno!" Eduardo Louro

sábado, 22 de agosto de 2015

À atenção dos exmºs. autarcas figueirenses: uma ideia fantástica

"Circular de bicicleta na cidade com segurança".
É uma daquelas ideias em que podemos dizer “como é que não pensei nisto antes?”
No desenho das estradas, em vez de colocar os carros encostados ao passeio, com uma pista de bicicletas ao lado das pistas dos carros, colocar em vez disso a pista de bicicletas junto ao passeio e usar os carros estacionados como uma barreira de protecção.
Fica-se a a aguardar que adoptem a ideia. 
Afinal de contas, tantas coisas inúteis têm feito no domínio das ciclovias, porque não fazer algo de facto útil?

Uma crónica hoje publicada no jornal AS BEIRAS


Lista CDU por Coimbra

A reconquista de um deputado por Coimbra é aposta firme da candidatura da CDU, cuja lista distrital foi ontem entregue no Tribunal. Na ocasião, quer o mandatário, António Moreira, quer o cabeça de lista, Manuel Pires da Rocha, enfatizaram o trabalho “de provas dadas”, nomeadamente, através da deputada Rita Rato – que “fez mais pelo distrito” do que muitos dos que foram eleitos por Coimbra. 
Nos cinco primeiros lugares, a lista da CDU por Coimbra inclui, a seguir a Manuel Rocha, os nomes de Jorge Seabra, Adelaide Gonçalves, Paulo Coelho (Os Verdes) e Sérgio Dias Branco.

A ingratidão dos povo português é imensa: não se esqueçam de Dias Loureiro...

"A meritocracia já viveu melhores dias neste país onde boys abanadores de bandeiras, mal preparados e incompetentes infestam a Administração Pública enquanto milhares de jovens altamente qualificados se vêm todos os dias obrigados a abandonar o país para conseguirem um emprego. Felizmente existem aqueles que resistem, gente exigente e metódica como Dias Loureiro, esse empresário bem sucedido a quem aparentemente apenas Pedro Passos Coelho reconhece valor."

Em tempo.
Se Sócrates, que não vai a votos é tema, ele também merece a nossa atenção. Alguém lhe faça um hino por favor!

Resta conseguir rir no meio da desgraça?...

sexta-feira, 21 de agosto de 2015

"A Cova-Gala, como notável exemplo de Solidariedade" e a minha expectativa inicial...

Ao iniciar a leitura deste livro, publicado em 2 volumes, ocorreu-me que também a escrita de um blogue ajuda a ganhar apreço pelo trabalho de quem empreende o caminho duma escrita com substância, como me parece ser o caso desta obra.
Quem escreve um blogue sabe que, a certa altura, do outro lado, haverá um leitor, pelo menos um leitor, que sentirá algo pelo que escrevemos: sentirá, no mínimo, indiferença. 

A escrita de um blogue torna-nos leitores mais atentos e mais exigentes. 
Gosto de ler desde que tenho memória. 
Gosto de livros. 
Sinto-me disponível para  ler, sobretudo, aqueles que acho que preenchem uma falta que eu nem sequer sabia que existia.
Há muitos mais livros, que passei a procurar, a que deixei de ser indiferente. 
Não terei, porventura, provas do que vou escrever, mas,  a minha intuição diz-me que este blogue, que já leva quase 10 anos de existência, fez de mim um melhor leitor. 
O que, não tendo sido o objectivo inicial é, talvez, o resultado que mais me agrada nesta aventura.
É essa a expectativa que tenho ao iniciar a leitura desta obra publicada em 2 volumes pelo dr. Jorge Mendes.

"De facto, uma das marcas das povoações marítimas é o luto que nelas esvoaça e fica sobre todas as famílias.
Aqui, porque também na margem da foz, a Cova-Gala foi mártir maior.
Apagar essas marcas seria negar a sua história.
Cimentar as marcas é honrar os nossos mortos.
Os painéis (na fachada da Junta de Freguesia) recordam e honram o trabalho do mar e as suas tragédias familiares".

A vacuidade total...

Em momentos de desespero só se dizem disparates: "Costa diz que se identifica com Ferreira Leite".
Se não fosse tão triste, neste momento,  estaria como o Seguro: a rir perdidamente...

Em tempo.
Qual é que é mesmo o argumento do PS de Costa por estes dias contra a coligação? 
É esse mesmo...
O de que quer privatizar a segurança social!.. 

Lançamento do livro " A Cova-Gala, como notável exemplo de solidariedade" da autoria do Dr. Jorge Mendes, no Clube Mocidade Covense.

José Vidal: "Apesar de ter filmado todas as intervenções, infelizmente só fiquei com o vídeo, pois o meu telemóvel pregou-me uma partida no som, desactivando-o sem que eu me apercebesse disso." 

Em tempo. 
Jose Vidal: "Peço imensa desculpa, mas sem som não há video por agora."

Cartazes

Mais cartazes aqui.

quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Vivemos em alienação?..

Estamos a 45 dias de eleições legislativas. Penso que é tempo de se discutir política - que o mesmo é dizer, discutir o futuro de nós todos. É mais do que tempo do debate político, sem demagogias, se centrar nos temas que interessam aos portugueses. Deixo, para reflexão de quem disso se queira dar ao trabalho, 5 questões. A meu ver, é na resposta sincera à solução para estes problemas, que se encontram algumas das principais diferenças entre um governo de direita e um governo de esquerda.

1. Como combater níveis de desemprego real historicamente altos, sobretudo entre os mais jovens?
2. Como contrariar o agravamento das desigualdades sociais entre pobres e ricos?
3. Como equilibrar as contas públicas mantendo no Estado os serviços públicos de saúde, educação e segurança interna?
4. Como preservar a Segurança Social, garantindo que todos receberão uma reforma quando se aposentarem?
5. Como garantir a igualdade entre todos os cidadãos independentemente do seu género, origem, cor de pele, religião, orientação sexual, profissão ou ideologia? 

Belém e Costa. Sócrates e Costa...

Na segunda-feira, Costa  faz-se à vida e tenta marcar a agenda mediática: Maria de Belém caiu-lhe em cima...
Ontem, Costa tenta fazer novamente pela vida e tenta novamente marcar a agenda mediática: Sócrates caiu-lhe em cima...  
Ai Costa, Costa, a vida Costa, a vida Costa... custa!..
Quando avançou para a liderança do PS, Costa dificilmente poderia prever que, nesta altura do campeonato, iria estar tão encalacrado dentro do partido.
Cá se fazem, cá se pagam...
Ai Costa, Costa!..

Isto é muito a sério, mas é só um começo

"Ao longo de vinte anos, a doutrina da terceira via, segundo a qual as eleições se ganham ao centro com uma política de centro, conduziu à vitória monumental da direita. Por isso, muitos militantes trabalhistas querem romper com este passado e Corbyn aparece como o homem certo para o fazer.
Os cínicos argumentam que Blair tem mesmo razão e que, se o partido virar à esquerda, a direita se eternizará no poder. Vai ser refrão em Portugal e em toda a Europa, assustada com esta surpresa. Portanto, a ideia é que tudo deve continuar na mesma, com o centro a aceitar que a direita determine a única política admissível. Esta solução é a da eternidade da ordem liberal.
De facto, os partidos socialistas submeteram-se a tal razão cínica. Não é essa a história de Hollande? Eleito com promessas gloriosas (fazer frente a Merkel! em poucas semanas renegoceio o Tratado Orçamental e acrescento um plano para o emprego!), alinhou-se no consenso europeu e assim ficou. O mesmo se dirá de Renzi (que já enfrentou uma greve geral contra a mudança da lei laboral), o mesmo se dirá de Seguro e de Costa (para quem não há vida para além do Tratado Orçamental e dos comunicados do Eurogrupo), de Sanchez (que quer um ministro das finanças europeu, como Schauble e à imagem de Schauble) e de todos os outros. 
A Inglaterra tem no entanto duas diferenças assinaláveis em relação a França, ou Itália, ou Portugal. A primeira é que o partido trabalhista tem uma história organicamente ligada ao movimento operário e sindical, o que explica que neste caso ainda tenha havido gente e convicção para esta aspiração a uma viragem anti-blairista e anti-liberal. 
A segunda é que o país não está submetido nem ao euro nem às regras do BCE e tem assim margem de manobra para políticas próprias, o que permite um debate mais aberto sobre alternativas realizáveis. A Corbymania que tanto incomoda o establishment resulta dessas duas potencialidades."

Em tempo.
O texto de Francisco Louçã pode ser lido na integra aqui.

Ena pá: tantos?..

Bem sei que não é uma promessa
É um compromisso

Jerónimo de Sousa na Figueira