António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
sexta-feira, 7 de dezembro de 2012
Maioria adia votação para hoje...
A Assembleia da República acabou por não votar ontem na
generalidade o projecto de lei 320/XII que impõe a agregação e extinção de
centenas de freguesias a nível nacional, 4 das quais na Figueira da Foz.
Por opção da maioria, o
diploma apresentado por um conjunto de deputados do PDS e do CDS-PP será votado na generalidade na sessão de hoje,
após o debate quinzenal com o primeiro-ministro.
À saída da Assembleia da República, o presidente da Delegação
Distrital da ANAFRE criticou a postura dos deputados da maioria que preferiram
adiar a votação “não tendo coragem política de assumir as suas responsabilidades e não enfrentando os autarcas presentes nas galerias”.
quinta-feira, 6 de dezembro de 2012
Memórias da pesca do bacalhau, em Ílhavo e na Figueira...
São pouco mais de 11 minutos que contam a “estória” do Argus, navio que teve duas vidas e está a caminho da terceira. Foi bacalhoeiro português
nos bancos da Terra Nova e da Gronelândia. Foi cruzeiro turístico nas Caraíbas,
quem sabe se não foi como um barco do amor. E agora, que regressou ao país de
origem depois de ter sido resgatado do abate nas Antilhas Holandesas, a ideia é
torná-lo num navio-memória da sua primeira vida.
Vejam o vídeo, clicando aqui, e comparem com o que aconteceu ao “nosso” José Cação…
FORÇA NISSO!
Como se pode ver na foto sacada daqui, "à partida para a capital, alguns dos autarcas foram recebidos na Câmara Municipal da Figueira da Foz, pelo edil João Ataíde." |
Dois autocarros estão a caminho de Lisboa esta manhã.
A
bordo vão autarcas e populares que querem demonstrar, frente à Assembleia da
República e juntamente com mais cerca de 1200 freguesias de todo o país, que
estão contra a extinção ou agregação de freguesias, no âmbito do projeto da
reorganização administrativa que ali vai, hoje, ser votado na generalidade. S.
Julião, Borda do Campo, Brenha, Paião e Marinha das Ondas são as quatro
freguesias que se farão representar nesta manifestação e que estão em risco de
serem agregadas; as duas restantes - Vila Verde e Buarcos – têm motivações
diferentes. João Carronda, de Vila Verde, protesta pelo «acerto de fronteiras»
que o projeto aprovado em Assembleia Municipal contempla, e que retira a Ilha
da Morraceira a Vila Verde para a integrar no território de Lavos. Já José
Esteves, que enfrenta a possibilidade de ver Buarcos tornar-se uma mega
freguesia, agregando S. Julião, contesta a alteração em nome da identidade
sociocultural daquela vila piscatória. Também Santana – a única freguesia do
PSD sacrificada – se vai manifestar frente ao Parlamento, mas para o efeito
organizou uma viagem em autocarro próprio.
Via O Figueirense
Marcelo Rebelo de Sousa
“Que Marcelo é um dos nomes fortes e mais influentes da direita
já todos sabemos há muito tempo. O que desconhecíamos no seu trajecto político,
apesar de todo o seu habitual intervencionismo nas lides político-partidárias,
era a sua disponibilidade para se envolver tão intensamente na defesa de um
governo, como está a fazer com este governo de Passos Coelho. Pode mesmo
dizer-se, sem ironia, que a sua envolvência com o governo em funções é maior do
que a que ele tinha consigo próprio quando era líder do PSD.
Marcelo percebeu, como toda a gente, que este é, desde o 25
de Abril, o governo mais à direita que Portugal teve. Um governo que está levar
à prática aquilo com que a direita sempre sonhou desde o 25 de Abril mas que
nunca até hoje tinha tido condições para concretizar: a desforra. E é essa
desforra, esse desmantelamento do que de mais importante foi conquistado com a
Revolução, que entusiasma verdadeiramente Marcelo.
Marcelo também sabe que essa desforra não pode incidir, pelo
menos para já, sobre as chamadas “liberdades formais” da democracia
representativa, mas sabe também que se os direitos económicos e sociais de quem
trabalha forem verdadeiramente atacados, precarizados, fragilizados estarão
criadas as condições para que “em democracia” a direita possa fazer quase tudo
o que fazia em ditadura. Essa a razão do entusiasmo de Marcelo.
Enganam-se aqueles que pensam que Marcelo tinha tudo para
uma grande carreira política mas que por força das suas “traquinices” e
perversidades tudo tem deitado a perder. Sim, Marcelo aspirava, na sequência e
na continuidade do marcelismo, a uma grande carreira política que o 25 de Abril
traumaticamente impossibilitou. Hoje, ao ver parcialmente recriadas aquelas
condições, Marcelo voltou a acreditar que tem hipóteses. Mas para isso é
preciso reforçar quotidianamente a defesa do governo para que este possa concluir
a tarefa a que meteu mãos.”
Texto completo aqui.
quarta-feira, 5 de dezembro de 2012
Joaquim Benite
Em Almada ergueu
um projecto sólido num teatro azul. Teve de enfrentar governantes cuja
ignorância fustigava. Foi feito cavaleiro das artes e das letras pelo governo
francês mas, quando lhe lembravam isso, dizia que ainda estava à espera do cavalo.
Agora é tarde.
Esta manhã as notícias falaram dele e de coisas que ele
pensava e dizia: que «os encenadores nunca ficam na história, quem fica na história são os escritores como o Shakespeare».
Como ele também disse um dia “vale
a pena viver para nos divertirmos. Lutar por coisas, para cumprir missões, não.”
terça-feira, 4 de dezembro de 2012
Um vídeo esclarecedor sobre o ensino privado em Portugal...
“Aquilo que muita gente já sabia e que já tinha sido objecto de muitas denúncias que o ministério continua a ignorar. Isto é um escândalo, não há outra forma de classificar isto. Mas tudo o que se diz sobre a empresa GPS não se fica por aqui, há atividades e práticas bem mais graves do que é aqui descrito e que têm vindo a ser denunciadas por aqueles que conhecem melhor a empresa.”
Via Klepsýdra
Isabel Jonet, em discurso directo...
para ler clicar na imagem |
Não é espantoso que a santa padroeira da caridade não perceba isto? não, não é. É que na sua classe social acredito piedosamente que muitos pais não tenham tempo para dar o pequeno-almoço aos filhos. Não vejo é grande drama nisso: chegam ao colégio e passam pelo bar. O pior que acontece é chegarem atrasados à aula."
Via Aventar
Nem de propósito: “assentava que nem ginjas”!..
imagem sacada daqui |
Depois da rábula da sugestão de Passos Coelho da aplicação de propinas ao secundário, o mínimo que se pode dizer da “coincidência”, é que vinha mesmo a calhar...
Nem de propósito: “assentava que nem ginjas”!..
Vivemos uma época de loucura e insanidade?..
Barcos, comboios e metropolitanos de Lisboa e Porto
transportaram menos 12,9 milhões de passageiros no terceiro trimestre de 2012,
uma quebra que os especialistas justificam com a crise, o desemprego, a subida
das tarifas e o fim dos descontos para estudantes.
A sério, estou a ficar preocupado…
Na história - e o Portugal contemporâneo é o exemplo vivo
disso mesmo - há muita paciência para a miséria, mas será que não existe limite mais curto para a estupidez?..
30 000 euros...
foto sacada daqui |
"Duplicar o record de mini foguetes", ou seja, chegar aos 2.000 participantes"...
A medida, vista e comentada pelos santanistas:
“A Figueira perdeu”…
A medida, vista e comentada pelos que apoiam e
compreendem a necessidade da contenção:
“A Figueira aprendeu”…
Ainda a mesma medida, vista e comentada pelos
figueirenses em geral:
“A Figueira é uma merda”…
segunda-feira, 3 de dezembro de 2012
Idiossincrasias figueirenses...
Mereceu a minha melhor atenção o comentário do eng. João Vaz
ao post de Rui Curado Silva (na imagem ao lado e aqui).
Escreveu o senhor eng..
“O Executivo está preocupado com o que possa acontecer ao Casino e já tomou algumas medidas. Mas, a Câmara não tem competências para impedir despedimentos nem o fecho de determinadas áreas de negócio. Só se estás a propor a"nacionalização" do Casino ! :) Ou o que sugeres que a Câmara possa fazer ?”.
Escreveu o senhor eng..
“O Executivo está preocupado com o que possa acontecer ao Casino e já tomou algumas medidas. Mas, a Câmara não tem competências para impedir despedimentos nem o fecho de determinadas áreas de negócio. Só se estás a propor a"nacionalização" do Casino ! :) Ou o que sugeres que a Câmara possa fazer ?”.
Eu já o sabia, desde que este executivo tomou posse, mas a
partir deste momento, tornou-se público aquilo que era do meu conhecimento pessoal.
Para o senhor eng., aqui na Figueira, o comum dos mortais não pode opinar sobre, pelo menos, duas ou três coisas: o desempenho do actual Executivo da Câmara Municipal da Figueira da Foz, o preço da água na nossa cidade e o Casino.
Para o senhor eng., aqui na Figueira, o comum dos mortais não pode opinar sobre, pelo menos, duas ou três coisas: o desempenho do actual Executivo da Câmara Municipal da Figueira da Foz, o preço da água na nossa cidade e o Casino.
Pronto… Fica o meu conselho aos blogueiros figueirense e aos
que têm colunas de opinião nos jornais…
Neste momento, só devem escrever sobre baboseiras, de preferência
desportivas...Sobre outras realidades locais, abordem o défice herdado
pelo actual Executivo….
Em tempo.
- Não poderia concordar mais com Rui Curado da Silva, na resposta ao comentário do eng. : "o Casino tem um contrato de concessão. O contrato não
permite tudo à entidade que explora o casino. Se há condições que não são
respeitadas o contrato pode cessar. Além disso o Casino tem uma série de
responsabilidades sociais que fazem parte do seu contrato de concessão, não é
uma empresa qualquer. Quando uma empresa que tem este tipo de responsabilidades
com a comunidade e simultaneamente despede quando dá lucro, julgo que os
eleitos (câmara, assembleias, deputados, etc.) têm a obrigação de pedir uma
justificação aceitável da parte da instituição. Isso foi feito em 2009? Não.
Entretanto a situação agravou-se. Há organismos de fiscalização da atividade
económica que poderiam ser ativados pela câmara ou por outros eleitos para se
perceber o que se está a passar. Até agora ainda não consegui perceber o que
tem feito a Câmara. Mas tenho registado a participação regular de membros do
executivo em atividades diversas do Casino quando deveria haver alguma
contenção e distanciamento."
Haverá elogios grátis entre esta gente?..
Antigamente, era
preciso ter coragem para dizer mal do governo.
Presentemente, é
preciso ter cada vez "coragem" para conseguir dizer bem.
domingo, 2 de dezembro de 2012
Portugal é de quem o reinventa?..
Na passada quarta-feira, questionado pela jornalista Judite
Sousa sobre se poderemos vir a “pagar pelas escolas públicas” à semelhança do
que já acontece em alguns serviços do Serviço Nacional de Saúde, Passos Coelho
respondeu apenas...
“Temos uma Constituição que trata o esforço do lado da Educação de uma forma diferente do esforço do lado da Saúde. Na área da Educação, temos alguma margem de liberdade para poder ter um sistema de financiamento mais repartido entre os cidadãos e a parte fiscal directa que é assumida pelo Estado.”
“Temos uma Constituição que trata o esforço do lado da Educação de uma forma diferente do esforço do lado da Saúde. Na área da Educação, temos alguma margem de liberdade para poder ter um sistema de financiamento mais repartido entre os cidadãos e a parte fiscal directa que é assumida pelo Estado.”
Hoje, segundo o mesmo Passos
Coelho, não faz sentido perguntar se vai ser criada mais uma taxa no ensino
secundário...
"O ensino secundário praticamente desapareceu, na medida em que o ensino obrigatório foi estendido até ao 12.º ano. Uma vez estendido até ao 12.º ano, significa que as regras serão as mesmas em todos os níveis do ensino obrigatório".
"O ensino secundário praticamente desapareceu, na medida em que o ensino obrigatório foi estendido até ao 12.º ano. Uma vez estendido até ao 12.º ano, significa que as regras serão as mesmas em todos os níveis do ensino obrigatório".
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