A apresentar mensagens correspondentes à consulta primeira reunião à porta fechada ordenadas por data. Ordenar por relevância Mostrar todas as mensagens
A apresentar mensagens correspondentes à consulta primeira reunião à porta fechada ordenadas por data. Ordenar por relevância Mostrar todas as mensagens

terça-feira, 11 de novembro de 2014

Na Figueira o Orçamento para 2015 (e as Grandes Opções do Plano para o triénio 2015-2018) foi aprovado numa reunião à porta fechada – vedada ao público e à comunicação social. A Coligação Somos Figueira abandonou a reunião no momento da votação.

Na última reunião de Câmara, vedada à presença do público e da comunicação social, a coligação Somos Figueira pediu ao presidente da Câmara que retirasse da agenda a discussão e votação do Orçamento para 2015 e das Grandes Opções do Plano para o triénio 2015-2018. 
Segundo nota da coligação, o vereador João Armando Gonçalves «lamentou profundamente que, pela primeira vez na história da democracia figueirense, os documentos mais importantes para a gestão municipal fossem discutidos numa reunião vedada à presença de munícipes». 
Perante «a intransigência do presidente da Câmara, que rejeitou a solicitação da coligação, os vereadores da oposição decidiram não participar na votação domesmo»Contudo, «porque entenderam ser a melhor maneira de servir o interesse dos munícipes, os vereadores da coligação comunicaram ao executivo a sua avaliação dos documentos, apontando críticas específicas relativamente a algumas rubricas e colocando questões decorrentes da leitura que fizeram do Orçamento e das Grandes Opções do Plano».
O orçamento da empresa Figueira Parques para 2015, segundo a vereadora Anabela Tabaçó, apresentava «erros grosseiros, contas mal feitas, má formatação, ausência de paginação e do parecer do Revisor do Oficial de Contas, entre outros. Os erros grosseiros apontados pela vereadora da coligação fizeram o presidente da Câmara retirar o documento da agenda».
O documento vai ser de novo apresentado e votado na próxima reunião de Câmara, após ser revisto.

Já segundo nota à comunicação social enviada pelo gabinete da presidência, o orçamento para o ano de 2015, no valor global de 41,2 M€, "é um orçamento de grande realismo – um orçamento verdadeiramente equilibrado e com Potencial para execução a 100%".
Segundo a mesma nota, "o Município da Figueira da Foz encontra-se a executar um Plano de Saneamento Financeiro que se encontra em cabal cumprimento com a redução paulatina de endividamento de médio/longo prazo [início de 2014 – cerca de 42,3 M€; fim de 2014 – cerca de 36,3 M€; fim de 2015 – 31,9 M€]".
O orçamento agora aprovado "prevê um aumento das receitas correntes e uma diminuição das despesas correntes (incluindo redução das despesas com pessoal)."  

Mais pormenores aqui.

quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Estacionamento do hospital...

Na reunião de câmara realizada na passada segunda-feira (à porta fechada, por ser a primeira do mês...) a coligação Somos Figueira, através do líder, Miguel Almeida, solicitou cópias do contrato celebrado entre a Figueira Parques e o Hospital Distrital da Figueira da Foz. 
O documento, recorde-se, tem a ver com a construção do parque de estacionamento da unidade hospitalar, pela empresa municipal. A estrutura política liderada por Miguel Almeida discorda do sistema de pagamento. Isto, mesmo depois do HDFF e a empresa municipal terem isentado os utentes de pagamento durante a noite e de terem aumentado, de 15 minutos para uma hora, o período inicial de estacionamento grátis. 
O HDFF justificou a requalificação do parque e o pagamento do estacionamento com a necessidade de ordenar o espaço. Sobretudo no verão, altura do ano em que, segundo os responsáveis pela implantação do estacionamento pago no HDFF, os frequentadores da praia vizinha estacionavam ali as suas viaturas. 
Se esse é o argumento principal, propõe a coligação Somos Figueira, então que o pagamento seja aplicado apenas na época balnear. “Lamento que o presidente da câmara, que também é presidente da Figueira Parques, defenda aquele parque de estacionamento. Assim, é muito mais difícil pedir à tutela que revogue a decisão”, declarou Miguel Almeida ao DIÁRIO AS BEIRAS, que garante "que não vai deixar que este assunto fique estacionado no tempo"
Entretanto, em resposta, o gabinete de João Ataíde limita-se a repetir o que já sabemos: “reitera-se que a decisão de tarifar o estacionamento foi do HDFF”. Independentemente da entidade que iria fazer a intervenção, por decisão do hospital, seria sempre cobrado o estacionamento”.. 
O executivo camarário socialista sublinha, mais uma vez,  que o protocolo com o hospital não tem fins lucrativos. 
Sendo assim, como compreender que um político experiente, como João Ataíde - está a cumprir o segundo mandato - tenha dado tamanho tiro no pé, deixando-se enredar neste caso ?..

sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Figueira aprova orçamento de 43 milhões para 2014

As grandes opções do plano para os próximos quatro anos e o orçamento de 43 milhões de euros – menos cinco milhões de euros do que no ano passado – para 2014, foram aprovados ontem na reunião extraordinária da Câmara Municipal da Figueira da Foz. Os documentos passaram com cinco votos a favor da maioria no executivo e quatro votos contra da coligação “Somos Figueira”.
De acordo com o presidente da câmara, João Ataíde, citado em nota de imprensa da autarquia: “este é um orçamento mais ágil e de fácil leitura apesar de fortemente condicionado pelo plano de saneamento financeiro em curso e pelo serviço da dívida que se prevê de seis milhões de euros de amortização de capital e cerca de dois milhões de juros”.
O autarca acrescenta, na mesma nota, que se trata de um “documento realístico e rigoroso em face das contingências existentes”.
Por sua vez, a autarquia aprovou também a proposta de “reorganização dos serviços do município”, com quatro votos contra da coligação e cinco a favor do executivo. A câmara destaca que “com esta aprovação, operacionaliza-se a criação da Divisão de Desenvolvimento Económico e de Turismo em detrimento dos Serviços Municipalizados”.
Segundo a autarquia figueirense regressa-se “ao modelo antigo existente” na câmara “antes da criação da empresa Figueira Grande Turismo”. Como tal, João Ataíde referiu que “a concessão do Parque de Campismo ficará adiada, aguardando pelas orientações do novo Quadro Comunitário de Apoio”. Nessa altura será analisada a possibilidade de enquadrar qualquer candidatura nos apoios previstos que “permita melhorar ainda mais aquele equipamento” que vem dando resposta à procura turística da cidade.
Por sua vez, os vereadores da Coligação Somos Figueira reagiram à votação de ontem, em reunião de Câmara, das Grandes Opções do Plano e Orçamento, emitindo o seguinte comunicado.
"O grupo de vereadores da coligação Somos Figueira absteve-se na votação das Grandes Opções do Plano 2014-2017 e do Orçamento para 2014, na reunião camarária extraordinária que teve lugar esta quinta-feira, dia 19 de dezembro.
Uma reunião pela qual, aliás, não pudemos deixar de manifestar a nossa discordância e repúdio por ter sido realizada à porta fechada, tendo em conta a importância do documento apresentado e sua consequente votação.
Relativamente ao documento em questão, este grupo de vereadores não compreende, em primeira instância, como é que a rubrica relativa às Despesas com Pessoal sofre um aumento de cerca de 238 mil euros comparativamente com o ano transato, uma vez que o número previsto de funcionários diminui.
O executivo, por nós questionado sobre este fenómeno, numa rubrica que deveria apresentar uma tendência de diminuição e não de aumento, não nos soube responder.
Por outro lado, e do nosso ponto de vista, não poderíamos votar favoravelmente um documento que não define quais as prioridades para o concelho nos próximos anos. Tal como fizemos questão de referir, essa estratégia não está delineada de forma clara nas Grandes Opções do Plano 2014-2017.
Através do referido documento, não é percetível qual a estratégia do município e aquilo que os figueirenses podem esperar nos próximos quatro anos.
Como tal, consideramos que existe ainda a visão de que o Orçamento é apenas um documento contabilístico, meramente apresentado como uma folha de “Excel”, e tal constituiu, no nosso entender, um grave problema de base, que não pode acontecer.
O orçamento deve ser encarado como um instrumento indispensável para a definição de políticas e de prioridades que o executivo tem e deve definir.
Ao mesmo tempo, não podemos também deixar de frisar que a diminuição de 60% registada relativa às Transferências de Capital, é o espelho de que o município não soube aproveitar os fundos comunitários.
Nota-se claramente que as principais obras efetuadas foram aquelas que transitaram de anteriores executivos (nomeadamente o Mercado Municipal e as obras de regeneração urbana) e que a quebra acima referida relaciona-se diretamente com a inexistência de novas candidaturas ao QREN.
Outro ponto importante levado à discussão e votação neste mesmo dia foi a Reorganização dos Serviços Municipais. Uma questão que volta à reunião de câmara passado um ano, com o objetivo de aproveitar a força da maioria para decidir de forma diferente aquilo que tinha sido aprovado no mandato anterior.
Assim, foi hoje proposta uma nova reorganização, onde os serviços municipalizados de turismo são substituídos por uma divisão. Tal decisão é, na nossa opinião, um erro porque, como já tínhamos afirmado, entendemos que é importante conferir peso institucional e politico ao turismo e ao desenvolvimento económico, o que manifestamente não acontece apenas com a existência de uma divisão.
É por isso de lamentar que o presidente da câmara não tenha executado uma deliberação do órgão durante um ano para agora vir decidir em sentido contrário.
Ficamos também agora a saber o novo pensamento do vereador executivo João Portugal que até há um ano era a favor da criação dos serviços municipalizados.
Mas e o que pensa o Partido Socialista sobre este assunto?
A coligação Somos Figueira votou ainda contra a proposta de Aquisição de Serviços de Auditoria Externa das contas do município, nos termos da Lei das Finanças Locais, por entender que a forma como todo o processo decorreu anteriormente, o que faria sentido era a abertura de um concurso público, sugestão que não foi aceite pelo executivo socialista. Como tal, não queremos participar nesta guerra de auditores nem de escolhas pessoais".

Fontes:

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Reunião camarária à porta fechada

foto sacada daqui
A primeira reunião do mês de dezembro da Câmara Municipal da Figueira da Foz realiza-se hoje, pelas 15H00.
Tal como ficou determinado pela maioria socialista saída das autárquicas de setembro último, e  para que conste, informa-se que esta sessão decorre à porta fechada
Uma pessoa informada é melhor pessoa. 
Um figueirense  informado, é melhor figueirense.
Uma Figueira com cidadãos informados, seria certamente uma Figueira melhor.
Continua a ser necessário os figueirenses poderem estar informados sobre o que se passa na sua cidade...
Esta Figueira, a actual, a nossa, que tem vereadores preocupados com a cultura, com o exercício da cidadania e com a participação democrática, depois de 29 de setembro, estranhamente, conheceu um crescente aperto, consubstanciado num cerco cada vez mais restrito de opções políticas.
A vertigem pelo centro -  com a fobia pela  harmonia  e pelo  consenso – passou a ser  tão intensa que, estar  à direita, ou ser à esquerda, passou a ser  radical.
Ora, do meu ponto de vista, a redução do espaço do espectro político figueirense, constitui  uma ameaça, por duas razões fundamentais.
Por um lado,  o menor desvio, para qualquer um dos lados, é roçar o extremo: à direita, é reaccionário;  à esquerda, é radical.
Por outro lado, reduz perigosamente a amplitude do possível, fechando o horizonte, confinando as alternativas.
Neste momento, na realidade, o que  se verifica é o plural a diluir-se e a tornar-se simplesmente múltiplo,  a fingir a diferença que não é.
No fundo, para ser mais claro, vejo a consumação de uma perspectiva de uma visão pessoal da nossa cidade no horizonte.
Pessoal e única – o que é mau e perigoso,  justamente por isso...

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

A ironia da questão em torno da transparência figueirense

No passado dia 24 de Outubro de 2013, na reunião de Câmara realizada nessa manhã, os figueirenses ficaram a saber que foi aprovada a proposta para realização de reuniões de Câmara às primeira e terceira segunda-feiras de cada mês. Como novidade, a primeira reunião de Câmara ficará vedada à presença de público e imprensa.
Nesse dia, ficámos também a saber que a primeira reunião não terá transmissão via internet, só a segunda."
A “coisa”, como seria de esperar  tornou-se polémica. Houve comunicados do PSD e do PS.  
Há coisas que acontecem na Figueira que, pelo menos para mim, são estupidamente irónicas.
Pelo menos, é assim que eu apenas as quero ver.
Passados seis dias, no dia 30 do mesmo mês de Outubro de 2013, aparece na  imprensa o seguinte: “O município da Figueira da Foz é o melhor classificado num 'ranking' de transparência municipal onde a média das 308 câmaras é de apenas 33 pontos num máximo de 100, revelou hoje a Transparência e Integridade Associação Cívica (TIAC).”
Não acham isto, no mínimo, estupidamente irónico?..
Eu, confesso que achei...
Ontem, ao fim da tarde, em conversa com um figueirense, meu Amigo de há longos anos  - e  dos mais informados e atentos que conheço, disse-me ele, a propósito das reuniões à porta fechada: “isto é engraçado, no momento em que a Figueira apareceu como a cidade mais transparente, o presidente da câmara quis a primeira reunião à porta fechada!..”
E, logo de seguida, surge a dúvida: “já não me recordo bem, primeiro foi a decisão da reunião da câmara, ou primeiro foi a notícia da transparência?..”
Como vimos acima - e pode ser comprovado através dos links: a reunião da câmara foi a 24 de outubro e a notícia surgiu a 30 do mesmo mês.
Confusão desfeita, hoje ao ler As Beiras – outra coincidência irónica –, deparo-me com uma oportuna crónica assinada pelo Rui Curado da Silva. 
Dado o seu manifesto interesse e oportunidade, não resisto a citá-la.

Rui Curado da Silva
“Constato a euforia com que se louva a classificação de página internet mais transparente atribuída à Câmara Municipal apesar da nota atribuída ter sido um suficiente (imaginem as páginas do resto país...). No entanto, considero que estes serviços também são importantes, sobretudo porque leio as atas disponíveis na página.
Justamente por ler essas atas, reforcei a convicção que durante a última década deveria ter havido muito mais transparência na política do município. E essa forma de transparência é bem mais importante do que a transparência da página internet.
Em nome da verdadeira transparência porque não criamos uma comissão de inquérito interpartidária para analisar ao detalhe quem ganhou e quem perdeu nos negócios do Vale do Galante ou do Foz Village? Vamos ouvir pessoas, analisar documentos, identificar para onde fluiu o dinheiro (no caso do Galante um milhão de euros não se esconde debaixo de um tapete). As personagens envolvidas estão mais ricas ou mais pobres? Fugiram ou continuam por cá? Isto é que seria transparência a sério.
Como é que o cantor Mico da Câmara Pereira passa pela Figueira deixando um rasto de dívidas atrás de si? Houve algum responsável político a dar-lhe cobertura? E as campanhas partidárias milionárias que se praticam na Figueira são financiadas por quem e com que intenções?
Há negócios brilhantes na Figueira que dão muito mais lucro do que o esperado ou trata-se apenas de enriquecimento ilícito?”

Ora confessem lá: depois de terem lido este texto do Rui Curado da Silva, não acham a transparência, na Figueira, uma "coisa" muito irónica?..

terça-feira, 5 de novembro de 2013

Gosto de estar aqui. Por isto mesmo: para registar a «estória»...

Figueira da Foz, 4 de novembro de 2013.
Um dia diferente e importante.
Neste dia,  realizou-se a primeira reunião de Câmara, depois de Abril de 1974, à porta fechada, mas com nota de imprensa!

(«A Câmara Municipal da Figueira da Foz reuniu hoje pelas 15h00 no Salão Nobre do Município. No período antes da ordem do dia, salientam-se os seguintes assuntos:

1. A vereadora Anabela Marques Tabaçó assinou hoje o seu termo de posse como vereadora não executiva eleita pela coligação Somos Figueira;
2. O vereador do PS João Portugal levou a conhecimento da Câmara um estudo que classifica a Figueira da Foz como o 4.º melhor destino turístico de Portugal de acordo com a Trivago;
3. O Sr Presidente informou a Câmara das diligências tomadas junto da CP no sentido de agilizar e corrigir os horários dos comboios que fazem a ligação Figueira – Coimbra;
4. O Sr. Presidente apresentou o estudo que classifica o município da Figueira da Foz como o mais transparente de Portugal;
5. Aproveitando este último assunto, o Sr. Presidente informou que a Câmara Municipal está em via de ver aprovada uma candidatura de cerca de 500.000€ tendo em vista um plano de reforma administrativa municipal que prevê a criação de um Balcão Único. O Sr. Presidente informou ainda que se está a desenvolver um trabalho que visa a alteração do site institucional do município;
6. O Vereador António Tavares louvou o empenho e dedicação dos funcionários do Museu e do CAE na organização e promoção do evento denominado noite dos esqueletos que recebeu cerca de 500 visitantes;
7. O Presidente informou a Câmara Municipal que enviou um voto de pesar às famílias dos náufragos que lamentavelmente perderam a vida na passada
8. Informou ainda que está a acompanhar junto das entidades responsáveis as questões relativas às condições de navegabilidade da barra marítima;

Dentro do Período da Ordem do Dia, salientam-se os seguintes aspectos:
1. Relativamente à taxa da derrama a aplicar para 2014, o executivo apresentou uma proposta de manutenção das taxas aplicadas no ano anterior, ou seja, 1,5% de taxa máxima e 1% de taxa reduzida;
2. A coligação Somos Figueira apresentou uma proposta complementar que prevê a taxa máxima de 1,5%, a taxa reduzida de 0,5% e uma isenção total para todas as empresas que se vierem a instalar em 2014 e que criem, no mínimo, 3 postos de trabalho;
3. Recebida a proposta, o Sr. Presidente decidiu adiar este ponto para a próxima reunião de câmara e solicitar aos serviços um estudo de impacto económico dessa proposta e se a mesma põe em causa o Plano de Saneamento Financeiro em curso;
4. O Sr. Presidente deu conhecimento à Câmara da nomeação do Sr Vereador António Tavares como Vice-Presidente».)

E  pronto.
Confesso que estou deveras animado.
Esperam-nos 4 anos  (quatro) de  comédia, nesta valente e nobre Figueira...

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Na Figueira, a primeira reunião camarária à porta fechada, depois do 25 de Abril de 1974, realiza-se hoje...

foto sacada daqui
Hoje,  é um dia que vai ficar na história da democracia da nossa cidade: realiza-se a primeira reunião da Câmara da Figueira da Foz à porta fechada desde o 25 de Abril de 1974.
Tal, registe-se, fica a dever-se à maioria absoluta de João Ataíde obtida nas autárquicas do passado dia 29 de setembro.
As forças políticas com assento na assembleia municipal, mas sem representação na vereação camarária, por unanimidade, em declarações hoje publicadas no jornal AS BEIRAS, estão contra  a decisão da maioria absoluta de Ataíde e dos seus vereadores.
António Baião, dirigente local do PCP e candidato que ficou a cerca de 40 votos de ter sido eleito vereador:
“Sendo a decisão apenas justificada com os dossiês reservados, não concordo nem compreendo, porque todas as matérias devem ser do conhecimento dos munícipes. Portanto, não compreendo a necessidade de se realizarem reuniões de câmara à porta fechada.”
João Paulo Tomé, deputado municipal do Bloco de Esquerda:
“Não concordo. As reuniões de câmara até deviam ser mais públicas do que são.
Até parece que as pessoas (os decisores) têm coisas para esconder… Pondo-me na posição de quem tem a responsabilidade de governar o concelho da Figueira da Foz, governaria à frente de toda a gente, para não haver dúvidas e em nome da transparência.”
Vânia Isabel Batista, deputada municipal do CDS/PP, eleita na lista da coligação “Somos Figueira”.
"Não concordo com a decisão.
Respeito-a, porque é legal e o executivo tem maioria absoluta, que lhe foi dada pelos figueirenses nas eleições autárquicas.
No entanto, não consigo descortinar a necessidade de fechar as reuniões ao público. Este tipo de decisões afasta cada vez mais os eleitos dos eleitores."
Mesmo no seio da maioria socialista,  a medida gerou alguns incómodos.  Sabe-se que  até no executivo, dois vereadores e também militantes do PS  - Carlos Monteiro e António Tavares – revelaram  discordância, no recato dos bastidores da vereação socialista, tendo, no entanto, votado a favor da proposta do presidente Ataíde na reunião de câmara do passado dia 24 de outubro -  que é aliás a sua única tomada de posição pública conhecida.
Também na oposição camarária, logo na primeira reunião, deu para notar algumas divergências...
Miguel Almeida, foi o único a votar  contra. João Armando Gonçalves e Azenha Gomes, optaram pela abstenção. Anabela Tabaçó, esteve ausente.
E pronto.
Hoje,  vai ficar consumada a vontade de João Ataíde: fechar a primeira das duas reuniões de câmara mensais ao público e aos jornalistas.
Se a medida vai ter  caráter experimental, ou vai vigorar no decorrer de todo o actual mandato, é o que veremos nos próximos capítulos.
Entretanto, aos poucos que ainda se interessam pelo que se passa na sua cidade, resta aguardar pela divulgação da prometida  nota de imprensa,  sobre a primeira reunião camarária fechada da história da democracia figueirense pós 25 de Abril de 1974.
Para memória futura: tal fica a dever-se a uma maioria absoluta do Partido Socialista.
Terá o dr. Mário Soares, o Patriarca do PS, e um apoiante interventivo na eleição desta maioria absoluta alcançada por João Ataíde, conhecimento do facto?
Será com decisões destas que se vai conseguir reforçar a participação dos figueirenses na vida colectiva da sua cidade?
As pessoas, como sabemos, cada vez comparecem em menor número aos actos eleitorais. 
E se  os políticos sempre pensassem nisso - principalmente, fora das campanhas eleitorais!..