quinta-feira, 3 de julho de 2025

Extremamente desagradável...

 Guilherme Fernandes: "Anjos levam Sofia Escobar e Ana Moura a tribunal por saberem cantar"?..

Foi durante mais de 20 anos factor de preocupaão para moradores e comerciantes

Na década de 80 do século passado, a Figueira foi desfigurada (o Edifício Trabalho é dessa época) por um urbanismo pobre, condicionado pelos interesses privados que “capitalizaram cada metro quadrado”. 
Depois de anos e anos de peipécias várias, as obras de reabilitação começaram no início do ano de 2022. "O edifício deverá começar a ser habitado até ao final do verão"...
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O Edifício "O Trabalho", uma das mais famosas telenovelas figueirenses, foi construído na segunda metade da década de 1980.
Em declarações prestadas ao DIÁRIO AS BEIRAS em dezembro de 2017, o engº. Daniel Santos afirmou que o edifício “nunca devia ter sido construído. Não se trata apenas de um problemas estético, que retirou harmonia, trata-se de uma questão funcional, porque criou problemas de insolação, por causa do ensombramento que ele projecta nos outros edifício”.
O engº. Daniel Santos, por outro lado, apontou também problemas de funcionalidade, como o aumento do tráfego automóvel e a falta de estacionamento na zona, que “não tem capacidade para suportar a carga decorrente da ocupação do edifício”
Na altura, o engº. Daniel Santos defendeu que “a construção daquele imóvel contribuiu para retirar entidade ao Bairro Novo".

Para memória futura, fica este CONTRIBUTO (SEM CANDURA) PARA A COMPRENSÃO DO EDIFÍCIO “O TRABALHO” de Nelson Fernades

14 de Maio de 2020.
"Volta agora a discussão sobre o edifício “O Trabalho”. E parece que mais uma vez se aponta como solução a compra do edifício pela Câmara, para depois demolir. Portanto a Câmara gastava na compra, na demolição e nas obras para utilizações futuras. E o proprietário recebia dinheiro pelo mono. E pelos antecedentes talvez pegue.
David Monteiro, num recente escrito dizia do edifício como centro comercial. “A ideia era interessante: um edifício no centro da Figueira, construído para albergar comércio, escritórios, estacionamento coberto e habitação. Para mais, estávamos no tempo da explosão das superfícies comerciais e a Figueira, evidentemente, não passou ao lado deste fenómeno”. Isto é, um dia alguém passou por ali olhou para aquele espaço e pensou. Aqui ficava bem um centro comercial. E vai daí construiu-se o edifício.
A análise de David Monteiro, e outras que tenho lido são de uma angelical candura. Porque há uma realidade subjacente que não é tão inócua quanto se pode pensar. Analisar o edifício “o Trabalho” isoladamente, sem o enquadrar no plano mais vasto da urbanização da Figueira da Foz do tempo é confundir a árvore com a floresta.
Dois pressupostos prévios. Não havia Plano Diretor Municipal, nem a Lei do Financiamento das Autarquias Locais estava em vigor. O autofinanciamento estava em voga, sobretudo através da venda de património. Para urbanização vendiam-se terrenos municipais, e autarquia que não tivesse terrenos vendia ar, através das construções em altura. Por outro lado o turismo de massas tinha os seus exemplos na Quarteira ou em Troia, pelo que a Figueira haveria que entrar na moda.
Sem falar das urbanizações dos subúrbios, (Tavarede, Vila Verde) ou na Encosta Sul da Serra da Boa Viagem, a malha urbana mais afetada foi a Marginal Oceânica, e, no seu seguimento a parte norte da Esplanada Silva Guimarães, e ainda o quarteirão do Hotel Portugal. A transformação da Marginal Oceânica iniciou-se com a construção do Hotel Atlântico, do lado sul, e depois de algumas vicissitudes, o edifício do J. Pimenta a Norte. Estes dois edifícios funcionaram como baliza para as cérceas. Assim estas, passaram então de seis andares para doze, e mais tarde completou-se a urbanização do gaveto na rotunda da Ponte do Galante, entre a rua de Buarcos e a Avenida 25 de Abril para sul. Com a urbanização do quarteirão do Hotel Portugal, e ainda com a “modernização” do edifício do Casino, ficou pronta a primeira fase da transformação que á época se desenhou para a Figueira da Foz.
Mas havia uma segunda fase que seria a Marginal Ribeirinha. Esta marginal envolvia a parte sul da Esplanada Silva Guimarães, o Mercado Municipal e os edifícios adjacentes, onde funcionava um colégio de freiras, casas de habitação e comércio. O edifício “o Trabalho”, e um outro prédio (o edifício Foz) situado no gaveto entre a rua da Liberdade e a rua Académico Zagalo, são a parte visível, deste projeto para a zona ribeirinha. Tal como para a Marginal Oceânica foram traçadas balizas a norte e a Sul, estes dois edifícios eram as balizas da urbanização virada á foz do rio.
Houve na realidade um contrato entre a Câmara e o promotor imobiliário, contrato esse que ainda hoje anda pelos tribunais, que envolvia a alienação do Mercado Municipal, cedendo a Câmara terrenos para a construção de novo mercado nos terrenos a norte do Parque das Abadias. Este, no seguimento da aquisição dos terrenos do mercado, adquiriu, por permuta, o colégio das freiras, (construindo o edifício da Casa de Nossa Senhora do Rosário na Rua José da Silva Ribeiro), e outros edifícios com limites no Passeio Infante D. Henrique e na Rua Francisco António Dinis.
Tal projeto foi inviabilizado porque os figueirenses se opuseram num movimento que abrangeu parte importante da sociedade da época, e obrigou a Câmara a abortar tal plano. Com efeito o Bairro Novo ficou praticamente sem residentes, o Casino alterou a sua oferta, o espaço para atividades terciárias foi exagerado, e o modo de estar dos “banhistas” alterou-se por completo. E do ponto de vista estético, estes prédios, incluindo o Casino obviamente, e também o posterior edifício da Ponte do Galante, noutra era, são daqueles que nenhum arquiteto reivindica a paternidade.
Em resumo, o edifício “O Trabalho” é o remanescente de uma urbanização abortada que compreendia mais cinco edifícios no espaço do Mercado Municipal e outro, ou outros, na parte do Passeio Infante D. Henrique.
Se deve ir abaixo ou não, confesso que não sei. Mas que não deve haver injeção de dinheiros públicos, não! Que o Hotel Atlântico é um caso de remodelação de sucesso, é! Que o proprietário deve ser o responsável pela solução, deve! Que enquanto não encontrar a solução deve ser bem sobrecarregado com IMI, e com a fiscalização severa do estado de conservação do prédio, deve!"

quarta-feira, 2 de julho de 2025

«Os portugueses precisam de uma RTP livre e independente, que não mude ao sabor de equívocos ou dos ciclos políticos»

 Via Jornal Público (para ler melhor clicar na imagem)

Sinceramente, a agenda de um Secretário de Estado é muito complicada...

 ...   e lá se foi o meu cafezinho gratuito...

Via João Pedrosa Russo

"A conferência marcada para hoje teve de ser cancelada. Pedimos desculpa a todos os interessados, mas o Senhor Secretário de Estado teve um compromisso de ultima hora que o impede de estar presente. O nosso obrigado pela compreensão."

«Os portos têm um papel muito importante na descarbonização»...

 Via Diário as Beiras


Pescadores, heróis esquecidos que têm de arriscar a vida todos os dias para continuar a existir

«O Município da Figueira da Foz convida a comunidade a estar presente na cerimónia de homenagem aos pescadores falecidos há um ano, vitimas do naufrágio da Embarcação "Virgem Dolorosa", que se realiza no próximo dia 3 de julho, quinta-feira, na Praia da Leirosa (Av. do Mar), com o seguinte programa:

19H00 – Celebração de uma missa, na capela da Praia da Leirosa;
- Seguida do descerramento de um memorial em homenagem aos pescadores falecidos.»

Santo António, São João e São Pedro já se acabaram *..

Fotos via Figueira na HoraMunicípio da Figueira da Foz

E depois das festas dos santos populares, há que beber muita água, voltar a uma alimentação mais regrada, leve e saudável, garantir boas noites de sono e fazer exercício físico moderado  para reverter a barriga. Para o ano há mais. 
* - Título inspirado nesta velhinha marcha.

A urgência da luta pela paz

"A guerra não é um acidente de percurso, é a tentativa planeada pelo poder económico das principais potências capitalistas para a saída da sua própria crise, assumida e concretizada pelo poder político que dá expressão aos seus interesses.

As suas consequências são impostas aos povos com a morte e a destruição das condições de vida. O genocídio do povo palestiniano, a escalada de guerra de Israel no Médio Oriente, agora também com o apoio e participação directa dos EUA na agressão ao Irão, o conflito que se trava na Ucrânia ou a militarização da Ásia-Pacífico são quatro exemplos que confirmam o sério perigo que a escalada de confrontação e de guerra representa para o futuro da Humanidade."

João Oliveira

Mamdani, Jonet e Mariana Leitão: mérito, privilégio e família

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terça-feira, 1 de julho de 2025

Simbólico: amanhã na Figueira, Dr. Pedro Machado em evento promovido pelo Lions Club da Figueira da Foz

 Via Luís Ribeiro

Inauguração do monumento comemorativo do 73º aniversário da Força Aérea (FA), situado na Praça da Europa – Manuel Alfredo Aguiar de Carvalho.

 Via Município da Figueira da Foz

«Na cerimónia de inauguração do monumento comemorativo do 73º aniversário da Força Aérea (FA), que decoreu na Praça da Europa – Manuel Alfredo Aguiar de Carvalho, esteve presente o Chefe do Estado-Maior da Força Aérea Portuguesa, general João Cartaxo Alves, o presidente da Câmara Municipal da Figueira da Foz, Pedro Santana Lopes, o presidente da Assembleia Municipal, José Duarte Pereira, a presidente da Junta de Buarcos e São Julião, Rosa Batista, altas patentes da Força Aérea, diversos autarcas locais e público em geral.
Na sua intervenção, João Cartaxo Alves, sublinhou o “orgulho enorme” e “privilégio” da FA em “estar presente na Figueira da Foz, “numa cidade que está em permanente mudança, que quer alcançar o futuro e que se vê no dia-a-dia, nas pessoas”. “Uma cidade que borbulha, que é efervescente de cultura, de querer estar, saber-estar”, disse.
O general referiu que “Na Foz da mudança nós [FA] levamos o futuro, sempre com a Figueira da Foz no coração”.
O Chefe do Estado-Maior da Força Aérea frisou, a propósito da instituição cuja “aventura se iniciou na década de 50” e que tem estado “inegavelmente ao lado dos portugueses, ao lado da sua população, ao lado dos seus concidadãos”, que está “altamente preparada”, não havendo “paralelo no nosso país”, assim como “continuamente ao serviço de quem faz parte. Ao serviço dos portugueses, ao serviço da população.”
Pedro Santana Lopes, por seu lado, agradeceu as palavras do responsável da FA, e não foi “por mera retribuição”, frisou.
“Os senhores têm sido uma inspiração, de facto, para a Figueira da Foz e para o seu momento atual”, sublinhou Pedro Santana Lopes, que enalteceu o “simbolismo para este monumento e para as frases que escolhem.”
O edil lembrou que é preciso “trabalhar muito no presente para ambicionar um futuro que esteja à altura dos enormes desafios que o mundo apresenta e das oportunidades que apresenta”, e sublinhou o orgulho que “os portugueses têm nos seus militares, nas forças armadas”.
Pedro Santana Lopes frisou que na FA “é tudo uma inspiração”, desde o “modo como tratam tudo, à atenção à cultura, às novas tecnologias, olhar o espaço, olhar o tempo novo e o mundo novo que aí vem”. O mesmo advogou que “o mundo devia estar todos os dias, com uma semana ou um mês da FA.”
Lembrando palavras de Confúcio “Quando o meu dedo aponta para a lua, o idiota olha para o dedo”, Pedro Santana Lopes disse que “nós [figueirenses] queremos sempre olhar, no presente e no futuro, para onde a FA aponta”. »

"... ponte sobre o Mondego, entre Alqueidão e Vila Verde, cerca de sete milhões de euros, através do Fundo Ambiental. Esta é uma obra do Município da Figueira da Foz"

 Via Diário as Beiras

Biodvance

 Via Diário as Beiras

«A unidade de biocombustíveis da empresa portuguesa BioAdvance instalada no porto marítimo da Figueira da Foz não possui estudo de impacte ambiental e não pode funcionar, disse ontem a ministra do Ambiente e Energia.

“Uma empresa não pode laborar sem um estudo de impacte ambiental positivo”, reforçou Maria da Graça Carvalho na Câmara da Figueira da Foz, onde presidiu à assinatura do contrato de alimentação artificial de praia no troço costeiro a sul do concelho (Cova Gala – Costa de Lavos).

A governante respondia desta forma ao presidente da Câmara, Pedro Santana Lopes, que na sua intervenção falou do facto de aquela unidade ter estado a laborar com pareceres positivos de vários organismos públicos e de ter recebido financiamento e obtido empréstimo bancária para a sua construção, mas não possuir as licenças necessárias.»

segunda-feira, 30 de junho de 2025

Empreitada de Alimentação Artificial do Troço Costeiro a Sul da Praia da Figueira da Foz (Cova-Gala – Costa de Lavos) foi assinada

"Ministra do Ambiente assume proteção do litoral como uma prioridade do Governo"

Via Município da Figueira da Foz


"Realizou-se na tarde de hoje, a cerimónia de assinatura do auto de consignação da empreitada de Alimentação Artificial do Troço Costeiro a Sul da Praia da Figueira da Foz (Cova-Gala – Costa de Lavos), que vai permitir a transposição de 3,3 milhões de metros cúbicos de areia para as praias entre a Cova-Gala e a Costa de Lavos.

O contrato foi assinado pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA), representada pelo seu presidente, Pimenta Machado, e pelo Consórcio Rohde Nielsen A/S - Construções Pragosa, SA., representado, respetivamente, por Sérgio Cruz e Joana Pragosa.
Com o valor de €17.160 214,55 (acrescido de IVA), comparticipado pela APA, pelo Porto da Figueira da Foz e pelo município, o contrato tem um prazo de execução de 120 dias e foi de imediato homologado pela ministra do Ambiente e da Energia, Maria da Graça Carvalho, que juntamente com o secretário de Estado do Ambiente, João Manuel Esteves, marcaram presença na cerimónia.
Pimenta Machado salientou que este dia é “o primeiro dia” do prazo de execução de uma empreitada que resulta “de um trabalho de grande articulação” entre várias entidades.
Pedro Santana Lopes, presidente da Câmara da Figueira da Foz, sublinhou a importância “deste dia para a Figueira da Foz e para a região”, um dia de “grande exultação”, sublinhando tratar-se da “maior empreitada do género em Portugal”.
Maria da Graça Carvalho referiu-se à empreitada como “significativa, não só pelo volume que irá ser depositado, mas também pela “extensão da alimentação artificial”, a maior do país.
A empreitada prevê a deposição de areias dragadas da área de empréstimo, localizada ao largo da praia da Claridade, tendo como objetivos a estabilização da linha de costa; a reconstrução e o reforço dos perfis de praia emersa e imersa; a proteção de ecossistemas sensíveis; a salvaguarda de infraestruturas e a minimização dos riscos associados às alterações climáticas."

Actualização via Diário as Beiras:
"é a maior operação de transposição de areias até agora realizada na costa portuguesa, tendo como finalidade mitigar os efeitos da erosão costeira na margem sul da Figueira da Foz, das praias de São Pedro à Leirosa, passando pela Costa de Lavos. A longevidade da eficácia está calculada para entre cinco e sete anos, mas sempre sujeita a fatores aleatórios. Segundo afirmou o presidente da APA, a Figueira da Foz é uma das zonas mais vulneráveis da costa portuguesa. Devido à erosão costeira, da década de 1950 até agora, a Praia da Cova perdeu cerca de 100 metros, indicou. Acerca da transferência de 3,3 milhões de metros cúbicos para a margem sul da Figueira da Foz, que só pode ser feita durante o verão marítimo, a ministra do Ambiente sustentou que se trata de “um projeto absolutamente necessário”. Maria da Graça Carvalho acrescentou que é “uma intervenção de enorme complexidade, com os custos correspondentes”. A areia será retirada do areal urbano, com o mínimo impacto possível para os banhistas."

Santana garante Festa do Limonete - «e ainda melhor»

"Tavarede fica sem Festa do Limonete", disse o presidente da Junta de Tavarede ao Diário as Beiras no passado dia 28
Como se pode ler hoje na edição do Diário as BeirasSantana Lopes não se conformou e, de imediato, veio, numa publicação no Facebook, afirmar que a Festa do Limonete, em setembro, será realizada, ao contrário da decisão da Junta de Tavarede, que optou por cancelar as festividades deste ano, alegando falta de suporte financeiro. 


domingo, 29 de junho de 2025

ÁUREA e Banda de Música da Força Aérea na Figueira da Foz

Via Município da Figueira da Foz (para ver melhor clicar na imagem)

A Força Aérea Portuguesa (FAP) está a celebrar o 73.º aniversário na cidade da Figueira da Foz. O programa oficial começou no fim de semana, com diversas actividades agendadas e destaque para o dia 5 de julho. A cerimónia oficial das celebrações contou com a participação do Chefe do Estado-Maior da Força Aérea, general João Guilherme Rosado Cartaxo Alves, e do presidente da Câmara Municipal da Figueira da Foz, Santana Lopes. O programa inclui exposições artísticas patentes ao público no Museu Municipal Santos Rocha e no CAE. E outra na praça da Europa, esta com material aeronáutico. No âmbito da celebração do aniversário, a Força Aérea promove hoje, no CAE, as jornadas aeroespaciais e um concerto da banda da FAP, na praça João Ataíde, com a cantora Aurea.

Tradição: São Pedro da Cova e Gala - cerimónia do cruzamento das bandeiras, frente ao Clube Mocidade Covemse

A tradição leva-nos a acontecimentos que nos foram transmitidos de geração em geração, sem mais prova autêntica da sua veracidade. Esta cerimónia, realizada na manhã de hoje, registada em 4 videos, fica como um símbolo, uma memória, uma recordação, se quiserem, um costume, que nos foi legada.

Depois correram os tempos e as gerações. Uns ficaram do lado das águas do canal; outros foram povoar a Cova, do lado do mar.
Pela Gala, passou tudo o que abalou, perturbou ou redimiu este País: as conspirações, as revoluções, as Juntas; os liberais, os vintistas, os cartistas; os abrilistas, os caceteiros, os insurrectos. Mais tarde, os cabralistas e o início da ditadura, com o apuro do primeiro caciquismo. Depois, a Maria da Fonte, o degredo dos prisioneiros, a «lei da rolha», a luta dos regeneradores e dos progressistas.
Entretanto, aquela nesga de terra que parecia sobrar da corrente do canal, que puxava para o Sul, apenas tinha gente de trabalho: pescadores de companha e salgadeiras de pescado.
Depois da Carta e da política educacional que a acompanhou, a Gala conseguiu uma Escola. A catraiada aprendeu a ler, a escrever e contar.
Tanto daquela aldeia, como do lugar da Cova, muita gente foi para a vida do mar: pesca ou longo curso. Alguns emigraram, para a América e foram pescadores em Nova York ou calafates em S. Diego.
Pela Gala, passou a República, ainda no tempo em que se atravessava o rio numa barca de passagem. Só mais tarde veio a ponte, entretanto já substituida.
E tudo isto – lutas e tristezas, trabalhos e alegrias – só foi possível por uma simples coisa: o facto do poço do Tzé Maia pertencer, por ordem do que o abriu e murou, a toda a gente da região, levasse ela a água em bilha, talha, balde ou púcaro, e precisasse dela para beber ou cozinhar.

A Festa de São Pedro, foi trazida por aqueles que, segundo o Comandante João Pereira Mano, em meados do século XVII, por volta de 1750/70, vieram de Ílhavo à procura de peixe e água potávelos e que tiveram de arriscar todos os dias a vida para continuar a viver. Foram esses que fundaram a Cova e, mais ou menos 40 anos depois, a Gala.
Abaixo fica um registo desta manhã, em vídeo. Para ver os outros 3, cliquem aqui.

O Bairro dos Pescadores da Cova e Gala

 A construção dos denominados  Bairros de Pescadores, de carácter económico, foi uma das  realizações que mais impacto teve no contexto da “obra social das pescas”, de Salazar e Tenreiro, sob o lema “para cada família um lar”.

As primeiras dezasseis moradias desse bairro, foram inauguradas  oficialmente
 pelo  Sub Secretário das Corporações e Previdência Social, a 1 de maio de 1941.

Destinados a acolher os  pescadores e as suas famílias, mediante o pagamento de rendas baixas, muitos destes bairros, senão mesmo a totalidade, foram construídos longe dos centros das localidades e longe dos próprios portos de pesca, possivelmente pela dificuldade em conseguir um terreno próximo dos locais de pesca, mas principalmente pela tentativa de “guetização” dos pescadores e suas famílias, fechando-os nas suas comunidades, evitando ao máximo o contacto com os “de terra” e a sua possível  dispersão.
Foi o caso do já desaparecido Bairro dos Pescadores da Cova Gala, cujas primeiras 16 casas foram inauguradas em 1 de Maio de 1941. Na altura, os terrenos situados a seguir ao actual campo de futebol de S. Pedro, seguindo pela antiga estrada – que, em 1941, não existia –, que ficou soterrada pelas obras do Cabedelo  para quem se dirija em direcção à praia do Cabedelo, ficavam, como convinha ao estado novo, fora de portas.