sexta-feira, 26 de abril de 2024
Diana Rodrigues: " a política local fará sempre parte dos seus planos"...
Diana
Rodrigues, a líder da vereação do PS na Câmara da Figueira da Foz, depois dos 4 vereadores directamente eleitos nas autárquicas de 2021 terem ido "às suas vidinhas", disse no
programa de entrevistas
Dez&10: “a política local nunca
deixará de estar no meu
horizonte”.
Isto, a propósito da pergunta colocada pelo moderador sobre se as suas ambições políticas incluem a
disponibilidade para ser
candidata do PS à presidência da autarquia figueirense, já nas eleições
autárquicas de 2025.
E, acrescentou: “estamos a passar uma
fase de eleições internas no PS. Essa discussão
[sobre a eventual candidatura à liderança do
executivo camarário]
fará sentido depois de
eleita a nova Concelhia”.
Ainda sobre a sua disponibilidade para se
candidatar à câmara,
a autarca da oposição
acrescentou o óbvio politicamente correcto: “nunca deixarei de
estar presente, desde que
o PS considere que o meu
contributo é importante”. Recorde-se que o PS da Figueira da Foz
elege os novos dirigentes
em julho.
Neste momento, existem duas candidaturas
à liderança da Concelhia: desde Outubro de 2023, Raquel Ferreira, a actual líder; há poucos dias, Miguel Pereira, ex-vereador.
Quem irá apoiar Diana
Rodrigues?
“Enquanto líder
da oposição e membro
da vereação do PS, a minha primeira responsabilidade é para com o
cargo público que neste
momento desempenho”.
A entrevista pode ser vista e ouvida nas páginas do
DIÁRIO AS BEIRAS e do
Dez&10 no Facebook.
25 de Abril: 50 anos depois os portugueses regaram a Liberdade
Em Lisboa, num desfile sem princípio nem fim, Abril fez-se inteiro na Avenida: «parecia o 1.º de Maio de 1974».
Em Coimbra, mais de oito mil pessoas saíram à rua em Coimbra, participando numa manifestação popular que desfilou pelo coração da cidade, para «não deixar adormecer a democracia».
quinta-feira, 25 de abril de 2024
"Esperamos que nunca mais"...
É importante recordar o que foi o Estado Novo. O que foi o salazarismo.
As vezes que forem necessárias.
E o salazarismo foi, essencialmente, um tempo de miséria.
A miséria da mortalidade infantil, que a democracia fez desaparecer.
A miséria de um povo maioritariamente pobre, a viver em barracas e casas insalubres, sem água canalizada ou acesso a um sistema de esgotos.
A miséria do autoritarismo, da polícia política e das liberdades suprimidas, da prisão arbitrária e da tortura.
A miséria da ignorância, de um país de analfabetos, onde o ensino superior era um privilégio da elite protegida por Salazar.
A miséria da guerra, dos massacres e dos estropiados.
A miséria que levava os portugueses a fugir do país.
A miséria que obrigava uma professora primária a ser autorizada pelo Ministro da Educação para se casar.
A miséria de um regime que nos queria pobres enquanto entregava todos os negócios do Estado aos avôs daqueles que ainda são hoje os donos disto tudo. E que financiam os novos fascistas.
A mesma miséria que inventou a porta giratória e a corrupção política da qual ainda não fomos capazes de nos livrar.
Mas houve muitos que lutaram para que as coisas mudassem.
E o salazarismo foi, essencialmente, um tempo de miséria.
A miséria da mortalidade infantil, que a democracia fez desaparecer.
A miséria de um povo maioritariamente pobre, a viver em barracas e casas insalubres, sem água canalizada ou acesso a um sistema de esgotos.
A miséria do autoritarismo, da polícia política e das liberdades suprimidas, da prisão arbitrária e da tortura.
A miséria da ignorância, de um país de analfabetos, onde o ensino superior era um privilégio da elite protegida por Salazar.
A miséria da guerra, dos massacres e dos estropiados.
A miséria que levava os portugueses a fugir do país.
A miséria que obrigava uma professora primária a ser autorizada pelo Ministro da Educação para se casar.
A miséria de um regime que nos queria pobres enquanto entregava todos os negócios do Estado aos avôs daqueles que ainda são hoje os donos disto tudo. E que financiam os novos fascistas.
A mesma miséria que inventou a porta giratória e a corrupção política da qual ainda não fomos capazes de nos livrar.
Mas houve muitos que lutaram para que as coisas mudassem.
A Liberdade, há 50 anos, estava a passar por aqui e então um jovem de 20 anos perante a grandeza do momento, também cresceu.
Portugal, em 1974, era uma sociedade a preto e branco, como um livro de colorir - a preto e branco, como todos os livros de colorir entre 1933 e 1974.
Portugal, em Abril de 1974, apresentava-se apenas com contornos desenhados à espera de ser colorido, como todos os livros de colorir.
Foi isso que entendi logo em 25 de Abril de 1974. E foi por isso, que decidi, que era importante, tentar colorir a minha parte. Como nunca tive muito dinheiro, só consegui comprar um simples lápis de cor - verde, que é a cor da esperança.
Mas, as cores são muitas e outros com outros meios e outros poderes, coloriram o meu país de rosa e de laranja...
Portugal, em 1974, era uma sociedade a preto e branco, como um livro de colorir - a preto e branco, como todos os livros de colorir entre 1933 e 1974.
Portugal, em Abril de 1974, apresentava-se apenas com contornos desenhados à espera de ser colorido, como todos os livros de colorir.
Foi isso que entendi logo em 25 de Abril de 1974. E foi por isso, que decidi, que era importante, tentar colorir a minha parte. Como nunca tive muito dinheiro, só consegui comprar um simples lápis de cor - verde, que é a cor da esperança.
Mas, as cores são muitas e outros com outros meios e outros poderes, coloriram o meu país de rosa e de laranja...
Ter, em 2024, a oportunidade de estar vivo e ter a oportunidade, 50 anos depois, de recordar o que foi viver o 25 de Abril de 1974, que trouxe algo de verdadeiramente novo para a vida dos portugueses, faz-me sentir um priviligeado.
Contada por Luís Osório, como só ele o sabe fazer, fica a história de Conceição Matos, a mulher mais torturada pela PIDE, neste Dia de Todos os Sonhos do Mundo.
1.
Conceição Matos foi viver com os pais e irmãos para o Barreiro. Uma família de operários que chegou a uma terra de operários no final da década de 1930.
A Conceição tinha três anos quando a Segunda Guerra Mundial começou. Tinha três anos quando chegou ao Bairro das Palmeiras onde fez vida e construiu o sonho de um dia Portugal deixar de ser uma ditadura da mesma família dos fascismos de Franco, Mussolini ou Hitler.Conceição Matos foi viver com os pais e irmãos para o Barreiro. Uma família de operários que chegou a uma terra de operários no final da década de 1930.
2.
Conceição foi uma das mais torturadas na história do Estado Novo.
A doce Conceição Matos, mulher de Domingos Abrantes, que mantém os seus olhos sem ponta de ressentimento depois de tanto sofrer, depois do tanto que lhe fizeram.
A Conceição que depois da quarta classe feita começou a trabalhar numa máquina de costurar e depois numa fábrica de pirolitos onde lavava as garrafas.
Terra dura, terra de exploradores e explorados, de conflito de classes.
O Partido Comunista tornou-se parte da sua vida.
Da sua e dos irmãos – o Alfredo, o mais velho, foi levado para o Aljube aos 18 anos.
E ela tornou-se comunista.
Esteve na clandestinidade muitos anos.
Foi várias numa só.
Maria Helena, Marília, Benvinda.
Mas só teve uma única cara e um único nome na prisão.
3.
Conceição Matos resistiu a tudo.
Às tantas tornou-se um troféu de caça para os inspetores Tinoco e Madalena, dois monstros que faziam apostas para lhe arrancar uma palavra que fosse.
E irritavam-se porque da boca de Conceição não saia rigorosamente palavra nenhuma que lhes servisse.
Torturaram-na barbaramente.
Espancaram-na.
Arrancaram-lhe as unhas a sangue frio.
Obrigaram-na a estar imóvel durante horas e horas e horas.
Obrigaram-na à tortura do sono, dias e dias e dias.
Choques elétricos, humilhações atrás de humilhações, uma perversidade levada a uma categoria demencial.
Arrancavam-lhe a roupa até ficar nua. Tiraram-lhe fotografias que distribuíam aos agentes da PIDE na António Maria Cardoso. Homens que riam fazendo gestos de natureza sexual enquanto olhavam para o seu corpo e para a fotografia que guardavam nas suas mãos como violadores à espera da presa.
Deixaram-na vários dias sem poder ir à casa de banho. O seu corpo com urina, com fezes, com o sangue da menstruação.
E ela com a roupa que trazia, a ter de limpar a cela imunda com o que tinha, com a roupa que tinha.
E depois a raiva dos pides por ela não falar, os agentes a entrarem e a espancá-la uma vez mais e uma vez mais e uma vez mais.
A gritarem os nomes que imaginas.
Tudo o que imaginas.
4.
Conceição Matos, 87 anos, casada com o histórico Domingos Abrantes, dirigente marcante do PCP.
Uma das últimas provas vivas do combate e do sacrifício de tantos e tantas por uma ideia de liberdade. Ela e o marido, casados em 1969, em Peniche.
Conceição que é a prova de um combate corajoso por uma ideia de um mundo mais justo para quem nascia marcado com o ferro da desigualdade. Para gente como ela que nascia condenada a passar pela vida com um único objetivo: sobreviver.
Eu, filho de um comunista, mas crítico algumas vezes do PCP, não o esqueço.
E não o relativizo.
Comemorações dos 50 anos do 25 Abril de 1974 nas freguesias do concelho da Figueira da Foz
Imagem Diário as Beiras sacada da página da URAP, Núcleo da Figueira da Foz
Assembleia Municipal da Figueira da Foz
Sessão extraordinária - Celebração do cinquentenário do 25 de Abril de 1974
Para ver o video, clicar aquiOUTRA MARGEM: 18º. ano de publicação
Desde o dia 25 de Abril de 2006 que criei este espaço.
Tal como tinha feito em 1977, quando me iniciei no jornalismo, para aprender, por não encontrar disponível o esclarecimento que sempre procurei ao longo da minha vida, sobrou-me procurar aprender e escrever, eu próprio, o esclarecimento de que precisava para a minha vida.
Essa foi a principal razão da criação do OUTRA MARGEM.
O resultado desse trabalho, dessa pesquisa, desse estudo e dessa reflexão, deu-me a oportunidade de fazer 29978 postagens.
Desse esforço, espero que além do meu esclarecimento, tenha sido também útil a alguns dos que foram passado por aqui ao longo de 18 anos.
Desde 25 de Abril de 2006, mais de 6 000 000 (seis milhões) de visualizações.
A estatística blogger só começou em Maio de 2009.
Muito obrigado.
Estarem por aqui, quer dizer que passados 18 anos continuam a interessar-se pelo que publico.
Fica um abraço do António Agostinho.
O 25 de Abril nos jornais publicados há 50 anos
A mordaça da censura caiu com a Revolução.
Cinco décadas depois, surgem novos condicionalismos. No dia 25 de Abril de 1974 a imprensa não parou. No dia da Revolução dos Cravos a informação a transmitir era tanta que os jornais fizeram várias edições.
Depois de quase meio século de censura, a liberdade tinha chegado aos jornais.
Veio o entusiasmo e a agitação. Nesse mesmo dia 25 de Abril de 1974, houve jornais que já não passaram pelo crivo do censor. Primeiro em Lisboa, depois no Porto, a liberdade chegou à imprensa. Tinha acabado quase meio século de censura.
Com o 25 de Abril de 1974 vieram jornadas de trabalho intensas, edições especiais, jornalistas estrangeiros, temas até então proibidos, mais mulheres nas redações.
A liberdade trouxe novos desafios às redações. “Passaram de uma situação em que tinham pouca informação a tratar, e muito institucional, para outra em que tinham muita informação e de caráter político”. As redações tiveram que contratar mais pessoal. “Trabalhavam de manhã à noite” e, muitas vezes, “havia duas edições do jornal, quando a agenda justificava”.
As tiragens aumentaram. E a responsabilidade também.
Acontece o 25 de Abril e, de um momento para o outro, passa a ser possível escrever livremente. Citando Germano Silva, que na altura trabalhava no Jornal de Notícias: “nós sabíamos que liberdade não era libertinagem. Não podíamos ultrapassar as regras do civismo, da boa educação, dos princípios democráticos, e os jornalistas adaptaram-se com facilidade”.
Fica a segunda edição desse dia 25 de Abril de 1974 do jornal a Capital.
Veio o entusiasmo e a agitação. Nesse mesmo dia 25 de Abril de 1974, houve jornais que já não passaram pelo crivo do censor. Primeiro em Lisboa, depois no Porto, a liberdade chegou à imprensa. Tinha acabado quase meio século de censura.
Com o 25 de Abril de 1974 vieram jornadas de trabalho intensas, edições especiais, jornalistas estrangeiros, temas até então proibidos, mais mulheres nas redações.
A liberdade trouxe novos desafios às redações. “Passaram de uma situação em que tinham pouca informação a tratar, e muito institucional, para outra em que tinham muita informação e de caráter político”. As redações tiveram que contratar mais pessoal. “Trabalhavam de manhã à noite” e, muitas vezes, “havia duas edições do jornal, quando a agenda justificava”.
As tiragens aumentaram. E a responsabilidade também.
Acontece o 25 de Abril e, de um momento para o outro, passa a ser possível escrever livremente. Citando Germano Silva, que na altura trabalhava no Jornal de Notícias: “nós sabíamos que liberdade não era libertinagem. Não podíamos ultrapassar as regras do civismo, da boa educação, dos princípios democráticos, e os jornalistas adaptaram-se com facilidade”.
Fica a segunda edição desse dia 25 de Abril de 1974 do jornal a Capital.
Para ver mais capas de jornais do dia 25 de Abril de 1974, clicar aqui.
quarta-feira, 24 de abril de 2024
"Ninguém deve ser sujeito a falar sobre a sua vida privada se essa não for a sua vontade", mas...
Para ler melhor clicar na imagem |
Via Jornal Público
Destino final?...
O presidente da Câmara da Figueira da Foz, Santana Lopes, disse ao Diário as Beiras, que Arquivo Municipal deverá ser transferido para o Paço de Maiorca.
“[O Arquivo Municipal] vai levar gente a Maiorca, muito mais do que pensamos. [São] serviços que têm a ver com o espaço, com a cultura”, defendeu Santana Lopes, numa das suas intervenções na reunião de câmara.
O autarca afiançou que o município vai concluir as obras de reabilitação do Paço de Maiorca, que incluíam a adaptação para uma unidade hoteleira, iniciadas em 2009 e canceladas dois anos depois. Mas, desta vez, sem alojamento.
“Vamos acabar o que pode ser acabado, [mas] os quartos não serão quartos”, asseverou o presidente da Câmara da Figueira da Foz. E ressalvou que o município não terá de suportar os custos da empreitada, já que tem financiamento público garantido.
Por outro lado, Santana Lopes garantiu que, após as obras, aquele imóvel municipal histórico e classificado continuará sob a alçada do Município da Figueira da Foz. E “com actividades que lhe “deem vida” e “adequadas ao espaço em questão”.
O autarca afiançou que o município vai concluir as obras de reabilitação do Paço de Maiorca, que incluíam a adaptação para uma unidade hoteleira, iniciadas em 2009 e canceladas dois anos depois. Mas, desta vez, sem alojamento.
“Vamos acabar o que pode ser acabado, [mas] os quartos não serão quartos”, asseverou o presidente da Câmara da Figueira da Foz. E ressalvou que o município não terá de suportar os custos da empreitada, já que tem financiamento público garantido.
Por outro lado, Santana Lopes garantiu que, após as obras, aquele imóvel municipal histórico e classificado continuará sob a alçada do Município da Figueira da Foz. E “com actividades que lhe “deem vida” e “adequadas ao espaço em questão”.
O 25 de Abril que falta
"E se o verdadeiro império fosse o império dos imigrantes? E se o verdadeiro império fosse o império da concórdia, e do respeito, e da festa? E se o verdadeiro império fosse o império da dignidade? E se o quinto império fosse o império dos indivíduos, dos pequenos, dos diferentes, dos bem-dispostos, dos espíritos abertos? E se o quinto império fosse uma sociedade multirracial e multicultural em que os valores comuns fossem a festa, a música, a comida, o vinho, o riso e a curiosidade?
Detesto fazer mais propaganda à Festa do Avante!, mas parece-me que a Festa do Avante! mostra um caminho para essa felicidade."
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