«"Ocalendário que está fixado é que em janeiro temos o conjunto das peças do puzzle devidamente montadas. Se me pergunta se no dia 2 de janeiro passamos a viver no país das maravilhas, não passamos a viver no país das maravilhas", disse António Costa no final de uma reunião com a Direção Executiva do SNS e o ministro e secretários de Estado da Saúde que decorreu, esta tarde, no Porto.
Depois do encontro, que durou cerca de quatro horas, o governante explicou que as "peças do puzzle" a que se refere são as três grandes reformas do SNS que, em 2024, vão entrar em vigor, nomeadamente a organização do país em Unidades Locais de Saúde (ULS), a generalização da passagem das Unidades de Saúde Familiares para o modelo B e a reorganização dos serviços de urgências.
As declarações de António Costa surgem dois dias depois de o Presidente da República ter insistido na necessidade de se definir o novo quadro orgânico do Serviço Nacional de Saúde (SNS), sob pena de começarem "a rebentar peças do puzzle".»
Nota via O Jumento.
"Pelas palavras do primeiro-ministro o SNS é um puzzle que, pelos vistos, tem algumas peças no sítio errado, mas o país pode estar descansado porque em janeiro esse conjunto de peças mal colocadas estarão "devidamente montadas". Bem se as peças não estando montadas o brinquedo certo não será um puzzle mas sim um Lego, mas deixemos isso de lado.
Dizer que o problema do SNS é um problema de peças mal colocadas num puzzle é ignorar que esse puzzle vai continuar com muitos buracos. Teremos buracos pela falta de médicos que já se regista, pelo elevado número de médicos que, entretanto, se aposentarão e pelas horas extraordinárias dos médicos que tem iludido a realidade de um puzzle que tem cada vez mais peças a menos.
Mas das declarações de António Costa resulta uma outra questão, pois ao sugerir que foi a nomeação de um administrador nacional para diretor do SNS e que são as medidas deste que salvam a situação, teremos de sugerir que de forma implícita António Costa está a admitir que os seus ministros da Saúde eram incompetentes, afinal um único administrador hospitalar terá conseguido em poucos meses o que os seus ministros não resolveram em sete anos.
Enfim, além de obrigar os candidatos a ministro a preencher o famoso formulário das trinta e tal perguntas, António Costa deverá obrigá-los a fazer um exame de capacidade para montarem puzzles. Por exemplo, todos os ministros dos transportes deveriam ter feito puzzles envolvendo a TAP e o aeroporto de Lisboa, os ministros da Educação puzzles de preenchimento de vagas de professores e por aí adiante."