quinta-feira, 5 de outubro de 2023

Prolongamento das Abadias

 Via Diário as Beiras

VIVA A REPÚBLICA

HOJE É O DIA CINCO DE OUTUBRO

Do auto de proclamação:
"...da varanda principal delles, o cidadão dr. Francisco Eusébio Leão,
secretário do Directório do Partido Republicano Português,
em nome deste, como representante do povo republicano e das forças
revolucionárias de terra e mar, perante milhares de cidadãos
que se encontravam na Praça do Município declarou que estava
abolida a Monarchia em Portugal e todos os seus domínios e proclamada a República Portuguesa.

quarta-feira, 4 de outubro de 2023

Queixinhas...

«O partido da extrema-direita que quer tomar conta da luta nas ruas, "
As ruas são da direita desde o aparecimento do Chega", mandou uma embaixada a uma luta de rua convocada pela esquerda, a da Liberdade do Sérgio Godinho, "a paz, o pão, a habitação, saúde, educação", que foi recebida com insultos e apupos pelos manifestantes, há 50 anos nestas lutas, e que sabem que o partido da extrema-direita é dirigido por gente que se 
dedica ao sector imobiliário de luxo e que, por uma coincidência dos diabos, honi soit qui mal y pense, tinha uma alínea no seu programa, entretanto apagada, que preconizava a venda a privados de todo o sector imobiliário do Estado.

Não é possível continuar a assistir ao que se está a passar na saúde sem um sobressalto cívico

«O comandante dos Bombeiros Voluntários da Figueira da Foz, Armindo Bertão, afirmou ao DIÁRIO AS BEIRAS que a corporação chegou a ter cinco das nove ambulâncias à porta das Urgências do HDFF. “Em média, o tempo de espera foi de cerca de três horas, a partir das 11H00”, afiançou. No entanto, ressalvou Armindo Bertão, nenhum serviço de socorro foi comprometido. “Não foi recusado nenhum serviço de socorro”, garantiu. Mas, frisou, para uma ocorrência na cidade, teve de ser acionada uma ambulância da secção do Paião dos Bombeiros Voluntários, na margem Sul do concelho, que tem duas destas viaturas a seu cargo. Contactada pelo DIÁRIO AS BEIRAS, a administração do HDFF asseverou que “houve durante o dia de hoje [ontem] ambulâncias que ficaram a aguardar as macas, porque estavam a ser dadas altas clínicas e a proceder-se ao internamento dos utentes que estavam” nas Urgências. Na última semana, acrescentou, “houve uma procura acrescida nos serviços de Urgências, por parte de utentes fora da área de referenciação da Figueira da Foz”. Sobretudo, vindos dos distritos vizinhos de Aveiro e Leiria.

Entretanto, como o DIÁRIO AS BEIRAS avançou ontem, citando a administração do HDFF, este hospital “também enfrenta dificuldades no preenchimento da escala do Serviço de Urgência para o mês de outubro, principalmente em Cirurgia Geral”. Os “médicos que já atingiram as 150 extraordinárias” mostraram “indisponibilidade” para fazerem mais horas extras para além daquelas que estão contempladas na lei, avançou a administração do HDFF. O hospital, esclareceu, está, contudo, a “tentar resolver as ausências na escala com o apoio a prestadores externos”

Imagem via Diário as Beiras

Fim de semana alargado

 Via Diário as Beiras

terça-feira, 3 de outubro de 2023

Não vi...

Mas, pelo que vou lendo esta manhã, António Costa deu uma entrevista.

Bem: pelos vistos "não foi bem uma entrevista digna desse nome: foi mais um ameno bate-papo que serviu para preencher grande parte do serão de ontem da TVI/CNN Portugal. Fazendo lembrar tempos antigos, quando apenas existia um canal de televisão em Portugal e o poder falava pelos cotovelos, sem cronómetro a atrapalhar." 

«Sem ilusões não há frustrações».

A Figueira Champions Classic realiza-se no dia 10 de fevereiro de 2024

 Via Diário as Beiras

"A União Ciclista Internacional (UCI), tendo em conta o sucesso deste ano, subiu a prova internacional de ciclismo de escalão, passando à categoria Pro Series. Esta promoção traduz-se na participação de mais equipas World Tour e ciclistas de topo, uma vez que também subiu o valor dos prémios em dinheiro. Por sua vez, o canal internacional de televisão Eurosport aumenta o tempo de antena dedicado à prova, passando de uma hora e meia, na edição de 2023, para duas horas (das 15H00 às 17H00), em 2024. A transmissão, em direto, deverá incluir a entrega de prémios, já que está previsto que a prova, que arranca de manhã, termine por volta das 16H45."

Campanha de prevenção do cancro da mama e da próstata



A Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários da Figueira da Foz, com o apoio da Liga Portuguesa Contra o Cancro, leva a efeito uma campanha de prevenção do cancro da mama e do cancro da próstata, de outubro a dezembro próximo, que integra os movimentos “Outubro Rosa” e “Novembro Azul”.  

O movimento “Outubro Rosa” tem o intuito de inspirar a mudança e mobilizar a sociedade para a luta contra o cancro da mama. A cor rosa é utilizada para homenagear as mulheres com cancro da mama, sensibilizar para a prevenção e diagnóstico precoce e apoiar a investigação nesta área.

O mês de “Novembro Azul” pretende alertar e consciencializar para a saúde do homem, muito em especial, a prevenção e o diagnóstico precoce do cancro da próstata que é uma doença geralmente silenciosa, de evolução lenta e assintomática, na qual, o aparecimento de sintomas pode ser sinal de doença avançada. Detetá-lo numa fase precoce é essencial.

Assim e com a finalidade de a todos consciencializar para a prevenção e o diagnóstico precoce do cancro da mama e da próstata, a Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários da Figueira da Foz vai pintar uma das suas viaturas administrativas integralmente de rosa e de azul, metade de cada cor e colocá-la, todos os dias, em lugares estratégicos do concelho, na cidade e em todas as freguesias, como forma de chamar a atenção e alertar para a importância da prevenção. Serão, com a viatura, divulgadas mensagens nesse sentido e distribuídos suportes de informação.

A apresentação do início da campanha, tem lugar no proximo  dia 7 de outubro, sábado, às 11hoo, na Praça da Europa, frente à Câmara Municipal da Figueira da Foz.

Expliquem-me, por favor...

"…de onde veio esta ideia de que uma renda tinha de cobrir (e até ultrapassar) o valor da prestação paga pelo senhorio?"

segunda-feira, 2 de outubro de 2023

Presidente da concelhia figueirense continua "a andar aos papéis"...

O Partido Socialista, mesmo após Mário Soares ter guardado o socialismo na gaveta e Sócrates ter atirado a chave ao mar, diz que continua a ser "de Esquerda"
Diz. Na prática, é isto. 
Via Diário as Beiras "Raquel Ferreira assumiu que a posição do Partido Socialista sobre o aumento da devolução da variável de três por cento do IRS aos contribuintes figueirenses destina-se à “classe média-alta”, aquela que, defendeu, está a ser mais afectada pela conjuntura." 
Tem toda a razão de ser a acusação da Esquerda comunista: "quando no Governo, o PS faz a política da Direita." 
O partido Socialista é o que é: "um manto que quer albergar tudo"
A diferença entre o PS e o PSD, programaticamente, é difícil de precisar. 
Quando no Governo, então, acaba por ser nula. 
Nessa área de penumbra e indefinida, onde ninguém sabe, com precisão, onde fica a Direita e a Esquerda, o PS tem-se sentido à vontade nos últimos 30 e tal anos.
É uma espécie de pezinho que mostra à-vontade na dança dos bons negócios. 
O pezinho direito. O esquerdo fica atrás… 
Logo que abandona a salão de baile, recolhe o pezinho direito, o maroto, veste novamente o fato-macaco e põe o auto-colante de Esquerda
Volta, de novo, a ser de Esquerda
A Esquerda, para o PS, foi sempre um lugar de eleição: isto é da caça ao voto.
Percebem, agora, porque é que a "gerinçonça" tinha de ser rebentata, mal houvesse a mínima oportunidade?

Porque nunca perdi tempo com blogues anónimos

Não foi só desta vez: nunca tive por hábito visitar os blogues anónimos cá do burgo.
Por nada de especial.
Apenas porque a minha maneira de ser não é compatível com esse tipo de espaços. Portanto, para mim, pura e simplesmente, não existem.
Nunca tive idade, tempo ou pachorra, para desperdiçar com fofocas de meninos e lavagens de roupa suja.
A net, sem dúvidas, é um espaço de liberdade. Mas, será este tipo de comportamento irresponsável, um reflexo da liberdade ou será antes o reflexo da sociedade sem valores e princípios em que vivemos?..
Sou a favor da crítica assinada, pois esta é a única que, sabendo para onde vai, se sabe de onde vem! Responsabiliza e credibiliza a própria crítica.
Anonimamente, pode dizer-se o que se quiser, para quem quiser. 
Mas, só mesmo, para quem quiser escutar...

Desde que OUTRA MARGEM viu a luz do dia - já lá vão quase 18 anos - ficou bem patente a minha independência, que muitos - ainda hoje - não conseguem perceber e muito menos aceitar.
Ganhei alguns "ódios de estimação".  
Contudo, o que me move é fácil de explicar: não sou filiado em nenhum partido, não tenho amigos bem posicionados na politica local ou nacional, não tenho interesses partidários nem económicos ou financeiros, portanto, OUTRA MARGEM, foi sempre para mim o meio de participar activamente na discussão em redor da actualidade covagalense, figueirense e nacional.
Podem acusar-me do que quiserem - o mais habitual não é rebater os meus argumentos sobre o que posto (alguém é capaz de contestar que não tenho razão nos alertas que tenho vindo a fazer ao longo dos anos sobre a erosão costeira a sul da barra ou o aumento em 400 metros do molhe norte?..) mas que sou sempre do contra, o que não é verdade.
A esses digo, apenas, isto: quando conseguirem perceber a minha independência, perceberão todo o resto.
 
Enquanto morar em mim a esperança de que há uma possibilidade de ser possível viver numa Aldeia, num Concelho e num País melhor do que isto que temos, vou continuar por aqui.
Quando perder totalmente essa esperança, meto o teclado no saco... 
Nos dias que correm um gajo como eu, quase com 70 anos,  tem tantos problemas, que qualquer coisa que contribua para o seu divertimento diário é bem vinda.
Continuo optimista por natureza.
Optimismo para mim é simples: é somar a + b na máquina de calcular e esperar obter c. 
O Dr. Salazar era ainda mais simplório: existe o mito urbano - não sei se criado ou alimentado por ele - que criava galinhas em S. Bento para aliviar os contribuintes dos encargos com a sua alimentação, enquanto os portugueses, fruto da política que implementou e impôs em décadas de ditadura, iam morrendo todos os dias: na guerra colonial, à fome de comida, de cuidados de saúde e privados do acesso ao saber e à cultura.

Este país do faz de conta, onde é mais importante ter e parecer do que ser, continua a precisar é de estilo: sobretudo, de sinais exteriores de modernidade e estatuto comuns aos que não sendo, querem parecer que são.
Sobre a triste figura que vi fazer em directo na Assembleia Municipal da Figueira da Foz, na passada sexta-feira, o "deputado" municipal do BE, continuo a preferir levantar-me cedo e ir "larear a pevide".
Via Diário as Beiras, fica o registo do acontecimento.

domingo, 1 de outubro de 2023

Preços da habitação: já ninguém aguenta mais e o futuro do Governo joga-se aqui

"A loucura que se atingiu com a habitação pode ser, para António Costa, o que foi o bloqueio da ponte para Cavaco Silva.
As manifestações deste sábado foram um sinal do que, na realidade, já se sabia: a crise da habitação atingiu o limite do suportável."

53 anos com os trabalhadores: parabéns

Pacto do capital não é solução
 

"O dia 1 de Outubro de 1970, constituiu um marco de grande significado no percurso do movimento operário e sindical, força de progresso social e de emancipação dos trabalhadores. 

Tendo como princípios a unidade, a democracia, a independência, a solidariedade e o sindicalismo de classe e de massas, a CGTP – Intersindical Nacional, constituída a partir da base pelos trabalhadores e para os trabalhadores, teve uma intervenção relevante na resistência ao fascismo, na luta pela liberdade, a democracia, os direitos laborais e sociais e a instauração e consolidação da Revolução de Abril. 

Esta é a história daquilo que somos e de onde vimos - a história que evoca vidas de luta e sobrevivência, a história que traz à memória sacrifícios de gente que resistiu às amarguras do tempo. Esta é a história da força e das raízes da coragem que deixaram marca. Esta é a História de luta que não se pode perder. É a história da CGTP -INTERSINDICAL NACIONAL na Unidade a Força dos trabalhadores!"

Alguém acredita que o Chega tem qualquer interesse no problema da habitação?...

... o foco era terem tempo de antena na televisão.
E conseguiram...
A notícia ficou feita...
O objectivo, mais uma vez, foi cumprido.
António Costa, deve continuar satisfeito...

“Este país está uma confusão gigante”

Sónia Sapage

«As ruas voltaram a ter voz. A crise da habitação pode vir a ser para António Costa o que a crise da troika foi para Passos: muito mais do que uma dor de cabeça pontual.

Hoje, as queixas e os cartazes que as acompanham são outros e as palavras de ordem também — “Senhorio não é profissão”, “Baixem as rendas” ou “O que falta? Direito a ter casa”. Mas é curioso perceber que os protestos contra as políticas seguidas pelo PS em matéria de habitação foram pensados por algumas das cabeças que lançaram o movimento anti-troika de 2012, contribuindo para o desgaste do executivo PSD-CDS.

Depois de uns anos de paz social forçada pelas posições conjuntas que viabilizaram um acordo de governação histórico, as ruas voltam a ter voz – porque as forças de esquerda já não vêem nenhuma razão para dar a mão ao PS. E vão de novo descer a Avenida, desta vez com exigências diferentes: mais habitação e melhor clima (na realidade, ao protesto deste sábado da plataforma Casa para Viver junta-se o do colectivo Their Time to Pay, em defesa da justiça climática).

A crise da habitação pode vir a ser para António Costa o que a crise da troika foi para Pedro Passos Coelho: muito mais do que uma dor de cabeça pontual. Porque, além de todas as outras implicações sociais e eleitorais que essa crise pode ter, significa que zanga da “geringonça”, que já se tinha dissolvido na sequência das eleições legislativas de 2019, mas que se formalizou no chumbo do Orçamento do Estado para 2022, está para durar.»

Fernando Alves reformou-se: "resta-lhe muito tempo para se sentar a ver passar os tristes”

Fernando Alves, fundador da TSF, reforma-se e põe ponto final a Sinais: “Não fazia mais sentido estar ali”.

É o fim de uma carreira que começou, ainda na adolescência, em Benguela, Angola, e, com ele, o ponto final da mais antiga rubrica da TSF. Fernando Alves, jornalista e locutor e um dos fundadores da cooperativa que deu origem àquela rádio, anunciou na sexta-feira passada, que se reformou e que o episódio “O olhar perto do chão” seria o último do programa Sinais, no ar há cerca de 30 anos.
“Resta-me muito tempo para me sentar a ver passar os tristes”, disse, em entrevista ao PÚBLICO.

A TSF, em particular, e a rádio, ficam mais desinteressantes. Claro que a vida é renovação. Contudo, Fernando Alves é mais que um jornalista ou homem da rádio. É um património. E um património leva muito tempo a construir. 

Fica o texto do último episódio do seu pessoalíssimo SinaisSe quiserem ouvir a crónica dita pelo Fernandes Alves, é só clicar no link a seguir.

O olhar perto do chão

«No seu mais recente livro, "Montevideu", que nos é apresentado como "uma ficção verdadeira", Enrique Villa-Matas descreve-nos um dos seus vários encontros com Tabucchi a quem muito admirava desde "Mulher de Porto Pim", esse livro que, assim o vê o catalão, trata "com leveza poética" questões "difíceis e complicadas". Os dois haveriam de tornar-se amigos, partilhando experiências em várias cidades, em conferências literárias ou movidos pelos fios invisíveis de um acaso feliz.

Certa vez, sentados numa esplanada nas margens do Arno, em Florença, Tabucchi contou a Villa-Matas que tinha chegado à fala com um tipo estranho, um vagabundo que muito impressionara o amigo, em Paris.

Villa-Matas guardava do vagabundo uma imagem vincada. Todos os dias, ele sentava-se no chão, à porta de uma livraria, no Boulevard Saint-German. Em frente, havia um quiosque de jornais. O que retivera a atenção de Villa-Matas, nesses longínquos dias parisienses? O modo elegante como o vagabundo se comportava, cumprimentando quem entrava e saía da livraria. Por vezes, levantava-se, fumando, com o olhar perdido no horizonte, um magnífico havano. Durante a maior parte do tempo, permanecia sentado no cartão de vagabundo, lendo um clássico. Durante algum tempo, enquanto viveu em Paris, o catalão viu com muita frequência o estranho vagabundo. Anos depois, em Florença, conversando com Tabucchi, este confidencia que, certa vez, chegara à fala com o homem. Estava sozinho em Paris, vagueou pelas ruas e deu com aquele homem sentado no chão lendo o seu clássico. O vagabundo convidou-o a que se sentasse a seu lado, no chão, apreciando o mundo desse patamar ao nível dos pés. Tabucchi não hesitou. Sentou-se ao lado do vagabundo, ficaram ambos durante algum tempo em silêncio, observando os que passavam por eles com total indiferença.

Na noite estival de Florença, Tabucchi contou a Villa-Matas o modo como o vagabundo quebrou o silêncio. Ele nunca mais esqueceria aquelas palavras. Disse-lhe o vagabundo: "Estás a ver, amigo? Daqui uma pessoa pode vê-lo muito bem. Os homens passam e não são felizes".

Partilho convosco esta passagem do magnífico livro que me ocupa por estes dias, na última crónica que assino nesta rádio. A meu modo, vou ocupar as horas, em grande medida, um pouco à maneira do vagabundo desta história. Não penso sentar-me no chão, à porta de uma livraria. Mas procurarei, muitas vezes, bancos de jardim, à sombra. E assim me deixarei ficar, absorto, tomando notas para uma improvável emissão futura, feita de silêncios e de palavras elementares, assim me pouse no ombro a ave clandestina. Ambição chã. Ficarei a ver passar os transeuntes com o seu ar triste, como só os vagabundos sabem detectá-lo. Até sempre.»