quarta-feira, 13 de setembro de 2023
Para quando um terminal de cruzeiros na Figueira?
Via Campeão das Províncais
«O Porto da Figueira da Foz recebeu, esta quarta-feira, o navio de cruzeiro “Hebridean Sky”, com 101 passageiros a bordo e 72 tripulantes.
Natália Correia: "feria-a um verso mal dito, um comentário político desalinhado ou o sorver do gelado com maior alarido durante a leitura de um poema"
Foto sacada daqui |
Como escreveria no diário que iniciou nesse preciso momento, a direção do movimento era ainda tão indistinta como os vultos iluminados pela primeira luz da manhã: o dia iria chegar "cheio de graça libertadora" ou ferido "pelas tremuras da caquexia ultradireitista?" Quando, por volta das 7 da manhã, uma rádio transmite o seu poema Queixa das Almas Jovens Censuradas, interpretado por José Mário Branco, Natália não teve dúvidas: a ditadura, que ela combatera com palavras e atos, aproximava-se do seu fim.
«O Dever de Deslumbrar- Biografia de Natália Correia», editado pela Contraponto, é uma obra que chega no ano do centenário da escritora e poeta, que se assinala hoje, dia 13 de setembro de 2023, e permite ficar a conhecer a realidade do país nos seus 70 anos de vida.
Três soluções? Porque se desistiu da Portela + 1?
Para perceber isto, que é intuitivo, não é necessário ser especialista na matéria: "somos um país com uma localização geográfica muito periférica e a comunicação e os transportes são um factor essencial nesta era da globalização."
Há mais de 18 anos, em 20 de Julho 21 de 2005, o então ministro das Obras Públicas, Mário Lino, assumiu no Parlamento que a "localização da OTA era a mais vantajosa como alternativa à Portela", fundamentando a sua opinião com razões ambientais.
O ruído do actual aeroporto de Lisboa foi a principal razão apresentada.
Mário Lino garantiu ainda que iria avançar com pequenos trabalhos preparatórios da grande obra pública chamada aeroporto internacional da OTA, como drenagens do terreno, expropriações e desvios de linhas de alta tensão.
Na altura, pensou-se que nada mais haveria a fazer: a OTA estava escolhida.
Ponto final parágrafo.
Em 2005 era primeiro-ministro José Sócrates. A sua estratégia de animação da economia passava pela construção do novo aeroporto na OTA.
As empresas de obras públicas andavam nas núvens. Esta obra iria promover o crescimento de um sector de actividade estagnado, eternamente dependente do Estado e do volume de obras públicas que, em vez de apostarem na internacionalização, preferiam continuar dependentes do mercado nacional.
Há uns anos atrás, um estudo comparativo de empresas de obras públicas portuguesas e espanholas era claro: tendo em conta o PIB de cada país, as empresas públicas portuguesas estavam claramente sobredimensionadas para o mercado português.
E a razão era simples: o Estado há muito que lhes andava a oferecer "OTA's".
Na altura, como agora, vivíamos dias difíceis em Portugal. Recuso-me a acreditar que os portugueses, que têm o privilégio de viver num "rectângulo à beira mar plantado" - usufruindo das vantagens daí inerentes -, tenham como destino uma vida de sacrifícios e um fim trágico.
Como pessimista (que o mesmo é dizer, optimista realista), como sempre aconteceu ao longo de mais de 800 anos de história, acredito que, mais uma vez, vamos dar a volta.
Há quarenta anos já se dizia que em 2020 a capacidade da Portela estaria esgotada. Em 2023, a Portela continua a servir, mesmo em condições extremas, como se viu recentemente nas JMM ao "movimentar cerca de 960 mil passageiros de 30 de julho a 7 de agosto".
Mas, será que tem fôlego para prestar mais 40 anos de bons serviços ao País?
Portanto, a questão da localização do novo aeroporto, em 2023, além de ser interessante e fundamental, também é pertinente.
Só que andamos nisto há dezenas de anos e ainda não encontrámos a localização sustentada e definitiva.
Para quando a solução? Daqui a mais quantos anos? 30? 40?
Daqui a 30 anos, Costa já não será primeiro-ministro, Galamba não será Ministro das Infraestrturas, nem o Presidente da República a eleger em Janeiro de 2026 será Presidente da República.
Contudo, o Povo poruguês continuará a ser contribuinte...
Resumindo: passam os anos e a única coisa que interessa é que haja um novo aeroporto.
A voracidade dos instalados no sistema assim o exige. A discussão da sua localização não passa de uma cortina de fumo que visa distrair do essencial: a necessidade imperiosa que existe de injectar em certas clientelas dinheiro.
Num país normal, discutia-se também o porquê de não se querer - a todo o custo - a Portela + 1.
Há um interesante estudo da Católica que merece ser lido.
terça-feira, 12 de setembro de 2023
As iniciativas liberais até dizer chega matam
"O livro Pinochet’s Economists de Juan Gabriel Valdés é a história intelectual da formação da economia política neoliberal no Chile, do nascimento dos Chicago Boys, da formação doutoral bem financiada durante décadas no Departamento de Economia da Universidade de Chicago à transferência de homens armados com essa formação para o bem conectado Departamento de Economia da Pontifícia Universidade Católica do Chile. Fonte
Culturamente o nosso concelho tem muita riqueza desconhecida
"Coleção de Pinturas Cenográficas da Sociedade de Instrução Tavaredense.
Entre 1 de Julho e 31 de Agosto o Palácio Sotto Maior teve quase 4 000 visitantes
"GOVERNO GARANTE A SINDICATO QUE CASINO FIGUEIRA NÃO VAI FECHAR"
A continuidade da actividade do Casino da Figueira da Foz “é a principal preocupação do Governo, para salvaguardar os postos de trabalho e os direitos dos trabalhadores”, acrescentou também o sindicalista. E sublinhou: “com base nestas indicações vimos mais tranquilos do que antes da reunião, pois queremos acreditar que o cenário será o de não encerramento”.
Contactado pela agência Lusa, o administrador da Sociedade Figueira Praia, Fernando Matos, não quis tecer comentários sobre o processo em curso e as diligências dos trabalhadores, que, de acordo com o Sindicato dos Trabalhadores de Hotelaria, Turismo e Restaurantes do Centro, são mais de uma centena.
A reunião entre aquela estrutura sindical e o secretário de Estado do Turismo decorreu na tarde de ontem, segunda-feira, em Lisboa, nas instalações do Ministério da Economia.
Hoje, dia 12 de setembro, pelas 21h30...
«𝗘𝘂 𝗳𝘂𝗶 𝘀𝗶𝗹𝗲̂𝗻𝗰𝗶𝗼» - 𝗣𝗼𝗲𝘀𝗶𝗮 𝗲 𝗠𝘂́𝘀𝗶𝗰𝗮 𝗰𝗼𝗺 𝗔𝗻𝗮 𝗗𝗲𝘂𝘀 𝗲 𝗠𝗮𝗿𝘁𝗮 𝗔𝗯𝗿𝗲𝘂 𝗻𝗮𝘀 «𝗧𝗲𝗿𝗰̧𝗮𝘀 𝗰𝗼𝗺 𝗣𝗼𝗲𝘀𝗶𝗮»
segunda-feira, 11 de setembro de 2023
50 anos depois lembrando Salvador Allende e o Chile heróico
À ATENÇÃO DA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA
"O Presidente Marcelo Rebelo de Sousa felicita a Seleção portuguesa que conquistou, pela primeira vez, o Campeonato Europeu Sub-19 de Futsal, numa final disputada com a seleção espanhola em Porec, na Croácia.
Esta conquista, após ter estado tão perto na última edição, vem demonstrar o elevado nível, também na formação, do Futsal nacional e perspetiva a continuação dos resultados de excelência na modalidade.
Em nome de Portugal e dos Portugueses, o Presidente da República felicita e agradece aos jogadores, à equipa técnica e à Federação Portuguesa de Futebol, mais esta conquista que muito honra o desporto nacional."
Nota de rodapé.
Esteve muito bem o Presidente Marcelo Rebelo de Sousa ao felicitar a Seleção portiguesa que conquistou a Campeonato Europeu Sub-19 de Futsal.
Mas, então e estes Senhor Presidente da República não merecem uma palavra do Presidente de todos os Portugueses?
Não ganham milhões, não dão popularidade fácil, mas são portugueses lutadores e portugueses especiais, que têm mostrado a garra e a força de que são feitos!
Gliding Barnacles: aos 10 anos "as dores do crescimento"...
Para Eurico Gonçalves, "o rosto da organização do Gliding Barnacles", o festival está "cada vez melhor e maior".
Em declarações prestadas ao Diário as Beiras, porém, Eurico Gonçlves deixa transparecer algo que o está a incomodar: «o crescimento que se tem verificado, todos os anos, poderá transformar o Gliding Barnacles num acontecimento de massas, desvirtuando o seu espírito de comunidade. Evitar que tal aconteça, frisou o organizador, "é o desafio do próximo ano".
"Vamos ver como é que se vai conseguir, com a dimensão actual, continuar com a organicidade tão caraterística deste evento", acrescentou Eurico Gonçalves.»
Para "o rosto da organização do Gliding Barnacles", o evento "não pode perder a alma, nem vendê-la".
domingo, 10 de setembro de 2023
Terminaram as competições dos Campeonatos da Europa SUDS que tiveram lugar em Pádua, Cidade Europeia do Desporto em Itália
"Terminaram as competições dos Campeonatos da Europa SUDS que tiveram lugar em Pádua, Cidade Europeia do Desporto em Itália. Portugal terminou estes conjunto de Europeus com um total de 84 medalhas (4 no Ténis de Mesa – 3 de ouro e 1 de prata; 33 no Atletismo – 8 ouro, 20 prata, 5 bronze; 38 na Natação – 14 ouro, 12 prata, 12 bronze; 8 no Judo – 1 ouro, 4 prata, 3 bronze; e 1 de prata no Futsal.Neste último dia de competições a Seleção Nacional de Atletismo FPA sagrou-se Campeão da Europa por Equipas pela sexta vez em 7 edições, confirmando a vantagem obtida para esta última jornada. Em relação a medalhas, os ouros foram alcançados por Maria Vicente nos 200m T21, por Isabela Santos nos 800m T21 e pela estafeta feminina de 4x400m composta por Ana Alexandrino, Maria Vicente, Jennifer Nogueira e Isabela Santos; as pratas foram obtidas por Luís Gonçalves nos 200m T21, por Francisco Gouveia no comprimento, nos 800m e nos 1.500m marcha para atletas com mosaicismo e ainda por Bruno Leitão no dardo e no peso T21, por André Silva nos 1.500m marcha T21 e pela estafeta masculina de 4x400m composta por Paulo Henriques, Bruno Leitão, Nelson Silva e Luís Gonçalves; por fim os bronzes foram através de Isabela Santos nos 200m T21, de Francisco Gouveia nos 200m e no peso mosaico e de Nelson Silva no comprimento T21. Quanto ao Ténis de Mesa, João Soldado Gonçalves confirmou o favoritismo e sagrou-se novamente Campeão da Europa derrotando na final o também atleta luso João Oliveira por 3-1. Já na Natação esta última jornada foi novamente de muitas conquistas sendo queas medalhas de ouro foram alcançadas por Vicente Pereira nos 100m mariposa enos 50 m livres, por André Almeida nos 200m costas e pela estafeta masculina dos 4x100m livres composta por André Almeida, Filipe Santos, Diogo Matos e Vicente Pereira; prata por Diana Torres nos 100m mariposa, por Filipa Reis nos 1.500m livres e por Francisco Montes na mesma prova mas em masculinos; o bronze foi arrecadado pela estafeta mista dos 4x100m livres através de Diana Torres, Matilde Gaspar, Filipe Santos e Vicente Pereira. Entretanto a equipa nacional de JuDown conquistou surpreendente a medalha de prata no Campeonato de Equipas Mistas, ao derrotar a Itália nas meias-finais, perdendo na final com a jovem equipa da Polónia. Por fim, referência ainda para a participação da equipa de Futsal na final da prova, onde foi derrotada pela Turquia por 2-1, sendo que os turcos renovaram o título europeu." |
sábado, 9 de setembro de 2023
Centeno, encruzilhadas e paradoxos
"Ao mesmo tempo que afirma que o “peso da despesa permanente na economia continua acima de 2019, mas deve reduzir-se”, Centeno, reconhecendo que estamos numa “encruzilhada [que] traz maior aperto financeiro a famílias e empresas”, postula que a mitigação de riscos passa pelo “reforço da poupança e a redução do endividamento.”Neste blogue já tratámos este paradoxo vezes sem conta. Aqui, ali e acolá, por exemplo.
Numa economia monetária de produção, como é o capitalismo, as receitas de uns são as despesas dos outros; superávites e défices também, logicamente. Assim sendo, o corolário é que o somatório dos saldos financeiros dos setores privado, setor público e externo (invertido) é sempre igual a zero. Sempre.
Se a poupança financeira do setor privado cresceu significativamente em 2009, num ano em que o país manteve grande parte do enorme défice externo do ano anterior, é porque a poupança do setor público teve uma evolução simétrica e decresceu quase no mesmo valor.
Se a poupança financeira do setor privado cresceu significativamente em 2020, num ano de saldo quase nulo do setor externo, é porque a poupança do setor público teve uma evolução simétrica, de sentido contrário.
Se a poupança financeira do setor privado caiu abruptamente em 2022, num ano de saldo externo só ligeiramente negativo, é porque a poupança do setor público aumentou praticamente na mesma proporção.
Se em 2023, na ausência de um milagre exportador, o Estado voltar a diminuir a sua despesa liquida, de facto o que está a fazer é diminuir a poupança do setor privado doméstico, setor este altamente endividado e confrontado com um acréscimo muito significativo da sua despesa com juros.
Isto a menos que o setor privado se recuse a aceitar a degradação do seu saldo e, reduzindo a sua despesa não financeira, provoque uma recessão.
De facto, não parece demais repeti-lo, se um país mantiver um saldo nulo nas contas externas, como obriga uma política não mercantilista que vise, simultaneamente, salvaguardar a soberania nacional, o setor privado só terá mais receitas que despesas, ou seja, só terá superávite, se o setor público incorrer em défice."