Porém, por este Portugal de lés a lés, do litoral ao interior, quem é que ainda tem dinheiro para satisfazer os desejos do Povo?
Fácil de responder: as Câmaras Municipais e algumas Juntas de Freguesia.
Se as Câmaras Municipais têm de reabilitar esquadras da polícia e da gnr, equipamentos escolares, estádios de futebol, espaços para organizar eventos como a JMJ, obras essas que deveriam ser feitas por quem de direito, será assim tão estranho que um executivo Municipal, ou uma Junta de Freguesia, gaste uma fatia do orçamento para oferecer ao Povo aquilo que o Povo gosta?
Álibis, justificações e pretextos para isso acontecer é o que não faltam: entre promoção do território e do turismo, dar visibilidade à “marca” do município ou da freguesia, desenvolvimento da economia local, retorno financeiro com a criação de mais valias, é só escolher...
Antigamente, havia comissões de festas.
Agora, via os meios que "inventa" para pensar e executar esses eventos, são as autarquias que fazem. No fundo, são os executivos (por vezes, mais os Presidentes) que escolhem os artistas para divertir e proporcionar esses tais momentos de festa, magia e alegria ao Povo.
Contudo, ainda há excepções.
Na minha Aldeia, ainda são os festeiros, cidadãos que dão o corpo ao manifesto de borla, que organizam a Festa em Honra do Padroeiro, S. Pedro.
A Festa da minha Aldeia tem o azar de se realizar no final de Junho, altura em que as Festas da Cidade, organizadas pelo Município, estão ao rubro.
A concorrência é de monta. A desigualdade de meios é brutal.
Embora o esforço e o empenho dos festeiros da minha Aldeia seja sempre grande, os artistas famosos que actuam nos mesmos dias e às mesmas horas na cidade, acaba por dividir o Povo.
No fundo, podemos admitir que a concorrência acaba por ser prejudicial e não servir a ninguém.
Depois da festa segue-se o desmontar da tenda...
Que esse período sirva para reflectir...