quinta-feira, 27 de julho de 2023
Raul Almeida é o novo presidente da RTC
O acto eleitoral, que determinou a composição da Comissão Executiva, da Mesa da Assembleia Geral e do Conselho de Marketing, realizou-se em três mesas de voto, em Aveiro, Guarda e Leiria.
A lista liderada por Raul Almeida foi a única a apresentar-se a sufrágio. Votaram 115 associados, que representam 72,3% dos 159 elementos do colégio eleitoral. Entre estes, registaram-se 113 votos a favor, um voto branco e um voto nulo, o que totaliza 98,2% de votos a favor.
Pedro Machado e Jorge Almeida Loureiro foram eleitos presidentes da Mesa da Assembleia Geral e do Conselho de Marketing, respectivamente.
Raul Almeida venceu as eleições para a Câmara de Mira em 2013, e 2017 e 2021. Encontra-se a meio do terceiro e último mandato e ainda não sabia o que iria fazer depois. "Provavelmente, regressaria à advocacia, que é a minha profissão. Exercia advocacia em Mira e em Lisboa".
quarta-feira, 26 de julho de 2023
terça-feira, 25 de julho de 2023
segunda-feira, 24 de julho de 2023
Mário Soares, na Figueira sempre uma vedeta política...
Via Diário as Beiras
Faleceu no Hospital da Cruz Vermelha, em Lisboa, às 15:28 do dia 7 de Janeiro de 2017.
Em 9 de Janeiro de 2017, dois dias depois da sua morte, Carlos Beja, candidato pelo PS, em 1997, ao cargo de presidente da Câmara Municipal da Figueira da Foz, disse o seguinte sobre Mário Soares:
"Mário Soares partiu!
Foi com ele que muitos de nós apreendemos o significado da Democracia e Liberdade!
A sua ligação a Figueira da Foz era profunda e genuína!
Aqui passou férias enquanto adolescente atacado pela asma e com seu pai desterrado nos Açores!
Aqui, junto ao actual Teimoso, reuniu em 1949 com Álvaro Cunhal como nos confidenciou um dia ao almoço íntimo em Buarcos!
Aqui realizou alguns dos maiores comícios do PS!
Aqui realizou um sonho de gerações de figueirenses ao adjudicar a Ponte sobre o Mondego e as obras de regularização do mesmo rio!
Aqui veio inaugurar a primeira Fimar e aqui chegou na noite dos acontecimentos trágicos da Marinha Grande!
Aqui voltou na sua última campanha presidencial, no seu apoio a candidatos autárquicos e para receber a justíssima homenagem da Medalha de Ouro da cidade!
Tive a honra e o privilégio de o ter como amigo e de o ter acompanhado de perto em múltiplas eleições legislativas, presidenciais e em Viagens de Estado!
Hoje, como muitos Figueirenses, fui à sede concelhia do partido que fundou para assinar o livro de condolências!
Lamentavelmente estava fechado como se nada se tivesse passado, para além dum comunicado de circunstância!
Mas Soares é superior a tudo isso!
Viverá na nossa memória individual e coletiva como o Homem mais livre e mais jovem que conheci!
Obrigado Mário Soares!
Viva Mário Soares!!"
Lembro Mário Soares como uma grande vedeta política. No País e na Figueira.
Encheu a Fonte Luminosa em Lisboa. Mas, mais difícil ainda, também encheu a Fonte Luminosa na Figueira.
Mário Soares, consta, continua a ser uma referência. Foi o homem a quem Portugal deve não ter sido arrastado para o bloco comunista em 1975, tendo como expoente mais visível a manifestação da Fonte Luminosa, em Lisboa, no chamado Verão Quente.
Na altura, Portugal dirimiu. Portugal sentiu. Portugal decidiu.
Entretanto, Portugal deprimiu. Portugal ressacou. Resultado: Portugal recuou.
Em 1977 Mário Soares era Primeiro-Ministro e Henrique Medina Carreira ocupava o cargo de Ministro das Finanças.
Dizia o primeiro ministro de então, ao Diário de Notícias.
"Sou partidário de uma sociedade totalmente aberta e livre, em que se assegurem largamente os direitos humanos, mas não pode haver tolerância com a criminalidade, mesmo que esta se oculte sob o pretexto falacioso da razão política".
O povo andava entretido e, numa "alocução" ao País em 28/02/77, Mário Soares, o primeiro de então expressava a ideia do seu País.
"Nós não queremos, em Portugal, constituir ou criar uma sociedade de burocratas, uma sociedade de homens que vivem à mesa do Orçamento e à sombra do Estado. Queremos, em Portugal, criar uma sociedade de homens livres que tenham a capacidade de iniciativa própria, capazes de contribuir para a riqueza nacional".
Já nessa altura o problema era o "pilim". Portanto, nada melhor que uma crise para acordar os portugueses - mas isso foi em 1977.
"Não nego que exista uma crise em Portugal, crise que, no seu aspecto fundamental - o aspecto económico - poderá sintetizar-se em três tópicos: défice da balança de pagamentos, inflação, isto é aumento do custo de vida e do desemprego"(Comunicação ao País em 07/06/1977).
1977, tempo de dificuldades que, felizmente, agora foi ultrapassado.
E, "felizmente", foi ultrapassado através de uma reforma profunda das mentalidades, uma das principais causas para o nosso atraso e para a falta de produtividade...
Mas, isso são águas passadas...
Já muita coisa foi dita sobre Mário Soares. Muito estará por contar. Até hoje não faltaram elogios e críticas. Não é de agora. Soares nunca foi consensual. A história vai-se escrevendo.
Mário Soares, por talvez ter vivido em tempos em que a política era uma arte nobre reservada aos grandes homens, nunca foi dado ao politicamente correto.
Soares nunca se escondeu e afirmou-se como político. Tomou decisões e defendeu opções. Fez escolhas difíceis e assumiu-as. Escolheu lutar contra o fascismo e os saudosistas nunca lhe perdoaram. Escolheu a democracia liberal e a CEE e os comunistas nunca o suportaram. Escolheu a descolonização e os "retornados" sempre o odiaram.
Nota de rodapé.
Nos bastidores da política figueirense, elementos ligados ao PS/Figueira, acusam-me de várais coisas. Entre elas, de não gostar do PS.
E, se calhar, têm razão.
Previno, desde já, que a explicação é longa.
domingo, 23 de julho de 2023
Qualquer um de nós, desde que tenha capacidade eleitoral activa e maior de 35 anos, pode querer ser candidato candidato a PR...
Esse desiderato, contudo, pode não ser conseguido pelos mais capazes, mais competentes, mais brilhantes, mais serenos, mais óbvios, mais lógicos, mais generosos, mais perspicazes, mais inteligentes, mais populares, ou mais preparados.
Os piões testam-se rodopiando. Os peões testam-se no sacrifício: deixando-se, ou não, comer pela rainha.
Neste momento, qualquer um tem todo o direito de querer ser presidente, desde que tenha capacidade eleitoral activa e maior de 35 anos.
Nessas circunstâncias, qualquer um de nós tem todo o direito de achar que é um bom candidato a PR, ocupar o espaço mediático, ser hoje controverso e amanhã consensual, achar que ser popular não é ser parvo e considerar ter o direito de achar que este é o tempo de ir testando o caminho.
Por outro lado, todos podemos estar no direito de pensar que a questão presidencial não afasta nada nem ninguém dos problemas importantes e dos desafios que tem no seu dia a dia e que falarem dele é bem melhor que não falarem.
Ora, se qualquer um e nós, desde que tenha capacidade eleitoral activa e maior de 35 anos, pode querer ser candidato candidato a PR, porque é que Santana não pode?
Se não fosse Santana, Carlos Beja tinha sido presidente de câmara da Figueira da Foz, em 1997, João Soares presidente da câmara de Lisboa, em 2002, e Carlos Monteiro continuaria como presidente da câmara da Figueira em 2021, 2022, 2023, 2024 e 2025.
Santana Lopes tem todo o direito a perguntar se a boa fé é património apenas dos outros, a ser demagógico e afirmar, "que não há nenhum político em Portugal que tenha tanta capacidade para ser presidente da República como ele próprio."
Discordo, porém de Santana Lopes, que ainda não descartou uma candidatura a Belém, quando diz que "não há nada que o impeça de dar esse passo".
Mas, esta é uma mera opinião: a minha. E tenho todo o direito a tê-la.
Recordo que tenho memória. Sou do tempo, o chamado antigamente antes de Setembro de 2021, em que na Figueira a soberba era uma arma e um desígnio de políticos incompetentes e medíocres à procura de estatuto e reconhecimento.
Daí, até chegarmos à vaidade e ambição desmedida, foi um passo.
A humildade perdeu contexto e conteúdo.
Chegámos ao poder absoluto.
OUTRA MARGEM. Foto: Pedro Agostinho Cruz, via Dez&10 |
Não esqueço, porém, os invejosos.
Contudo, nem tudo é mau na inveja que vão manifestando.
Permite a evolução com equilíbrios.
Vejamos, por exemplo, o que se passa entre as aranhas e as moscas.
A teia invejosa, muitas vezes, também apanha moscardos que só servem para fazer borbulhas.
sábado, 22 de julho de 2023
Iniciativa Liberal, partido de protesto
"Quando Lula veio a Portugal, o lado mais juvenil da Iniciativa Liberal veio à tona e deixou clara a sua natureza de partido de protesto. Não há nada de depreciativo nesta avaliação. Ser um partido de protesto é tão legítimo como ser um partido de poder. E tende até a causar menos dano à nação.
No entanto, esta semana, os liberais portugueses regressaram ao jardim de infância, a propósito da vinda do presidente cubano a Portugal. Mostraram, sem rodeios, que as suas motivações ideológicas se sobrepõem à diplomacia. Uma vez mais, nada contra. A IL existe num país livre e democrático e tem todo o direito de se exprimir e agir como bem entender.
Importa, contudo, saber que relações internacionais teremos a partir do momento que a IL governe com o PSD. A julgar pelas reacções às visitas de Lula da Silva e Miguel Díaz-Canel, o futuro das relações diplomáticas portuguesas será radicalmente diferente. Porque, caso não estejamos perante uma simples birra, daquelas com o intuito de chamar a atenção dos papás, então os nossos principais fornecedores de petróleo serão descartados. O Brasil, porque a IL não gosta de Lula, Angola, Argélia e a Nigéria por serem ditaduras, ainda que de baixa intensidade, e o Azerbaijão e a Arábia Saudita por serem regimes totalitários.
Por outro lado, é legítimo assumir que a IL irá, no mínimo, desaconselhar as trocas comerciais com a China, que é proprietária da nossa infraestrutura eléctrica, entre outras empresas estratégicas portuguesas. Os empresários do têxtil, metalurgia e petroquímica enfrentarão graves problemas e perdas imediatas nas suas margens, o que provocará, ironicamente, efeitos colaterais no financiamento da própria IL, que tem em muitos destes empresários, cujos lucros dependem intimamente da mão-de-obra escrava chinesa, a sua principal clientela.
Sinceramente, tenho muitas dúvidas que, uma vez no governo, a IL não se converta à realpolitik. Se João Cotrim Figueiredo andou em tempos a vender vistos gold aos oligarcas russos, não vejo porque Rui Rocha não haverá de seguir as pisadas de Paulo Portas e ir a Caracas dar um abraço fraterno a Nicolás Maduro. Protestar é fácil, principalmente contra pigmeus economicamente irrelevantes como Cuba. Bater de frente com os cães grandes é que não é para todos. Sobretudo num partido com dirigentes que entendem que se vive melhor no regime totalitário dos Emirados Árabes Unidos do que em Portugal. Porque impostos."
João Mendes, via Aventar