Via Diário as Beiras
sexta-feira, 14 de julho de 2023
Taxa Municipal Turística deverá começar a ser cobrada a partir de 18 do corrente mês
A confirmar-se, a taxa começará a ser cobrada, pelas unidades hoteleiras, empreendimentos turísticos e Alojamento Local (AL), no dia seguinte. O valor a aplicar às dormidas, até um máximo de sete noites consecutivas por pessoa, varia entre 1,5 euros, de outubro a março, e os dois euros, de abril a setembro.
Estão isentas de pagamento portadores de deficiência com incapacidade igual ou superior a 60%, mediante apresentação de comprovativo. Os estudantes nacionais e estrangeiros que frequentem instituições de ensino no concelho, com estadia desde o início do ano letivo e até um máximo de 60 dias, também estão abrangidos. De igual modo estão isentas pessoas realojadas na sequência de catástrofes ou intempéries declaradas.
A taxa é aplicada a hóspedes com idade igual ou superior a 16 anos, não obstante a nacionalidade ou zona de residência. Ou seja, os figueirenses também estão sujeitos ao pagamento. Cabe às unidades hoteleiras fazerem a cobrança e a respetiva transferência para o Município da Figueira da Foz, tendo direito a uma comissão de 2,5%, isenta de IVA.
As unidades de alojamento têm de enviar a relação das dormidas relativas ao mês anterior até ao dia 15 de cada mês, com efeitos a partir de setembro deste ano. O processo é totalmente digital, incluindo a faturação e os dados para a transferência bancária, através de uma plataforma criada para o efeito."
Já passou quase metade do actual mandato autárquico
Imagem sacada daqui |
Quase a meio do mandato, não deixa de ser curioso o que entretanto aconteceu.
No PSD aconteceu o que estava previsto. Lembro um extracto da minha crónica na Revista Óbvia, edição do mês de Novembro de 2021.
Na Figueira, em 2021 e anos seguintes, concorde-se ou não, a vida política vai passar por políticos como Santana Lopes - aqueles que sabem aproveitar as oportunidades pessoais.
Santana sempre foi mestre a aproveitar as falhas dos chamados "notáveis", que desprezam num partido enraizado no povo, os militantes. Os "baronetes" das concelhias e das distritais, têm de si próprios e da sua importância uma ideia desproporcionada do peso real que lhes é dado pela máquina partidária dum partido com Povo, como é o PSD.
Sem esquecer que na "elite" local há quem se oponha, não me admirará que o verdadeiro "proprietário" do PSD Figueira, nos próximos tempos, venha a ser, não alguém que defenda a aproximação a Santana, mas, ainda que por interposta pessoa, o próprio Santana Lopes.
E Santana Lopes, se assim o quiser, nem vai precisar de tornar a ser militante do PSD...
Imagem sacada daqui |
E tudo decorreu na mais santa e sagrada paz do Senhor.
Com o ambiente politico figueirense normalizado, quase que passou ao esquecimento algo, isso sim, completamente original, pelo menos no nosso concelho: a debandada geral dos vereadores eleitos pelo Partido Socialista.
Foi algo inusitado, pois o que se esperava que acontecesse era uma oposição competente e aguerrida ao candidato vencedor, visando demonstrar quão erradas iriam ser as medidas por ele anunciadas na campanha e que tão criticadas foram pelo PS. Ao mesmo tempo, penso eu que não percebo nada de política, seria também a forma de manter viva a chama do Partido Socialista, no concelho e na Autarquia, conservando igualmente viva a esperança de em Setembro de 2025 poder disputar, com hipóteses de reganhar, a liderança do Município da Figueira da Foz.
Como figueirense atento (e não como simpatizante e muito menos militante do Partido Socialista) permitam que sublinhe: quem melhor do que os 4 vereadores eleitos pelo PS para desempenhar esse papel?
Estiveram durante vários anos no poder na Câmara Municipal da Figueira da Foz.
Quem melhor do que eles conhecia, por dentro, os projetos e os meandros do poder autárquico local?
O mínimo que se pode apontar é, como original e estranha, a decisão de abdicar em bloco do lugar a que concorreram, contrariamente ao que recomendaria a mais sã conduta e prática democrática.
Ou revelou-se menos interessante, aliciante e, quiçá, vergonhoso, os outrora senhores absolutos do poder político concelhio passarem a ser apenas vereadores na oposição?
Em democracia, não se concorre à presidência da câmara e à conquista do poder: concorre-se a um lugar na vereação, podendo acontecer que esse lugar venha a ser o primeiro, ou não.
Tirando motivos de força maior, é imperdoável que não se assuma o cargo e se desempenhe as funções para que se foi eleito.
Imagem sacada daqui |
O Militante que concorreu ao cargo de Presidente de Câmara na lista PS, resguardado por um lugar de nomeação governamental, pode estar a evitar somar mais disparates políticos.
Deste modo, pode conseguir fazer esquecer ou, pelo menos, minimizar os estragos políticos sofridos pela arrogância no trato que lhe era apontada e não conseguiu esconder, a tempo, em Setembro de 2021.
Foram muitas as asneiras conhecidas cometidas no passado. Nada, porém, que o obscuro lugar de administrador nomeado pelo governo, não possa branquear dada a conhecida e reconhecida memória curta do eleitor figueirense.
O anos de 2025 e 2026, tempo de eleições autárquicas e presidênciais, estão à porta.
E o tempo em política, tal como na vida, passa muito depressa e é sempre curto.
quinta-feira, 13 de julho de 2023
Se a cidade da Figueira estivesse localizada a sul do Rio Mondego continuaríamos a adiar o inevitável? (3)
Via Diário as Beiras
Sessão ordinária da Assembleia Municipal, realizada no passado dia 30 de Junho
Quem anda minimamente atento ao que se passa no concelho sabe que a CDU/Figueira da Foz, apesar de ter apenas um membro eleito neste órgão autárquico, tem cumprido essa função ao longo do mandato.
Clique aqui para ter acesso à página da Cdu Figueira da Foz.
Calendário eleitoral e sondagens...
No inquérito sobre a intenção de voto para as Eleições Autárquicas, o candidato do movimento independente FAP obtém maioria absoluta, com 66% dos votos. O ex-vereador Carlos Monteiro (PS) não vai além dos 18%. O eleitorado feminino seria quem mais votava no atual presidente da câmara, enquanto o socialista teria mais votos masculinos, mas com uma distância curta entre os dois géneros.
LIGAÇÃO É CONSIDERADA URBANA: COIMBRA E FIGUEIRA DA FOZ SEM REDUÇÃO DE PREÇO NOS PASSES DO COMBOIO
«Apesar de os comboios que fazem a
ligação entre Coimbra e a Figueira da Foz
serem iguais a de outras
linhas, os passageiros vão
continuar a pagar 62 euros
pelo passe mensal. É que
estes comboios são considerados suburbanos e não se
aplica a anunciada redução
de preço para os 49 euros
das ligações regionais.
A chamada da atenção
parte do Movimento Cívico pela Estação Nova, em
Coimbra, o qual considera
que “esta aparente arbitrariedade nos serviços contemplados no novo passe é
injusta para as muitas pessoas que usam diariamente o
comboio para se deslocarem
entre a Figueira da Foz (e
várias outras localidades no
trajecto) e Coimbra, além de
que é mais um motivo que
despromove a opção pelo
comboio nas deslocações
na região”.»
“Queremos as ruas mais democráticas e mais equidade nos meios de transporte”
Neste momento, no entanto, assiste-se a uma mudança de paradigma, através da construção de zonas pedonais e de lazer, ciclovias e desincentivo à utilização do carro, sobretudo no centro das cidades, a favor dos transportes colectivos de passageiros e dos meios de mobilidade suave e amiga do ambiente. Contudo, em Portugal, nem nos passeios os peões estão a salvo dos automobilistas, que os utilizam como parques de estacionamento ilegais."
Confesso que tenho dúvidas se, na Figueira, nos últimos 40 anos, o poder político planeou o futuro da cidade e do concelho nalgum sector.
Quem percorre todos os dias a cidade, a pé ou de bicicleta, sente na pele que os que utilizam o carro tratam os peões e os ciclistas como cidadãos de segunda.
quarta-feira, 12 de julho de 2023
Uma foto que poderia ser quase intemporal... (2)
Vinagretas, via Campeão das Provincias
Nota.A postagem a que se refere a Vinagreta, pode ser vista clicando aqui.
Se a cidade da Figueira estivesse localizada a sul do Rio Mondego continuaríamos a adiar o inevitável? (2)
Via Diário as Beiras
PS: hecatombe política em S. Pedro (2)
O Campeão das Províncias, na sua edição digital de ontem, pegou no assunto.
Segundo o Campeão das Províncias "a reunião do passsado dia 7 do corrente decorreu com algumas surpresas para o Executivo. Francisco Curado, até sexta-feira presidente da Assembleia de Freguesia, ter-se-á demitido da Assembleia após a eleição da nova mesa, cuja presidência foi confiada a João Moreira, engenheiro civil e antigo comandante dos Bombeiros Voluntários da Figueira da Foz. Outras desistências obrigaram a lista a procurar até à última suplente, Lígia Calhau, que irá tomar posse na próxima reunião de Assembleia de Freguesia."
terça-feira, 11 de julho de 2023
Maria Graça Fernandes, a "Graça Polícia": talvez, a última peixeira da minha Aldeia
A Maria Graça Fernandes, a "Graça Polícia" é a das últimas, se não mesmo a última, das peixeiras da minha Aldeia. Na foto: Maria Graça Fernades
Neste momento, é a única que continua a vender porta a porta.
Vende de tudo o que é produto do mar: sardinha, carapau, polvo, caranguejo da pedra, percebes (percebos, como ela lhe chama...), navalheiras, raia, robalo, tainha - eu sei lá que mais?
É uma das figuras mais extrovertidas, simpáticas e típicas da Aldeia.
Tem "o coração ao pé da boca". Por vezes, chega a ser bastante desbocada. Contudo, sempre com graça e com simpatia. Diz os maiores palavrões, mas de forma espontânea e natural.
A Maria Graça Fernandes, para os amigos e amigas a "Graça Polícia", como mulherão que continua a ser, em dias de festa sempre gostou de dar nas vistas.
Na Festa de S. Pedro costuma apresentar-se da forma mais cuidada e aprimorada que conheço.
E aqui é que está a genuína singularidade da Maria Graça Fernandes, a "Graça Polícia".
Num tempo em mudança constante, que contrasta com a vida de há 40 anos, em que quase tudo mudou de forma notável, mas por vezes imprevista, em que ganhámos em comodidades, mas perdemos em "beleza espiritual", na Aldeia ainda existe a Maria Graça Fernandes, a "Graça Polícia".
E ainda bem. Traz-nos algo especial e único: o traje regional, tão rico, vistoso e interessante, com adornos e cores, praticamente desaparecido, ou, pelo menos, raramente visto.
Na nossa zona - o litoral - isso ainda é mais perceptível. Foi aqui que as modas nos "obrigaram" a vestir indumenárias uniformes, banais, se não mesmo ridículas.
Trajes que recordam o passado, como o que a Maria Graça Fernandes, a "Graça Polícia", faz gala em apresentar em dias de festa, sumiram-se praticamente nos dias de hoje dos olhares dos Aldeões.
A Aldeia, para além da Maria Graça Fernandes, a "Graça Polícia", sempre teve - e continua a ter - das mulheres mais bonitas de Portugal.
(Ainda que assim não fosse, jamais me veriam a dizer o contrário.)
Além da sua encatadora e proverbial beleza, a sua inteligência e a sua maneira ladina de estar na vida, o que já não é pouco, a mulher da Aldeia poderia, mesmo que fosse só em dias de festa, apresentar algo mais transcendente e digno de registo.
A mulher tradicional da Cova e Gala foi sempre uma mulher de armas. Era ela quem governava a casa, educava os filhos, comprava tudo o que o seu homem precisava - as roupas, o calçado, os bonés. Era ela quem, "portas a dentro" trazia a casa num brinquinho onde a limpeza e o asseio, apesar da pobreza, eram imprescindíveis e o seu orgulho.
Todas as semanas, de preferência ao sábado, "a casa levava volta". O soalho era varrido, lavado e esfregado com sabão amarelo e mãos hábeis e desembaraçadas. As panelas de cobre eram esfregadas com areia e sumo de limão, até ficararem polidas e da cor do ouro, para irem ocupar de novo o seu lugar nas prateleiras forradas a papel ou jornais.
A mulher na minha Aldeia sempre foi profundamente religiosa e crente. Contudo, era de uma ingénua superstição que a levava a acreditar naquilo que lhe diziam as bruxas.
Se tinha algum problema na vida, era normal mandar pôr as cartas e rezar o responso a St. António. Ainda hoje, apesar do avanço cultural das mulheres da minha Aldeia, as pitonisas continuam a ter clientela na Aldeia.
É esse mundo e essa vivência, que entretanto se perdeu na minha Aldeia, que me recorda a Maria Graça Fernandes, a "Graça Polícia", tavez a última peixeira da minha Aldeia.
Se a cidade da Figueira estivesse localizada a sul do Rio Mondego continuaríamos a adiar o inevitável?
Via Diário as Beiras
segunda-feira, 10 de julho de 2023
Estatuto dos Bombeiros Sapadores ou Bombeiros Municipais
Esta decisão, vinculativa, representou uma diminuição de rendimento, em média, para cada um dos elementos, de cerca de 150 a 200 euros. Desde essa altura, e já lá vai mais de meio ano, o Governo comprometeu-se a encontrar a dita solução. Primeiro, o interlocutor foi o Ministério da Administração Interna, através da secretária de Estado da Proteção Civil, depois passou para o secretário de Estado da Administração Local, Carlos Miguel, o qual até em visita a este concelho, em sessão realizada no Salão Nobre do Município, no dia 13 de abril do corrente ano, se comprometeu a rapidamente enviar o processo para a Associação Nacional de Municípios (ANM) para parecer final.
Desde aí, o processo tem andado de Herodes para Pilatos e as pessoas naturalmente desesperam. A última informação que tivemos foi que se encontraria novamente do lado da secretaria de Estado da Proteção Civil, e que estava em vias de conclusão, para ser remetido para o secretário de Estado Carlos Miguel e depois para o Ministério das Finanças, e ainda para Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP). É absolutamente incompreensível.
Fazemos um apelo público, ainda mais nesta altura do ano em que é imprescindível o trabalho destes profissionais, para sair imediatamente a solução equitativa para este golpe que foi dado na situação pessoal, profissional e familiar dos Bombeiros Sapadores."
Pedro Santana Lopes
Presidente da Câmara Municipal da Figueira da Foz