Via Jornal Público
"Espera-se o pior na produção de cereais e na pecuária. Os animais não têm alimento e os produtores pecuários já enfrentam a escassez de água. As searas estão perdidas. Nem a palha se aproveita."segunda-feira, 15 de maio de 2023
Bombeiros Voluntários da Figueira da Foz: Armindo Bertão é o novo comandante
DB/Foto de Jot’Alves |
domingo, 14 de maio de 2023
ANTÓNIO JOSÉ SEGURO, OS SILÊNCIOS E OS BLOGUES
Estamos num País onde todos enchem a boca com a palavra democracia. Porém, a democracia tem regras que, muitos, sempre que lhes dá jeito, optam por esquecer. Contudo, e apesar de tudo, como disse um dia Winston Churchill, "a democracia é o pior dos regimes, à excepção de todos os outros".
Confesso ter alguma desconfianças com a esmagadora maioria dos titulares dos órgãos de soberania. Ter este blogue, que está a caminho dos 18 anos de existência, tem-me permitido desabafar e colocar à consideração dos outros perspectivas pessoais. Porém, nunca tive ilusões: isso, nada alterou a realidade que nos cerca.
Contudo, viajar pela "blogosfera", nacional e estrangeira, deu-me a possiblidade de tomar conhecimento de informção que não conseguia encontrar na comunicação social portuguesa.
Um dos grandes problenas portugueses, talvez o maior, a meu ver, está na falta de cultura, educação e deficiências de formação e informação, que leva tantos portugueses a acreditar em sucessivos actos eleitorias nos mesmos que debitam ilusões e promessas que antecipadamente sabemm não vão poder cumprir. E a esmagadora maoiria dos portugueses continua acreditar neles.
Quem maioritariamente domina a vida política e as instâncias do poder, são figuras pequenas, aliadas a escritórios e "donos" disto e daquilo, suportadas pelo erário publico. É triste ter de assistir a lutas pequeninas, alimentadas por facções partidárias, como se não houvesse outra dimensão para melhorar a nossa sociedade.
Lembram-se de António José Seguro? Anda desaparecido há vários anos. Desde que deixou de ser lider do Partido Socialista, o que aconteceu há quase 8 anos.António Costa ganhou a liderança e Seguro resolveu apagar-se. Não abandonou o palco como um eufemismo: o ex-secretário-geral do PS nunca mais falou, nunca mais apareceu, nunca mais quis influenciar, não alimentou cisões ou movimentos, não fez constar que poderia pensar isto ou aquilo, nada de nada. Que me lembre, publicou um livro em 2016. E falou recentemente: "quando olho para o país, fico perplexo". "Os portugueses merecem melhor”, afirmou o antigo secretário-geral do PS, que não exclui a possibilidade de regressar à actividade política.
Não sei se a maioria das pessoas ainda se lembra de António José Seguro, ou sequer, se valorizou a invisibilidade a que António José Seguro se condenou. Registo, porém, a postura diferente de Seguro, num tempo em que os políticos têm de dar provas de vida constantes, em que têm de aparecer com o pavor de deixarem de contar. Não é fácil ter feito o que ele fez. A política era um jogo que ele estava habituado a jogar e era a razão de ser da sua vida desde a juventude. Esteve em silêncio até há quatro dias, quando à saída de um debate sobre a Europa foi duro para com o modo como o país tem sido governado.
Muitos não gostaram. Acharam, talvez, que deveria continuar calado. António José Seguro, porém, é um homem livre: pode e deve falar.
Não sei se, tal como os meus desabafos, os seus desabafos vão resolver alguma coisa. Os meus nada resolvem. Aliás, creio que até os os blogues de qualidade superior (o que não é de todo o caso do OUTRA MARGEM), pouco devem incomodar os poderes...
sábado, 13 de maio de 2023
Um texto para ler e reflectir...
13 de Maio, por Diogo Martins
"Pobreza extrema. Fome. Escassez de acesso a informação que não fosse o missal debitado em língua desconhecida para quem o ouvia (o latim). Crianças suscetíveis a uma crónica de eventos onde a aparição, o milagre, o pecado e a expiação são omnipresentes. Poderes conservadores assustados com o ateísmo republicano e sempre em busca do ensejo de contra ele virarem o povo que controlavam. Imprensa ultramontana e sensacionalista disposta a amplificar qualquer evento que se opusesse ao republicanismo. Total ausência de escrúpulos. Manipulação de massas pelo castigo e pela salvação divinas.
Cada um crê no que quer. Mas, no caso de Fátima, o que se descreve acima está bem documentado em já extensa investigação histórica. Celebrar o 13 de Maio é glorificar o mais triste uso da religião por parte das elites. Primeiro nos anos finais da República e depois plenamente incorporado na doutrina oficial do Estado Novo com o advento do fascismo.
Sempre usado para preservar o poder de minorias pela força, quando a democracia liberal se mostra incapaz de garantir uma ordem que não lhes ameace o poder, o fascismo precisa sempre de se socorrer de elementos que lhe permitam forjar a popularidade ou, pelo menos, a branda aceitação entre a maioria do povo cujos impulsos teme e a cujos interesses se opõe. Como o fascismo descobriu durante o século XX (e os neo-fascismo continuam a explorar no século XXI) a religião é talvez um dos mais poderosos entre esses elementos.
Expurgado da religiosidade usada por alguns para limitar o seu escrutínio histórico, Fátima é somente um legado do obscurantismo herdado pelo Portugal democrático.
Celebrá-lo com o fervor e ausência de espírito crítico a que todos os anos se assiste é o retrato do falhanço da trajetória emancipatória de um povo."
Muita gente na Figueira para assistir à super especial
O bom tempo de ontem ao final da tarde, apesar do vento, contribuiu para a grande afluência de público à Figueira da Foz para esta superespecial do Rali de Portugal. O espanhol Dani Sordo (Hyundai i20) não deu hipóteses à concorrência: gastou 2’29,8’’, para percorrer os 2,28 quilómetros do percurso. Depois de Sordo ficaram o estónio Ott Tänak (Ford Puma), a 0,7 segundos, e Thierry Neuville (Hyundai i20), também a 0,7’. Refira-se que o piloto belga chegou à superespecial da Figueira da Foz na quinta posição, mas conseguiu subir duas posições na classificação, após bater o francês Pierre Loubet (Ford Puma) e o finlandês Esapekka Lappi (Hyundai i20). Os três pilotos estão separados por apenas 1,3 segundos.
Foto Pedro Agostinho Cruz
sexta-feira, 12 de maio de 2023
As coisas importantes
"Vamos explicar outra vez: não há água. E outra vez ainda: não há água. Portugal está sob ameaça iminente de ter de começar a racionar a água, já não só para a agricultura, mas para o próprio consumo humano. O mais de um milhão de turistas que todos os Verões triplicam a população residente do Algarve vão correr o risco, este ano, de, após servidos os 60 campos de golfe, os laranjais e olivais intensivos, as estufas de frutos vermelhos para os pequenos-almoços dos alemães e as cada vez maiores plantações de abacate (esse fruto exótico que precisa muito de humidade e que a Europa não dispensa), abrirem as torneiras e não verem água a correr. Talvez aí, finalmente, percebam do que estamos a falar. Entretanto não se preocupem, essa iluminada que ocupa o cargo de ministra da Agricultura já terá visto atingido o ponto de seca necessário para activar os mecanismos europeus que, não lhe inventando água, lhe darão dinheiro com o qual ela julga, pobre criatura, resolver, como de costume, os problemas estruturais da agricultura portuguesa. É isto que António Costa não entende, é isto de que Marcelo não se ocupa."
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O palácio de seis andares de Montenegro e a casa de Massamá
quinta-feira, 11 de maio de 2023
Prémios Nacionais Bento Pessoa distinguiu personalidades e instituições na área da Educação Física e do Desporto
Ao longo da manhã, o júri apresentou e discutiu propostas às nove categorias dos prémios, que serão entregues numa gala marcada para 27 de outubro no Casino Figueira. Após a reunião, os membros do júri tiveram oportunidade de visitar Santa Cruz.
Presidido por Eduardo Marçal Grilo, o júri é constituído por 19 elementos e é coadjuvado pela Comissão Organizadora e pelo Ginásio Clube Figueirense. Os Prémios Nacionais Bento Pessoa são organizados pelo Ginásio Clube Figueirense e pela Tertúlia Bento Pessoa.
O júri da 9.ª edição dos Prémios Nacionais “Bento Pessoa-Casino Figueira” divulgou, as entidades e personalidades galardoadas nesta edição.
A 2.ª Convenção Internacional de Enfermeiros, organizada pela Ordem dos Enfermeiros, começou ontem e termina hoje no CAE ...
O que é que a malta quer mais?
EM COIMBRA NEM A CÂMARA SABIA QUE HAVIA TANTA POBREZA...
"A Câmara de Coimbra assumiu a delegação de competências da Segurança Social há pouco mais de um mês e o número de pessoas que já acorreram aos serviços revela que existe muita necessidade de apoio social. São 438 pessoas que necessitam da oferta de uma refeição diária nas Cozinhas Económicas, enquanto os Serviços de Emergência Social tiveram 316 atendimentos apenas em Abril. Os dados, pelo elevado volume, constituiram uma surpresa para o Serviço de Acção Social do Município, pois a Segurança Social nunca respondeu."Fim de citação do Campeão das Províncias
Ainda bem que vivemos num regime democrático, num estado de direito e numa sociedade que tem como princípio fundamental o permanente combate às desigualdades e a criação de igualdade para todos os cidadãos no acesso à saúde, ao ensino e ao trabalho, pois existem partidos políticos, eleições o mais livres possível e eleitos democraticamente substitídos periodicamente.
Num País chamado Portugal, de que é que um cidadão se pode queixar?
Só se for parvo como eu. Obviamente.
Isto, é mesmo gozar com quem trabalha!...
"O salário médio líquido praticado em Portugal está virtualmente estagnado (aumentou um euro no primeiro trimestre), a precariedade está a alastrar, a criação de emprego está sobretudo concentrada nas profissões com qualificações mais baixas, a taxa desemprego está a aumentar muito e, desta vez, nem os licenciados escapam, mostram os novos dados do inquérito ao emprego do Instituto Nacional de Estatística (INE) relativos aos primeiros três meses deste ano."
quarta-feira, 10 de maio de 2023
Para quê preocupar-nos com as alterações climáticas, se não houver combate, ao mesmo tempo, ao problema da desigualdade?
"Bons números da economia ainda não chegaram ao bolso dos portugueses", disse o Presidente Marcelo Rebelo de Sousa um dia destes.
A resposta às críticas do Presidente da República não demorou. O ministro da Economia, António Costa Silva, acredita que os portugueses vão sentir no bolso a evolução da economia portuguesa. Na sua opinião, "cedo ou tarde" resultados da economia vão chegar ao bolso dos portugueses.
A realidade, porém, para a quem quiser ver, está bem visível: os pedidos de ajuda ao Banco alimentar contra a fome duplicaram em relação ao ano passado. Há cada vez mais pessoas que, apesar de terem emprego, não conseguem ter dinheiro para comer.
Quem, como eu, vive de uma esmifrada e parca reforma conseguida depois de 44 anos de descontos para a Segurança Social, há muito que não actedita em políticos que se limitam a debitar mentiras.
Todos os dias tenho de fazer contas, pois é com o meu dinheiro que tenho de me alimentar, pagar a medicação, água, luz, gaz, internet, impostos, seguro do carro, oficina, gasolina, etc. Nada de mais, pois nunca vivi sem ter de "apertar o cinto".
Apesar de dizerem que vivemos em democracia, vivo há 4 décadas a ver milhões de portugueses a deixarem-se enganar, eleição após eleição.
Chateia-me ver tanta corrupção passiva e tanta corrupção activa.
Nasci numa Terra pobre e numa família pobre. Reconheço, obviamente, que com o 25 de Abril de 1974 houve muito progresso, muita recuperação, muita melhoria nas vidas dos habitantes de uma pequena aldeia "localizada à beira do Atlântico, perto da importante cidade balnear da Figueira da Foz (Portugal), onde se vivia pior que nas localidades vizinhas." Não esqueço, "a ausência de esgotos, a corrente eléctrica considerada uma excepção, a miséria material, as condições de trabalho desumanas, a deterioração das células familiares, a má nutrição era, lamentavelmente, a situação de toda uma região economicamente desfavorecida".
Melhorou-se muito. Porém, quase 50 anos depois, aí estão os retrocessos e as contas para pagar. A promiscuidade entre a alta finança e os sucessivos governos, antecedida pela destruição do que não devia ter sido destruído, deu no resultado que está à vista.
Confesso que, para mim, é um mistério que milhões de portugueses, que trabalham e pagam os seus impostos, apesar de toda a porcaria feita por quem nos governa, pelo menos desde 1991, não consigam abrir os olhos para a realidade no momento certo: no acto de votar.
Todos os partidos, têm culpa no estado a que isto chegou. Com honrosas e meritórias excepções, que existem em todos os partidos, deputados e a maioria dos políticos só fez bosta.
Contudo, sabiam o que estavam a fazer: uns mais do que outros, com as honrosas e meritórias excepções, trataram foi da vidinha.
A democracia nunca está garantida. Não existe verdadeira democracia sem partidos. Mas também não há democracia sem cidadania e sem comunicação social sem mordaças.
Estamos há dezenas de anos a viver num País aprisionado pela promiscuidade da política com os negócios, com a blindagem dos partidos aos cidadãos, com a manipulação do Parlamento por interesses exteriores, com a continuada desresponsabilização dos decisores políticos financeiros e gestores.
Termino, numa interpretação livre, com a noção de sustentabilidade de Muhammad Yunus, Prémio Nobel da Paz de 2006.
“Há uma máquina que suga toda a riqueza de baixo e a empurra para o topo.
De que servem as nossas preocupações com as alterações climáticas, se não enfrentarmos, ao mesmo tempo, o problema da desigualdade? Como se combatem os efeitos do aquecimento global sem desmontar "a máquina que suga toda a riqueza de baixo e a empurra para o topo"? Terá algum efeito investir milhares de milhões na transição energética, na mudança dos combustíveis fósseis para o hidrogénio, o vento e o sol, se ao mesmo tempo o desemprego e a pobreza convivem do outro lado da rua, ou do outro lado do Mundo, sem que a esse combate dediquemos o nosso tempo, talento e dinheiro (os que o têm)?”
Há pessoas a quem vale a pena dar ouvidos. Ou pelo menos ouvir. Muhammad Yunus é uma delas.
Terão oportunidade de o ouvir, na próxima sexta-feira, a partir das 10.30 horas.
Nesse dia participa no Fórum da Sustentabilidade e Sociedade, na Câmara de Matosinhos. Há transmissão, em directo nos sites do JN, DN, TSF e "Dinheiro Vivo".
Se as guinadas do PSD falassem: do Sá Carneirismo ao Passismo, passando pelo Cavaquismo...
O espectro do socialismo que paira sobre o PSD
"Pinto Balsemão afirmou, na intervenção que fez na cerimónia dos 49 anos do partido, que defende um PSD de centro-esquerda, à imagem daquilo que sempre defendeu Francisco Sá Carneiro. Imagino a ovação. E o ar perplexo dos doutores de Castelo de Vide, que acham que o Sá Carneiro era um feroz neoliberal e o PSD um partido nascido para combater o socialismo."