sexta-feira, 11 de novembro de 2022
Filiação no PS "nunca foi critério de recrutamento", diz gabinete de Mariana Vieira da Silva
Manuel Fernandes Tomás: 200 anos depois da sua morte
Vivemos na Figueira, uma cidade em que, no ano de 2022, a realidade continua a não coincidir com a representação da realidade. Isto, não obstante a realidade da representação da realidade.
O que significa que, enquanto realidade, nos encontramos algures, menos na cidade chamada Figueira da Foz, onde em 31 de julho de 1771 nasceu Manuel Fernandes Tomás, e onde todos devíamos abertamente falar de liberdade...
Bacharel em Cânones pela Universidade de Coimbra, exerceu advocacia em Lisboa, entre 1791 e 1792. Nesse ano, foi nomeado síndico e procurador fiscal da Figueira da Foz, onde foi vereador entre 1795 e 1798.
Ingressou na magistratura em 1801, como juiz de fora de Arganil, passando a exercer, em 1805, a superintendência das Alfândegas e Tabaco nas comarcas de Aveiro, Coimbra e Leiria. Em 1808, era provedor da comarca de Coimbra.
Durante as invasões francesas, prestou valiosa colaboração ao exército luso-britânico, sendo um dos membros da Junta do Governo da Figueira, ocupando, em 1810, o cargo de intendente dos mantimentos do quartel general.
Regressado à magistratura em 1811, em 1816 ocupou o cargo de juiz desembargador da Relação do Porto, cidade onde privou com Ferreira Borges e Silva Carvalho. Com estes e Ferreira Viana fundou, em 1818, o Sinédrio, de que é considerado o primeiro membro.
Integrou a Junta Provisional do Governo Supremo do Reino, como vogal representante da magistratura, sendo de sua autoria o Manifesto da Junta Provisional do Governo Supremo do Reino aos Portugueses.
Na Junta de Lisboa, foi deputado encarregado dos Negócios do Reino e da Fazenda, e depois administrador do Erário, tendo redigido o Relatório sobre o estado e administração do reino, durante o tempo da Junta Provisional do Supremo Governo do Reino.
Foi membro da Junta Provisional Preparatória das Cortes, para as quais foi eleito deputado pela Beira, e onde integrou a comissão que elaborou as bases da Constituição, a qual, por delegação das Cortes, apresentou ao rei. Nesse mandato, foi eleito vice-presidente e depois presidente da Câmara dos Deputados, lugar que ocupou até março de 1821.
Foi reeleito deputado em 1822, embora já não tenha tomado posse. Neste mesmo ano, colaborou com Joaquim Ferreira Moura na redação do periódico liberal O Independente.
Maçon, com o nome simbólico de Valério Publícola, pertenceu às lojas Fortaleza (1821) e Patriotismo (1821), de Lisboa, da qual foi Venerável.
Deixou publicado, como sua obra maior, o Repertório geral das leis extravagantes do Reino de Portugal, publicadas depois da Ordenações compreendendo também algumas anteriores que se acham em observância (Coimbra, Imprensa da Universidade, 1815).
Ficou conhecido como o “patriarca da liberdade portuguesa”.
Quase 200 anos depois da morte de Fernandes Tomás, figura cimeira do Constitucionalismo português, que levou à revolução de 24 de agosto de 1820, que transformou a sociedade portuguesa e que teve uma grande influência também na Europa, não podemos esquecer que a ambição de implantar em Portugal um regime constitucional e representativo alimentou e esteve presente em toda a acção de Fernandes Tomás, Ferreira Borges, Silva Carvalho e Ferreira Viana.
As raízes do moderno constitucionalismo português estão na Revolução Liberal de 1820 e na Constituição de 1822. Na recusa do absolutismo, o novo regime liberal inicia um período de desenvolvimento de direitos cívicos e liberdades políticas, continuado pela I República, ainda que de forma insuficiente e contraditória, mas claramente interrompido a partir de 1926 e só retomado, de forma democrática, em 25 de abril de 1974.
A divulgação pública dos ideais liberais, republicanos e democráticos, que estiveram presentes na actividade política de Fernandes Tomás é uma tarefa que compete ao exercício da cidadania. Em Novembro de 2022, a poucos dias da passagem dos 200 anos da sua morte, evocar aquele que é o filho mais notável da terra, Manuel Fernandes Tomás, é recordar um homem público que poucos poderão igualar. Oxalá que no país, e em especial na sua terra, nos tempos actuais, haja quem lhe siga as pisadas no amor à causa pública. Se formos capazes disso, honraremos não só a nossa cidade, como também o importante e extraordinário legado do figueirense Manuel Fernandes Tomás.
Quanto mais distantes estamos do passado, mais a memória colectiva tem tendência a ir desvanecendo. Como podemos salvaguardar, ou até mesmo fortalecer, a memória e «os últimos instantes de um homem grande, para que os presentes e os vindouros aprendam o modo heróico de afrontar a morte»? Na "oração fúnebre", lida a 27 de novembro de 1822, em sessão extraordinária da Sociedade Literária Patriótica, Almeida Garret considera Fernandes Tomás "o patriarca da regeração portuguesa". "E quem choramos nós: quem lamentam os portugueses? Um cidadão extremado; um homem único; um benemérito da Pátria, um libertador dum povo escravo".
Em 2022, a poucos dias da passagem de 200 anos da morte de Fernandes Tomás, "um homem que honrou a natureza e como cidadão a Pátria", qual o olhar dos jovens sobre "o libertador dos Portugueses, que salvou a Pátria e morreu pobre"?
quinta-feira, 10 de novembro de 2022
Miguel Alves pediu demissão do Governo e Costa já aceitou...
Com Raimundo o PCP não irá ao fundo...
Joaquim Namorado: "a luta que nós travamos, é há séculos, há séculos, não é há 50 anos, pela Liberdade e contra qualquer forma de inquisições."
No primeiro Governo de António Costa, as pensões foram descongeladas, o salário mínimo aumentou, os salários dos funcionários públicos foram repostos, a sobretaxa caiu. Ao contrário do que vaticinavam muitos, o país não caiu no caos. Pelo contrário. O desemprego baixou e o défice foi o mais baixo da história da democracia. E milhares de pessoas, que usam os transportes públicos para se deslocarem para o trabalho, ganharam o passe família.
Hoje, a fome está a regressar às casas dos portugueses. Há cada vez mais pessoas a pedir comida. Gente que trabalha, mas cujo ordenado não chega para pagar as contas; deixa de comer para dar aos filhos e, quando nem isso consegue, perde a vergonha e vai pedir.
Paulo Raimundo, operário como Jerónimo de Sousa, criado na Margem Sul, chega a secretário-geral do PCP, com o país mais uma vez a atravessar uma dura crise. Resta saber se vai conseguir voltar a colocar o PCP num local da política que lhe permita ser uma voz ouvida. Em nome dos que menos podem."
Paula Ferreira.
Editora-executiva-adjunta do Jornal de Notícias
Obras na ponte de Alfarelos ainda não arrancaram e geram polémica entre Ministério das Infraestruturas e Câmaras de Montemor-o-Velho e Soure
Segundo a edição de hoje do Diário as Beiras, "o ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, chamou a si o dossiê da insatisfação de autarcas e populações face ao anunciado encerramento da ponte de Alfarelos da EN347 sobre o rio Mondego entre os concelhos de Montemor-o-Velho e Soure."
GAL COSTA (1945 – 2022)
Maria da Graça Costa Penna Burgos, nasceu a 26 de Setembro de 1945 em Salvador da Baía. Encorajada pela mãe, interessou-se pela música desde nova, e começou a cantar profissionalmente aos vinte anos, tornando-se um dos nomes maiores da música brasileira. Foi também compositora e instrumentista.
Morreu ontem. Fica a "felicidade" que é poder continuar a ouvi-la cantar.
quarta-feira, 9 de novembro de 2022
Votação para a aquisição dos terrenos do Cabo Mondego foi adiada
«Na reunião de Câmara da Figueira da Foz realizada hoje, foi adiada a votação de aquisição de 76 hectares no Cabo Mondego, por 2,1 milhões de euros, que inclui antigas instalações fabris, uma pedreira e terrenos. O negócio, que já tem um acordo há cerca de dois meses, engloba também a área da estrada do “Enforca Cães”, recentemente requalificada e asfaltada.
Por unanimidade, a Câmara da Figueira da Foz deliberou não aumentar o tarifário da água em 2023...
Todavia, a decisão poder vir a custar aos cofres municipais cerca de um milhão de euros.
O PS, que não apresentou nenhuma proposta, depois de Pedro Santana Lopes ter apresentado a proposta que foi aprovada por unanimidade, assumiu pela voz da vereadora Diana Rodrigues, que “não podia aceitar nenhum aumento”.
O único vereador do PSD, Ricardo Silva, tinha anunciado na terça-feira que o município não devia aumentar o tarifário, aceitando, no limite, um aumento máximo de 2%. O eleito social-democrata defende que a Câmara da Figueira da Foz deve assumir a gestão do abastecimento público de água e solicitou hoje o agendamento para a próxima reunião de uma proposta para a realização de uma auditoria ao desempenho da concessionária relativamente à prestação do serviço público.
Vamos ter prova de ciclismo
Texto via Notícias de Coimbra
"A Câmara da Figueira da Foz aprovou hoje, por unanimidade, um apoio à realização de uma prova clássica internacional de ciclismo, em fevereiro de 2023, que pode ir até 188 mil euros.
A votação tinha sido adiada na última sessão do executivo municipal, depois de o PS ter levantado algumas reservas, relacionadas com a formulação inicial da proposta, que apontava para um apoio de 240 mil euros ao Grupo Desportivo FullRacing, promotor da Figueira Classic Champions.
O apoio municipal poderá ficar bem abaixo dos 188 mil euros, caso se confirmem alguns patrocínios já anunciados e o apoio do Turismo Centro Portugal, ao abrigo das contrapartidas do jogo, “que será significativo”, segundo o presidente da Câmara, Pedro Santana Lopes.
A Figueira Champions Classic, prevista para 11 e 12 de fevereiro de 2023, vai ter uma extensão de 190 quilómetros, com partida na zona do Relógio, na cidade da Figueira da Foz, e percorre as 14 freguesias do concelho, com transmissão televisiva dos últimos 90 quilómetros.
A competição principal realiza-se no dia 12 de fevereiro, um domingo, mas no dia anterior decorre uma prova aberta para todos os interessados em pedalar parcialmente pelo mesmo circuito.
O presidente da autarquia considerou que a prova vai levar “muitíssima gente” à cidade e salientou que a prova aberta, prevista para 11 de fevereiro, já conta com cerca de meio milhar de inscritos, apesar de ainda não ter sido divulgada.
Na apresentação do evento ao executivo municipal, no dia 31 de outubro, o diretor do Clube Desportivo FullRacing salientou que o concelho da Figueira da Foz vai acolher “algo que nenhuma cidade em Portugal teve”.
“Nunca foi feita em Portugal uma clássica de nível mundial com esta dimensão em 110 anos de ciclismo, com transmissão da Eurosport para todo o mundo e a participação dos melhores atletas do mundo”, sublinhou Carlos Pereira.
O promotor estima que as duas provas, cujo orçamento supera os 400 mil euros, venham a contar com cerca de 2.000 participantes."
Quinto molhe e Cabedelo: tínhamos um problema, ficámos com dois....
Recordo Manuel Luís Pata, meu saudoso Amigo e Mestre nestas coisas de entender o mar: "há muita gente que fala e escreve sobre o mar, sem nunca ter pisado o convés de um navio".
Em 2003, lembro-me bem da sua indignação por um deputado figueirense - no caso o Dr. Pereira da Costa, deputado PSD - haver defendido o que não tinha conhecimentos para defender: "uma obra aberrante, o prolongamento do molhe norte".Na altura, Manuel Luís Pata escreveu e publicou em jornais, que o Dr. Pereira da Costa prestaria um bom serviço à Figueira se na Assembleia da República tivesse dito apenas: "é urgente que seja feito um estudo de fundo sobre o Porto da Figueira da Foz".
Optou-se por defender o acrescento do molhe norte - e nisso o seu partido o PSD tem muitas culpas. Duarte Silva, então presidente da câmara foi um acérrimo defensor desta aberração - passados estes anos, estamos precisamente como o meu velho Amigo Manuel Luís Pata previu: "as areias depositam-se na enseada de Buarcos, o que reduz a profundidade naquela zona, o que origina que o mar se enrole a partir do Cabo Mondego, tornando mais difícil a navegação na abordagem à nossa barra".
E não foi por falta de avisos que foram cometidos tantos erros de planeamento territorial e urbanístico na na Figueira da Foz.
Voltando ao saudoso Mestre Manuel Luís Pata, uma das vozes discordantes do prolongamento do molhe norte que os decisores políticos não ouviram, como ele aliás, sabia. Um dia, já distante, em finais de janeiro de 2008, confessou-me: "ninguém ouve".
Devido à orientação obliqua do molhe norte, os barcos pequenos, as embarcações de pesca e ao iates de recreio, vão ter de se expor ao mar de través. Poderá vir a ser uma situação desastrosa para os pescadores e os iatistas e ruinosa para o futuro das pescas e da marina de recreio”.
Recordo ainda, que não podemos esquecer o dia 11 de abril de 2008, uma sexta-feira.
Apesar dos vários alertas feitos em devido tempo, o prolongamento em 400 metros do molhe norte do porto da Figueira da Foz foi adjudicado, um ano depois do lançamento do concurso público que sofreu reclamações dos concorrentes e atrasos na análise das propostas.
O argumento foi o de sempre: ou o dinheiro é gasto agora e já, ou vai para outro lado.
Neste caso do Cabedelo, o argumento é falso. Basta olhar mais para sul e vê-se a olho nu que havia tanto sítio para gastar os milhões que foram tão mal gastos (o resultado fala por si...). Por exemplo, depois do quinto molhe.
Via Diário as Beiras
Pedagogia política
Por Carlos Leal*
Portanto, não podes escandalizar-te desse modo... As empresas concessionárias são empresas privadas, que buscam a maximização do lucro, como todas as demais...
Enquanto uma empresa comum se submete às regras que disciplinam a respetiva atividade, uma concessionária submete-se a esse tipo de regras e ainda ao contrato de concessão e, muitas vezes, também a um conjunto de contratos que lhe são conexos e que são firmados no mesmo dia.
Se as normas que disciplinam a concessão forem permissivas, de quem será a culpa?
Da empresa?
Se a fiscalização do concedente inexiste, ou é ineficaz, de quem será a culpa?
Da empresa?
Querias um serviço público disponibilizado por uma entidade legalmente afeta apenas e só ao interesse público?
Já tinhas - os Serviços Municipalizados...
Contudo, alguém deve ter considerado que "quem gere bem, são os privados"... E, vai daí, concessionou... E aí temos o que é a gestão privada de um serviço público...
E o que tens nas águas figueirenses, tens, no todo nacional, em áreas como os transportes coletivos, os aeroportos, a rede elétrica, os serviços postais, os hospitais, a Saúde 24, as autoestradas, a rede nacional de emergência...
Enfim, exemplos não faltam..."
"Eles aumentam, apenas porque o contrato de concessão assim o permite... E quem foi o primeiro outorgante desse contrato? Uma concessão (qualquer que seja e sobre o que seja...), se não for bem contratualizada, é um pesadelo para os utentes e uma fonte de problemas para o concedente..."
Conheci o Carlos Leal nos primeiros anos da década de 80 do século passado. Era ele então um jovem estudante no Liceu da Figueira da Foz e eu um jovem chefe de redacção de um jornal.
Conhecendo-o há mais de 40 anos, acho natural o comentário do Rui Duque:
terça-feira, 8 de novembro de 2022
O tarifário da água no concelho da Figueira da Foz, uma série que já vem de longe
A desculpa foi a seguinte: "porque se entendeu que se devia dar preferência aos investimentos no saneamento, em prejuízo da renovação da rede de abastecimento de água, para mais rapidamente poder levar, nomeadamente às freguesias rurais, o saneamento básico que estas não tinham!"
Segundo o PSD/Figueira, "no período compreendido entre 1999 e 2004 foram investidos cerca de 30 milhões de euros!
No mesmo período, foram construídas 9 Etar´s, 70 estações elevatórias, cerca de 200 km de redes de emissários e colectores!"
Ou seja, "o dobro do que existia até 1999!".
Recorde-se, em abono da verdade. A revisão do contrato de 2012 teve o voto favorável dos vereadores do PSD, do PS e dos 100%. Mais uma vez, o centrão funcionou no seu pior...
A última revisão aconteceu na sessão de câmara realizada no dia 18 de Fevereiro de 2019.
Segundo informações cedidas pela empresa Águas da Figueira, a tarifa de disponibilidade é uma taxa fixa paga pelos utilizadores, independentemente do seu consumo, que "substitui o aluguer do contador", além de permitir "repartir de forma equilibrada os custos de investimento e manutenção das redes de abastecimento e saneamento". O movimento cívico que apresentou a petição tem argumentado que a tarifa de disponibilidade não é mais do que "um consumo mínimo encapotado", defendendo, por isso, a sua ilegalidade.
No texto da petição, os subscritores invocam ainda o direito de saber "quais as razões que presidiram à eventual renegociação", e ainda se estão previstos mais aumentos para os próximos anos e em que percentagens para os vários tarifários. O vereador Ricardo Silva "não compreendeu estas dúvidas", afirmando que a Câmara Municipal da Figueira "já justificou os aumentos com a necessidade de proceder à modernização das estruturas de abastecimento de água e saneamento", confirmando ainda que estão previstos novos aumentos para 2007 e 2010.
Durante a entrega da petição, Carlos Monteiro considerou os preços de água na Figueira da Foz como "escandalosos", adiantando que, legalmente, o presidente da autarquia, Duarte Silva, tem um prazo de dez dias úteis para responder à petição.