Via Diário as Beiras
quinta-feira, 15 de setembro de 2022
Longa vida ao SNS
“A população cada vez tem mais dificuldade no acesso aos serviços públicos de saúde”. A “degradação” das condições de trabalho (a precariedade, a não valorização das carreiras, as remunerações, os elevados ritmos de trabalho) dos profissionais de saúde, a que o Governo “teima em não dar resposta” contribuem para “a degradação do SNS e para a promoção do negócio privado da saúde em Portugal”.
Para a União dos Sindicatos de Lisboa, o SNS tem um papel “fundamental” na redução das desigualdades e é “insubstituível”, na melhoria da qualidade de vida da população.
Irene Papas 1926 - 2022
Fez três filmes com o cineasta português Manoel de Oliveira: "Party" (1996), "Inquietude" (1998) e "Um Filme Falado" (2003).
Também interpretou a mãe da cantora Linda de Suza na minissérie "A Mala de Cartão" (1988).
quarta-feira, 14 de setembro de 2022
A vida está a ficar (ainda mais) difícil
"A ligeireza com que António Costa afirmou que os funcionários públicos não terão aumentos proporcionais à inflação vai gerar uma onde de contestação difícil de suster, aliás, já instalada com a rábula das pensões. A evolução dos acontecimentos nos últimos dias revela que é cada vez mais provável que António Costa deixe de ter condições para cumprir o mandato que lhe foi conferido nas últimas legislativas."
A Rainha e o seu legado: A Grã-Bretanha do séc. XXI nunca pareceu tão medieval
Por Jonathan Cook
"Se a função da rainha foi rebatizar o Império como Commonwealth, transformando o massacre dos Mau Mau em medalhas de ouro para os corredores de longa distância quenianos, a função de Carlos será rebatizar como Renovação Verde a marcha da morte liderada pelas corporações transnacionais"
"Qualquer pessoa no Reino Unido que tenha imaginado viver numa democracia representativa – uma democracia em que os líderes são eleitos e responsáveis perante o povo – terá um despertar rude durante os próximos dias e semanas.
Os horários da televisão foram postos de lado. Os apresentadores devem usar preto e falar em voz baixa. As primeiras páginas são uniformemente sombrias. Os meios de comunicação britânicos falam com uma voz única e respeitosa sobre a rainha e o seu legado incontestável.
Westminster, entretanto, foi despojada da esquerda e da direita. Os partidos Conservador, Democrata Liberal e Trabalhista puseram de lado a política para se entristecerem como um só. Até mesmo os nacionalistas escoceses – supostamente tentando livrar-se do jugo de séculos de domínio inglês presidido pela monarca – parecem estar de luto derradeiro
Os problemas urgentes do mundo – desde a guerra na Europa até uma catástrofe climática iminente – já não são de interesse ou relevância. Podem esperar até que os britânicos surjam de um trauma nacional mais premente.
A nível interno, a BBC disse aos que enfrentam um longo Inverno em que não poderão dar-se ao luxo de aquecer as suas casas que o seu sofrimento é “insignificante” em comparação com o da família de uma mulher de 96 anos que morreu pacificamente no colo do luxo. Eles também podem esperar.
Neste momento não há espaço público para ambivalência ou indiferença, para reticências, para o pensamento crítico – e muito menos para o republicanismo, mesmo que quase um terço do público, sobretudo os jovens, desejem a abolição da monarquia. O establishment britânico espera que cada homem, mulher e criança cumpram o seu dever baixando a sua cabeça.
A Grã-Bretanha do século XXI nunca se sentiu tão medieval."
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terça-feira, 13 de setembro de 2022
A entrevista...
Para que serviu a entrevista de ontem à noite de António Costa?
Não esclareceu sobre nada: "pacote de medidas para empresas é apresentado na quinta-feira"...
Rejeita truques nas pensões, mas as pensões em 2024 e anos seguintes vão sofrer cortes...
"Decisão definitiva" sobre novo aeroporto foi empurrada para final de 2023...
Em Portugal, o que conta já não é a qualidade das políticas.
O importante foi a mensagem que se passou: se for necessário recorre-se à manipulação de forma a que um corte de rendimento seja apresentado como uma medida tão caridosa que convenças os eleitores menos incautos.
É óbvio que nem todos somos assim tão "desatentos". Porém, entre os votos dos ignorantes e os votos dos enganados, conseguem-se as maiorias.
Os políticos são "publicitários", que se limitam a dizer aquilo que vai de encontro ao que a maioria quer ouvir.
É aqui, na passagem da mensagem, que reside esta nova forma de fazer política.
Em vez de debates sérios para discutir os problemas e apresentar as soluções, temos propaganda e golpes de comunicação.
Para ajudar, é que existem jornalistas que ganham tanto, ou mais, que o presidente da República.
segunda-feira, 12 de setembro de 2022
Oxalá que não aconteça, mas um dia isto ainda acaba por correr mal...
O bloco de partos do Hospital Distrital da Figueira da Foz (HDFF) encerrou a partir das 00h00 do dia 4 de Novembro de 2006.
E assim se mantém.
Bebé nasce à porta de casa na Figueira da Foz
De acordo com o Diário de Coimbra, mesmo com as dificuldades logísticas e técnicas tudo acabou por correr bem tanto para o bebé como para a mãe que depois foram transportados em segurança para a maternidade Bissaya Barreto, em Coimbra."
Isto é uma vergonha num país europeu.
1. os partos em casa e nas ambulâncias têm de ser proibidos;
2. todas as clínicas privadas com menos de 1500 partos/ano também têm de ser encerradas.
Saúde: o negócio está em marcha e tempo é dinheiro..
Via Diário as Beiras
Perante um país que tem um Serviço Nacional de Saúde em morte acelerada e agonia lenta, há que não perder tempo.
O problema, como está mais que visto não era Marta Temido. O problema é um executivo que governa "para a obtenção de um número simpático para o défice orçamental do ano, sem olhar para as consequências no longo prazo nem para o planeamento que governar ao ano inviabiliza completamente. São as “contas certas” das “poupanças” que ficam tão caras em sofrimento e em preço. É a promiscuidade das aquisições de bens e serviços ao privado, que pesa mais de 40% no Orçamento da Saúde. É o Ministério da Saúde funcionar como uma Secretaria de Estado do Ministério das Finanças. É a obsessão de um Governo que prefere pagar 4 ou 5 vezes mais, o que seja, desde que não pese em Orçamentos futuros, por serviços que não sejam despesa permanente a assumir compromissos que garantam a estabilidade, a qualidade e a normalidade a cuidados de Saúde que o SNS terá sempre que prestar no registo de permanência que a obsessão do Governo insiste em recusar."
O acordo de regime não vai faltar. Montenegro, o novo líder do PSD: “O SNS é uma pedra basilar, que nós defendemos, mas defendemos que quando não tem capacidade de resposta precisamos de contar com o sector social e privado, de forma complementar, para que, com a ajuda do Estado, os cidadãos com menos recursos possam também aceder aos cuidados de saúde, e infelizmente o Governo não olha para isso”.