Via Diário as Beiras
terça-feira, 23 de agosto de 2022
Optimismo: Governo diz que "Parque Natural da Serra da Estrela vai ficar melhor do que estava"!..
A ministra Mariana Vieira da Silva veio garantir que a partir de Setembro concretizar-se-á "um plano de recuperação e revitalização que deixará a Parque Natural da Serra da Estrela melhor do que estava".
A ministra garante que a a "valorização, a recuperação e o desenvolvimento, além do que já existia, é uma prioridade deste Governo" para os territórios afetados pelo incêndio na serra da Estrela e anunciou que será declarado o estado de calamidade na região da serra da Estrela.
As garantias da ministra foram comunicadas aos jornalistas no fim de um encontro entre ministros e presidentes de câmara, realizado em Manteigas, após o qual anunciou que seria decretado o Estado de Calamidade naquela região, afectada por incêndios que duraram uma semana.
segunda-feira, 22 de agosto de 2022
Precariedade é sobre-exploração
Carvalho da Silva |
Nos últimos 50 anos ocorreram mudanças profundas na divisão social do trabalho; alterações estruturais e organizacionais nas empresas e serviços e nas estratégias de gestão; fragmentação da produção e das tarefas inerentes a cada atividade; impactos fortes de tecnologias inovadoras; surgimento de comunicação instantânea passível de múltiplas utilizações nos processos de produção de serviços e bens; existência de novos instrumentos de trabalho; financeirização da economia e do trabalho criando a ilusão de acesso fácil ao crédito e secundarização do salário; convergência dramática entre o individualismo e o consumo. Novas formas de organização e de prestação do trabalho tiveram de ser consideradas. Todavia, a precariedade, no fundamental, não decorre de imperativos inerentes às complexidades daquelas mudanças.
Argumenta-se que as empresas agora vivem de projetos de curta duração, que tudo é volátil. Mas, há instrumentos de gestão e possibilidades de readaptação de atividades muito mais eficazes que no passado. Quanto à volatilidade do emprego, repare-se que, quer no setor privado, quer no público, são imensos os postos de trabalho permanentes por onde passam trA precariedade no trabalho é, em grande medida, um conjunto de mecanismos de sobre-exploração. Enfraquecidas as representações coletivas dos trabalhadores e bloqueada a negociação coletiva, o cutelo do arbítrio mercantil pesa sobre toda a regulamentação. A normatividade laboral é instrumentalizada. Em vez de se proibir o que é ilegal, criam-se enquadramentos jurídicos que normalizam as formas de trabalho atípico. O resultado é sempre pior retribuição do trabalho e perda ampla de direitos e formações.
Ao contrário do que se tenta impingir aos jovens, a precariedade é uma velharia que imperou durante séculos, relançada em força com o incremento do neoliberalismo nos anos 70/80 do século passado. Faz parte dos instrumentos mais requintados da "economia que mata".
Modernos são: i) o direito à segurança no emprego como princípio estruturante da universalização do direito ao trabalho e a sua consagração constitucional; ii) "o reconhecimento de que o direito ao trabalho tem uma dimensão humana, de realização pessoal e como tal subtrai-se da arbitrária disponibilidade do empregador" (Filipe Lamelas e Pedro Rita, in Trabalho Digno.colabor.pt); iii) o Direito do Trabalho, que tem por função primeira a proteção do elemento mais frágil na relação de trabalho - o trabalhador - e não a de promover políticas económica e de emprego neoliberais; iv) o objetivo do pleno emprego para, com a riqueza existente, se criarem milhões e milhões de postos de trabalho úteis e com perenidade, nomeadamente nas áreas da educação, da saúde, da recuperação ambiental; v) a Agenda do Trabalho Digno da OIT; vi) o direito dos jovens a terem salários dignos e a organizarem família.
Salvo situações excecionais, os vínculos relativos a novas formas de o organizar e prestar o trabalho, podem ser sempre estáveis ou precários. São escolhas políticas que se fazem em cada contexto. O Governo, se tem verdadeira preocupação com os impactos da precariedade, enfoque o seu esforço na promoção da segurança no emprego."
domingo, 21 de agosto de 2022
Terá começado a III Guerra Mundial?
Divulgação de resultados do projeto Mosaic.pt tem uma sessão agendada para 28 de Setembro próximo no DCMG
Beleza, Mateus & Companhia Ilimitada...
«"Ambição: duplicar o PIB em 20 anos" é o título do livro – e objectivo expresso – da Associação para o Desenvolvimento Económico e Social, ou Sedes, avança a manchete do Público esta sexta-feira.
A obra delineia caminhos que, avisa a associação, não são fáceis e implicam sacríficos: segundo disse um dos coordenadores, Abel Mateus, ao jornal, "para se poder levar a economia de uma trajectória de quase estagnação a um crescimento médio de 3,5% ao ano, é essencial um período de transição, em que teremos de fazer alguns sacrifícios e adoptar políticas de ruptura que só fruirão totalmente no médio e longo prazo."
A "visão estratégica" da Sedes para o país será apresentada primeiro ao Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, no próximo dia 30 de agosto, e depois lançada na Câmara do Porto, a 1 de setembro.»
Nada de novo: mais “planos” de políticos travestidos de técnicos...
Um país sem pessoas e sem tecido produtivo vai duplicar o pib como? A produzir o quê e para quem? Pôr no mercado o quê?
Bicas e pasteis de nata?
Mais do mesmo?
Turismo, turismo e mais turismo de massas, que tem as consequências que se sabem e que a pandemia deixou a nu...
sábado, 20 de agosto de 2022
Um "déjà vu" revivido no Pontal
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Via Ladrões de Bicicletas
"A direita em Portugal tem dois pecados originais.
Primeiro. É incapaz de traçar um diagnóstico sobre as causas da situação do país porque isso obrigá-la-ia ou a responsabilizar governos seus; ou, para se manter coerente com o defendido ao longo de décadas, a ter de propor medidas tão gravosas para a maioria dos portugueses, que lhe retiraria apoio eleitoral suficiente para a guindar ao poder.
Segundo. Na ausência desse diagnóstico consistente, a direita tem poucas e más alternativas. Ou faz um discurso vazio de políticas, repetindo chavões e cavalgando a conjuntura; ou traça um falso diagnóstico, com falsas soluções; ou esconde dos portugueses o seu verdadeiro programa e mente sobre o que vai fazer quando for governo. De qualquer forma, isso faz com que o seu discurso seja sempre vazio de ideias, de reformas. E ai de quem lhe peça ideias ou propostas, porque a resposta será: o Governo governa, a oposição vigia.
Já foi assim com Rui Rio (aqui e aqui). E já está a ser com Luís Montenegro. Veja-se o seu discurso de domingo passado, no Pontal.
O resto pode ser lido ler aqui, na página do Setenta e Quatro."
Seca e assoreamento geram preocupações com o futuro da Lagoa da Vela
"A Lagoa da Vela, na freguesia do Bom Sucesso, está a preocupar a comunidade e autarcas, já que o espelho de água está a diminuir a “olhos vistos”. Uma «enorme preocupação, porque a parte mais funda está cheia de lodo, o que contribui para que esteja naquele estado», disse ao Diário de Coimbra o presidente da Associação Lagoa Právida, temendo que os peixes «acabem por morrer», além de que, adianta, «acarreta outros problemas, pois a parte mais funda tem mais de dois metros de lodo»."
Proibição de vistos a russos? Portugal contra sanções que penalizem o “povo russo”
Quando tantos que criticam Putin mostram ter afinal um conceito de democracia tão parecido com o de Putin, registe-se a posição do Governo Português:
"«Portugal opõe-se à proibição de entrada de turistas russos na União Europeia (UE).»
Ao ECO, o gabinete do Ministério dos Negócios Estrangeiros sublinha que o objectivo das sanções contra Moscovo deve ser penalizar a máquina de guerra russa e não o povo russo. Ainda assim, Portugal participará na discussão entre os 27 Estados-membros sobre o tema, que terá lugar em 31 de agosto.