No dia 9 de Julho vai disputar-se a liderança do PSD Figueira para os próximos 2 anos.
O clima partidário, pelo menos à superfície, parece estar sereno.
Porém, conhecendo os protagonistas e vendo de fora o ambiente interno do partido nos últimos anos, será muito difícil que não venha a haver agitação, pois propaganda não irá faltar...
Imagem via Diário as Beiras (sacada daqui) Um dia destes, via facebook, li o seguinte.
"Após aturada reflexão e consideração pelos eleitores do concelho da Figueira, enderecei ao Senhor Presidente da Assembleia Municipal da Figueira da Foz o meu pedido de suspensão de mandato.
Faço-o por três ordens de razões: pessoais, políticas e institucionais.
Em relação às razões políticas: sempre entendi a participação no espaço público como um impulso de cidadania, exercida com total desprendimento de eventuais benesses ou honras, assinando cada opinião com o devido respeito por quem pensa diferente de mim – mas, na Figueira dos últimos meses, tem primado o ataque pessoal, o espírito de vingança, a avidez do achincalhamento.
Julgo que é tempo de arrepiar caminho e de devolver a possibilidade de que se possa pensar livremente, sem o medo de que um like colocado no post errado traga consequências indesejadas.
Quanto às razões institucionais: a Assembleia Municipal é o órgão deliberativo do Município, sendo composto por 41 eleitos; nos últimos meses, foi consecutivamente desconsiderado, através de alterações de data, de local, e até de ordem de Trabalhos, sem qualquer tempo de qualidade dado aos representantes do povo para que fossem devidamente estudados alguns dos assuntos estruturantes para o Concelho.
Julgo que é tempo de arrepiar caminho e de devolver à Assembleia Municipal da Figueira da Foz a dignidade ferida."
O texto citado é de um deputado municipal em quem nunca votei, mas a quem reconheço honestidade pessoal e intelectual e capacidade e experiência política.
Se Teotónio Cavaco, "após aturada reflexão", concluiu que "na Figueira dos últimos meses, tem primado o ataque pessoal, o espírito de vingança, a avidez do achincalhamento", estou em crer que no futuro próximo o clima político figueirense vai agitar-se e algo poderá acontecer.
Julgo conhecer, há muito, alguns "pássaros pelas cagadelas"...
Será que para quem se assume como neo-liberal na Figueira - e ainda está no PSD (e, talvez também no PS...) - haverá, no futuro, outras opções partidárias?
Na Figueira, já quase toda a gente percebeu, as últimas autárquicas representaram o fim de ciclo para certas figuras locais do PSD.
Todavia, o fim de um ciclo pode ser o início de uma nova etapa - putativamente até fora do PSD.
Para quem anda minimamente atento ao que não se vê à superfície, desde há meses que advinha em gestação na política figueirense uma corrente liberal - aliás, agora muito na moda no País.
Vislumbram-se, digamos assim, três facções, para já teóricas, que se consideram genuinamente liberais.
Uma, é composta por malta jovem com pouca ou nenhuma experiência política, que tem do mundo uma visão eminentemente teórica, axiomática, que peca muitas vezes por não viver na realidade.
A outra, é composta por quem que já foi, ou tentou ser, político.
E há a terceira: no PSD e no PS figueirenses, existem os neo-liberais profissionais da política, ou com aspirações a tal.
Perante a falência das ideologias, olham para o "liberalismo", não só como um balão de oxigénio, mas também como uma nova oportunidade na carreira...
Tudo isto ainda é muito teórico e pouco visível.
Todavia, os resultados para a concelhia do PSD, em Julho próximo, vão ter uma palavra a dizer no encaminhamento e desenvolvimento do processo.