segunda-feira, 13 de dezembro de 2021

"Sacrifício" de Carlos Cidade ajuda a viabilizar lista PS por Coimbra

O projeto de lista a submeter à Comissão Política Nacional do PS, tem nos sete primeiros lugares Marta Temido (ministra da Saúde), Pedro Coimbra (anterior líder partidário distrital), Tiago Martins, Raquel Ferreira, José Carlos Alexandrino (ex-presidente da Câmara Municipal de Oliveira do Hospital), Ricardo Lino e Rosa Isabel Cruz.
Os quatro primeiros nomes transitaram do anterior para o actual projeto de lista. Sexto nome do anterior projeto, Cristina de Jesus ficou à margem da que hoje à noite será definitivamente aprovada durante uma reunião da Comissão Política Nacional do Partido Socialista, que decorrerá em Lisboa
A entrada de José Carlos Alexandrino para o lugar que era ocupado, sexta-feira, por Carlos Cidade no projeto de lista do PS de candidatos a deputados à Assembleia da República pelo círculo de Coimbra explica, em parte, a aprovação do elenco, pela Comissão Política da Federação (CPF).
Acresce que a minoria federativa, liderada por João Portugal, conseguiu o ingresso de Ricardo Lino (6º.) no elenco de putativos parlamentares socialistas por Coimbra.
Segundo o que veio nos jornais, a CPF do PS/Coimbra, órgão máximo entre congressos socialistas de âmbito distrital, rejeitou, sexta-feira, uma proposta de elenco de potenciais deputados ao conceder-lhe 37 votos favoráveis e 41 contra.
José Carlos Alexandrino tinha descartado figurar na nona posição da lista, alegando insuficiente representação dos concelhos serranos do círculo eleitoral de Coimbra.
A lista que acabou por ser aprovada mereceu 55 votos a favor e 19 contra.
Em 2019, o PS conquistou cinco dos nove mandatos correspondentes ao círculo de Coimbra, tendo cabido três ao PSD e um ao Bloco de Esquerda.

domingo, 12 de dezembro de 2021

Isto é grave


Se é verdade, é grave. Se é mentira, grave é...

A vidinha...

O poder anestesia. Agora, o pessoal quer é sossego. E tratar da sua vidinha. Vamos ver o que isto ainda dá...

A Liberdade

"Sérgio Godinho sabia do que falava, do ponto de vista histórico-filosófico, quando escreveu a canção inspirado por uma revolução, numa altura em que mais pessoas viam melhor as conexões: «A paz, o pão, habitação / Saúde, educação / Só há liberdade a sério quando houver / Liberdade de mudar e decidir / Quando pertencer ao povo o que o povo produzir».
A ideologia da IL, associando menos Estado a mais liberdade, é duplamente ofuscadora. Em primeiro lugar, os liberais assumem querer um vago «Estado forte», até porque no fundo sabem que não se trata de mais ou de menos Estado, mas de um certo tipo de Estado. 
Criar mercados para quase tudo, expurgar o capitalismo dos seus elementos sociais-democráticos, dá sempre imenso trabalho político. Na história da economia política, está estabelecida a ligação entre os processos de neoliberalização e a emergência de um Estado penal musculado e de um Estado bombeiro para acudir às crises cada vez mais frequentes. 
O Chega tem a virtude de ser mais claro do que a IL: repressão para institucionalizar uma certa forma de capitalismo e «guerras culturais» para distrair e alienar. Daí que talvez tenha mais campo para progredir. Juntos desempenham a função de anular a esquerda."

«... urge ocupar a liberdade. Já é óbvio que, nas eleições legislativas de 30 de Janeiro, o voto no «arco da governação» constituirá a única opção amplamente apresentada como responsável, ainda que tenha sido esse «arco da governação» a criar condições restritivas de governabilidade que esgotam qualquer solução democrática para lá dos seus horizontes gestionários e estultos.

Se os combates pela igualdade são o passado e o presente dessas esquerdas, importa levar os combates pela liberdade aos espaços monopolizados por quem se diz guarda e vigilante da liberdade, começando pela disputa da hegemonia que o liberalismo ainda mantém sobre os sentidos e possibilidades da liberdade. Se o 25 de Abril foi, é e será o Dia da Liberdade, a pressão pandémica convida-nos a contestar o liberalismo, a invadir os seus domínios protegidos, a expor e erodir as suas hierarquias implícitas. Com ferramentas cristalizadas nos combates intelectuais da Guerra Fria, o liberalismo, incluindo as variantes portuguesas, não se coíbe de tecer considerações moralistas sobre a falsa equivalência entre as esquerdas inconformadas e a extrema-direita. Como bons sacerdotes seculares, os visionários do liberalismo recorrem constantemente à cartilha aprendida nos seus espaços protegidos...

O poder do fundamentalismo de mercado continua a ser notório: o mercado resolverá o problema; o mercado determinará a melhor solução; a concorrência é o mecanismo adequado para solucionar os problemas históricos do país. A reivindicação de uma existência digna, assente na fruição de um direito fundamental como a soberania sobre o tempo de que dispomos — um direito ainda mais precioso no mundo pandémico —, é vista como dislate filosófico ou loucura política. Levar o combate pela liberdade ao trono dos seus autoproclamados guardiães e vigilantes significa exigir a sua prestação de contas.

Afinal, de que liberdade falam? Do direito à contratualização de qualquer relação humana? Do direito à venda do tempo em condições coercivas? A reivindicação do direito ao tempo e da soberania sobre a finitude, em tempos pandémicos, é ainda mais uma orientação à esquerda. É por essa razão que as lutas pela habitação digna, pela mobilidade, pela justiça climática ou pela igualdade interseccional são hoje tão relevantes como a dignidade salarial. Em todos estes domínios, fruir do tempo de que precisamos para aquilo que quisermos significa contestar conformismos lógicos e rotinas opressivas. Temos direito à fruição do nosso tempo em liberdade. Também por isso, o problema que se colocará nas eleições do próximo dia 30 não será o da orientação. As esquerdas inconformadas mantêm, na intensa variedade dos seus projectos emancipatórios, visões plurais das orientações que as norteiam. A imaginação e a tenacidade não são recursos escassos e as esquerdas inconformadas não precisam de promover concursos internacionais ou competições com prémios chorudos para imaginar tenazmente. O problema será, em vez disso, o da clareza.

Não é claro, por agora, para muitos, que as lutas pela gratuitidade do Serviço Nacional de Saúde (SNS) ou do ensino superior sejam lutas pela liberdade. Mas são. Levar o combate pela liberdade às zonas sacrificiais e às pessoas sacrificadas pelo ultraliberalismo, forçando os cães de guarda de uma liberdade mirrada a defender-se, implica uma clarificação. O apego colectivo que continuamos a ter aos grandes projectos de libertação civilizacional, como o SNS ou a Segurança Social — malgrado a sua incompletude, os seus defeitos, as suas ineficiências — mostram como esses projectos só podem ser vistos como armas de servidão por blocos históricos concentrados em impedir que a liberdade seja um bem verdadeiramente comum. A estratégia é evidente e eficaz: continuam (e continuarão) a insistir na tese de que as suas ideias só não produzem uma utopia porque não se levam à sua conclusão final. Essa é a essência do fundamentalismo de mercado. No caminho para 30 de Janeiro, voltaremos a ouvir comparações pífias com a Irlanda ou com as repúblicas bálticas. Voltaremos a ouvir falar das «reformas» do «sistema» nacional de saúde. Ouviremos falar de liberdade sem que nos expliquem como se viverá essa liberdade determinada pelo tamanho da carteira accionista. É a especialidade do ultraliberalismo tardio. Compete às esquerdas inconformadas disputar esse espaço. A recusa foi um começo.»

Luís Bernardo, Ocupar a liberdade e ganhar o tempoLe Monde diplomatique - edição portuguesa, Dezembro de 2021. 

sábado, 11 de dezembro de 2021

Escola Básica do Primeiro Ciclo das Abadias vai ser beneficiada

"A Comissão Diretiva do Programa Operacional Regional do Centro (CENTRO 2020), aprovou na passada quinta-feira, a candidatura ao financiamento da empreitada de intervenção e beneficiação da Escola Básica do Primeiro Ciclo das Abadias. Trata-se de um investimento total de 1.024.227,14 €, com um montante elegível de 999.583,99 €, que será cofinanciado pelo FEDER a 85%, ou seja, com 849.646,39 €.

Esta candidatura tem por objetivo a requalificação do edifício existente, modernizando e apetrechando as suas instalações de forma adequada ao desenvolvimento do processo formativo no âmbito de um ensino qualificado, proporcionando um ambiente de aprendizagem que vise o sucesso escolar dos alunos, e a criação de sinergias educacionais no meio onde se insere. A conclusão desta intervenção está prevista para o dia 31 de dezembro de 2022."

3 milhões para obras no Mosteiro de Seiça

« “Após sucessivas diligências levadas a cabo pelo Presidente da Câmara Municipal da Figueira da Foz, Pedro Santana Lopes, nomeadamente através do Secretário Executivo da Comunidade Intermunicipal da Região de Coimbra (CIM RC), a Comissão Diretiva do Programa Operacional Regional do Centro (CENTRO 2020), aprovou na passada quinta-feira, dia 09 de dezembro de 2021, a candidatura a fundos para a intervenção de requalificação e consolidação do Mosteiro de Seiça”.
A obra, com investimento total estimado de 2.924.933,33 € e um investimento elegível de 2.922.881,66 €, será cofinanciada pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER) a 85%, ou seja, com 2.484.449,41 €.
Esta candidatura teve por objetivo a recuperação e reutilização deste monumento nacional de elevado valor patrimonial e cultural, devolvendo a sua identidade à população e ao visitante, permitindo a fruição deste espaço, e o desenvolvimento da cultura e do conhecimento histórico, através da sua preservação e sustentabilidade futura. A conclusão da intervenção está prevista para o dia 31 de dezembro de 2023.»

Lista PS Lisboa: "LUGAR DE JOÃO GALAMBA GERA POLÉMICA"

Imagem sacada daqui
Deputado desde 2009, primeiro pelo círculo eleitoral de Santarém e em 2015 por Coimbra. 

Comissão política distrital de Lisboa não concorda com a posição de João Galamba na lista de candidatos a deputados em 2022 e pede a Costa que corrija

Vários dirigentes federativos pediram a palavra para contestar a colocação do secretário de Estado da Energia, João Galamba, na décima posição, acima de deputados como Marcos Perestrello, Susana Amador, Sérgio Sousa Pinto, Pedro Delgado Alves e Isabel Moreira. 

A mesma fonte adiantou que na reunião foi aprovada por esmagadora maioria uma recomendação ao líder do partido, António Costa, para que, na segunda-feira, durante a reunião da Comissão Política Nacional do PS, que fechará as listas de candidatos a deputados, esta posição atribuída a João Galamba "seja corrigida".

Lista de candidatos a deputados do PS: a confirmar-se o que aconteceu na reunião partidária, Carlos Monteiro foi preterido...

Imagem sacada daqui

 
Via Notícias de Coimbra

"Apenas a indigitação de Marta Temido, para encabeçar a lista do PS de candidatos a deputados à Assembleia da República pelo círculo de Coimbra, não foi posta em causa, esta madrugada, em reunião partidária, convocada para aprovar o elenco.

A Comissão Política da Federação (CPF) do PS/Coimbra, órgão máximo entre congressos socialistas de âmbito distrital, rejeitou uma proposta de lista ao conceder-lhe 37 votos favoráveis e 41 contra, soube NDC de fontes partidárias.

O elenco levado a reunião da CPF era constituído por Marta Temido (ministra da Saúde), Pedro Coimbra (anterior líder distrital do PS/Coimbra), Tiago Martins, Raquel Ferreira, Carlos Cidade, Cristina de Jesus e José Dias.

José Carlos Alexandrino, anterior presidente da Câmara Municipal de Oliveira do Hospital, descartou figurar na nona posição da lista, alegando insuficiente representação dos concelhos serranos do círculo eleitoral de Coimbra.

Nuno Moita, presidente da Câmara de Condeixa-a-Nova e líder partidário de âmbito distrital, não fazia parte da proposta de elenco na medida em que, recentemente, foi reeleito como autarca.

Opositor de Nuno Moita, por ocasião da eleição deste para suceder a Pedro Coimbra na presidência da Federação do PS/Coimbra, João Portugal também não contava do elenco acabado de rejeitar pela CPF.

Na segunda-feira, durante a reunião da Comissão Política Nacional do Partido Socialista, deverá ser aprovada a lista final de Coimbra."

Aprovação do orçamento camarário para 2022: depois desta interrupção segue dentro de momentos...

 Via Diário as Beiras

João Rendeiro foi detido na África do Sul

"João Rendeiro estava escondido em parte incerta depois de ter sido condenado no caso BPP. 
Tinha sido emitido um mandato de busca internacional.
João Rendeiro foi detido na África do Sul. A SIC sabe que o ex-presidente do Banco Privado Português foi detido esta madrugada, na sequência de uma ação conjunta da Polícia Judiciária com as autoridades sul-africanas.Há duas semanas, o ex-banqueiro garantiu que só voltaria a Portugal se fosse ilibado ou com um indulto do Presidente da República.
Está marcada uma conferência de imprensa da PJ para as as 9:30, onde serão dados mais detalhes da detenção ainda esta manhã."

NOVO LIVRO DE ALFREDO PINHEIRO MARQUES: "O RETRATO COEVO DO REI DOM MANUEL I"

CONFERÊNCIA DO AUTOR, EM 13 DE DEZEMBRO DE 2021, EM VISEU, NO MUSEU NACIONAL GRÃO VASCO

O Centro de Estudos do Mar e das Navegações Luís de Albuquerque (CEMAR)informa "que está prestes a ser publicado (sairá neste mês de Dezembro de 2021, e logo será imediatamente oferecido ao público, graciosamente, em edição electrónica) o livro de Alfredo Pinheiro Marques O RETRATO COEVO DO REI DOM MANUEL I…, obra editada por esta associação científica sem fins lucrativos e com estatuto de utilidade pública, da autoria do historiador português da Cartografia e dos Descobrimentos Geográficos que é o fundador e director do CEMAR ao longo dos últimos vinte e seis anos, desde 1995.

O RETRATO COEVO DO REI DOM MANUEL I — Identificação, Agora, em 2021, do Rosto e da Figura do Rei Mais Célebre, na Pintura Mais Célebre, do Século XVI Português (e Hipótese de Haver Nela Algo de Ainda Mais Significativo e Inesperado), Figueira da Foz do Mondego: Centro de Estudos do Mar, 2021 (Dep. Legal: 492702/21 [Portugal]; ISBN: 978-972-8289-61-4) é a publicação através da qual fica desenvolvida, e definitivamente afirmada, a tese da identificação da presença deste Rei de Portugal na célebre pintura da "Adoração dos Reis Magos" existente no Museu Nacional Grão Vasco, em Viseu.  A tese que havia sido anunciada por Alfredo Pinheiro Marques e o CEMAR em 12 de Maio de 2021 — e então, através de comunicação formal, foi remetida ao Estado português (a S.E. a Ministra da Cultura, a Direcção-Geral do Património Cultural, e a Direcção do Museu Nacional Grão Vasco). E que, logo de seguida, ficou consignada, num simples parágrafo, num artigo da autoria do historiador publicado em Junho de 2021 (Alfredo Pinheiro Marques, "O Atlas Feito para Tentar Contrariar a Viagem de Fernão de Magalhães", in Revista da Armada, Lisboa: Marinha Portuguesa, nr. 562 [Maio, 2021], pp.17-20, nr. 563 [Junho, 2021], pp. 23-26, e nr. 564 [Julho, 2021], pp. 22-25).

Secundando a divulgação que estará a ser feita pelo próprio Museu Nacional Grão Vasco, do evento paralelo agora também lá organizado, o CEMAR aqui anuncia também que, ao mesmo tempo, em data muito próxima — concretamente no dia 13 de Dezembro de 2021, o dia exacto em que ocorre a efeméride dos quinhentos anos do falecimento desse mais célebre e mais rico dos Reis portugueses (e que, nos dias da sua vida, foi Duque de Viseu) —, irá ter lugar uma conferência de Alfredo Pinheiro Marques nesse Museu Nacional Grão Vasco, em Viseu, sobre o tema. Essa conferência, sobretudo destinada a órgãos de informação social jornalística, radiofónica e televisiva, não deverá, no entanto, infelizmente, poder ser aberta a um público geral, devido às compreensíveis precauções de saúde pública que estão em curso por causa da pandemia da COVID-19. Tem-se esperança de que, depois, num futuro próximo, possam vir a ser efectivadas outras realizações mais sobre esta matéria, cujas repercussões futuras vão ser de primeira grandeza na iconografia da História de Portugal e na História da Arte Portuguesa."

"Reconhecido relevante interesse público a ponte na Figueira da Foz que vai ocupar solos da REN"


 ... «uma ponte, apresentada há cerca de três anos como ciclável/pedonal (a permitir a passagem de uma ambulância em caso de necessidade) a ligar Alqueidão e Vila Verde, transformou-se em ciclável/automóvel, de apenas uma via alternada, a ligar Alqueidão e Lares, mas com semáforos “inteligentes” – ou seja, de um investimento de cerca 750 mil euros, passou-se para 3.4 milhões…»

Agora, via Notícias de Coimbra, que cita LUSA, ficamos a saber que  "o Governo reconheceu hoje como ação de relevante interesse público o projeto de construção de uma ponte sobre o rio Mondego, na Figueira da Foz, distrito de Coimbra, que prevê ocupar solos em Reserva Ecológica Nacional (REN)."
O despacho, dos gabinetes dos secretários de Estado da Descentralização e da Administração Local, e da Conservação da Natureza, das Florestas e do Ordenamento do Território, publicado em Diário da República, “reconhece como ação de relevante interesse público o projeto de construção de uma ponte sobre o canal central do rio Mondego na Figueira da Foz, no âmbito da Rota Ciclável Europeia Eurovelo – Rota da Costa Atlântica”.
O documento explicou que a Câmara da Figueira da Foz pretende concretizar a ponte, cuja “intervenção prevê a ocupação de 5.030 m2 de solos integrados” na REN, “nas tipologias ‘águas de transição e leitos, margens e faixas de proteção’ e ‘zonas ameaçadas pelas cheias’”.
No despacho destacou-se que a construção da ponte, inserida naquela rota, “pertencente à rede europeia de ciclovias”, vai permitir “a melhoria da mobilidade de velocípedes e pedonal”, mas também vai poder ser utilizada “por veículos ligeiros e de emergência”, assim como “uma relação mais próxima entre duas freguesias do concelho da Figueira da Foz, fomentando a coesão territorial entre as duas margens”.
Por outro lado, sustentou que, “face à natureza do projeto, não existe alternativa de localização que não afete espaços integrados em REN”, além de que “não contraria” o Plano Diretor Municipal.
Segundo o despacho, a Assembleia Municipal da Figueira da Foz “deliberou, por maioria, aprovar a declaração de reconhecimento de interesse público municipal do projeto” que “não se encontra sujeito a procedimento de avaliação de impacte ambiental”.
O projeto obteve parecer favorável condicionado da Agência Portuguesa do Ambiente, da Direção-Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural, das Infraestruturas de Portugal e da Direção-Geral do Património Cultural.
Acresce a “pronúncia favorável da Entidade Regional da Reserva Agrícola Nacional do Centro” e o “nada a obstar à concretização do projeto” por parte do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas.
Já a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro também emitiu parecer favorável, “condicionado ao cumprimento das condições constantes dos pareceres das entidades consultadas e à implementação das medidas de minimização constantes do projeto”.
Os secretários de Estado Jorge Botelho e João Paulo Catarino determinam o reconhecimento como ação de relevante interesse público o projeto de construção da ponte, “condicionada à implementação das medidas de minimização constantes do projeto e ao cumprimento das medidas e pareceres das entidades consultadas e demais normas legais e regulamentares aplicáveis”.

Em março, a Câmara da Figueira da Foz anunciou a construção de uma ponte ciclável e pedonal com uma vertente rodoviária sobre o rio Mondego.
A construção da ponte envolve um investimento da ordem dos 3,4 milhões de euros e a construção da ciclovia entre Vila Verde e Alqueidão implica um investimento de cerca de dois milhões de euros.
O projeto permitirá a ligação a três ciclovias – a que liga Figueira da Foz a Coimbra (que por sua vez dá acesso à ciclovia do Dão) e à ciclovia entre Figueira da Foz e Montemor-o-Velho e Cantanhede e Mealhada.
A nova ponte terá uma única faixa de rodagem, com circulação alternada de automóveis, e uma faixa de ciclovia que servirá também para a circulação pedonal.
A ciclovia denominada “Eurovelo” vai ligar 43 países da Europa, incluindo Portugal, e, no caso deste projeto na Figueira da Foz, assegurará a ligação entre Cabo Mondego, Murtinheira, Praia de Quiaios, Lagoas de Quiaios, Tocha e Cantanhede.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2021

Santana...

Santana Lopes na reunião de Câmara desta manhã, dirigindo-se a Carlos Monteiro, disse mais ou menos isto. Cito de memória: "o senhor vereador tem o meu apoio para ir a deputado. Porque disse que continua como vereador. Se não ficasse como vereador não seria assim..."
Há uma horrível e terrível tentação, em política - e também na nossa política figueirinhas -, de ver as coisas, não como elas realmente são, mas como gostávamos que elas fossem. Ou tivessem decorrido...
Santana Lopes,  todos o sabemos - ele melhor que ninguém -,  é o protótipo do político populista. Neste momento, como presidente da câmara municipal da Figueira da Foz, criticá-lo por isso era opor-lhe Carlos Monteiro, o seu antecessor,  como antonímia.
Isso seria um disparate de todo o tamanho: nesta matéria, Santana Lopes sempre foi mestre. 
Nas últimas autárquicas, a campanha eleitoral de Carlos Monteiro tentou seguir a base da campanha eleitoral de Santana. Os dois apelaram à emoção e não à razão.
Mas houve uma diferença: o eleitorado que elegeu Santana votou nele porque Santana sempre assumiu isto. Nele é natural.
Carlos Monteiro, também aí, tem muito a aprender com Santana: não pode, como o fez, apelar à emoção travestido de razão. O seu público alvo, como se comprovou pelos resultados eleitorais, era outro...
A reunião camarária desta manhã, para aprovação do orçamento municipal para 2022, está suspensa para negociações.
Mas, alguém tem dúvidas de que teremos o orçamento municipal para 2022, mais dia menos dia, aprovado?

Em processos a decorrer na justiça

 Via Diário as Beiras

Bruno de Menezes...

Via Diário as Beiras
Faz parte do lote dos 61 militantes expulsos por terem sido candidatos ou membros da candidatura de Santana Lopes na Figueira da Foz.

Contudo, como se pode ler no Observador, "militantes como António Capucho ou Marco Almeida chegaram a ser expulsos por protagonizarem uma candidatura independente em Sintra contra o partido em 2013, mas acabaram por ser novamente readmitidos com a chegada de Rui Rio à liderança do partido.
A expulsão não fecha, por isso, a porta a regressos"...

O Conselho de Jurisdição Nacional do PSD suspendeu 180 militantes que concorreram contra as listas do partido nas últimas autárquicas, após ter recebido queixas enviadas pela Comissão Política Nacional. 
Mais de um terço destes militantes (61) foram suspensos na concelhia da Figueira da Foz, precisamente por integrarem as listas ou ocuparem cargos na estrutura de campanha do movimento independente liderado pelo antigo líder do PSD, Pedro Santana Lopes. 
O presidente do Conselho de Jurisdição Nacional (CJN), Paulo Colaço, confirmou estes números, embora tenha lamentado ter de iniciar processos de desfiliação. “Ninguém gosta destes processos. Desfiliar companheiros é sempre uma situação triste. Eu já desfiliei amigos. Mas as regras são claras, conhecidas e não apanham ninguém de surpresa”, disse ao Observador Paulo Colaço. 

O presidente da jurisdição explicou que o CJN “teve a preocupação de despachar antes das diretas todas as participações completas remetidas pelo secretário-geral do partido”. Isto porque, acrescenta: “Não podíamos permitir que votassem nas diretas pessoas com queixas abertas e meios de prova adequados.” 
Os meios de prova adequados são, na verdade, um documento que comprove que determinado militante concorreu contra o partido, havendo dois que são admitidos para a suspensão automática: a certidão do tribunal ou edital autárquico. 
Paulo Colaço recorda que o CJN “segue este procedimento deste 2013: a CPN faz a participação e (verificados os meios de prova) o Conselho de Jurisdição suspende preventivamente os militantes. Depois serão todos convidados a responder à participação.” 
É nessa fase que estão os processos.

E em Setembro de 2019, António Capucho, militante histórico do partido, regressou ao PSD.
Portanto, prognósticos só no fim do jogo...

Hoje há reunião extraordinária da câmara municipal



"Tweets" do Infante Dom Pedro... 9 de Dezembro (629 anos depois...)

09.12.2021, é o dia em que se completam seiscentos e vinte e nove (629) anos do nascimento, em 09.12.1392, do Infante Dom Pedro: Dom Pedro de Avis e Lancaster (1392-1449), o "Infante das Sete Partidas do Mundo" e de Alfarrobeira… Duque de Coimbra, e Senhor de Montemor e de Buarcos; de Aveiro, Ílhavo e Sá; de Mira, de Tentúgal, de Penela, e de muitas outras terras da Beira Litoral (Ducado de Coimbra), em Portugal; e Markgraf de Treviso, em Itália.
O Regente da Coroa de Portugal, no século XV (na célebre “Época dos Descobrimentos”, de cujo incentivo e apoio foi, de facto, o verdadeiro responsável…), o Regente que então tentou, malogradamente, enfrentar o Feudalismo português e construir a modernidade. Criar um Futuro para o seu país: salvá-lo do subdesenvolvimento, da pobreza, da ignorância e do bloqueamento estrutural (económico, social, político e cultural) em que esse país veio depois a ser asfixiado, e sepultado, secularmente, para sempre.
O Infante Dom Pedro das "Sete Partidas do Mundo" e de Alfarrobeira é a figura histórica mais notável e interessante, a mais significativa e simbólica  — e, por isso, também, a mais fascinante (e, ainda e sempre, injustiçada…) — de toda a História de Portugal… Em nove séculos de História...
O Regente Infante Dom Pedro veio a ser o inspirador (o avô, assassinado) do seu neto de sangue, herdeiro patrimonial (Casa e Ducado de Coimbra/Beira Litoral), e herdeiro político: o seu neto que veio a ser o maior Rei e o maior governante de sempre, e para sempre, da História de Portugal… O Rei “Príncipe Perfeito” Dom João II, “próprio e verdadeiro coração da República”“dos seus povos mui querido, e dos grandes mui temido”
É por isso que a figura histórica do Infante Dom Pedro — assassinado e comido pelos cães em 1449, há quinhentos e setenta e dois (572) anos… — está viva, hoje, em 2021, e assim vai continuar para sempre (enquanto tantos pantomineiros e tantos mortos-vivos por aí vão continuando a fingir que têm o que dizer e que são “historiadores”…).
Esse Infante e Regente do século XV fala por si próprio… (e assim vai continuar, para sempre…). E o que ele diz — curto e grosso… em poucas palavras… apontado ao coração…  — está, e vai continuar a estar, para sempre, no cerne das questões e no âmago dos problemas… Parece que foi escrito ontem à noite, ou hoje de manhã…
Ora aqui vai, uma série de “tweets” — na sua maior parte, incluídos na sua “Carta de Bruges”, de 1426... e no seu livro da "Virtuosa Benfeitoria”, de c.1431... e na sua lápide de pedra da fundação da sua Universidade de Coimbra (a verdadeira…), de c.1443… (e, muitos deles, depois disso antologiados no livro A Maldição da Memória do Infante Dom Pedro e as Origens dos Descobrimentos Portugueses, de Alfredo Pinheiro Marques, “o livro que mudou para sempre a História dos Descobrimentos e a História de Portugal”, em 1995…).

Uma série de “tweets”, com poucas palavras… desse tal Pedro de Avis e Lancaster…
SOBRE A INSUSTENTABILIDADE E O O SUBDESENVOLVIMENTO PORTUGUÊS (1448):
Portugal, segundo bem sabeis, não é para suportar isto; e se esta prática vai em diante segundo se ora começa, não creio que seja muito serviço del-Rei meu Senhor nem proveito dos seus Reinos.
SOBRE O FEUDALISMO E A CORRUPÇÃO EM PORTUGAL (1448):
O que principalmente danou estes feitos foi, e é, quererem em estes Reinos usar das práticas de Castela [o Feudalismo], e todos por seu proveito, e cada um levar sua enxavata [roubar o seu bocado].
SOBRE A JUSTIÇA, E A SUA INEXISTÊNCIA EM PORTUGAL (1426):
A Justiça tem duas partes. Uma é dar a cada um o que é seu. E a outra dar-lho sem delonga. E, ainda que eu cuido que em vossa terra igualmente falecem, da derradeira sou bem certo.
SOBRE A DEMORA DA (NÃO) ADMINISTRAÇÃO DA JUSTIÇA EM PORTUGAL (1426):
Faz tão grande dano, em vossa terra, que, em muitos feitos, aqueles que tarde vencem ficam vencidos.
SOBRE A HONESTIDADE, A ISENÇÃO E A TRANSPARÊNCIA NA GOVERNAÇÃO DO PAÍS (1431):
Um só cuidado devem ter os Príncipes, que é guardar em todas suas obras o proveito dos súbditos, e esquecer os próprios desejos.
SOBRE A FALTA DE EQUILÍBRIO E DE JUSTIÇA SOCIAL NA GOVERNAÇÃO DO PAÍS (1431)
Outro mandado [para os Príncipes] é que por tal maneira curem eles o corpo da comunidade que em dando saúde a uma parte não desamparem o todo. Disto se usa agora muito o contrário.
SOBRE O EXCESSO DE CLÉRIGOS E DE PRELADOS EM PORTUGAL (1426):
Vós sabeis, Senhor, quão pouco serviço de Deus é, e grande embargo à vossa Justiça, os muitos clérigos de ordens menores, assim como os Prelados, que agora são.
SOBRE A CORRECÇÃO DA UNIVERSIDADE (1426):
A Universidade da vossa terra devia ser emendada.
SOBRE A ESTUPIDEZ, A IGNORÂNCIA E O DILETANTISMO (1443):
Odeio os homens estúpidos, e as suas obras ignorantes, ou nas quais não se encontra qualquer utilidade.
[Lápide da fundação da verdadeira Universidade criada em Coimbra, em 1443, pelo Infante Dom Pedro].
SOBRE A EDUCAÇÃO, E A CONSTRUÇÃO DO FUTURO, COM BASE NO PASSADO (1443):
Segue-me, e não te deixarei viver na servidão, nem morrer na pobreza. Porque a experiência me gerou e a memória me deu à luz. Os Gregos chamam-me Sophia; e eu Sabedoria.
[Lápide da fundação da verdadeira Universidade criada em Coimbra, em 1443, pelo Infante Dom Pedro].
SOBRE A CORRECÇÃO DOS RELIGIOSOS E DOS SEUS SUPERIORES (1426):
Se eles não trabalham por serem entendidos e honestos e sisudos, vós podeis mandar chamar os seus maiores, e dizer-lho, e se virdes que levam o feito acima e não curam um Prelado, que vós o mandeis tirar. E dizer ao Provincial e Ministro que assim fareis a ele, ou que [só] não tomais tal cuidado com eles senão pela grande afeição que a eles haveis.
SOBRE O MAR, A MARINHA, E OS FEITOS DO MAR (1446):
(…) Maravilhosas coisas são os feitos do mar, e assinaladamente aqueles que fazem os homens em maneira de andar sobre ele por mestria e arte, assim como nas naus e galés e em todos os outros navios mais pequenos. (…)
("Ordenações Afonsinas" [mandadas preparar, e promulgadas, em 1446, em nome do Rei criança seu sobrinho, pelo Regente Infante Dom Pedro Duque de Coimbra, Senhor de Montemor, Buarcos, Mira, Aveiro, Ílhavo e Sá, etc.], Título LIIII - "Do Almirante, e do que pertence a seu ofício”)
SOBRE PORTUGAL E O SEU DESTINO: CONTRA O COLONIALISMO PORTUGUÊS EM ÁFRICA (1436):
(…) Seria torpe comparação, como de quem perdesse boa capa por mau capelo, pois era certo perder-se Portugal e não se ganhar África. (…)
SOBRE A REPRESENTAÇÃO DO POVO JUNTO DO PODER EM PORTUGAL (Carta de Bruges, 1426):
Em este Conselho, como na vossa Relação, me parece que devíeis ter homens de todos os estados da vossa terra, assim de clerezia, como de fidalgos, e do povo, para vos aconselharem.

- Alfredo Pinheiro Marques, A Maldição da Memória do Infante Dom Pedro e as Origens dos Descobrimentos Portugueses, Figueira da Foz: Centro de Estudos do Mar, 1994 [1995]  (Dep. Legal 84110/04, ISBN 972-8289-00-6) (sobre a “Carta de Bruges” de 1426, pp. 52-53; sobre o “Livro da Virtuosa Benfeitoria” de c.1431, pp. 54-59

quinta-feira, 9 de dezembro de 2021

Qual deve ser a principal prioridade do executivo camarário da Câmara Municipal da Figueira da Foz?

O mar, a sul do quinto molhe, está a abrir caminho em direcção à Cova, há vários anos. Enquanto não se tomarem medidas de fundo, resta ir avivando a memória sobre o tema mais estruturante do concelho da Figueira da Foz, a nível da gestão territorial: a erosão costeira a sul do Mondego. Como andamos a alertar, desde Dezembro de 2006, a protecção da Orla Costeira Portuguesa é uma necessidade de primeira ordem...
Hoje, Rui Curado da Silva publica no Diário as Beiras uma crónica sobre o tema que deveria ser a prioridade do executivo camarário figueirense.
Passo a citar.

"Nos últimos 30 anos o nível médio do mar subiu cerca de 8 cm, o volume de sedimentos debitado pelos rios para as nossas praias tem vindo a diminuir em consequência da construção de novas barragens e o aumento do Molhe Norte teve o efeito de reter as areias trazidas pela corrente marítima norte-sul.

Estes três fatores têm contribuído para o défice de areia e de dunas que servem de proteção natural às povoações da Cova Gala, da Costa de Lavos e da Leirosa, aumentando a erosão costeira.

O omnipresente risco de o mar invadir a terra do sul do concelho deveria merecer atenção prioritária do atual executivo. Considero que é o assunto prioritário porque o que está em causa são pessoas e bens e sobretudo porque não sabemos quando irá ocorrer a próxima intempérie que irá lançar o mar terra adentro.

Não sabemos se ocorrerá dentro de 3 semanas, dentro de 3 meses ou dentro de 3 anos. O que sabemos é que a ciência nos diz que tem vindo a aumentar a probabilidade de ocorrência de fenómenos tempestades extremas, como consequência do aquecimento global com origem na atividade humana.

É urgente implementar as soluções preconizadas pelo Grupo de Trabalho do Litoral, em particular a solução do bypass que permitirá a transposição da areia acumulada no Molhe Norte para as praias do sul do concelho.

Especialmente, depois de o Ministro do Ambiente João Matos Fernandes ter anunciado em agosto deste ano que o bypass é para avançar depois de a Agência Portuguesa do Ambiente ter designado esta solução como a mais indicada para a Figueira.

Cabe agora ao Executivo Camarário usar da sua influência nas instâncias nacionais para fazer pressão para que a obra seja executada com urgência."