segunda-feira, 15 de fevereiro de 2021

A UTILIDADE DA CARTA ABERTA

No passado sábado, 30 cidadãos figueirenses publicaram num jornal regional uma CARTA ABERTA dirigida ao Exº Presidente da Câmara Municipal, ao Exº  Presidente da Assembleia Municipal e aos Exmos. vereadores e deputados da Assembleia Municipal.
Coisa grave e solene, portanto. Quanto ao seu conteúdo: é este:

Fala da obra (obras). 
A meu ver, tem um pecado original: deveria referir-se, não aos últimos 2, mas sim aos cerca de 12 anos de gestão política de 3 executivos de gestão socialista.
Sobre isso, há neste OUTRA MARGEM muita coisa escrita ao longo do tempo - e no tempo certo -, que pode ser consultada por quem o quiser. 

Adiante... Fala da má execução da obra. Isto é, das obras.
Não referiu, por exemplo, as bolsas de pobreza, o analfabetismo, o desemprego, a iliteracia, os centros de saúde com dificuldades de funcionamento ou fechados, das dificuldades no sector da educação, da falta de transportes públicos, habitação social, o excesso de areia, a norte, e a erosão costeira, a sul, o preço, a gestão e a possibilidade (ou não) de resgatar a concessão da água, a recolha do lixo, etc.

Nada de novo, portanto: o teor da CARTA ABERTA subscrita por estas 30 personalidades figueirenses resume, da forma que dá jeito a quem a publicação desta missiva interessa, o que está mal nesta cidade: a obra (as obras).
Fala de obra(s). Sabem porquê? Porque isso, em termos eleitorais é o que fica e o que conta. A obra (obras), faz ganhar eleições. A falta de obra (obras concluídas), pode fazer perder eleições.
O miolo desta carta não coloca em causa o betão, a obra (as obras) pela obra, o cimento sobre a pessoa humana. 
Enfoca a falta de eficácia na concretização da obra (das obras). Porque isso, sob o ponto de vista eleitoral, é o mais óbvio e o mais visível.

Os 30 magníficos figueirenses (melhor, talvez, os 2 ou 3 mentores da CARTA ABRTA) sabem que é com obra (obras), que se ganham ou perdem eleições. 
O que deveria estar em causa - e isso teve um tempo certo para acontecer - é se todas estas obras  são úteis (ou inúteis...) para o futuro da Figueira e do concelho.
Só gente sem perspectiva política e de capacidade de gestão de um concelho, conseguiu achar que a Figueira precisava de tanto cimento nas ruas, só para poder apresentar esta obra (obras a esmo e sem utilidade para os figueirenses).

Possivelmente sem o querer, este fim de semana, esta CARTA ABERTA prestou um prestimoso serviço à democracia e ao concelho. Explicou cabalmente porque é que o actual sistema não consegue resolver os problemas das pessoas.
O interesse, neste momento, é sacudir os do PS do poder. Em 2009, o interesse foi sacudir o PSD. 
No fundo nada muda: continua a lógica porque se regem os mentores dos diversos carnavais figueirenses. Só muda quem tem acesso ao pote.
Convinha, de uma vez por todas, perceber o porquê desta percepção, que é real. 
Não o perceber é arriscarmo-nos, uma e outra vez, a repetir do pior da história dos últimos 40 anos na Figueira...

domingo, 14 de fevereiro de 2021

Carta aberta, ontem publicada como publicidade paga no Diário de Coimbra...

 Em tempo.
Como não tenho tabela de publicidade, fica a versão reduzida e condensada. 
Aproveito para desejar as melhoras a alguns dos subscritores, pois o conteúdo da carta aberta, como se pode ver pelo resumo, deve ter doído à bruta...

Chick Corea: "O mundo precisa de mais artistas"

Morreu uma lenda do jazz...
 

Deem viagra ao passadiço...

...«passadiço junto à Lagoa da Vela, com quatro metros de largura e 40 de comprimento total, em que 10 metros ficam sobre a água, terminando com um miradouro para observação da lagoa»!.. Imagem via Diário de Coimbra  

Coisas realmente importantes para o futuro da Aldeia, que continuam por resolver...

O trabalho, como acto de dádiva, merecia ser devidamente coberto de amor...

Imagem de autor desconhecido

No tempo em que havia debates parlamentares quinzenais com o primeiro-ministro, a deputada única do Livre, Joacine Katar Moreira, pediu em Novembro de 2019,  mais incentivos à natalidade, nomeadamente através do aumento do salário mínimo nacional para 900 euros em 2023. 
O chefe do Governo, António Costa, defendeu uma acção integrada sobre o assunto e louvou o plano governamental para criar um "complemento de creche universal para todas as famílias a partir do segundo filho". 
"Para incentivar a natalidade, deve-se investir no primeiro filho ou no último? Como é que um cheque de 60 euros para o segundo [filho] é um incentivo à natalidade? Não era mais óbvio que um verdadeiro incentivo passasse pelo aumento efectivo do salário mínimo nacional para 900 euros até final da legislatura?", questionou na altura Joacine Moreira.

sábado, 13 de fevereiro de 2021

Vai acabar tudo bem: uma das poucas medidas justas de aferição do carácter de uma pessoa é a sua honestidade intelectual...

Imagem via facebook do Paulo Pinto
"Câmara da Figueira da Foz pede parecer sobre seguros agenciados por autarca"


"A Câmara da Figueira da Foz pediu um parecer à Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC) sobre a legalidade de um autarca poder desempenhar as funções de mediador dos seguros contratados pelo município às seguradoras.
Em causa está o presidente da Junta do Paião, Paulo Pinto, a quem companhias de seguros lhe atribuiram a mediação de contratos no valor de cerca de 175 mil euros.
O executivo municipal lança o concurso anual para seguradoras, e não para mediadores. No entanto, a autarquia indica os agentes locais das companhias vencedoras. Ou seja, o contrato é assinado com as seguradoras e estas escolhem, por sua vez, escolhem – ou não – os seus mediadores locais indicados."

De que forma a câmara e a Naval 1893 devem resolver o seu diferendo?

 Via Diário as Beiras

Na Figueira é sempre carnaval: mesmo quando é cancelado, a câmara "leva" a festa à casa dos figueirenses...

Foto sacada daqui

O Carnaval foi cancelado. O confinamento impede saídas para festejar, mas a câmara municipal da Figueira da Foz  “leva” a festa à casa dos figueirenses, através da página do municípiono Facebook. O programa alternativo consiste na publicação de vídeos de desfiles realizados no “sambódromo” chamado avenida do Brasil e depoimentos, a partir do fim semana e até terça-feira.

Não temos tabela para publicar publicidade paga...

Imagem via Revista Sábado

A verdade  é uma coisa inútil. 
Aliás, na Figueira, sempre foi...
Se a verdade valesse alguma coisa, não havia comércio nem tráfico de políticos entre os partidos.
Uma das coisas que sempre me divertiu na Figueira, foi a irrelevância da virtude publica da verdade.
A verdade, na Figueira, perante a intriga política, não serve para nada.
Nos últimos 20 anos, mais ou menos, temos a porcaria da internet, os blogues, o facebook, o twitter, eu ei lá que mais mais... E temos as pessoas. 
Qualquer pessoa (sem carteira de jornalista, nem nada...) pode começar a filmar, a criticar, a opinar e a dar a sua versão da verdade e, sobretudo, que é o que verdadeiramente irrita o poder, expõe a mentira privada, em contradição com a publica verdade.
Isto no fundo para dizer o quê: que o OUTRA MARGEM não publica publicidade paga. 
A democracia, por aqui, é um modo de tratar dos assuntos da "Cidade", como deve ser feita, a nosso ver: o mais aprofundada e mais participada possível.
Não é uma actividade para ser exercida por quem a promove como se se tratasse de uma campanha de oportunidade para promover vendas de shampoos prá caspa dos carecas... 

Bom fim de semana

 

Gala: no estacionamento ao lado do pneu, esteve a sucata do que tinha sido um automóvel largos meses, se não mesmo anos. Levaram o automóvel: ficou o pneu!..

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2021

A impotência da máquina terraplanadora


Os problemas, todos os problemas, incluindo os políticos, começam por ser  um problema de consciência, de alma, de intenção e uma questão de cultura. 
É assim que começam os problemas, todos os problemas, incluíndo os políticos: tudo se inicia naquilo que cada um de nós é. 
Conseguir perceber e enfrentar isto, é como estar perante um desafio imenso.
Terraplanar o promontório do que cada um de nós é, não é tarefa fácil. 
O terreno que a foto mostra foi terraplanado. 
Será que, no futuro, a paisagem do local desta fotografia será diferente do que foi nos últimos trinta e tal anos?
Terá a máquina conseguido mudar para sempre a paisagem deste local? 
Concretizando: terá a máquina que terraplanou este terreno, tido a capacidade e a possibilidade de mudar verdadeiramente a alma e a cultura da paisagem? 
Sobra uma questão em jeito de pergunta: a alma e a cultura daquele local terão morrido para sempre?
Tudo o que se faz na vida e na política, que não tenha em conta o bem, a liberdade e a felicidade, nasce condenado ao fracasso total e imenso.
Não sou crente, mas acredito que os decisores políticos, tal como todos nós, deixamos de ser de Deus, quando fazemos as coisas que, se fossemos Dele, não teríamos feito sem pensar nas consequências. 

Na Leirosa, «o mar está bravo, a areia continua a ser levada, a duna principal está a ser destruída», mas no fundo não se passa nada: «o perigo do mar chegar ao Bairro Social ainda vai demorar anos». Só os quintais é que estã já «completamente alagados»...

 Imagem via Diário de Coimbra

SILÊNCIO

 

Cabedelo, edifícios do parque de campismo: a nova piscina praia em perspectiva?

Imagem sacada daqui
Lido no Diário as Beiras:
 
"A propósito de concessões: a autarquia vai levar a hasta pública seis novos apoios de praia no concelho. 
A Leirosa, a Costa de Lavos e a Praia do Hospital terão um cada uma.
O Cabedelo terá direito a um restaurante e duas escolas de desportos de ondas. 
Os edifícios do parque de campismo daquela praia serão concessionados numa fase posterior."

Em tempo.

Por este andar só com o adiamento das autárquicas o presidente Monteiro terá alguma obra para inaugurar antes das eleições!..

Via Diário de Coimbra e Diário as Beiras:
"A Câmara Municipal vai rescindir o contrato com a empresa responsável pelas obras de reabilitação da baixa da cidade e lançar um ajuste directo para a conclusão da intervenção na Rua dos Combatentes e envolvente e lançar novo concurso para concluir o resto dos trabalhos.
As obras, neste momento, têm uma taxa de execução de 34 por cento. Após a concretização da medida, o município fará um ajuste direto para os trabalhos mais prementes, que incidirão, sobretudo, na pavimentação da rua dos Combatentes, e lançará um novo concurso público para a conclusão da empreitada."

A requalificação da Baixa figueirense, é público e notório, tem sido um calvário, principalmente para os comerciantes com estabelecimentos na zona. 
Alguns, há muito que estão desesperados. 
Já faliu o empreiteiro, já houve mudança de empreiteiro e estamos em pandemia (o covid tem costas larguíssimas). Tudo aconteceu. Até o inaudito: intervenção foi condicionada pela alegada descoberta de uma nova galeria subterrânea, identificada por arqueólogos, numa zona da cidade em que proliferam antigos ramais e cisternas de águas, referenciados em estudos desde os finais do século XIX. Quem não tem culpa, seguramente, é a Câmara Municipal da Figueira da Foz. Nesta, como em todas as obras actualmente em curso (e as que vai concursar...)...
Recuemos a 26 de Maio de 2018. Segundo a previsão do PSD da Figueira da Foz (já lá vão quase 3 anos), esta obra era exemplificativo da forma como é dirigido o concelho: "sem estratégia, sem auscultação das populações, sem a preocupação de melhorar o nível de vida das populações, sem criar atractivos para os empresários instalados ou que se queiram instalar com vista à criação de emprego, o qual tanta falta faz aos nossos jovens, não promovendo também a consequente fixação de mais população no nosso concelho."
Mas, esta, já lá vão quase 3 anos, é a opinião do PSD Figueira. 
Como sabem, pois é público e notório, tudo está a decorrer bem na Figueira e no concelho, seja em que sector for. 
É certo que, por vezes, aparecem imprevistos: os chmados acidentes de percurso... 
Por exemplo, segundo o prsidente Carlos Monteiro, em Setembro de 2020o empreiteiro tem tido dificuldade em encontrar pedra, porque as pedreiras reduziram a exploração por causa da crise sanitária e, no verão, devido às férias. Aliás, as contrariedades resumiam-se "à pedra". Na altura, à margem da falta da falta de substância sólida e dura, ainda conforme o que disse o mesmo Carlos Monteiro, as obras “estavam a decorrer a bom ritmo”
De acordo com as previsões do presidente da câmara, a empreitada, que incide em duas praças e 14 ruas, deveria ficar concluída no primeiro semestre de 2021.
Sublinhe-se: "em casos destes, toda a gente pode ter culpa, menos o presidente de câmara".
Não é o que eu penso, mas é o que diz gente muito mais original, competente, abalizada e profissional do que eu, no mercado de profissionais da opinião pública e publicada na Figueira da Foz.
Os estudiosos consideram que a opinião veiculada por muitas pessoas é prevalente. 
Aliás, assim como aquela que é repetida por uma só. “Uma só voz repetida pode soar como um coro.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2021

EM QUIAIOS ACONTECEU O QUE TODA A GENTE SABIA SER A ESTRATÉGIA DO PS: PRAZOS ACABARIAM POR BENEFICIAR O INFRACTOR...

Exclusivo Diário As Beiras: 
"Governo rejeita eleições intercalares em Quiaios"

Claro que isto não teve nada a ver com o facto de terem existido manobras de bastidores, protagonizadas por indivíduos que se mexem bem no aparelho de Estado, através de amizades em lojas e esquinas ao fundo da rua... Pelo que deu para perceber, fizeram-se apenas (o que chegou) as necessárias manobras politiqueiras e  de diversão. 

Na Figueira, mudam-se os tempos, mudam-se as vontades. Nada do que vem a seguir a seguir é surpresa ou novidade. É, apenas, mais um facto que merece ser destacado e lembrado.
«A Secretaria de Estado da Descentralização e Administração Local rejeitou o pedido para a realização de Eleições Autárquicas intercalares, solicitadas pela Assembleia de Freguesia, em Quiaios.
A justificação alude à “impossibilidade de se proceder à marcação de eleições intercalares, uma vez que estas não se podem realizar nos seis meses anteriores ao termo do prazo em que legalmente devem ter lugar eleições gerais para os órgãos autárquicos, nem nos seis meses posteriores à realização destas”
É isto admissível numa democracia que pretende ser um regime solidamente implantado na Figueira e em Portugal?
Pelos vistos, para alguns, estes procedimentos, são perfeitamente admissíveis e banais na sua normalidade.
Tal entendimento, só mostra a concepção particular da democracia como regime de país bananeiro ou, no caso, de traficante da droga mais poderosa que existe: o poder. 
Só isso conta. Porque só assim se pode condescender com episódios  tristes como este. Na Figueira, além de uma "crise do regime", temos também e claramente instalada uma crise da democracia. 
Por tudo isto, Quiaios constituiu um teste ao funcionamento da democracia na Figueira. Que falhou? Toda a gente sabia, pois a estratégia do PS foi sempre essa - os prazos acabariam por  beneficiar o infractor.

Não foi bonito. No meio disto tudo, dou comigo a pensar onde ficou, neste caso de Quiaios, a tal ética republicana, tão cara ao PS, pois foi um conceito introduzido no debate político nacional por dirigentes do partido no poder no país e na Figueira. 
Recordo que o político que se comportou com grande elevação e dignidade neste capítulo, dando um exemplo de ética que ainda é recordado, foi António Vitorino. Quando era ministro da Defesa do Governo de António Gutierres, um jornal acusou-o de ter fugido ao cumprimento das suas obrigações fiscais. Perante as notícias António Vitorino apresentou a sua demissão, porque sobre um ministro do Governo não podiam recair suspeitas tão graves, isso apesar de a então Direção-Geral dos Impostos ter esclarecido que António Vitorino tinha cumprido com as suas obrigações. 
Aliás, se bem me lembro, apenas teria sido cometido um erro processual que o prejudicou. 
É assim que os democratas se deveriam comportar. 
António Vitorino deu o exemplo, a partir daí passou a ser uma referência ética para toda a classe política, desde o Presidente da Republica ao presidente da junta de freguesia da aldeia mais recôndita, incluindo Quiaios. 
Por isso, não entendemos porque razão o PS Figueira não retirou as devidas ilações éticas e morais e assumiu as consequências políticas neste caso de Quiaiois. 
Querem que vos recorde o que se passou em 2014 na freguesia de S. Pedro, onde ainda sem julgamento e sentença dos Tribunais, bastou uma notícia de jornal,  para acontecer a demissão do presidente eleito pelo PS, e a seguir a de todos os elementos eleitos pela lista do PS para a assembleia de freguesia?

Afinal como é: a ética republicana para o PS Figueira é uma coisa que se usa avulso? 
A terminar: ficaria mal não desejar felicidades aos futuros autarcas de Quaios...

Tão simples: o material (neste caso, a falta) tem sempre razão...

Imagem via Diário as Beiras