O mundo que temos é este em que vivemos. Portanto: «não importa para onde tentamos fugir, as injustiças existem em todo o lado, o melhor é encarar essa realidade de frente e tentar mudar alguma coisa.» Por pouco que seja, sempre há-de contribuir para aliviar...
"Hoje, a Comissão encontra-se na humilhante posição de mendigar as vacinas encomendadas junto das empresas que financiou. Os cidadãos pagaram mas não mandam, num negócio em que se misturam fanatismo liberal, captura das instituições e incompetência pura.
A pandemia da covid-19 testou a capacidade de todas as instituições internacionais para uma resposta global. Os Estados pagaram, a ciência cumpriu. Mas a solidariedade que fez aparecer a vacina desapareceu logo a seguir."
"Há assuntos
que devem ser tratados com cordialidade
e bom senso. Expor a
recém-formada Associação Naval 1893 em
reunião de Câmara por
uma pequena dívida,
e implicitamente
colocar em causa as
contas da Associação é a negação do que se espera da
política, a arte do compromisso e o
respeito pela dignidade das pessoas e
instituições.
Haverá ainda que ter mais empatia
pelas associações e coletividades do
concelho.
A dezena de milhares de Euros que
origina esta situação de conflito com
a Associação Naval 1893 é uma gota
no oceano do desperdício camarário,
só no Jardim Municipal estão a ser
gastos 1,4 milhões de Euros sem que
ninguém encontre uma justifi cação plausível para tamanho dislate.
Lamenta-se ainda que a Câmara
tenha progressivamente uma postura
cada vez mais belicosa, apontando o
dedo a quem a critica e não sabendo
gerir o associativismo."
A Figueira tem especialistas em várias especialidades. A conversa da treta é uma delas.
Uma conversa da treta é mais que proferir afirmações falsas.
Uma mentira descarada pode não ser uma treta.
O que caracteriza a treta é a argumentação manhosa, com a qual se tenta racionalizar uma tese que se percebe não ter fundamento.
O recurso a estratagemas argumentativos para disfarçar o disparate, tem a ver com falta de crácter e desonestidade intelectual.
É esta aldrabice, porém, que torna a treta muito mais interessante que a mera falsidade, pois ela diz muito do seu autor.
Em geral, a motivação para conceber uma treta é a necessidade de justificar algo que não deveria ser dito, pois não é sustentável.
O divulgador de uma conversa da treta, pode aldrabar deliberadamente. Contudo, também pode ser ele próprio vítima da treta que lhe pregaram...
Quem é que ainda não foi vítima de uma conversa da treta?
«A Câmara da Figueira da Foz vai lançar o concurso para a conclusão da mudança de local da rotunda do Pescador, por cerca de 100 mil euros, depois de ter recebido a proposta do autor da estátua, Seixas Peixoto. Esta empreitada conclui a primeira fase da intervenção na frente marítima de Buarcos, incidindo na requalificação do espaço e na base da peça escultórica.»
- Via Diário as Beiras, edição de 7 de Setembro de 2020. Recordo que a Estátua do Pescador era para estar no centro da rotunda desde 15 de Junho de 2019, mas só no dia 7 de Setembro e 2020 é que a Câmara dizia que ía lançar o concurso!.. "A primeira fase da obra de regeneração urbana da frente marítima de Buarcos, na Figueira da Foz, estará concluída no final do mês, 15 dias depois do prazo original"
Agora, segundo o Diário de Coimbra, "a obra na Rotunda de Pescador em Buarcos, deverá iniciar-se esta semana, ou o mais tardar, na próxima, dependendo das condições atmosféricas".
Esta notícia, porém, tem algo de novo: "a intervenção, da responsabilidade da junta de freguesia de Buarcos e S. Julião, com o apoio da Câmara Municipal"...
Quem leu isto até aqui está a perceber alguma coisa?
Recordemos: Presidente da Câmara da Figueira da Foz, Dr. Carlos Monteiro, durante a apresentação dos reis do Carnaval de Buarcos/Figueira da Foz, em 2 de Fevereiro de 2020: “estátua do Pescador será recolocada até 15 de Julho”...
Depois de anúncio feito pelo presidente da Câmara da Figueira,a prometer a conclusão da obra da responsabilidade, é a Junta de Buarcos e Sâo Julião que a vai concluir? E quem vai pagar?
Há aqui qualquer coisa insuficientemente contada...
Bom o importante e perfeitamente compreensível, humano e legítimo, é que os governates (incluindo os autarcas) mostrem a obra que fazem durante os mandatos para os quais são eleitos...
"Miguel Poiares Maduro apoia o nome de Pedro Machado como candidato do PSD
à Câmara da Figueira da Foz".
... “durante o último ano e
meio, foram feitos inúmeros
contactos com as forças vivas
do concelho, e foi consensual
que Pedro Machado devia ser o
candidato”.
... "enquanto se
aguarda pelo anúncio oficial,
Pedro Machado trabalha nos
bastidores, desdobrando-se
em contactos. Nem o confinamento fez abrandar o ritmo,
recorrendo aos meios digitais
para debater com a chamada
sociedade civil de diversos setores as suas propostas para a
Figueira da Foz."
«Parecia uma noite como qualquer outra na Rádio Televisão Portuguesa.
A emissão abrira às 19h30, patrioticamente, com o hino nacional. O “Telejornal” transmitira depois as notícias filtradas por um sistema quase infalível de controlo da informação. Seguiram-se as rubricas próprias de terça-feira — o “Programa Feminino” e a “Crónica do Progresso”.
Às 20h45, a única estação televisiva portuguesa dedicara uma hora à tourada, com a voz ensonada e os textos gongóricos de Leopoldo Nunes. Repetiu-se o “Telejornal”, o “Boletim Meteorológico” e um enlatado ficcional comprado nos Estados Unidos.
Por fim, às 23h15, a estação abriu espaço para a música ligeira. O programa “TV Clube” convidara o cantor Francisco José, recém-regressado do Brasil, para uma atuação em direto, acompanhado pela orquestra do maestro Alves Coelho.
Francisco José, cantor de sucesso nos derradeiros quatro anos no Brasil, voltava a casa. Cantou algumas das suas obras mais conhecidas e terminou com ‘Chão Estrelado’, dedicando o tema aos pais. Depois, de microfone na mão, concluiu a prestação de forma inesquecível. Durante pouco mais de três minutos, disse ao público português que a RTP discriminava os artistas portugueses face aos congéneres estrangeiros. Em frente das câmaras, sem se deter, lembrou que alguns cantores estrangeiros recebiam 50 ou 100 contos por uma prestação na televisão, mas os artistas portugueses recebiam dois mil escudos na melhor das hipóteses. “O público não compreende uma palavra do que esses artistas cantam. Não importa. Pagam-lhes bem.”»
Gigliola veio a Portugal, tempo depois, convidada pela RTP. Não há notícia de quanto cobrou pela actuação, mas a verdade é que o tema cachês estava, na altura, ainda bem quente, porquanto Francisco José – cançonetista com mais carreira no Brasil do que aqui na sua terra, mas, ainda assim, extremamente popular – resolvera aproveitar-se da presença frente às câmaras para protagonizar (é o termo) um inédito “tempo de antena”.
Foi uma bomba na pacatez do burgo! Mas contemos como foi. Estava-se a 21 de Julho de 1964 e o programa era um “TV Clube”. Francisco José cantou 3 ou 4 cantigas (os inevitáveis “Olhos Castanhos”, entre elas) e resolveu fazer uma pausa para conversar com o espectador. Começou por referir que os artistas portugueses lutavam tenazmente no Brasil para imporem as músicas do seu País. Até aqui, tudo bem. O pior veio a seguir, quando lamentou que esses mesmos artistas, cujo esforço em prol do País não era reconhecido, fossem discriminados também pela RTP, que não lhes oferecia retribuição digna, quando eles voltavam. Em contrapartida – foi dizendo – a RTP não se eximia a pagar altos cachês a artistas estrangeiros o que, no entender dele, Francisco José, representava uma grande injustiça. E citou dois exemplos: Charles Trenet, que recebera 60 contos por uma actuação; e Carmen Sevilha, que ainda recebera mais 40. A conversa (que foi mais ou menos como reproduzimos ) ocupava já razoável tempo de emissão e da régie não vinham decisões. Dir-se-ia que o inesperado da situação gerara uma espécie de atonia. E foi preciso que Francisco José avançasse para a câmara mais próxima e perguntasse, frontalmente, se podia continuar o programa. É que já não tinha mais para dizer mas ainda lhe faltavam duas canções. O corte de emissão, que se seguiu, correspondeu à resposta.
Terminada a emissão foi detido e interrogado. Escusado será dizer que a Imprensa e a Rádio deram o maior destaque ao inusitado acontecimento, puxando ao sensacionalismo. Durante dias não se falou doutra coisa. Os responsáveis da RTP, esses dedicaram ao assunto várias reuniões que sempre concluíam com a mesma verdade: casos idênticos só poderiam ser evitados com a gravação prévia dos programas. A exclusão total dos directos estava, porém, longe de ser possível, dada a escassez dos equipamentos e dos suportes vídeo, por razões de custos, prioridades, etc. Entretanto, o SNI - Secretariado Nacional da Informação, foi lesto em divulgar um comunicado. Tinha o seguinte teor: “Foi superiormente determinado que se proceda a rigoroso inquérito sobre as circunstâncias em que ocorreu o condenável incidente verificado na emissão da Televisão do passado dia 21 e mandado apresentar, com urgência, relatório circunstanciado acerca das condições de remuneração dos artistas portugueses e estrangeiros, desde o início do funcionamento da Radiotelevisão. O delegado do Governo e os administradores da RTP por parte do Estado iniciaram já aqueles trabalhos.” Com efeito a acta da reunião do Conselho de Administração referente a 29 de Julho, expressa: “O sr. Presidente informou o Conselho de que tem estado a tratar com o sr. administrador Freitas da Costa e com o sr. delegado do Governo o caso do incidente provocado pelo cançonetista Francisco José no programa ‘TV Clube’ de 21.7.1964. Os dois administradores por parte do Estado vão elaborar um relatório sobre a política de ‘cachets’ praticada pela RTP e o sr. delegado do Governo vai conduzir um inquérito para determinação das razões que tornaram possível o incidente.”
A RTP entregou o assunto ao advogado dr. Alfredo Manuel Pimenta, após ter tomado a decisão de mover um processo-crime ao cançonetista. Na segunda audiência do julgamento, realizada em Janeiro de 1966 (!) “Francisco José apresentou um conjunto de explicações que a RTP, pelo seu advogado, considerou satisfatórias em face do que o meritíssimo Juiz declarou o réu isento de culpa e responsável pelo pagamento do imposto de Justiça.” (acta do Conselho de Administração da RTP, 26.1.1966). Sabe-se que, na ocasião, o cançonetista “lamentou o clima emocional criado á volta da sua actuação, que jamais esteve nos seus propósitos, assim como nunca teve o intuito de afectar por qualquer modo o bom nome, a honra e o prestígio da RTP.” E assim se encerrou um caso polémico.
Anos depois, já em democracia, Francisco José regressou aos ecrãs da RTP para cantar as suas melhores canções – entre elas, os inevitáveis “Olhos Castanhos”. Não fosse o diabo tecê-las... o programa foi previamente gravado.
«Por acaso descobri um artigo sobre Francisco Pinto Balsemão, no qual se faz uma curta biografia, pessoal e política. Às tantas, fala-se da sua entrada, em 1969, para o Parlamento como deputado, a convite de Marcelo Caetano.
E aqui é necessário fazer uma pausa.
As jornalistas que assinaram em 2017 o artigo, designam o partido único fascista, não como União Nacional (que meses depois passou a ser Acção Nacional Popular), mas como... (nova pausa)... União Liberal!
Asneiras jornalísticas não são notícia. Só quem não foi jornalista não entende os diversos tipos de erros em que a prática jornalística incorre, e - talvez, na maior parte dos casos - sem intenção. Há erros por ignorância, por convencimento errado, mas também por uma simples associação de ideias ou de fonética, todos passando mecanicamente na revisão (quando a há!).
Via Miguel Mattos Chaves, Presidente da Comissão Política da Figueira da Foz, Membro da Comissão Política Nacional, Conselheiro Naciona do CDS-PP
Não acompanhei com muita atenção a reunião do CDS-PP realizada este fim de semana. Pelo que acabei de ler, a "clarificação está dada"e o líder do CDS mostra-se satisfeito com aprovação da moção de confiança à sua direcção, com 54,3% dos votos.
Contudo, fiquei algo surpreendido, talvez porque fosse o que menos esperava, pela curiosidade, vinda de um dos partidos que se auto-proclama um dos donos da democracia, de ter havido uma discussão sobre voto secreto, depois do CDS-PP ter andado 46 anos a esfregar o voto de braço no ar na cara do PCP!..
Na Aldeia é frequente ouvir dizer: se queres ser bom morre.
Tal coisa, para mim, é horrivel. Não por as pessoas morrerem - vai acontecer isso a todos nós - mas, por depois de mortas, todas as pessoas se tornarem tão perfeitinhas, mas tão perfeitinhas, que ao ouvir falar delas chego até a duvidar se terão existido na realidade!
Todavia, as coisas não acontecem por acaso. Tal acontece, porque vivo numa Aldeia onde quem manda tem pouca e pequena ambição para a definição do futuro da Aldeia.
As suas agendas pessoais foram sempre mais importantes para determinar a gestão da sua carreira política do que para para o futuro da pólis.
“Santana apontado a Coimbra”é uma das manchetes da edição de hoje do Nascer do Sol. O semanário afirma que ex-autarca e primeiro-ministro poderá ser o candidato do PSD à Câmara de Coimbra.
Não me peçam para explicar porquê, mas sinto nos últimos dois dias a Figueira inundada daquela paz estranha dos cemitérios. Isto, por aqui, mais do que engraçado, está a ficar interessante...
A proposta da 5.ª
alteração à Revisão do
Plano Director Municipal encontra-se em discussão
pública, até 13 de fevereiro,
período para apresentação
de sugestões, reclamações
e observações.
O documento pode ser consultado no
serviço de atendimento
ao munícipe da Divisão de
Urbanismo, no quartel dos
Bombeiros Sapadores (ao
fim de semana, mediante
marcação no Urbanismo)
e na página do municípiona internet.
Pode ser, também, solicitado o envio,
através do e-mail ordenamento.territorio@cm-fi gfoz.
pt.
Um testemunho de quem, desde Março de 2020, está na linha da frente a defrontar-se todos os dias com "um assunto sério", pois é um problema novo que tornou o nosso dia a dia, numa questão de gestão difícil.
A cada momento os políticos e os partidos são espelhos da sociedade.
Na Figueira, se analisarmos os últimos 40 anos de vida política, PS e PSD representam bem, nas suas pequenas vaidades, traições, misérias e indigências, o concelho que temos.
Quanto ao povo: provavelmente também mereceu representantes desta estirpe, quanto mais não fosse pelo pecado da omissão e do oportunismo que revelou sempre que teve possibilidade disso.
Os ratos já deram sinal de que estão atentos...
Não sei se já perceberam: a Figueira tem andado, digamos assim, sem ofensa para ninguém, "a sustentar burros a pão-de-ló".
Não sei se já se aperceberam, mas vêm aí 8 meses com turbulências várias e alguns problemas...
Este concelho tem uma urgência há muitos anos: a urgência de se aprender com os outros.
Com aqueles, nomeadamente, que antes de decidir, de forma transparente, aberta e democrática debatem e fazem consultas públicas.
Cá, nada disso foi praticado. Vivemos num concelho em que os decisores políticos pensam que são sábios. Depois, temos os resultados e os custos conhecidos...
Espero que um dia, que pode não vir longe, o problema não passe por estarem a ser outros a comer a palha.
Para que isso aconteça é preciso que apareça um político que, antes de se questionar sobre "o que é que o concelho da Figueira da Foz pode fazer por ele", coloque a pergunta:"o que é que posso fazer pelo concelho da Figueira da Foz?"
Isto não é utopia. É realisticamente imprecindível para operar a necesária e mais do que urgente mudança que a Figueira precisa como de pão para a boca.
A Figueira vive um tempo excepcional.
Essa excepcionalidade exige, de todos, um esforço colectivo excepcional.