sábado, 24 de outubro de 2020

«Ricardo Santos: a sorte de ter à mão de semear um homem providencial! "O seu a seu dono". A justiça fez o seu papel. Os políticos que façam o seu. Qual é a dúvida? »

"Ninguém profundamente me conhece 
Imagem via Diário as Beiras
nem talvez isso interesse a alguém
e aos íntimos menos que a ninguém" 

Ruy Belo, A Margem da Alegria

Actualização:
A frase da senhora engenheira Ana Carvalho, também vereadora e vice-presidente da câmara municipal, é um contributo essencial para a compreensão da política na última década na Figueira. 
"Quanto ao suposto impasse de Quiaios, considero está totalmente ultrapassado através do parecer conclusivo da CCDRC. Pois, na realidade é uma sorte haver alguém como Ricardo Santos disposto a amparar esta autarquia até às próximas eleições."
Percebe-se perfeitamente o pensamento da autarca figueirense: "do que Portugal precisa é de homens providenciais, novos regedores (como no tempo de Salazar) nomeados nas freguesias." 
Isto é grave. E, mais do que grave, é para levar a sério e pode levar-nos longe.
A senhora engenheira, também vereadora e vice-presidente da câmara municipal, tem sorte em viver em democracia. Se vivesse no tempo "de homens providenciais, novos regedores (como no tempo de Salazar) nomeados nas freguesias", seria aconselhada a remeter-se ao recato do lar, em função do seu estatuto de dependente do "chefe de família".
Nessa altura, o "chefe de família" seria aconselhado a estar caladinho, pois o providencial sábio sem mácula e sem pecado, tomava conta da vida do rebanho, injectando o medo, ameaçando com dificuldades e aliciando aqueles a que chamava "servidores do Estado", mas que não passavam de esbirros do regime ditatorial. Hoje, 46 anos depois do 25 de Abril de 1974, os portugueses já não levam a sério a "estória" dos homens providenciais, nem projectam neles aquilo que uma freguesia precisa.
Será que andará por aí alguém convencido que é possível voltar a antes do 25 de Abril de 1974, ou que os portugueses estão dispostos a calçar as botas cardadas, para que os iluminados fiquem com as estradas livres para poderem passear sem obstáculos?
O tempo passou. Para vender o salazarismo aos portugueses, tentando fazer crer que é disso que Portugal precisa, tem de se entender uma coisa: o medo só funciona se meter medo, como o Salazar metia, utilizando a repressão sobre os insubmissos e incutindo a ideia de que todos são medíocres.
Quiaios, embora isso não vá de acordo com a teoria da senhora engenheira, também vereadora e vice-presidente da câmara municipal, tem homens tão ou mais capazes do que Ricardo Santos (a quem reconheço valor para tal) dispostos a governar a autarquia até às próximas eleições.
Este problema de Quiaios, começou por ser um problema legal, que foi resolvido pelos Tribunais. O PS transformou-o numa questão democrática, que só o regular funcionamento da democracia pode resolver.

sexta-feira, 23 de outubro de 2020

A forma como está a ser feita a comunicação com as pessoas é "péssima e não ajuda nada num momento em que os hospitais começam a ficar nos limites das suas capacidades, os centros de saúde não parecem funcionar e parece haver um descontrole ou desnorte a nível de comando".

"Não podemos ter idosos, doentes, à chuva, à espera de uma consulta nos centros de saúde".

Os doentes estão entregues a isto.

Como não obtive resposta, fui de novo ao posto médico da Cova Gala, cerca do meio dia. Cheguei à fala com uma funcionária, que me disse que não era com ela, mas com a colega que estava lá dentro. 

A seguir virou-me as costas. Como estavam umas 7 ou 8 pessoas de pé, sujeitas ao tempo, entendi vir embora.

Mas, não vou desistir da resposta ao email, pois tenho conhecimento que em outros Centros de Saúde do concelho estão a fazer o que deve ser feito: estão a vacinar por marcação.

Facilita, penso eu, a vida aos serviços e aos utentes.

Um recorte de jornal que faz recuar vários anos...

Recordando  Andreas Ding, um Pastor Evangélico que fez muito pela juventude da Cova e Gala, com quem tive o gosto de trabalhar e aprender muito...

Imagem via Diário as Beiras

A situação de Quiaios é o exemplo do que não deveria acontecer na política autárquica

David Monteiro, hoje no Diário as Beiras
«Normalmente, acredito na consulta popular como forma de dignificar a democracia. Contudo, também acredito que as eleições antecipadas devem ser a última solução, devendo apenas ser convocadas em situações de estrito interesse local ou nacional. Nesta situação, acredito que o interesse local não está posto em causa, dado que, se o bom senso prevalecer, Quiaios poderá ter uma equipa na Junta de Freguesia, com os atuais eleitos, que servirá o povo devidamente.» 
O que se passou na Junta de Quiaios, foi um caso de polícia que seguiu para julgamento em tribunal. Em 6 de Dezembro de 2019, a presidente da Junta de Freguesia de Quiaios, Maria Fernanda Lorigo, e o secretário, Carlos Alberto Patrão, foram condenados pela prática de um crime de prevaricação de titular de cargo público a penas de prisão, suspensas, e à perda de mandato. À ex-tesoureira, Ana Raquel Correia, também foi decretada uma pena de prisão suspensa. Os três arguidos foram julgados por terem favorecido o pai da autarca, Manuel Lorigo, para que este fizesse os serviços de manutenção das Piscinas da Praia de Quiaios. O tribunal considerou que Fernanda Lorigo foi quem teve “o papel mais activo” e aplicou-lhe uma pena de três anos e nove meses de prisão. Já Carlos Patrão foi condenado a dois anos e 10 meses e Ana Correia a dois anos e seis meses de prisão. Todas as penas foram suspensas por igual período. Os três arguidos terão ainda de pagar ao Estado 8.700 euros em partes iguais. Fernanda Lorigo recorreu para o Tribunal da Relação de Coimbra que confirmou a decisão da primeira instância e obrigou a presidente da Junta de Quiaios, Fernanda Lorigo, a perder o mandato, com efeitos a partir do passado 25 de Setembro, dia em que foi notificada sobre a decisão do acórdão. 
É assim que se degrada a democracia... É este um factor de isolamento dos políticos e de selecção negativa. 
De isolamento, pois a classe política vive entregue a si mesma, nas suas tricas, desencontros e encontros. Nunca, ou quase nunca conhece - muito menos vive - a vida do cidadão comum. 
E selecção negativa, pois os melhores passam a desejar entregar-se a outras carreiras - a política em Portugal tornou-se um misto de palavras e intrigas... 
A selecção fica naturalmente feita: vão ficando os piores. Se as coisas não mudarem rapidamente, cairemos na generalização de identificar políticos com incompetentes e outros epítetos ainda piores... 
A função política tem que ver com a fidelidade ao mandato recebido, com a responsabilidade perante o bem comum. Foi isso que aconteceu em Quiaios?
Recorde-se: foram os tribunais que expulsaram Fernanda Lorigo da presidência da junta. Entretanto, as coisas mudaram: depois de um problema legal resolvido pelos tribunais, temos um problema político em Quiaios... 
O que está a acontecer em Quiaios deveria merecer uma análise e reflexão profundas do Partido Socialista a outro nível, para além da Figueira, pois a concelhia figueirense já demonstrou que faz parte do problema. 
Por este andar, um dia acordamos a achar o André Ventura um razoável porreiro, em comparação com os que nos governam... E chegaremos lá por desmotivação, desânimo, cansaço, falta de esperança - e por eleições... 
Só espero, muito sinceramente, estar completamente equivocado. 
Porém, infelizmente, temo que não...

Na Figueira é sempre carnaval: iluminações, fogo-de-artifício, pista de gelo gigante, Natal pelas freguesias e, etc.

Sou pouco de elogiar. Mas, de vez em quando lá vai: ainda bem que temos um executivo camarário que gosta de desafios verdadeiramente desafiantes e não é um mero apontador de problemas. Ainda bem que, com os meios escassíssimos que tem, labuta quotidianamente para fazer o seu melhor no campo da promoção da agitação e propaganda (não esquecer que em outubro de 2021 há eleições autárquicas...). 
Com mais alguns políticos, assim, e há muitos, em vários cantos do território figueirense, dá para resgatar um pouco de ânimo e de fé neste concelho.
Imagem via Diário de Coimbra 

quinta-feira, 22 de outubro de 2020

Comunicado do Conselho de Ministros de 22 de outubro de 2020

«Foi aprovada a resolução que determina a proibição de circulação entre diferentes concelhos do território continental no período entre as 00h00 de 30 de outubro e as 23h59 de dia 3 de novembro, e que define um conjunto de medidas especiais aplicáveis aos concelhos de Felgueiras, Lousada e Paços de Ferreira no âmbito da situação de calamidade decorrente da pandemia da doença COVID-19.»

 Para ler clicar aqui.

Ortopedia do HDFF poderá abrir para a semana


Via Diário as Beiras

Centro, apenas mais uma região de um país do faz-de-conta...

«Ao longo de 142 quilómetros, os visitantes atravessam rios, vales, serras, zonas húmidas, campos agrícolas, estuário, praias e áreas protegidas. Tudo isto numa oferta turística sustentável que se distingue por uma diversidade que conflui no Rio Mondego, onde cabem, ainda, o património histórico, arquitetónico e cultural, a gastronomia, a etnografia e actividades de lazer. A Figueira da Foz é uma das duas principais portas de entrada. A outra é Oliveira do Hospital. 
Da serra até à foz, mergulhando nas paisagens dos municípios de Oliveira do Hospital, Tábua, Penacova, Coimbra, Montemor-o-Velho e Figueira da Foz, a Grande Rota do Mondego faz ligação com outras grandes e pequenas rotas da Região Centro, num total de 700 quilómetros. 
Entretanto, como o DIÁRIO AS BEIRAS avançou na semana passada, nos próximos tempos, serão construídas diversas ciclovias e ecopistas, acrescentando valor à grande travessia turística vizinha do Mondego. 
Com o rio ao pé da porta e o mar a ver-se pela janela, a apresentação da Grande Rota do Mondego realizou-se, ontem, no salão nobre dos paços do concelho da cidade da Praia da Claridade. Seguiu-se a inauguração simbólica, com um percurso pedestre entre os dois painéis alusivos à nova oferta turística instalados na Baixa figueirense. A cerimónia foi presidida pela secretária de Estado do Turismo, Rita Marques, que vaticinou que, depois da crise, “vamos ter mais e, sobretudo, melhor turismo”. O presidente da Câmara da Figueira da Foz, Carlos Monteiro, por seu turno, definiu a Grande Rota do Mondego como “mais um passo para afirmar a região como destino turístico de excelência”. Uma região, defendeu, que deve ser um território “coeso e mais sustentável”.» 
Via Diário as Beiras

Continuamos a perder tempo demais com notícias estéreis sobre matérias desfocadas, inexistentes ou que não permitem chegar a nenhuma acção correctora dos problemas estruturais da economia há muito identificados. 
O que temos é: muita parra e pouca uva. 
Assim não teremos futuro. Continuamos a persistir no modelo económico que vimos seguindo há décadas.
O modelo tem de ser outro. O crescimento deve ser intensivo: primeiro a produtividade e o emprego... 
Na Região Centro têm que se operar mudanças substanciais no seu modelo de negócio, na sua especialização produtiva, no ordenamento do território, pois só assim será possível alterar, para melhor, a qualidade de vida das pessoas. Se continuarmos o caminho trilhado nas últimas décadas vamos continuar a viver tempos difíceis, instáveis e de crescimento reduzido. 
A Região Centro é de todos. Não pode continuar a ser governada ao sabor dos desejos de uma oligarquia do bloco central de interesses. 
O pequeno grupo desse bloco central de interesses que nos governa, à vez, e tem provocado a estagnação da Região Centro. 
Faz o que é o seu desígnio e a sua missão. Nós é que somos os culpados: andamos há décadas a votar sempre nos mesmos.

IDEALMENTE ELEIÇÕES


«
Não acompanho quem publicamente se solidarizou com executivo, como se tratasse de um mero erro procedimental ou de errado aconselhamento jurídico. Também acho muito questionável politicamente que um novo executivo seja legitimado, apesar de legalmente possível, se entre os novos elementos do executivo da junta estão titulares que concordaram com as práticas que deram à perda do mandato, como parece ser o caso. Na minha opinião, idealmente, deveríamos ir a votos, eleger uma nova assembleia de freguesia e formar um novo executivo. 

... com eleições intercalares ou não, há algo que não vamos esquecer. Todos os que concordam ou minimizaram os factos que levaram à perda de mandato dos membros do executivo de Quiaios serão confrontados com essa posição durante as próximas eleições e deverão esclarecê-la devidamente ao povo.»

 Via Diário as Beiras

quarta-feira, 21 de outubro de 2020

Ponto da situação na Figueira...

 ... sem saber para onde vamos, mas a ter de ir...

... uns, ao que disseram, podem ir de tuk-tuk. Outros de teleférico. Eu ainda prefiro o camelo, uma ideia, que a ter sido aproveitada, em devido tempo, teria resolvido o problema do areal da Figueira e o ridículo contemporâneo... 

ESCUSADO

«Aquilo a que assistimos hoje em Quiaios não é um IMpasse, é antes um IMbróglio. Evitável, se não estivéssemos perante um exercício de teimosia, de obstinação, perante o que está visto não pode ser resolvido pela sucessiva convocação de Assembleias Extraordinárias, dado o posicionamento da oposição, legítimo e absolutamente compreensível, sobre a questão em análise. 
Esta teimosia aparece como suporte da vontade de uma pessoa que não quer ver o assunto resolvido de outro modo, vá-se lá saber porquê, acrescentarei com ironia! Fazer de conta que o que aconteceu atrás e levou a esta situação não importa, é outro exercício: de cegueira e de novo de obstinação incompreensível. A solidariedade é uma coisa linda, admirável, e não me canso de a ela apelar. Mas cautela. Nem tudo merece que sejamos solidários com… e o que deu origem a esta desagradável situação não é de somenos importância. Considerar de modo diferente é pôr em causa os Tribunais e a Justiça. Há erros judiciários, há, mas este não foi certamente o caso, filtrado por duas instâncias distintas e independentes. A amizade é outra coisa linda, também ela admirável. Mas cautela. 
Ela não pode cegar, obliterar o entendimento, sob pena de distorcer a realidade das coisas, exactamente o que aqui aconteceu. Agora é perguntado que solução seria proposta para ultrapassar o “constrangimento” autárquico em Quiaios, já que impasse não é, conforme acima referi. Dou de barato que aconteça mais uma sessão extraordinária de Assembleia de Freguesia, face à tal teimosia e obstinação demonstradas. Uma perda de tempo e de energia, já que o desfecho está à vista. 
Não querem avançar para eleições antecipadas com o argumento de que se estaria em presença de duas eleições muito próximas. As Autárquicas 2021 acontecerão em Outubro. E pergunto: E daí? Qual é o problema? Por minha parte, nenhum. A população tem todo o direito de escolher os seus representantes para este ano que falta. Não quero pensar que haja aqui adeptos da “suspensão da democracia”. “Funcionar” em gestão corrente? Se é isso que querem será. Mas era bem escusado!»

«EM BREVE»...

... mais uma, via Diário de Coimbra.

Não adianta escrever. Bastam as imagens



Já que estamos em timing de homenagens, recordo uma pessoa que continua a fazer muita falta à Figueira


José Martins
Para os Amigos, simplesmente o Zé.

Purista do verbo e do enredo no dissertar da pena, concebia o jornalismo como uma arte e uma missão nobre. 
“Também a lança pode ser uma pena/também a pena pode ser chicote!”
 
Andarilho e contador de histórias vividas, passou em palavras escritas pelo Notícias da Figueira, Diário de Coimbra, Diário Popular, Jornal de Notícias, Diário de Lisboa, República, Opinião, Vértice, Mar Alto (de que foi cofundador), Barca Nova (de que foi fundador e Director) e Linha do Oeste. 

No associativismo passou pelo Ginásio Clube Figueirense e Sociedade Boa União Alhadense. 

Lutador contra o regime deposto pelo 25 de Abril de 1974, teve ficha na PIDE. Foi membro da Comissão Nacional do 3º. Congresso da Oposição Democrática que se realizou em 1969 em Aveiro. Chegou a ser preso pela polícia política. 

Com a sua morte, a Figueira perdeu uma parte do seu rosto. 
Não a visível, mas a essencial. 
Era crítico e exigente. 
Mas, ao mesmo tempo, bom, tolerante e solidário. 

Quase 20 anos depois da sua morte, quem manda na Figueira, a cidade que amou toda a vida, continua a ignorá-lo.

terça-feira, 20 de outubro de 2020

Temos de nos definir de uma vez por todas...

É isso que os figueirenses querem? 

Uma cidade a viver de passeios de tuk-tuk ou de teleférico na praia?

Imagem via Diário as Beiras

A birra

Teotónio Cavaco, via jornal Diário as Beiras

«De facto, o princípio da confiança na boa gestão da coisa pública foi aqui comprovadamente violado, o que, numa época de afastamento rápido e progressivo das pessoas em relação à Política e de facilidade de aceitação de discursos menos sustentados, seja de que quadrantes forem, contribui para sentimentos que já possibilitaram ascensões do tipo providencialista, com as consequências infelizmente conhecidas. 
Ora, se o princípio da separação de poderes visa, pela sua fragmentação e necessária independência, uma melhor governação (que só pode sublimar-se através da satisfação das necessidades de quem elege, através do voto), neste caso só através da consulta popular se poderá voltar a perspetivar futuro para a freguesia de Quiaios.»

Edifício "O Trabalho": a atormentar Carlos Monteiro desde 2009?..

Via Diário de Coimbra

Comerciantes da baixa, Cabo Mondego, cemitério de Moinhos da Gândara, canil e "Patrão Moisés Macatrão"...


 Via Diário as Beiras